Falar das qualidades de Meryl Streep como atriz é chover no molhado. Ela talvez seja a melhor atriz norte-americana da atualidade. Ela consegue transformar pequenos papéis em grandes personagens e pequenas produções em grandes longas-metragens. Mesmo assim, foi surpreendente vê-la interpretando Ricki, uma cantora veterana, no filme "Ricki and The Flash - De Volta Pra Casa" (Ricki and The Flash: 2015). Sinceramente, não sabia que Streep, além de excelente atriz, era também uma exímia cantora.
"Ricki and The Flash - De Volta Pra Casa" foi dirigido por Jonathan Demme, de "O Casamento de Raquel" (Rachel Getting Married: 2008), "Sob o Domínio do Mal" (The Manchurian Candidate: 2004) e dos clássicos "Filadélfia" (Philadelphia: 1993) e "Silêncios dos Inocentes" (The Silence of the Lambs: 1991), e contou com um orçamento de US$ 18 milhões. Além de Meryl Streep, a nova produção de Jonathan Demme tem as presenças de Kevin Kline (interpretando o ex-marido de Ricki), Mamie Gummer (a filha de Ricki, que também é filha de Streep na vida real) e Rick Springfield (o namorado e parceiro musical da personagem principal, que na vida real também é músico).
A história desta comédia dramática relata a vida um tanto decadente de Ricki, a vocalista da banda The Flash, formada por integrantes com mais de cinquenta anos de idade. Cada músico da The Flash possui um emprego formal (Ricki é operadora de caixa de um supermercado) e a noite todos se apresentam juntos em um pequeno bar, onde são as grandes estrelas do local. O problema de Ricki (este é o seu nome artístico, seu verdadeiro nome é Rebeca) é que ela abandonou a família há muitos anos em Indianópolis para viver como artista na costa Oeste norte-americana.
O tempo longe do ex-marido e dos filhos será sentido agora quando ela retorna para o convívio com os familiares. O ex-marido telefonou dizendo que uma das filhas de Ricki tinha se divorciado e a moça estava vivendo uma crise depressiva, precisando do apoio materno. Ao voltar para Indianápolis, a cantora veterana descobre o grande ressentimento dos familiares em relação ao seu abandono de décadas atrás.
O enredo é baseado na vida da sogra de Diablo Cody, roteirista e produtora do filme, que cantou Rock'n Roll por muitos anos. Cody chega a aparecer no filme, nas cenas finais. Ela dança durante o casamento de um dos filhos de Ricki, quando The Flash toca "I Still Haven't Found What I'm Looking For".
O que mais chama a atenção neste filme são as cenas musicais. Ricki e sua banda estão sempre no alto do palco desfilando seu repertório roqueiro. E é impressionante ver Meryl Streep cantando. Ela realmente incorporou a roqueira e convence no papel. Este é, sem dúvida nenhuma, o ponto alto desse longa-metragem. A trilha sonora, como não poderia ser diferente, é ótima.
O enredo dramático protagonizado pelos conflitos familiares também puxa o filme para cima. As brigas e os ressentimentos existentes entre os personagens provocam a reflexão sobre se é válido uma mãe abandonar os filhos para viver os seus sonhos pessoais. Nada é óbvio quando analisamos essa questão profundamente. Há, é verdade, outras questões conflituosas: as ideias políticas antagônicas dos personagens, um dos filhos de Ricki é gay, outro leva uma vida hipster de veganismo e anticapitalismo e a nova esposa do ex-marido de Ricki se considera a verdadeira mãe dos filhos do marido.
Este é aquele tipo de filme para ver e, principalmente, ouvir. E para aplaudir de pé, outra vez, Meryl Streep.
Veja o trailer de "Ricki and The Flash - De Volta Pra Casa":
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