
Neste final de semana, fui ao cinema para ver "Vida" (Life: 2017), ficção-científica do diretor sueco Daniel Espinosa, de "Crimes Ocultos" (Child 44: 2015) e "Protegendo o Inimigo" (Safe House: 2012). No elenco desta produção, que chegou ao circuito comercial brasileiro na semana passada, estão Jake Gyllenhaal, Ryan Reynolds, Rebecca Ferguson, Ariyon Bakare, Hiroyuki Sanada e Olga Dihovichnaya. Ou seja, é um time de respeito por trás do lançamento.
O filme de uma hora e quarenta e cinco minutos de duração é recheado com cenas de ação e de suspense. A plateia fica tensa em boa parte da sessão, querendo saber o que vai acontecer e torcendo pelos protagonistas contra o impiedoso inimigo. Contudo, a frustração do expectador é o resultado final deste longa-metragem. Tudo por causa da ausência de criatividade do enredo. Afinal, quem mandou copiar o roteiro de um clássico da ficção científica?!

Em "Vida", seis astronautas da agência espacial internacional recebem uma missão. Eles devem conduzir uma experiência científica no espaço com um tipo de vida extraterrena. O alienígena é ainda um ser unicelular. Ele foi coletado do solo de Marte em missões passadas. A descoberta encheu a equipe de alegria, afinal trata-se do primeiro ser vivo descoberto fora da Terra. Apesar de simples, o organismo marciano, chamado de Calvin, vai aos poucos crescendo e se desenvolvendo. A princípio, ele se parece mais com uma planta.
Entretanto, um acidente ocorrido, certa noite, no laboratório da agência especial faz com que Calvin deixe de evoluir e passe a hibernar. Para estimular novamente o pequeno ser vivo, o cientista Hugh Derry (Ariyon Bakare) começa a aplicar ondas de eletrochoque nele. Calvin se revolta contra aquela ação, que julga ser uma agressão contra si, e passa a atacar os astronautas da equipe. A partir deste momento, o pequeno marciano mostra ser um organismo complexo, muito inteligente e de rápido crescimento.

Assim, os seis astronautas precisam impedir que o monstro alienígena destrua a agência espacial e extermine todos por lá. Também é preciso tomar cuidado para que o extraterrestre não consiga escapar e, de alguma forma, embarcar em direção a Terra. Uma vez em nosso planeta, o poder de destruição do marciano é incalculável.
Quando lemos/vemos o enredo desse filme, a sensação que temos é de déjà vu. Infelizmente, o roteiro de "Vida" não é nada original! Ele é uma cópia escancarada de "Alien, O Oitavo Passageiro" (Alien: 1979). Por sinal, o clássico de Ridley Scott ganhará uma nova sequência nos próximos dias. O próprio diretor esteve à frente de "Alien - Covenant" (2017), que será lançado nos cinemas na segunda semana de maio. Ou seja, teremos uma overdose de novas versões de "Alien" nas telonas, algumas piratas e outras verdadeiras. "Vida", no caso, é uma cópia genérica.

O longa-metragem de Daniel Espinosa não é de todo ruim. Depois que Calvin passa a atacar os astronautas (o que acontece depois de meia hora do início da sessão), o filme ganha um ritmo alucinante. As cenas de perseguição, explosão e matança no interior da agência espacial não param mais de se suceder. A plateia precisa se prender na poltrona. É realmente muita ação e adrenalina até o final. Há também algumas reviravoltas na trama que surpreendem o público, principalmente no desfecho. A trilha sonora é contagiante, os efeitos visuais são aceitáveis e as interpretações do experiente elenco estão no nível esperado.
Qual o problema, então, deste filme?! Ele seria bom se não fosse tão banal. Para quem não viu "Alien, o Oitavo Passageiro", "Vida" pode até parecer uma boa opção em cartaz nos cinemas. Para isso, basta ignorar os vários erros de continuidade e os furos do roteiro. Aí sim, será possível se divertir na sessão. Já para aqueles que conhecem a versão original desta ideia, tudo parecerá repetitivo e frustrante. Para piorar, não há nenhuma cena marcante na nova produção, como em 1979, por exemplo, a de Sigourney Weaver desfilando de calcinha minúscula pela aeronave. Até mesmo a fisionomia de Calvin é muito similar a do Alien de Ridley Scott. Vai faltar imaginação assim em outro lugar!

Só não saí do cinema revoltado porque já imagina que "Vida" seria uma versão genérica de "Alien". Isso ficou evidente para mim desde o trailer que assisti na semana retrasada. Por isso, não posso reclamar. Comprei gato por lebre já sentindo, na bilheteria, o cheiro do animal errado.
Veja o trailer de "Vida":
Agora, compare-o com o trailer do clássico de Ridley Scott e tire suas próprias conclusões:
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