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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural (literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura e gastronomia), o Blog Bonas Histórias analisa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 43 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

Foto do escritorRoberto S. Inagaki e Ricardo Bonacorci

Novela: O Ghost Writer - Capítulo 1, Oportunidade Imperdível


O Ghost Writer - Capítulo 1 - Oportunidade Imperdível

Descíamos com cuidado a rampa do estacionamento destinada à carga e descarga do edifício La Tour des Merveilles. Passamos pela face lateral da portaria e alcançamos o jardim do prédio. Em um dia normal, os visitantes deviam adorar aquela paisagem bucólica recheada de verde natureza. Contornamos, indiferentes ao cenário, o hall de entrada e seguimos em direção ao elevador de serviço. Trazíamos, dessa vez, a cama box king size da Dona Cristiane. Plásticos-bolha protegiam as extremidades do móvel. Além do peso da estrutura de madeira compacta, eu e Raul precisávamos zelar pelas beiradas da cama. Qualquer batidinha poderia comprometer a peça e, o que era pior, levar a Rachel à loucura. Apesar de nutrir um ódio mortal pelas extravagâncias dos clientes, éramos profissionais suficientes para não destruir nada a machadadas.


Já estávamos naquele trajeto entre o caminhão e o apartamento do vigésimo quarto andar há pelo menos quatro horas e meia. O Peixoto nos esperava com a fisionomia impaciente de quem queria almoçar a qualquer custo. Com o colchão encostado em uma das vigas, ele tomava um gole de sua garrafinha de água como se aquilo fosse enganar o estômago. Ao lado do colchão, havia outros objetos do dormitório da viúva: um criado-mudo, uma penteadeira espelhada, um armário baixinho e pelo menos meia dúzia de caixas grandes, que provavelmente continha sapatos. Aquela era a última parte da carga a ser levada para a cobertura. Quando chegamos com a cama, Peixoto já tinha chamado o elevador, apertado o botão do andar do nosso destino e bloqueado a porta, mas ainda não tinha colocado nada dentro. Esperava alguém para tomar as decisões, literalmente, cabíveis.


Ao apoiar minha parte da cama no solo, olhei para o elevador e, depois, para o Raul. Ele também não estava com a cara nada animada. Pelo visto, só eu conseguia manter o humor inalterado, mesmo sabendo que o momento mais crítico do nosso trabalho daquela quarta-feira se anunciava. Se as coisas saíssem erradas agora, teríamos que subir a cama pelas escadas. O lombo de ninguém merece uma tortura como essa. Por outro lado, se a cama coubesse no elevador, em vinte minutos estaríamos dentro da boleia do caminhão em direção a nossas casas. Permaneceríamos, ainda assim, cansados e com fome, mas com a sensação de alívio por evitar o pior pesadelo de quem faz mudanças: as escadas.


– Não vai entrar – decretou Peixoto com a convicção de quem já fazia aquilo há mais tempo do que eu e o Raul juntos. Sempre que o Álvaro e a Rachel não estavam por perto, o gorducho mal-humorado se metia a sabichão.


– Cala a boca! Você sempre diz isso.


– É verdade, Peixoto. Guarde seu pessimismo pra outra hora – defendi o Raul sem pestanejar – Nem chegamos direito com a cama e você já fala que não vai caber.


– Como se eu não tivesse visto o tamanho dela pelo colchão... Olha só para este elevador. É minúsculo!


Dessa vez tivemos que concordar. Se não era minúsculo, também não era grande o suficiente para fazermos a parte derradeira da mudança sem sobressaltos. Estava aí justamente o principal problema dos novos edifícios da cidade de São Paulo. Os caras construíam prédios maravilhosos com elevadores cada vez menores. Por que economizar em algo que as pessoas usam tanto, hein? Juro que não entendo! Ou os arquitetos e engenheiros estão loucos ou não conversam com quem faz as camas modernas. Nesse sentido, talvez os construtores estejam corretos e caiba aos designers dos novos leitos o papel de verdadeiros vilões dessa história. Na certa, o desgraçado que inventou a cama king size nunca fez uma mudança na vida ou não tinha pretensões de ter uma vaguinha no Paraíso.


– Parem de reclamar e vamos tentar colocar esse trambolho aí dentro.


Depois da minha proposta aparentemente óbvia, Raul e Peixoto largaram a momentânea letargia resmunguenta e começaram a me ajudar a encaixar a geringonça no elevador. Realmente, aquela tarefa não era para amadores. Tentamos embocar a cama por quatro jeitos diferentes: de lado, de pé, invertido e socando tudo com raiva. E, infelizmente, não conseguimos qualquer êxito. Em meio à nossa decepção, Raul largou o que estava fazendo e nos deixou.


– Onde você pensa que vai?! – Peixoto, que estava dentro do elevador, gritou com parte da cama ainda em mãos. Em seguida, olhou para mim esperando uma interpretação mais ou menos lógica para a postura enigmática do nosso colega – Esse infeliz está querendo abandonar o barco justamente agora? Ou será que vai se suicidar rapidinho lá fora? Se for, poderia ao menos esperar um pouco mais. Vamos precisar de todos os braços lá na escadaria, né?


– Não, seu tonto. Ele foi chamar o Álvaro no caminhão. Se o Álvaro não conseguir botar a cama no elevador, aí sim estaremos ferrados – Apresentei minha hipótese enquanto colocava a parte do móvel que segurava no chão.


É fato que não usei os termos “tonto” e “ferrados” no meu discurso acima. Preferi, no calor da emoção, sinônimos que não se enquadram ao estilo elegante do texto deste livro. Mas era verdade verdadeira que ninguém era melhor do que o nosso motorista na arte de encaixar as coisas volumosas em locais mínimos. E digo isso sem qualquer trocadilho de cunho sexual. Até porque o Álvaro, um senhor de cinquenta e sete anos, teve mais filhos do que todos nós juntos. Ele era daqueles que conseguiam colocar um piano em uma caixa de fósforo com a tranquilidade com que o Peixoto devorava um prato de arroz com feijão ou com que o Raul passava uma tarde inteira sem dizer uma só palavra.


– Fazer o quê? Vamos esperar o milagreiro chegar, né? – Meu colega colocou no solo a parte da cama que ainda estava suspensa e soltou um ruidoso suspiro. Sua reação era um misto de desanimo, impaciência e frustração. Orgulhoso, ele devia preferir subir com o móvel pela escada a ver o Álvaro ser bem-sucedido em uma tarefa que ele malograra.


Nesta hora, meu celular tocou. De imediato, achei que fosse a Dora querendo saber onde eu estava e a que horas voltaria para casa. Mas não era ela. Era um número não identificado. Aí gelei. Sempre que isso acontecia era alguém me lembrando das contas atrasadas. Ou, no melhor dos mundos, era apenas uma chamada inútil de telemarketing. Na semana retrasada, até o seu Agenor, o dono do nosso apê, usou-se de um número não identificado para me cobrar os dois meses de aluguel em aberto. É claro que quando ele me ligava do celular dele, eu nunca atendia.


– Atende isso logo, porra!


– Está bem – Acalmar o Peixoto era o mais importante naquele instante. O cara já estava com fome, cansado e pessimista. Se ficasse nervoso, aí seria uma temeridade total. Confesso que estava envergonhado de não atender à ligação, como se tivesse algo delicado a esconder. Porém, também ficaria constrangido de discutir pendências financeiras na frente do gordinho rabugento. Se eu tivesse sorte, seria apenas uma chamada de telemarketing. Vamos pensar positivo, gente! Caminhei em sentido oposto de onde estava o Peixoto e interrompi o ringtone que ecoava pelo andar do prédio – Alô?


– Fala, meu escritor favorito! – Do outro lado da linha, Paulo me saudava com sua tradicional animação – Você está podendo falar agora? Porque tenho uma oportunidade imperdível para você.


Eita mundo cão! Na hora da ceia, o demo sempre traz mais um. O que seria pior naquele momento: uma ligação da Dora brava, um telefonema dos meus credores impacientes, ter que carregar uma cama box gigantesca nas costas por incontáveis andares, assistir ao Palmeiras sendo campeão mundial, ouvir as reclamações intermináveis do Peixoto ou receber uma chamada telefônica do dono da Editora Pomelo? Acredite se quiser: a pior alternativa era, sem dúvida nenhuma, a última.


– Vixe, Paulo. Foi mal, mas estou no meio de um servicinho. Não posso falar agora. Depois a gente troca umas ideias com mais calma, tá bem?


– Não desligue, não! Não estou brincando, meu caro. A oportunidade é realmente imperdível. Serviço de ghost writer para um livro que será o novo best-seller do mundo dos negócios. Asseguro que você irá se arrepender para sempre se não estiver nessa.


– Estou louco para me arrepender, Paulo. Então, aí vai o meu não: NÃO! Tchau.


– Como assim? Você fala não sem ouvir os termos da proposta.


– A questão é que não trabalho mais como escritor. Estou fora dessa. E você sabe muito bem disso!


O que disse era totalmente sincero, fruto de meses de reflexões e de discussões lá em casa. Por menos glamuroso que parecesse, trabalhar com mudança sempre foi um emprego seguro e razoavelmente rentável. Infelizmente, as mesmas características não poderiam ser ditas sobre o ofício de escritor no Brasil. Quem me alertou para esse fato pela primeira vez foi a Rachel, a dona da BonaBelle Organização & Mudança. Depois, a Dora concordou com o ponto de vista da minha patroa. As duas sempre se deram muitíssimo bem. O que uma dizia, a outra concordava. Nem mesmo as melhores associações patronais eram tão unidas.


Em primeiro lugar, fazer mudança é o típico negócio que nunca entra em crise nem sofre grandes oscilações de demanda. Você já pensou nisso? Tanto na prosperidade econômica quanto na recessão, as famílias de todas as classes sociais trocam de residências. Além disso, são poucas as pessoas que optam por fazer sozinhas esse tipo de serviço. Pelo menos é assim aqui em São Paulo. Sempre é preciso contratar alguém com um bom caminhão para fazer o leva-e-traz com segurança. Afinal, tem algo mais importante, quando pensamos no lado material, do que aquilo que guardamos em nossas casas, hein? Duvido!


As vantagens de se trabalhar com mudança residencial não param por aí. Não passa pela cabeça de ninguém, por exemplo, deixar de pagar a equipe que fez a sua mudança. Ao ver o nosso trabalho pesado, e põe pesado nisso, todos se solidarizam conosco, até as almas mais trambiqueiras. “Coitadinhos, eles não merecem ir embora exauridos dessa forma sem levar o deles”, devem pensar. E, por fim, tem a questão de que se não recebermos direitinho, podemos armar um escândalo na porta da nova moradia do cliente. O que seus novos vizinhos não vão pensar se eles não pagarem nem os meninos da mudança?


Por essas e outras, fazer mudança era o meu ganha-pão. Se não era a profissão mais lucrativa do mundo ou aquela em que sonhava desempenhar quando criança, ao menos não me deixava passar necessidades. Entre idas e vindas, estava há quase seis anos na empresa da Raquel.


Confesso um tanto constrangido que nem sempre pensei assim. Há alguns anos tentei viver somente da profissão de escritor. Talvez estivesse mais iludido com a nova atividade, que requeria menos esforço braçal e conferia um certo status, do que ciente da roubada em que estava me metendo. Fiz inclusive faculdade de Letras, veja só. Abandonei o curso de Administração no meio para me preparar devidamente à nova carreira. Foi justamente aí que minha vida desandou...


O difícil não foi entrar na nova profissão. Um pouco antes de me formar, já tinha três editoras de bons níveis como clientes. O complicado foi receber meu pagamento. É praxe desse mercado a remuneração posterior. Das quatro obras que produzi, sempre como ghost writer – aquele sujeitinho que escreve o texto para um autor mais renomado, mas que nunca aparece para o público –, tomei calote em três. Por falar nisso, abraços, Sr. Farinha e Sr. Joserelli. A família manda lembranças!


Até pensei, no início, na possibilidade de fazer as mudanças de dia e escrever à noite. Mas não deu certo. Como consequência, não trabalhei com a Rachel de maneira fixa por quase um ano. Praticamente só aceitava as mudanças quando não tinha nada para escrever ou quando a situação financeira lá de casa já tinha se tornado calamitosa. Nesse sentido, a Rachel foi super compreensiva, entendendo os dois lados da minha situação: quando priorizei a escrita e, depois, quando precisei voltar correndo para a BonaBelle.


Outra que foi muitíssimo fofinha foi a Dora. Ela me deu todo o apoio necessário, segurando sozinha as pontas e me incentivando até onde dava. Se pensarmos bem, até para ela seria bom eu virar escritor. Onde já se viu uma advogada classuda ter como marido um sujeito que passa os dias descabelado carregando caixas e móveis para cima e para baixo? Ela nunca reclamou explicitamente, mas sempre evitou me apresentar para as amigas. A exceção foi obviamente na fase em que eu trabalhava com as editoras. Aí nosso lar se tornou sede dos encontros mensais das Amigas Para Siempre, grupelho das ex-colegas de faculdade de Direito. Sempre que havia visitas, Dora me anunciava toda orgulhosa: “Meninas, o meu marido está escrevendo um livro. Ele é escritor, sabe, ghost writer. Amor, venha aqui dar um oi rapidinho para as meninas”.


– Parar de escrever?! Não estou sabendo de nada. Mas por quê? O pessoal adorou seu livro e agora temos em mãos um projetão, coisa grande mesmo, que dará uma boa grana para todos, inclusive para você.


– Paulo, vê se entenda de uma vez por todas. Não é má vontade da minha parte, já te disse isso um milhão de vezes. Se eu voltar a escrever, a minha mulher me mata. Trucida pra valer! Você sabe como ela pode ser brava quando fica contrariada, né? E se bobear, ela mata você junto. Não quero ser, ao mesmo tempo, vítima de um assassinato e responsável por outro.


– Juro que não entendo a relutância dela. Escrever é muito melhor do que fazer mudanças, meu caro.


– Nananinanão! Será que você já se esqueceu dos calotes que recebi? Ou melhor, que não recebi...


– Pera lá! O mercado editorial vive uma séria crise. Você sabe disso. Tem várias empresas por aí com problemas financeiros, de fluxo de caixa e com muitas dívidas na praça. Se você não recebeu das outras editoras, eu não tenho nada a ver com isso. Que fique bem claro: a Pomelo te pagou direitinho. Não foi? Por causa dos outros, então, você deixará de prestar novos serviços para a única empresa que pagou? Não faz o menor sentido.


– Você tem razão em parte. O problema é que combinei com a Isadora que não ia pegar mais trampos em editoras... Ainda não conseguimos colocar as contas em dia. Para você ter ideia, meu aluguel está atrasado. Se vacilar mais um mês, é despejo.


– Ok. Se a questão é money, então falemos de money. De quanto estamos falando exatamente?


– Ah?! Você quer saber o valor do meu aluguel?


– Não! – dá uma risada nervosa – Quero saber o valor que você está pedindo para escrever um livro sobre estratégia empresarial. O autor mora em São José dos Campos e você precisará ficar por lá alguns meses. Já adianto que o sujeito não é fácil.


– Ai, ai, ai, Paulo. Você não consegue entender quando a gente diz não, né? – Vi a chegada do Álvaro e do Rui. Eles se juntaram ao Peixoto e o trio começou a discutir o que fazer no elevador. De longe dava para ouvi-los. Para ninguém escutar o meu entrevero ao telefone, me afastei um pouco mais – Será que você não tem outra pessoa para fazer esse job?


– Tenho sim. Conheço uma porrada de gente. Mas você é o melhor escritor para esse livro. Vai por mim, raramente me engano como editor – Fez um silêncio de alguns segundos como se esperasse o efeito de suas palavras no meu ego. Depois, com a fúria de um felino em direção à presa indefesa, voltou a falar com a firmeza de quem nunca é contrariado – Para você não ter problemas em casa, aceito até pagar adiantado pelos seus serviços. Que tal? Estamos acertados agora?


– Receber adiantado?! Aí então que não topo mesmo. Ninguém paga adiantado no Brasil, Paulo. E se você está fazendo uma proposta dessa é porque deve ser uma fria danada.


– A sua conta no banco ainda é a mesma?


– Sim. Por quê?


– Estou transferindo agora mesmo o valor.


– Não é assim, merda! Vire mais para a direita, mais... Agora empurrem. Força! – Os gritos do Álvaro chegavam a mim demonstrando a dificuldade da operação no elevador. Eles lá sofrendo com a cama e eu no telefone jogando conversa (e quem sabe dinheiro) fora. Pelo que pude ver, até a Rachel e alguém do prédio, talvez o síndico, sei lá, tinham se juntado ao incrível exército de Brancaleone.


– Paulo, não faça isso. Não vou escrever mais nada. Agora vou desligar porque estão precisando de mim.


– Um segundo... quase lá... pronto! Já depositei. Veja se o valor te agrada. Pela sua resistência, conferi um bom reajuste. Se não estou enganado quanto ao valor da outra vez, esse é pelo menos dez vezes superior.


– O quê?


– Se você e a Isadora não quiserem, é só transferir amanhã o dinheiro de volta para a conta da editora. Caso contrário, na sexta-feira eu te ligo para conversarmos mais sobre o projeto do novo livro. Até mais, meu caro. Abração.


– Até... Abraços.


Fiquei não sei quanto tempo estático com o aparelho mudo no ouvido. Será que o que acontecera ali era verídico? Alguém seria capaz de me pagar adiantado e, ainda por cima, uma bolada para escrever um livrinho de negócios? Será que eu ouvira direito? Entendi que ele dissera dez vezes mais. Pode ser que o Paulo tenha se confundido, coitado. Talvez tenha desejado falar 10% a mais, o que ainda assim era um bom valor. Sim, deve ter sido essa a confusão. O que era certo e imutável era o fato da Dora me matar quando soubesse o que aconteceu. Ah, ela iria ficar doida da vida comigo. Só não sei como seria a minha morte: facada, estrangulamento, tiro ou arremesso pela janela.


– Oh, frangote, vamos acabar com esse intervalinho e voltar ao trabalho – Era o Peixoto vindo em minha direção com um humor do cão. O tom de voz me indicava o resultado do que havia transcorrido há pouco no elevador – Prepare seus bíceps e tríceps porque o trampo vai ficar tenso agora.


E, assim, com um sorrisinho maroto que insistia em não sair do meu rosto, comecei a me preparar física e psicologicamente para a atividade mais difícil e perigosa da quarta-feira: convencer a Dora, quando chegasse em casa, do que havia acertado com o Paulo. Perto disso, o que viesse pela frente naquele dia seria sossegado.


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