Não é novidade nenhuma que as animações produzidas nos últimos anos pela Disney e pela Pixar (unidas desde 2006) tenham como um dos seus públicos finais os adultos. Desde "Monstro S.A." (Monsters, Inc: 2001), as histórias destas produções são, além de divertidas, muito inteligentes, atraindo para as salas de cinema mais gente do que crianças e adolescentes.
E esta característica (união entre diversão e enredo perspicaz) está presente mais uma vez na nova animação da Pixar. "Divertida Mente" (Inside Out: 2015) é uma comédia de excelente qualidade, muito mais voltada para o gosto dos adultos do que para a criançada. O longa-metragem foi comandado por Pete Docter, o mesmo diretor de "Toy Story" (Toy Story: 1995), "Monstro S.A." (Monsters, Inc: 2001), "Up - Altas Aventuras" (Up: 2009) e várias outras animações de sucesso do estúdio norte-americano.
A história de "Divertida Mente" se passa quase que essencialmente dentro da cabeça da garotinha Riley, de onze anos de idade. A menina se muda, com a família, de Minnesota para San Francisco. Esta mudança provoca muitas alterações na vida dela e, por consequência, em seu estado emocional. Dentro do cérebro de Riley, há cinco personagens (a Alegria, o Medo, a Raiva, o Nojinho e a Tristeza) responsáveis pelo humor da garota. Os cinco trabalham em uma sala de controle no interior da mente da menina. Dependendo do que acontece nesta sala, Riley é diretamente afetada, sofrendo as variações emocionais e de humor.
O grande mérito de "Divertida Mente" está na originalidade da sua trama. A sacada criativa de atrelar os acontecimentos do indivíduo (no caso, a garotinha Riley) aos eventos transcorridos no interior do seu cérebro é sensacional. O roteiro, desenvolvido por Pete Docter, Meg LeFauve e Josh Cooley, foi muito bem escrito e a história está amarradinha. Os cinco personagens mentais (a Alegria, a Tristeza, a Raiva, o Medo e o Nojinho) foram muito bem caracterizados, desde a cor e os elementos corporais escolhidos para defini-los até os seus temperamentos.
Fica evidente que há muita psicologia por trás do roteiro do filme (a importância do esquecimento de alguns fatos da vida, questões relativas ao subconsciente e a formação dos sonhos, por exemplo). Contudo, "Divertida Mente" não se torna um longa-metragem chato ou excessivamente conceitual. Pelo contrário. O telespectador recebe essas informações da maneira mais prática e divertida possível. Os psicólogos conseguem perceber a grande quantidade de simbolismo presentes durante toda a narrativa (quem não conhece profundamente a psicologia, porém, consegue compreender o filme sem qualquer perda de conteúdo).
Outro ponto que merece destaque é a coragem de abordar um tema muitas vezes delicado e polêmico como é a depressão em uma animação. É um tanto paradoxal tratar de depressão em uma comédia. E essa discussão é muito bem realizada no filme. A depressão aqui é apresentada de forma leve e didática, sem qualquer preconceito ou estigma.
Para finalizar, a trama é cheia de aventura e suspense. O filme não para um minuto. Sempre está acontecendo alguma coisa e os personagens estão correndo para se salvar ou para salvar alguma coisa. Ou seja, emoção não falta nesta produção. "Divertida Mente" é sem dúvida a melhor animação dos últimos anos.
Veja o trailer deste filme:
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