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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural (literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura e gastronomia), o Blog Bonas Histórias analisa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 42 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

  • Foto do escritorPaulo Sousa

Contos: Histórias de Macambúzios - 1 - O Divã das Bichas


Histórias de Macambúzios - O Divã das Bichas

“Então, o que você vê?”

“O hotel Maria Joana e a Pousada do Cânhamo.”

“Não, Samanta! Mais ao longe!”

“Ah sim... Vejo a linha do horizonte, cortada por inúmeros prédios, como o Maria Joana, a Pousada...”

“Perceba uma coisa. Você sempre vê algo vertical, fálico, como um pau. Repare que tem fixação por paus. Isso é bom no seu caso, pois a confiança de todo homem nasce no pau. O homem que não confia no próprio pau, Samanta, não confia em si.”

“Concordo plenamente, Carlos...”

“E o que você vai fazer quando chegar em casa?”

“Vou bater punheta até morrer!”

“Isso mesmo Samanta, bata uma e goze pela sua confiança.”

Samanta é um travesti de Macambúzios. Sua casa fica uns quinze metros acima da casa de Carlos, e como muitas outras casas, é feita de tijolos dispostos incorretamente, sem canalização de água ou esgoto, e pouquíssimos móveis. Ganha a vida, como muitos moradores da cidade, fazendo shows em Búzios, dançando em balcões ou pole dancings. Gosta também de fazer programas com gringos endinheirados que gostam de cheirar.

Sempre que entra em dúvida quanto à sua sexualidade e confiança, vai conversar com Carlos, o segurança da boate na qual trabalha. É um homem experiente, heterossexual, mas que entende as mulheres como Samanta. Todas suas amigas também recorrem a ele quando surge alguma pulga atrás da orelha.

Carlos gosta de falar. Cheio de teorias, polemiza quando o assunto é um tabu. Mas não é um cara maldoso, é apenas assertivo. Gosta de ficar sentado nas inúmeras lajes de Macambúzios e admirar a cidade vizinha. Nesses momentos sempre aparece alguma pessoa, que já sabe de seu dom natural de servir de psicanalista. Os assuntos que lhe chegam são os mais variados, desde drogas até trabalho, desde dinheiro até sexualidade. Com Carlos não há tabu que resista, e convida o interlocutor a uma viagem interior, em busca do autoconhecimento.

Um belo dia, sentado enquanto fumava diamba, aparece Júlio, seu amigo. Júlio é um homofóbico assumido, sem papas na língua. Já bateu em treze travestis, alguns deles fortes e muito másculos, e se orgulha disso.

“Carlos! Mas que surpresa agradável! Vamos fumar uma diamba.”

“Claro meu amigo! Mas e aí, mais alguma briga?”

“Não, não achei nenhum veado para bater hoje.”

“Cara, você é uma bicha enrustida, ouça o que lhe falo!”

“Lógico que não!”

Júlio com certeza não estava brincando, pois sentia um ódio mortal por homossexuais. São notórias suas façanhas, dentre elas, a vez que depilou um travesti usando uma faca de cozinha. A bicha ficou toda arranhada, perdeu o emprego de dançarina e ficou dois meses de cama.

“Pois é, meu caro”, provoca Júlio, “como anda o divã das bichas?”

“Anda muito bem. Você sabe que eu sou homem, mas entendo as bonecas como ninguém.”

“Cara, sua vida deve ser uma merda trabalhando naquele antro de sodomia”, Júlio não perdia oportunidade de destilar todo seu veneno contra o sexo dúbio. “Mas cada um tem o que merece.”

Com a conversa e a diamba, os amigos passaram algumas horas tendo sobre mulheres, brigas e pequenos furtos em Búzios, que garantiam a sobrevivência de Júlio. Este, então, introduz o assunto de uma mulher muito gostosa que vira nas redondezas da boate Mistery, clube gay que Carlos trabalhava.

Ele dizia que era uma mulher linda, olhos de esfinge, pés pequenininhos, pernilonga. Devia ser alguma endinheirada cujo pai pagava as férias na península, e estava confiante que poderia ter um caso com ela. Quem sabe ainda, aplicar um golpe do baú e engravidá-la. Carlos não se mostrou muito otimista com essa história, pois considerou que provavelmente a tal beldade seria um travesti.

“Lógico que não!”, bradou Júlio. “Se ela fosse homem, não seria gostosa. Não brinque comigo, você sabe que eu odeio veados!”

“Cara, ouça o que eu estou falando... Para tirar a dúvida, você deve fazer os quatro testes.”

E assim os dois amigos se despedem, indo Carlos trabalhar e Júlio vadiar. Entretanto, quando este chegou em sua casa, cujos móveis se resumiam a uma televisão, um sofá e um colchão, a dúvida permanecia. Afinal, sua Frinéia, a musa que lhe inspirava a acordar e a se arriscar em alguns assaltos, não poderia ser um travesti.

Desde pequeno Júlio nutre uma raiva enorme por esse gênero. Seu pai teve duas famílias, sendo pai em uma e mãe em outra. Assim, impunha limites ao filho, muitas vezes de forma bruta e em palmadas, e depois saía para afazeres domésticos em outro lar, usando inclusive um avental.

Como era de costume aos habitantes da época, a mãe de Júlio começou a ter alguns casos extraconjugais, simultaneamente inclusive, com moradores da cidade e hóspedes frequentes de Búzios. Começou a se prostituir também, deixando a casa cada vez mais suja e mal cuidada. Vendo a janela de oportunidade, o pai de Júlio foi tendo mais liberdades, e passou a ser dono do lar em tempo integral, nas duas famílias.

Júlio nada entendia, pois era muito pequeno. Achava que a mãe trabalhava com animação de festas, o que não deixava de ser verdade. Alguns meses passaram, e o relacionamento entre os pais, aparentemente, melhorara muito. A mãe parecia bem cansada, é verdade, mas sempre presenteava o pai com joias, anéis e colares. Toda a carência maternal que uma criança em tenra idade pode sentir era assumida por um pai presente e afetuoso, que não mais impunha limites físicos, mas fazia questão de ver seu filho arrumado para ir à escola e comendo todo o jantar.

Um pouco confuso, o menino de apenas sete anos via que as famílias de seus amiguinhos eram um pouco diferentes, mais tradicionais, com pais bêbados e mães submissas. Então, na escola, por essas razões que demoram anos em consultórios psiquiátricos para se revelar, Júlio acreditou que também era diferente, e que por isso, tinha mais direitos. Rapidamente, começou a cabular aulas e passar as tardes batendo carteiras na cidade vizinha. Gostava de colecionar documentos de identidade, com a foto do desafortunado tomado, que viravam bonecos quando brincava de casinha.

Certa vez, já era tarde da noite, e Júlio ainda estava imerso em seu mundo, fazendo invectivas contra bolsos desatentos em busca de mais identidades para sua coleção. Tinha conseguido uma vermelha, de um senhor alto e muito branco, e outra azul, de um sujeito de óculos. Satisfeito com o ganho do dia, voltou para casa, com medo que sua mãe o repreendesse por chegar tão tarde.

Entrou sem fazer nenhum barulho, tomando cuidado para não ranger a porta nem bater com os pés. Do quarto dos pais, ouviu alguns gemidos, algo inédito até então. Resolveu matar a curiosidade, comum em mentes inocentes, e ao abrir a porta, viu sua mãe deitada de barriga para cima, amordaçada, com pai algemado e de cara entre as pernas suadas e mal depiladas da mulher. Esta gemia de olhos abertos, olhando fixamente para um português cheio de correntes de ouro que penetrava a bunda de seu pai por trás. Aquilo encheu o menino de espanto, que correu para seu quarto, fechando a porta pela primeira vez na vida e cobrindo-se na cama.

Segundos depois aparece seu pai, ainda suado, nu e excitado, para explicar-lhe e acalmar-lhe.

“Pai”, falou o filho com voz chorosa, “quem é aquele homem?”

“É o marido do papai e da mamãe, querido.”

Como em um desdobramento inevitável, a dúvida existencial que permaneceu no menino tomou forma em outra pergunta.

“E você, quem é então?”

“Não sei filho, mas eu te amo muito...”, e desaba a chorar.

Histórias de Macambúzios de Paulo Sousa

Aquela cena assustou o menino, que conseguiu se desvencilhar dos braços impuros do pai e correr para a rua, sem olhar para sua mãe ou mesmo para o português. Foi a primeira de muitas vezes que dormiu na rua. Talvez, se soubesse das consequências daquele ato, Júlio aguentaria seu sofrimento por mais algumas noites, pois foi a última vez em que deitou em sua cama.

Durante a noite não dormiu, apenas pensou em tudo que passara, e uma raiva muito grande invadiu seu coração. Sentia raiva de seus pais e do português, pois não entendia quem era quem. Afinal, porque seus amigos tinham pais e mães normais? Sem saber, começou a nutrir um ódio terrível por todos homossexuais, e decidiu que jamais faria algo semelhante com um filho seu.

Mas o ódio deixa todos sem razão e impulsivos, mesmo uma criança com a ingenuidade recém-destruída. No dia seguinte, em um horário que sabidamente a casa estava vazia, voltou para pegar seus bens mais valiosos, ou seja, os documentos de identidade, que agora mais do que nunca pareciam ter vida própria, cada uma representando o papel que mais lhe dizia respeito. Acabou pegando as carteiras também, que continham dinheiro.

E não parou por aí. Foi conversar com Maneta, então conhecido como prefeito de Macambúzios, cuja história será contada em um momento mais oportuno. Ofereceu-lhe todas as identidades em troca de um pedido, mas o esperto homem estava mesmo de olho nas inúmeras carteiras.

Assim, em troca de uma quantia incontável de dinheiro em notas dos mais variados países, Maneta aceitou matar os pais do menino e o português, o que fez rapidamente e sem remorso. Após o episódio, Júlio nunca mais viu o traficante, o que não fez diferença ao menino, que se afastou do mundo e, morando na rua, continuou a colecionar identidades.

O tempo passou, assim como passagens pela Fundação para a Infância e Adolescência, e Júlio acabou conhecendo toda sua história, dessa vez com os detalhes sórdidos que uma mente pueril é supostamente incapaz de imaginar. Nunca mais voltou aquela casa, que rapidamente fora invadida por alguém, mas o ódio, repúdio e asco de todos os homossexuais permaneceram na alma do homem.

Júlio, apesar de machista, sonhava em constituir uma família igual à que tinha antes de seu pai se tornar gay, e a esposa ideal para seus sonhos era aquela patricinha que vira na Mistery. Pela primeira vez na vida, ficou um pouco ansioso ao pensar em uma mulher, mas mesmo assim, tomou um banho e foi à boate.

Como de costume, entrou de graça, devido à amizade com Carlos. Foi ao bar, pediu um Campari, e atinou para sua musa. Ela dançava, balançava os cabelos, e tudo isso sem sair do salto alto. Júlio não conseguia para de observar aquelas pernas de louça, firmes...

“Vai falar com ela?”, pergunta Carlos, já pelas tantas. “Você tem que tomar coragem, rapaz.”

“Ainda não encontrei nenhuma oportunidade, mas quero que minha primeira impressão seja boa.”

“Porque você não começa realizando os quatro testes, para verificar se a moça é realmente uma mulher. É um teste infalível”, Carlos explica os quatro testes a Júlio, que os decora e decide aplicá-los. “E não se esqueça, caso algum teste falhar, é sinal que ela não é bem uma dama.”

Já pela manhã, Carlos vai embora, e de soslaio, vê Júlio acariciando o pescoço da moça na calçada da boate, permeada com urina e copos plásticos. “Bom sinal”, pensa o rábula psiquiatra, enquanto volta para casa.

No dia seguinte, ele vai fumar diamba em sua laje preferida, que tem uma bela vista da península de Búzios, e enxerga Júlio vindo em sua direção. Visivelmente perturbado e enfurecido, o rapaz senta-se ao lado do amigo e vocifera.

“Nunca mais aquela vadia vai aparecer na boate, pode escrever”, e começou a contar a história da noite anterior. “Já estava tarde, acho que umas cinco da manhã, quando me aproximei dela. Faceira, só me falava com o olhar, e dançava insinuando-se a mim. Não me aguentei, e a convidei para fumarmos uma diamba lá fora. Ela me pegou pela mão, e pude sentir sua pele macia na minha.”

Os olhos de Carlos estavam longe do horizonte e sua mente podia imaginar todas as pequenas nuances que a história lhe apresentava. Júlio prosseguiu.

“Já na rua, encostei-a na parede, e ofereci-lhe-a um trago, prontamente aceito. Ela fumava de forma muito elegante, e seus olhos vermelhos me enchiam de tesão. Resolvi, então, aplicar os quatro testes que você me ensinou. Primeiramente, fiz o teste do pomo de Adão. Fingi que estava acariciando seu pescoço, mas na verdade o apalpava em busca de alguma saliência comprometedora. Nada encontrei, e continuei o teste.”

Carlos se lembrava da cena, a última que viu dos dois. Interessado, apenas meneava com a cabeça e demonstrava espanto com as sobrancelhas, para não interromper o fluxo de palavras cada vez mais rápido.

“O segundo teste foi até mais simples”, prosseguiu Júlio, “o teste da voz. Perguntei a ela seu nome, e sem surpresas respondeu-me um nome feminino, falado em sussurros e pausadamente. Enfim, nada de voz masculinizada, e ela passou no segundo teste. O terceiro, você sabe Carlos, é mais invasivo, e por isso fumei mais um pouco antes de aplicá-lo. Já estávamos tontos quando finalmente fiz o teste das genitálias, e passei a mão em seu sexo, à procura de um volume improcedente em uma mulher. Mais uma vez, nada encontrei, e já contava com minha vitória. Estava excitadíssimo, e nossa conversa fluía muito bem. O quarto e derradeiro teste teria de ser uma moleza, pois era o teste da ética.”, e faz uma pausa para tragar diamba.

“Caramba Júlio, você aprende rápido mesmo!”

“Com certeza. Mas como ia dizendo, o teste da ética teria de ser o mais fácil. ‘Você é uma menina?’, perguntei a ela conforme você me ensinou, ao que me responde ‘Sou sim, bebê’. Pronto, teste finalizado com sucesso. Ela não tinha gogó, nem voz de homem, nem um pau, e confirmou tudo isso depois. Convidei-a para visitar minha casa, onde poderia mostrar-lhe a minha coleção de identidades, de duzentos e dezesseis países diferentes, incluindo Mônaco e Palestina.”

“Lá chegando”, levantou Júlio a voz, impedindo que Carlos fizesse qualquer comentário antes da conclusão, “mostrei-lhe algumas cédulas, mas logo começamos a nos beijar. Sua boca era tenra, sua língua lépida. Suas mãos me massageavam como nunca nenhuma mulher fizera, e falava-me sacanagens no ouvido. Rapidamente deixou-me nu, chupando meu pau como se estivesse cheio de mel. Virou-me de costas, e como ela era muito pervertida, pedi que me algemasse e amordaçasse. E assim ela o fez. Continuou roçando seus seios incomumente duros nas minhas costas, enquanto massageava meu pênis e meus testículos como alguém que ordenha. Eu só conseguia sentir o momento e todas as sensações inexprimíveis pela mordaça. Finalmente, ela tira a calcinha e também fica toda nua, e começa a me currar.”

“Currar?”, responde o amigo de supetão, engasgando com a própria guinada que a história tomou.

“Sim, currar. Não sei se foi o excesso de diamba, ou mesmo a charlatanice dele, mas o filho da puta conseguiu me enganar nos quatro testes, me amordaçar e comer meu cu. Mas repare bem, estava deitado de quatro, amordaçado e algemado, nada pude fazer a respeito. Lembro que seu pau era roliço e vascularizado, às vezes até bruto, e ejaculou no mínimo duas vezes. No dia seguinte, acordei em meu colchão, nu, já desfeito de qualquer entorpecência, mordaça ou algema. Vi a moça ao meu lado, igualmente nua e com o pênis ainda ereto.”

“Senti-me traído e enganado!”, bradou Júlio de punho em riste. “O veado me enganou, e você sabe que não sou homem que deixa essas coisas baratas, principalmente com uma bicha daquelas. Mesmo dormindo, comecei a socar-lhe os dentes que me tiveram e os olhos que me instigaram. Ele acordou assustado e já sangrando, enquanto eu continuava a socá-la forte. Dava pontapés, cuspia, deixei minha raiva tomar conta da situação. Ele implorava para parar, mas não me importava. Você sabe, cada um tem o que merece! Quando fui buscar meu revólver para matá-lo, ele conseguiu escapar. Ainda pude tentar alguns tiros em vão, e ver sua imagem ensanguentada e nua correndo ladeira abaixo. Jurei-o de morte caso voltasse à boate ou a qualquer lugar aqui ou na península, e pode acreditar, cumpriria meu dever sem pensar duas vezes.”

Aquela história era surpreendente. Havia muito por trás, talvez nem Freud, talvez nem Jung, soubessem a origem de tudo. Carlos, homem experiente em clinicar, dessa vez ficou boquiaberto. Tudo que sabia sobre egos ou deuses gregos estava posto em cheque. Mas resolveu continuar.

“Mas então Júlio, qual a conclusão que você tira disso tudo?”, pergunta o analista.

“A única coisa que posso dizer é que odeio homossexuais, veados, bichas, e afins. Todos são mentirosos, pérfidos e deveriam morrer!”

Júlio levanta-se de supetão, e despedindo-se apenas com um aceno, volta a subir para sua casa. Carlos da uma tragada, respira fundo, e começa a dar risada, deliciando-se com a ironia e a sutileza que a alma de suas clientes se utiliza para florescer.

Nunca mais Júlio apareceu na boate.

Nem Samanta.

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