Ontem, assisti ao filme francês "Um Reencontro" (Une Rencontre: 2014) no Reserva Cultural. Dirigido por Lisa Azuelos, que também atuou e ficou responsável pelo roteiro, o longa-metragem me agradou muito principalmente pela forma como a história foi contada (filmada).
Pierre (François Cluzet, de "Intocáveis") é um advogado bem-sucedido e com uma vida estável. Tem dois filhos e uma bela esposa, na qual ama e é fiel. Sempre dedicado à família, Pierre conhece a escritora divorciada Elsa (Sophie Marceau, de "007 - O Mundo Não é o Bastante") em uma festa. Elsa é uma mulher bonita, independente, com três filhos e que busca encontrar um homem para amar. Porém, ele não pode ser casado. Ela abomina qualquer relacionamento com alguém que já esteja comprometido. Portanto, um relacionamento entre o advogado e a escritora é algo impossível a princípio. A princípio....
Desde o primeiro instante, Pierre e Elsa são atraídos por uma paixão avassaladora que deixa a lógica e a prudência de lado. Mesmo fazendo de tudo para não se encontrarem, o destino acaba os colocando várias vezes frente a frente. E aí, como fazer para conter os desejos e os impulsos da nova paixão? Pierre precisará decidir entre o amor ao seu matrimônio e a atração por uma mulher linda fora do casamento.
Como já falei, gostei muito de "Um Reencontro". Apesar de o enredo ser um tanto convencional (dúvidas de um homem casado entre iniciar um caso fora do casamento e a manutenção da fidelidade à família), o ponto chave dessa produção está na forma como ela foi filmada (aí precisamos dar créditos para a diretora e roteirista Lisa Azuelos). As incertezas, os sonhos, os desejos e os medos dos personagens principais são retratados de uma maneira que às vezes não sabemos se eles estão pensando ou se aquilo está acontecendo de verdade. Ou seja, há certos elementos oníricos na trama. Eles dão graça e profundidade para a história. O filme é praticamente uma coletânea de coisas que poderiam acontecer e não acontecem. De fatos que os personagens sonham em fazer, mas acabam evitando.
Além disso, algumas cenas ganham maior apelo e maior emoção como consequência da forma como foram editadas e filmadas. A inovação na edição do filme fica clara na parte em que Elisa e Pierre se encontram após caminharem no corredor do hotel em Londres. Contudo, há outras cenas interessantes nesse sentido. É tão bom ver quando um diretor sai do convencional e tenta (e consegue) encontrar novas opções de filmagem.
A química do casal principal também precisa ser mencionada. François Cluzet e Sophie Marceau exalam sensualidade e paixão. Eles estão muito bem em seus papéis e convencem o público desde a primeira cena. Impossível não torcer para eles ficarem juntos.
Outro aspecto que gostei bastante foi o final da trama. A história termina surpreendendo o público. Ao invés de jogar para a plateia, com um encerramento ao estilo Hollywood, o filme não faz qualquer tipo de concessão.
"Um Reencontro" é um filme muito bom e rápido. Ele não tem nem uma hora e meia de duração. Quando eu vi, ele já tinha terminado. A qualidade dele, portanto, não está nos minutos de duração e sim na forma como foi filmado.
Veja o trailer deste longa-metragem:
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