Você deve conhecer pessoas que não ligam para o dinheiro, para o status, para os bens materiais e para uma vida de luxo e de mordomia. Essas pessoas parecem viver muito bem de maneira simples, optando por experiências mais humanas e gratificantes. De certa forma, elas agem o tempo inteiro em busca da qualidade de vida e da existência plena (completa). Aposto que você conhece alguém assim?
Para retratar esta prática, que vem ganhando a cada dia mais adeptos no Brasil e no mundo, André Cauduro D'Angelo, professor universitário do Rio Grande do Sul, escreveu o livro "Por Uma Vida Mais Simples" (Cultrix). Nessa obra, o autor gaúcho apresenta o conceito da Simplicidade Voluntária, ou seja, a prática de buscar a simplicidade como meio de vida. É, obviamente, uma corrente oposta ao consumismo, ao capitalismo desenfreado, ao culto aos workaholics e ao individualismo.
Adorei o livro de D'Angelo. "Por Uma Vida Mais Simples" começa contando o histórico da Simplicidade Voluntária: do seu surgimento na Europa no século retrasado até a sua expansão nos Estados Unidos no século XX. A publicação aborda as teorias e as concepções dos principais praticantes dessa filosofia de vida. Depois, na segunda parte da obra, apresentam-se casos reais de pessoas que praticam a Simplicidade Voluntária no Brasil. Os relatos são incríveis. Há o caso da mulher que largou sua residência gigantesca na grande cidade para morar em um barraco em uma região inabitada. Do executivo que largou as longas jornadas de trabalho e a vida agitava para trabalhar apenas oito horas semanais. E o casal que saiu de São Paulo para montar um restaurante no litoral do Piauí.
O correto é respeitarmos todos os estilos de vida. Afinal, cada um tem o direito de fazer o que bem quiser da sua vida. Contudo, não deixa de ser salutar analisar aqueles que optam por nadar contra a corrente. E está exatamente aí o ponto mais positivo desta obra. No livro de André Cauduro D'Angelo, podemos compreender os pensamentos, os interesses e as aspirações dos praticantes da Simplicidade Voluntária. Por isso achei tão bom o livro. Identifiquei-me com seus conceitos e valores. Trata-se de uma boa opção de leitura para quem deseja abrir a mente e fugir do consumismo e do individualismo reinantes em nossa sociedade nos dias de hoje.
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