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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural (literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura e gastronomia), o Blog Bonas Histórias analisa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 42 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

  • Foto do escritorRicardo Bonacorci

Filmes: Desligando Charleen - O drama de uma adolescente alemã


Desligando Charleen (About a Girl: 2014)

"Desligando Charleen" (About a Girl: 2014) é uma comédia-dramática alemã ao estilo de "Juno" (Juno: 2007), longa-metragem norte-americano que ganhou o Oscar de melhor roteiro original em 2008. Assim como seu antecessor, o filme europeu aborda os dramas adolescentes. O foco novamente está em uma menina de quinze anos que tem uma vida e uma família um tanto desajustadas (e assustadoramente comuns). Ao invés da gravidez precoce (temática principal de "Juno"), o enredo gira em torno do suicídio juvenil.

O tom da produção alemã é ora trágico, ora cômico. A beleza do filme está exatamente nesta combinação um tanto sarcástica. Escrito e dirigido por Mark Monheim, que até então havia realizado apenas séries de TV e curtas-metragens, "Desligando Charleen" foi apresentado, em 2014, no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro.

Esta é a história de Charleen (interpretada pela talentosa Jasna Fritzi Bauer). A adolescente tem uma vida entediante. Seu pai saiu de casa quando ela ainda era pequena e a mãe (Heike Makatsch) se casou outra vez. O novo marido da mãe (Simon Schwarz) é um professor de biologia. Além de odiar o padrasto, a menina o tem como seu professor na escola, o que evidentemente só piora as coisas para ambos. No colégio, a melhor amiga de Charleen, Isa (Amelie Plaas-Link), é a aluna mais gata do lugar. Enquanto ninguém presta a atenção em Charleen, todos os meninos não desgrudam os olhos de Isa.

Filme Desligando Charleen

Os únicos prazeres que Charleen tem são ouvir canções feitas por quem já morreu (Kurt Cobain, Amy Winehouse e Jimi Hendrix são seus ídolos) e tomar chuva no lado de fora da casa. Por isso, um dia, ao voltar do colégio, ela opta por se matar. O suicídio é a única forma de se colocar um ponto-final naquela vidinha sem graça e estranha.

No momento de atirar o secador elétrico na banheira em que estava, um descuido da moça faz com que seus planos sejam bruscamente alterados. Levada às pressas ao hospital, Charleen se salva. É aí que começa a fase da menina de buscar um sentido para sua vida. Ela é enviada para se tratar com um psiquiatra. Doutor Frei (Nikolaus Frei) possui um método de trabalho um tanto peculiar e parece, muitas vezes, mais maluco do que seus pacientes. No consultório, a jovem estabelece amizade com um colega de sua escola, Linus (Sandro Lohmann), que também é atendido pelo Dr. Frei.

"Desligando Charleen" é um ótimo filme. Ele consegue chocar o expectador ao mesmo tempo em que o emociona e o diverte. A construção das personagens é excelente. Parece que todos ao redor da protagonista possuem problemas e neuras maiores do que os da própria moça. Ou seja, ela é a menos maluca ali. Essa composição das personagens é mérito de Mark Monheim. Antes de ser um bom diretor, Monheim é um excelente escritor/roteirista. Isso fica evidente ao longo de todo o filme.

Filme Desligando Charleen

Repare também na excelente trilha sonora do longa-metragem alemão. Em muitos momentos,o sentido mais aflorado é o da audição. Neste aspecto, acabamos nos comportando de maneira parecida à protagonista, que é uma pessoa muito sonora.

Esta produção expõe de forma trágico-cômica os dilemas humanos no período da adolescência. Apesar de ter uma vida convencional e sem grandes dificuldades (pelo menos na visão das pessoas mais maduras), a protagonista da trama se considera uma injustiçada, não considerando valer a pena manter sua vida. Para explicar para ela o significado da sua existência, as demais personagens vão se esforçar para convencê-la da importância de não se matar. Porém, Charleen irá descobrir isso sozinha. Pelo aspecto irônico de abordar os dramas juvenis é que me lembrei de "Juno".

Este é um excelente filme alemão. É claro que não dá para compará-lo a "Asas do Desejo" (Der Himmel über Berlin: 1987), "Corra, Lola, Corra" (Lola Rennt: 1998), "Adeus, Lenin!" (Good Bye, Lenin!: 2002) e "A Vida dos Outros" (Das Leben der Anderen: 2005), alguns dos clássicos recentes do cinema germânico. Porém, é possível admirar "Desligando Charleen" pela sua simplicidade narrativa e pela sua profundidade temática.

Veja o trailer desta produção alemã:

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