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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural (literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura e gastronomia), o Blog Bonas Histórias analisa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 42 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

  • Foto do escritorRicardo Bonacorci

Músicas: O centenário de Carinhoso


Carinhoso

Em 2017, comemora-se o centenário de uma das principais músicas brasileiras. "Carinhoso" é considerado por muitos como a principal canção nacional de todos os tempos. A extinta revista Bravo, especializada em cultura, elegeu, em 2008, "Carinhoso" como o principal exemplar da música popular de nosso país. Esta canção é fruto da união dos talentos de dois grandes compositores: Pixinguinha e João de Barro. A interpretação mais célebre foi feita por Orlando Silva, mas teve também gravações de Sílvio Caldas, Ângela Maria, Elizeth Cardoso, Elis Regina, Dalva de Oliveira, Maria Bethânia, Radamés Gnattali, Tom Jobim, Arthur Moreira Lima e Jacob do Bandolim. Ao todo, foram mais de 200 gravações diferentes.

"Carinhoso" foi composto em partes. Primeiramente, Pixinguinha (Alfredo da Rocha Viana Filho) compôs a melodia em 1917 (daí o centenário da canção). A parte instrumental deste choro trazia grandes inovações. O jovem Pixinguinha (então com vinte anos) quebrava as regras dos choros convencionais que seguiam as influências da polca. Contudo, a canção ficou "esquecida" por muitos anos. Apenas em 1928, ela foi gravada pela Orquestra Típica Pixinguinha-Donga, grupo musical formado pelo autor e pelo violinista Donga. Entre 1929 e 1934, outras orquestras a gravariam, sem grande sucesso.

Pixinguinha e João de Barro

Vinte anos depois da criação da parte instrumental, João de Barro (também conhecido por Braguinha) compôs a letra. Atendendo ao pedido da atriz Heloísa Helena que queria uma canção para uma de suas personagens teatrais, ele escreveu a letra em 1937. Pixinguinha, que era amigo de João de Barro, ao receber a proposta de letra do amigo a aceitou instantaneamente. A partir deste dia, "Carinhoso" passou a ter uma versão letrada. O inusitado do enredo foi ter colocado um homem cantando, ao mesmo tempo, suas virtudes e as qualidades da mulher amada (algo até hoje incomum). Veja a letra na íntegra:

Carinhoso:

Meu coração, não sei por quê

Bate feliz quando te vê

E os meus olhos ficam sorrindo

E pelas ruas vão te seguindo

Mas mesmo assim, foges de mim

Ah, se tu soubesses

Como sou tão carinhoso

E o muito, muito que te quero

E como é sincero o meu amor

Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem, vem

Vem sentir o calor dos lábios meus

À procura dos teus

Vem matar essa paixão

Que me devora o coração

E só assim então serei feliz

Bem feliz!

Carinhoso Orlando Silva

Uma vez pronta a canção, o problema foi encontrar alguém que a aceitasse gravar. Os principais músicos da época estavam interessados apenas em "Rosa" (outra canção célebre de Pixinguinha recém-criada). O único que aceitou incluir "Carinhoso" em um disco foi um jovem intérprete de pouco mais de vinte anos de idade chamado Orlando Silva. O "Cantor das Multidões", como ficaria conhecido depois, gravou "Rosa" e "Carinhoso" em um mesmo álbum. O sucesso foi estrondoso. O disco foi um dos mais vendidos da carreira do cantor e alçou Orlando Silva para o patamar das grandes estrelas musicais do país na época. Até hoje é essa a versão mais popular da canção, apesar de inúmeros artistas de primeiro escalão a terem regravado ao longo das décadas. Ouça a versão original de Orlando Silva de 1937:

É ou não é uma música incrível? Parabéns, "Carinhoso", pelos seus 100 anos de idade! Uma ótima canção não tem data de validade e pode durar por muitos séculos.

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