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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural – literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura, gastronomia, turismo etc. –, o Blog Bonas Histórias analisa de maneira profunda e completa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 43 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

Filmes: Em Ritmo de Fuga - Perfeita integração entre música e cinema

  • Foto do escritor: Ricardo Bonacorci
    Ricardo Bonacorci
  • 24 de jul. de 2017
  • 5 min de leitura

Em Ritmo de Fuga (Baby Driver: 2017)

Na próxima quinta-feira, dia 27 de julho, estreará nos cinemas brasileiros o filme "Em Ritmo de Fuga" (Baby Driver: 2017). Assisti a sua pré-estreia na semana passada e saí encantado da sessão. O longa-metragem inova ao integrar música e cinema como poucas vezes visto. Ao invés de ser um filme com uma trilha sonora de apoio, como acontece tradicionalmente, a sensação que temos em muitos momentos é que a trilha sonora, neste caso, é quem possui um enredo cinematográfico para acompanhá-la. As canções não são parte da experiência, mas um dos protagonistas do roteiro. Incrível o resultado final!

Este é, sem dúvida nenhuma, o melhor e mais criativo trabalho de Edgar Wright, diretor especializado em mesclar o gênero policial/ação com comédia. Depois dos bons "Scott Pilgrim Contra o Mundo" (Scott Pilgrim vs. The World: 2010) e "Chumbo Grosso" (Hot Fuzz: 2007), Wright, que também é o roteirista de "Em Ritmo de Fuga", apresenta agora uma criação digna de premiação. Das produções em cartaz neste momento nos cinemas nacionais, esta é provavelmente a mais rica e inusitada.

Os motivos que tornam "Em Ritmo de Fuga" tão eletrizante vão além da sua excelente trilha sonora e de sua perfeita integração ao contexto da história. O enredo também é inteligente e muito divertido, misturando muita ação, romantismo e humor. Há ótimas cenas de perseguição e de fuga capazes de hipnotizar a plateia. Não é errado recorrer ao velho clichê de que esta produção tem a propriedade de tirar o fôlego dos espectadores. E para finalizar, a atuação do elenco é magnífica. O que mais se pode desejar de um bom filme policial?!

Em Ritmo de Fuga (Baby Driver: 2017)

Por falar em elenco, temos aqui Alsel Elgort, de "A Culpa é das Estrelas" (The Fault In Our Stars: 2014) e da série "Divergente" (Divergent), e Lily James, de "Cinderela" (Cinderella: 2015) e "Orgulho e Preconceito e Zumbis" (Pride And Prejudice And Zombies: 2016), como casal principal. Os demais protagonistas são Jamie Foxx, Jon Hamm e Eiza Gonzales. Como uma cereja de bolo, temos ainda o mítico Kevin Spacey, cada vez melhor em suas interpretações de vilão.

"Em Ritmo de Fuga" apresenta Baby (Alsel Elgort), um rapaz com problemas mentais. Após um acidente grave na infância, ele ouve constantemente barulho no interior de sua cabeça. Para minimizar o incômodo, ele ouve música alta o dia inteiro em seu iPod. Falando pouco e interagindo o mínimo possível com as pessoas, o jovem compreende o que as pessoas falam através da leitura labial.

Baby trabalha como motorista de um grupo criminoso comandado por Doc (Kevin Spacey). Sua tarefa é pilotar o carro após os assaltos da gangue. E nisso, o rapaz é perfeito. Ele consegue escapar da polícia com manobras inimagináveis pelas ruas da cidade. Enquanto comanda o volante dos veículos dos bandidos, ele ouve músicas agitadas em seu iPod. Cada momento tem uma trilha ideal.

Em Ritmo de Fuga (Baby Driver: 2017)

Após se apaixonar por uma garçonete, Débora (Lily James), que também é fissurada por música, Baby decide largar aquela arriscada e errática profissão. Em seu último trabalho junto ao bando criminoso, as coisas não dão nada certo para os bandidos. O assalto a uma agência dos Correios dá errado e o jovem motorista se transforma em culpado aos olhos dos comparsas e de seu temível chefe. Assim, o rapaz precisa fugir tanto da polícia quanto dos bandidos, que querem se vingar dele. Não apenas a vida de Baby corre perigo como a de Débora também passa a ficar seriamente ameaçada.

A grande inovação de "Em Ritmo de Fuga" está, obviamente, em colocar a trilha sonora em primeiro plano. Como se acompanhasse a história do ponto de vista do protagonista, o espectador na maior parte do longa-metragem ouve mais a música do iPod de Baby do que os sons das cenas e das falas dos demais personagens. Isso ocorre principalmente nas cenas de fuga e de perseguição, com um resultado primoroso. Com uma coletânea de canções escolhida a dedo por Steven Price II, que já havia trabalhado várias vezes como produtor musical de Edgar Wright, a experiência é mais intensa.

Por falar na parte sonora, repare na sincronia perfeita entre os acordes das músicas e os acontecimentos na tela. A união de imagem e som é absurdamente harmônica nas cenas de ação. Cada pequeno gesto dos personagens e cada pequena batida musical das canções estão intimamente relacionados, produzindo um ótimo efeito estético. Este não é um filme musical (no sentido do gênero cinematográfico), mas é com certeza um filme extremamente musical (no sentido de assisti-lo com os ouvidos atentos).

Em Ritmo de Fuga (Baby Driver: 2017)

Além do aspecto sonoro, o roteiro do longa-metragem é muito bom. Wright não é apenas um ótimo diretor como também é um excelente roteirista. A história possui muita ação do início ao fim. A primeira cena de "Em Rota de Fuga", uma perseguição de carro depois de um assalto a banco, é magistral. Em poucos minutos, a plateia já fica envolvida com o enredo e não quer largar mais o filme.

As várias reviravoltas da trama tornam essa produção imprevisível. A meia hora final é até mais intensa. O desfecho é emocionante ao se basear quase que exclusivamente na realidade prática da vida fora do cinema. Assim, o roteiro não abre mão do pragmatismo, não oferecendo qualquer escapismo nem um resultado satisfatório tão desejado pelos espectadores. Para contrabalancear o possível gosto amargo e triste, a pequena dose de onicidade da última cena foi essencial para agradar a plateia ávida por finais felizes.

O filme não se restringe às ótimas cenas de ação e de perseguição de carro. Há também muito romantismo e humor. A complexidade narrativa é construída com personagens carismáticas e um tanto paradoxais. Baby é um excelente protagonista, com elementos dramáticos variados. Ele possui a companhia de parceiros também muito interessantes: a jovem garçonete que sonha com uma vida de aventuras e de emoção longe de sua cidade natal, o casal de bandidos que se ama perdidamente, o criminoso que é fanático pela adrenalina da profissão e o chefe da gangue que pode surpreender por possui uma alma romântica.

Em Ritmo de Fuga (Baby Driver: 2017)

Ou seja, os criminosos são pessoas com sentimentos nobres e românticos, enquanto os policiais podem ser frios e insensíveis. Muitas vezes, o que move a maioria dos bandidos não é a ambição material ou a sede pelo dinheiro. Eles agem passionalmente, movidos pelo sentimento de gratidão/dívida, pela vontade de realização, pelo amor pelo parceiro/parceira ou pela sensação de pertencimento a algo grandioso.

É verdade que a interpretação do bom elenco ajuda a manter a pegada pop da trama. Não há nenhum ator ou atriz que fique abaixo do tom esperado. Se Kevin Spacey é um monstro de artista, os jovens Alsel Elgort e Lily James seguram muito bem a responsabilidade de ser o casal protagonista do filme. Eles são ajudados pela boa atuação do talentoso trio formado por Jamie Foxx, Jon Hamm e pela gatíssima Eiza Gonzales.

Se você gosta de filmes de ação e de música boa irá pirar com o eletrizante "Em Ritmo de Fuga". Confira o trailer desse longa-metragem:

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