Na semana passada, assisti ao filme "À Espera de Turistas" (Am Ende Kommen Touristen: 2007). Esta produção germano-polonesa chegou aos cinemas brasileiros apenas em 2012 (ou seja, com cinco anos de atraso) e agora foi reprisada no "Cine SESI-SP no Mundo". Para quem não está sabendo, esta mostra cinematográfica está reexibindo, até o final de novembro, premiados longas-metragens de várias partes do mundo. "À Espera de Turistas" foi apresentado no sábado, dia 5. Ele recebeu vários prêmios em diversos festivais internacionais, inclusive em Cannes. A direção ficou a cargo de Robert Thalheim, de "Eltern" (Eltern: 2013), e os atores principais foram Alexander Fehling, Ryszard Ronczewski e Barbara Wysocka.
Nesta trama, Sven Lehnert (interpretado por Alexander Fehling) é um jovem nascido em Berlim que opta pelo serviço voluntário ao militar (na Alemanha, os jovens podem fazer esta escolha). Por isso, ele é enviado para a cidade polonesa de Oswiecim (antiga Auschwitz), onde ficava o mais famoso campo de concentração nazista da Segunda Guerra Mundial. As lembranças do holocausto estão por toda a parte. O principal ponto turístico do lugar é o museu que conta a histórias dos judeus exterminados pelos nazistas.
Uma vez em Oswiecim, Sven Lehnert passa a trabalhar para Stanislas Krzeminski (Ryszard Ronczewski), um sobrevivente dos campos de concentração que está idoso e requer cuidados especiais. Logo de cara, Sven percebe que é uma figura indesejada na cidade. Krzeminski o maltrata, sendo arrogante e impaciente com o jovem que veio somente para ajudar. Os demais moradores de Oswiecim também parecem olhar desconfiados para o alemão. Ninguém parece acreditar que alguém vindo do país de Hitler pode ser altruísta.
Desconcertado por tanto indiferença e ódio, Sven Lehnert começa a refletir se não fez uma péssima escolha ao servir ali como voluntário. Afinal, seu trabalho será de um ano. Neste instante, surge na vida do rapaz a bela Ania Lanuszewska (Barbara Wysocka). A moça, nascida na cidade, é intérprete e trabalha no museu do antigo campo de concentração atendendo turistas. Sven se apaixona pela polonesa e começa um namoro com ela. Assim, o jovem alemão passa a compreender mais os segredos, as dores, a história e os pontos de vistas dos moradores locais.
Achei "À Espera de Turistas" um filme bom, nada mais do que isso. Sinceramente, não compreendi o porquê ele foi tão premiado. Sua temática é forte e pesada, porém não se trata de algo novo no cinema europeu nem no cinema alemão. Falar do Holocausto e de Auschwitz há muito tempo não é um assunto polêmico. Prova disso é que o filme de Robert Thalheim consegue até mesmo fazer algumas piadinhas sobre os dramas do passado.
Os pontos mais relevantes do longo-metragem foram as atuações dos seus protagonistas. Alexander Fehling e Ryszard Ronczewski estão espetaculares. Fehling faz um jovem sem ambição e resignado com a vida. Ronczewski, por sua vez, interpreta um idoso que vê sentido em sua existência apenas quando recorda os acontecimentos trágicos do passado. Os dois fazem uma boa dupla de opostos.
No mais, não encontrei nada de especial em "À Espera de Turistas". Juro que sai do cinema me perguntando como ele pode ter ganhado tantos prêmios. Talvez seja um problema meu com as produções polonesas. Não consigo ver valor naquilo que os críticos exaltam. Depois que "Ida" (Ida: 2013) ganhou (até hoje não sei como!) o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2015, eu não duvido de mais nada. Por isso, é melhor você assistir ao longa-metragem de Robert Thalheim para tirar sua própria conclusão.
Veja o trailer de "À Espera de Turistas":
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