Muito, muito bom! Excelente! Essa foi a sensação que tive ao fechar a última página do livro "Perdido em Marte" (Arqueiro), escrito por Andy Weir. Li esta obra no final do ano passado e gostaria de comentá-la aqui. O livro é uma ficção científica muito bem embasada (foi eleita pela revista Veja como a melhor ficção científica de 2014) e é completamente viciante. Para quem não conhece a história criada por Andy Weir, vou contá-la.
Mark Watney é um astronauta da NASA (National Aeronautics and Space Administration) especializado em botânica. Watney é enviado junto com colegas para uma missão no planeta Marte. Depois de uma forte tempestade de areia, enquanto fazia uma operação em campo, o biólogo se perdeu dos colegas e é dado como morto por todos. Sem conseguir recuperar o corpo do amigo, os demais astronautas vão embora do planeta vermelho, deixando Mark para trás. Felizmente (ou seria infelizmente!), o biólogo não tinha morrido. E aí, começam os problemas para ele. Como Mark fará para sobreviver sozinho em um ambiente inteiramente hostil? Como ele avisará o pessoal da NASA que ele está vivo e que sobreviveu à tempestade de areia? Como fará para conseguir água, comida e oxigênio? Neste momento, o rapaz parece fadado ao fracasso e a morte prematura.
Para resolver a todas essas questões, surge uma habilidade marcante do personagem principal: ele consegue consertar equipamentos com grande perícia e facilidade e consegue também construir artefatos originais com poucos recursos. Mark Watney é praticamente um MacGyver - da série de televisão da década de 1990, "Profissão Perigo" (MacGyver). Aí está grande parte da graça do livro. Utilizando alternativas reais e prováveis, o autor consegue explicar como um homem poderia sobreviver em Marte. Andy Weir, o escritor por trás dessa produção, é programador de laboratório e engenheiro de softwares. Ele se esmerou em tornar o enredo o mais fiel possível à realidade (algo louvável em se tratando de uma ficção científica).
Eu tenho a impressão de que Weir é daqueles nerds que não deixa passar nada. Com isso, a história ganha em precisão técnica. Ao invés dessa característica tornar a narração chata (havia esse risco, pois cada fato e ação da trama possui uma justificativa científica detalhando o episódio), ela se torna incrível. Quem lê a obra, parece estar acompanhando o relato verídico de um sobrevivente interplanetário tamanho é a quantidade de detalhes passados na narrativa.
Assim, "Perdido em Marte" se torna viciante. Mark fica preso em Marte já nas primeiras páginas e durante todo o livro ficamos presos ao seu relato. Queremos saber se ele conseguirá sobreviver e como. O personagem se apega a sua criatividade, as suas invenções e, principalmente, ao seu inabalável humor (há divertidas sacadas do personagem principal) para se manter vivo. Cada dia é uma batalha vencida e para ganhar a guerra da sobrevivência é necessário planejamento e disciplina.
"Perdido em Marte" é um ótimo livro. Aliando um forte embasamento científico, bom humor e suspense, a obra de Andy Weir tem tudo para se tornar referência em seu gênero. Com certeza, é um dos melhores títulos de ficção científica das últimas duas décadas. Acredito que até quem não goste desse tipo de leitura, irá apreciá-la.
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