Junho é o mês de analisarmos, no Blog Bonas Histórias, as obras e a carreira literária de Agatha Christie. Depois de estudarmos um escritor brasileiro em maio (Graciliano Ramos), nada mais natural do que apontarmos agora os olhos para um autor estrangeiro. E pela primeira vez no Desafio Literário, teremos uma mulher como foco de estudo. Já era hora, né?
Agatha Christie é uma inglesa que nasceu no final do século XIX no sul da ilha britânica, perto do Canal da Mancha, e se tornou mundialmente conhecida como uma escritora de romances policiais. Apelidada de “Rainha do Crime” pela sua especialização e excelência nos romances investigativos, a escritora também atuou como contista, dramaturga e poetisa.
Falecida em 1976, Christie é considera a romancista de maior sucesso no mercado editorial. Seus mais de oitenta livros venderam conjuntamente mais de quatro bilhões de exemplares no mundo todo. Para se ter uma ideia do que isso representa, apenas William Shakespeare e a Bíblia possuem números superiores. “O Caso dos Dez Negrinhos" (também chamado de "E Não Sobrou Nenhum"), sua obra mais conhecida, atingiu a marca de 100 milhões de livros vendidos nos quatro cantos do planeta. Traduzida para mais de 100 idiomas, a inglesa criou um ícone da cultura contemporânea: o investigador Hercule Poirot. O detetive belga é o responsável por desvendar os crimes na maioria dos romances da inglesa.
Agatha Christie proveu algumas inovações na literatura policial. Ela foi a precursora em terminar suas histórias com um final surpreendente, não permitindo que o leitor descobrisse facilmente os mistérios das suas tramas.
A iniciação na literatura profissional aconteceu quando a moça tinha 30 anos. O romance de estreia foi “O Mistério Caso de Styles”, publicado em 1920. Nesta época, Agatha Christie ainda estava unida com o piloto das Forças Armadas inglesa com quem fora casada por doze anos. O casal teve uma única filha. Já nessa primeira história somos apresentados ao detetive Poirot.
Nos três anos seguintes, são publicados cinco livros, a maioria com o personagem do investigador belga no enredo. É desse período a publicação de “O Inimigo Secreto”, a primeira aventura do casal de detetives amadores Thomas Beresford e Tuppence.
Em 1926, veio o retumbante sucesso com o lançamento de “O Assassinato de Roger Ackroynd”. Essa obra foi a responsável por tornar a escritora nacionalmente conhecida. Nessa história, Agatha Christie já estabelece a forma narrativa em que ficaria caracterizada, invertendo a lógica na qual os romances policiais eram escritos. Apesar do grande apelo popular que o livro teve, houve também muitas críticas em relação à autora, que estaria deturpando a forma tradicional de escrita dos romances.
Nesse mesmo ano, o marido de Agatha Christie pediu o divórcio, fugindo de casa para viver com uma nova mulher. Assim, a escritora passou a cuidar sozinha da filha e enfrentou uma série crise emocional, o que a fez interromper por algum tempo a escrita. Em 1930, a romancista se casa novamente, agora com um jovem assistente, catorze anos mais novo do que ela. Esse matrimônio durou até o falecimento dela, em 1976.
Ao lado do segundo marido, Christie viajou o mundo, construindo cenários e novos enredos para os seus livros. Um bom exemplo disse é “Morte na Mesopotâmia”. A partir de uma visita ao sítio arqueológico de Ur, no atual Iraque, a escritora criou uma trama que se passa nessa localidade. Com o segundo casamento, a carreira da escritora deslancha. Ela passa a escrever ininterruptamente, lançando ao menos uma nova obra por ano até o final da década de 1970. Durante os anos de 1930 e 1940, a média de lançamentos é de dois livros inéditos por ano.
Em 1934, chegou às livrarias uma das mais famosas histórias da britânica: “Assassinato no Expresso do Oriente”. Adaptado mais tarde para o cinema, para a televisão e para o teatro, a trama se tornou um ícone na literatura mundial.
O maior sucesso chegou em 1939. “O Caso dos Dez Negrinhos” é o nome original da obra. Devido à acusação de racismo no título, ela também pode ser encontrada como “E Não Sobrou Nenhum”. Essa foi outra história adaptada com êxito para o teatro, para a televisão e para o cinema.
O último livro da série do detetive Poirot foi publicado um mês antes da morte da escritora. Em dezembro de 1975, depois de ficar mais de três décadas trancado em um cofre, chega às livrarias "Cai o Pano". Nessa trama sabemos o desfecho da história de um dos mais importantes personagens da literatura mundial.
Para conhecer mais sobre essa trajetória impressionante e me aprofundar nesta rica coleção de Agatha Christie, lerei e analisarei criticamente cinco livros da Rainha do Crime. Em minha lista estão somente romances policiais, todos entre as principais obras da inglesa: “E Não Sobrou Nenhum”, "Cai o Pano", "O Assassinato de Roger Ackroyd", "Morte na Mesopotâmia" e "O Inimigo Secreto".
Não perca o Desafio Literário de junho do Bonas Histórias. O primeiro livro de Agatha Christie que será analisado no blog é "O inimigo secreto" (Record). O post com a crítica desta obra será publicado no dia 5, próximo domingo. Até lá!
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