Na semana passada, começamos o Desafio Literário de setembro, cujo estudo aborda a literatura de Albert Camus, pela análise de “O Estrangeiro” (Record). Essa obra é a novela mais famosa do autor e filósofo francês. Hoje, vamos apresentar, no Bonas Histórias, o livro de ensaios que embasa conceitualmente os princípios filosóficos por trás do protagonista e da narrativa de “O Estrangeiro”. A publicação em questão é “O Mito de Sísifo” (Record). Nesta coletânea de ensaios, Camus expõe os princípios do Absurdo. O Absurdismo é, de maneira geral, uma corrente do existencialismo que se aproveita de alguns elementos do niilismo. Criada no século XIX pelo dinamarquês Søren Kierkegaard, a filosofia do Absurdo teve em Albert Camus seu principal adepto. “O Mito de Sísifo” é, por sua vez, a obra central dessa corrente do pensamento existencialista.
“O Estrangeiro” e “O Mito de Sísifo”, ambos livros publicados em 1942, integram a trilogia do Absurdo, criação de Camus desenvolvida em meio à Segunda Guerra Mundial. “Calígula” (Alianza), peça teatral de 1941, complementa essa tríade. Como é característico da produção camusiana, um determinado assunto é explorado de múltiplas formas: ensaio, narrativa literária e apresentação cênica. Dessa maneira, o leitor tem a oportunidade de compreender a profundida conceitual do trabalho desse autor quando completa a leitura do trio de obras do mesmo tema. Isso fica evidente com a teoria do Absurdo e “O Mito de Sísifo”. É através desta coleção de ensaios que Albert Camus apresenta diretamente os princípios filosóficos do Absurdo. Vale lembrar que o conceito da Revolta, outro objeto central do trabalho filosófico de Camus, também foi representado por três publicações seriadas.
“O Mito de Sísifo” está dividido em quatro partes: “Um Raciocínio Absurdo”, “O Homem Absurdo”, “A Criação Absurda” e “O Mito de Sísifo”. Cada seção do livro ainda é subdividida em capítulos. Basicamente, “Um Raciocínio Absurdo”, “O Homem Absurdo” e “A Criação Absurda” expõem conceitualmente a teoria de Camus e “O Mito de Sísifo” exemplifica essa questão filosófica através de uma história clássica da mitologia grega. Ao final da obra, ainda há um apêndice, no qual o autor analisa a literatura de Franz Kafka a partir dos princípios do Absurdo.
A primeira parte desta obra, chamada de “Um Raciocínio Absurdo”, tem quatro capítulos. No primeiro, “O Absurdo e o Suicídio”, Albert Camus começa discutindo a questão do suicídio. Para ele, esta é a principal questão a ser tratada pela filosofia existencialista. Afinal de contas, em um raciocínio simplista, se o suicídio deve ser praticado é porque a vida não faz qualquer sentido. Por outro lado, se a existência humana tem uma lógica e uma razão de ser, o suicídio não deve ser praticado pelos homens. O problema é que essa relação direta entre os dois conceitos não é tão imediata assim. Muitas vezes, as pessoas não cometem o suicídio porque têm crenças difusas, se habituaram a viver ou ainda aguardam uma resposta para a questão que norteia suas sobrevivências. Ou seja, mesmo não encontrando um sentido claro para sua existência, permanecem vivendo. Aí surge a questão do Absurdo: Por mais ilógica e sem sentido que seja a vida humana, a maioria dos homens permanece apegada a ela.
Nas palavras do próprio Camus, o conceito do Absurdo se dá da seguinte maneira: “Qual é então o sentido incalculável que priva o espírito do sono necessário para a vida? Um mundo que se pode explicar, mesmo com raciocínios errôneos, é um mundo familiar. Mas num universo repentinamente privado de ilusões e de luzes, pelo contrário, o homem se sente um estrangeiro. É um exílio sem solução, porque está privado das lembranças de uma pátria perdida ou da esperança de uma terra prometida. Esse divórcio entre o homem e a vida, o ator e o cenário é propriamente o sentimento do absurdo”.
Em “Os Muros do Absurdo”, o segundo capítulo, o autor francês faz um panorama histórico da filosofia do Absurdo, relacionando-a aos conceitos da racionalidade e da irracionalidade. Assim, o Absurdo se faz presente na vida mecânica e nos dias banais das pessoas, mergulhadas geralmente em rotinas sem qualquer lógica. Ele também está na estranheza do mundo externo e interno dos indivíduos, na segregação imposta pelos homens aos seus semelhantes, no esquecimento frequente da própria morte e na imprecisão do olhar humano, até mesmo quando amparado pela ciência.
“Eu dizia que o mundo é absurdo, mas ia muito depressa. Esse mundo não é razoável em si mesmo, eis tudo o que se pode dizer. Porém o mais absurdo é o confronto entre o irracional e o desejo desvairado de clareza cujo apelo ressoa no mais profundo do homem. O absurdo depende tanto do homem quanto do mundo. Por ora, é o único laço entre os dois. Ele os adere um ao outro como só o ódio pode juntar os seres”. Como consequência mais direta ao Absurdo, temos o sentimento de angústia pelos homens.
No terceiro capítulo, “O Suicídio Filosófico”, Camus volta a comentar a relação do Absurdo com a prática do suicídio. Para tal, retoma a conceituação do seu pensamento existencialista. Para ele, o Absurdo vai além da semântica da palavra: sinônimo de impossível e de contraditório. O Absurdo, para o filósofo francês, é um divórcio entre as expectativas humanas. Ele nasce de uma confrontação entre o que o indivíduo espera e o que se tem efetivamente. Dessa forma, o Absurdo está tanto no homem quanto no mundo. Esses três elementos (homem, mundo e Absurdo) estão intimamente unidos. O Absurdo caminha em sentido oposto ao racionalismo. Como viver sabendo que o estado permanente do ser humano é a escuridão e a ignorância? A resposta é simples: admitindo essa limitação (resignação) e esquivando-se da certeza absoluta (algo intangível).
“Buscar o que é verdadeiro não é buscar o que é desejável. Se, para fugir da pergunta angustiante: ‘O que seria então a vida?’, é preciso alimentar-se, como o asno, das rosas da ilusão antes que se resignar à mentira, o espírito absurdo prefere adotar sem temor a resposta (...): o desespero. Afinal, uma alma determinada sempre acaba se saindo bem”.
Assim, o suicídio filosófico não é nada mais do que a atitude existencialista. É a maneira de designar o momento pelo qual um pensamento nega a si mesmo, eternizando a negativa e, porque não, a dúvida. O Absurdo é a negação da razão humana. Camus utiliza-se dos princípios de Søren Kierkegaard e Edmund Husserl para construir sua linha de raciocínio.
Em “A Liberdade Absurda”, o quarto e último capítulo desta parte, lemos que o homem percebeu que seu mundo, muito provavelmente, não tem/faz sentido. E ciente que nunca conseguirá descobrir a verdade, ele padece de uma revolta interna (contra essa escuridão) ou de conformismo (indiferença para com essa questão). Dessa forma, o princípio do suicídio se inverte. Se antes, tratava-se de saber se a vida deveria ter um sentido para ser vivida, agora ela será melhor vivida quanto menos sentido tiver.
“Viver é fazer que o absurdo viva. Fazê-lo viver é, antes de mais nada, contemplá-lo. Ao contrário de Eurídice, o absurdo só morre quando viramos as costas para ele. Por isso, uma das poucas posturas filosóficas coerentes é a revolta, o confronto perpétuo do homem com sua própria escuridão. Ela é a exigência de uma transparência impossível e questiona o mundo a cada segundo. Assim como o perigo proporciona ao homem uma oportunidade insubstituível de captá-la, também a revolta metafísica estende a consciência ao longo de toda a experiência. Ela é a presença constante do homem diante de si mesmo. Não é aspiração, porque não tem esperança. Essa revolta é apenas a certeza de um destino esmagador, sem a resignação que deveria acompanha-la”.
Sendo o mundo regido pelo Absurdo e tendo uma única verdade (a chegada da morte), o homem cotidiano vive a ilusão da liberdade, projetando ingenuamente sua existência de maneira ordenada e lógica. O homem é refém do Absurdo.
“Tudo o que me interessa é saber se se pode viver sem apelo. Não quero sair desse terreno. Sendo-me dada a face da vida, posso acomodar-me a ela? Ora, diante desta preocupação particular, a crença do absurdo equivale a substituir a qualidade das experiências pela quantidade. Se eu me convencer de que esta vida tem como única face a do absurdo, se eu sentir que todo o consciente e a obscuridade em que a vida se debate, se eu admitir que minha liberdade só tem sentido em relação ao seu destino limitado, devo então reconhecer que o que importa não é viver melhor, e sim viver mais. Não tendo que me perguntar se isto é vulgar ou enjoativo, elegante ou lamentável. Os juízos de valor ficam descartados aqui, de uma vez por todas, em benefício dos juízos de fato. Só posso extrair conclusões do que posso ver e não arriscar nada que seja uma hipótese. Supondo que viver assim não fosse honesto, então a verdadeira honestidade me exigiria ser desonesto”.
A segunda parte de “O Mito de Sísifo” se chama “O Homem Absurdo” e, como a anterior, tem quatro capítulos. No primeiro capítulo, é explorado o conceito do homem absurdo. Ele é aquele indivíduo que nada faz pelo eterno. Vive sua existência consciente de sua finitude e sem grandes exigências. Tem como recursos vitais sua coragem e seu raciocínio. A primeira ensina esse homem a viver sem apelos e a satisfazer-se com o que tem. O segundo, por sua vez, oferece os limites da sua existência neste mundo, uma jornada perecível e incompleta. A vida é o campo de atuação do homem absurdo, que subtrai a todo juízo menos o próprio.
m “O Dom-Juanismo”, o segundo capítulo, temos a relação entre a figura literária de Dom Juan com o homem absurdo. Ambos são muito parecidos. A personagem clássica não pode amar uma só mulher. Ele vive o presente intensamente e deseja a experiência mais do que um conceito teórico e abstrato (nesse caso, o amor romântico). O homem absurdo é semelhante. Ele multiplica o que não pode unificar. Descobre, assim, uma nova maneira de ser que o libera tanto quanto libera o próximo. Não há amor generoso senão aquele que se sabe ao mesmo tempo passageiro e singular.
O terceiro capítulo, “A Comédia”, compara a vida do homem absurdo ao desempenho de um ator em uma apresentação cênica (a tal comédia). “O que há de surpreendente em ver uma glória perecível construída sobre as mais efêmeras criações? O ator dispõe de três horas para ser Iago ou Alceste, Fedra ou Gloucester. Nesse breve período, ele os faz nascer e morrer em cinquenta metros quadrados de tábuas. Nunca o absurdo foi tão bem ilustrado, nem por tanto tempo. Que síntese mais reveladora poderíamos desejar senão essas vidas maravilhosas, esses destinos únicos e completos que se cruzam e terminam entre paredes e durante algumas horas?”.
A vida, para Albert Camus, é um mero sonho, como o papel desempenhado em cima de um palco por algumas horas. O homem é o que ele quer parecer ser naquele período de tempo finito da apresentação cênica. O homem absurdo é o ator que desempenha múltiplos papéis ficcionais sem se preocupar com a coerência dos personagens retratados.
“A Conquista”, o quarto e último capítulo dessa parte, prossegue na comparação de figuras que lembram o homem absurdo. Agora a associação é com os conquistadores. Entre a ação e a contemplação, o homem absurdo opta sempre pela ação. Ele faz isso por refutar a nostalgia, a amargura e as crendices típicas da contemplação. Ele age dessa maneira porque precisa viver com o tempo que lhe resta e, assim, morrer definitivamente quando o término temporal chegar. Seu comportamento é parecido, portanto, aos conquistadores que olham para frente com coragem e sem receios nem temores. Os conquistadores partem para suas aventuras pensando mais no propósito e menos no processo.
A terceira parte desta coletânea de ensaios é chamada de “A Criação Absurda”. Diferentemente das seções anteriores, essa só tem três capítulos. No primeiro, intitulado de “Filosofia e Romance”, as comparações feitas com o homem absurdo avançam. O amante (Dom Juan), o comediante (ator cênico) e o aventureiro (conquistador) representam com propriedade as características do homem absurdo. Contudo, a mais absurda das personagens que podem ser relacionadas a ele é a do criador. O criador não deve ser entendido aqui meramente como o Deus, mas como o artista. Este é quem gera/cria a obra de arte. E a arte é uma ótima exemplificação do pensamento absurdo.
A literatura, por exemplo, é mais do que uma narrativa ficcional. Ela é a apresentação concreta de conceitos filosóficos. “Não se contam mais ‘histórias’, cria-se seu universo. Os grandes romancistas são romancistas filósofos, ou seja, o contrário de escritores de teses. Vejam Balzac, Sade, Melville, Stendhal, Dostoièvski, Proust, Malraux, Kafka, para citar só alguns”. É através da criação literária que entramos em contato mais diretamente com a dinâmica do Absurdo. Se na realidade (na vida concreta) o Absurdo fica, por vezes, oculto atrás da rotina das pessoas e da preguiça reflexiva dos indivíduos, é na narrativa ficcional (principalmente nos romances, superior neste caso aos ensaios e às obras cênicas) que ele se descortina aos olhos dos homens.
No capítulo “Kirilov”, Albert Camus explora mais o conceito do uso da literatura como apresentação do pensamento e do homem absurdo. Para isso, ele recorre a Kirilov, personagem central de “Os Demônios” (Editora 34), romance de Fiódor Dostoiévski. Kirilov decide se suicidar quando percebe a inexistência de Deus. “O raciocínio é de uma clareza clássica. Se Deus não existe, Kirilov é deus. Se Deus não existe, Kirilov deve se matar. Kirilov deve se matar, então, para ser deus. Esta lógica é absurda, mas é o que se necessita. O interessante, contudo, é dar um sentido a essa divindade trazida para a Terra. Isto leva a esclarecer a premissa: ‘Se Deus não existe, eu sou deus’, ainda bastante obscura”.
Interessante reparar que todos os heróis de Dostoièvski questionam o sentido da vida e refletem sobre seus papéis no mundo. As construções das narrativas do autor russo possuem um intrincado debate filosófico-existencialista. Suas personagens não temem o ridículo nem o absurdo.
No terceiro capítulo desta parte, “A Criação Sem Amanhã”, temos uma conclusão do que foi apresentado até aqui. A literatura romanesca de qualidade é um excelente caminho para a demonstração do Absurdo. E o homem absurdo acaba emergindo do pensamento negativo, que entre outras coisas desconstrói a figura divina. “Surge um mundo cujo único dono é o homem. O que o atava era a ilusão de outro mundo. A sorte do seu pensamento já não é renunciar a si, mas renovar-se em imagens. Ele se representa – em mitos, sem dúvida – mas mitos sem outra profundidade senão a dor humana e, como esta, inesgotável. Não mais a fábula divina que diverte e cega, mas o rosto, o gesto e o drama terrenos em que se resumem uma difícil sabedoria e uma paixão sem amanhã”.
A última parte de “O Mito de Sísifo” é o seu ensaio homônimo, que empresta seu nome para o título da obra. Nele, Camus recorre a personagem mitológica condenada pelos Deus a realizar um trabalho inútil pela eternidade. Sísifo é obrigado a passar seus dias empurrando uma rocha até o alto de uma montanha. Sempre ao chegar ao cume, a pedra desliza de volta para a planície. Assim, Sísifo desce e retoma seu trabalho. Para o escritor e filósofo francês, Sísifo é o retrato do homem absurdo.
“Este mito só é trágico porque seu herói é consciente. O que seria a sua pena se a esperança de triunfar o sustentasse a cada passo? O operário de hoje trabalha todos os dias de sua vida nas mesmas tarefas, e esse destino não é menos absurdo”. E aí, temos o desfecho surpreendente das reflexões de Camus: “Mas Sísifo ensina a felicidade superior que nega os deuses e ergue as rochas (...). Cada grão de pedra, cada fragmento mineral dessa montanha cheia de noite forma por si só um mundo. A própria luta para chegar ao cume basta para encher o coração de um homem. É preciso imaginar Sísifo feliz”.
Por fim, o livro ainda tem um apêndice, “A Esperança e o Absurdo na Obra de Franz Kafka”, em que é apresentada a literatura de Franz Kafka a partir do pensamento absurdo. Esse texto integrava um capítulo da obra original de Albert Camus, porém, com o tempo, foi substituída pela seção que trata da análise de uma personagem de Dostoièvski, “Kirilov”. Nesse apêndice, utilizam-se os livros “O Processo” (Companhia das Letras), “A Metamorfose” (Companhia das Letras) e “O Castelo” (Companhia das Letras), clássicos existencialistas de Kafka, para ilustrar o pensamento do Absurdo.
“O Mito de Sísifo” é uma publicação curta, com 160 páginas. Apesar do tamanho diminuto, não espere uma leitura fácil e rápida. A exposição conceitual da teoria de Albert Camus, com muitas citações, exemplificações, analogias e construções racionais, exige um olhar atento e esforçado por parte do leitor. O livro não chega a ter uma leitura muito difícil, porém está bastante longe de ser classificado como uma leitura fácil ou recreativa.
O mais interessante de ler “O Mito de Sísifo” é que o leitor passa a compreender em profundidade o narrador-protagonista de “O Estrangeiro”. Meursault é, nada mais, nada menos, do que o símbolo literário do homem absurdo. Suas reações e suas crenças tornam-se claras quando conhecemos a lógica filosófica que o originou. De certa maneira, chegamos à conclusão que os “loucos” eram as demais personagens da novela e não ele.
É admirável também como Camus expôs sua argumentação neste livro. Além de usar uma infinidade de filósofos e de teorias existencialistas (por exemplo, Friedrich Nietzsche, Jean-Jacques Rousseau, Søren Kierkegaard, Roland Barthes, Sócrates, Immanuel Kant, Edmund Husserl, etc.) para embasar suas explanações, o escritor francês também usou enredos e personagens literários para enriquecer suas exemplificações. Dessa forma, temos citações aos trabalhos de William Shakespeare, Marcel Proust, Molière, Fiódor Dostoiévski, Miguel de Cervantes, Herman Melville, Franz Kafka, etc. Quem tem paixão por literatura, é muito legal poder ver as análises filosóficas desses grandes autores.
Se é na produção ficcional que Albert Camus mostra seu talento criativo, é no ensaio em que constatamos a profundidade conceitual do seu trabalho filosófico. Ao percebermos o verdadeiro alcance teórico do seu pensamento, acabamos valorizando ainda mais suas novelas e romances. Isso fica claro com “O Mito de Sísifo” e “O Estrangeiro”. Antes de ler esta obra de ensaio, eu tinha achado “O Estrangeiro” um bom romance (com uma certa dose de exagero, talvez, o classificasse como muito bom). Só agora, com a leitura de “O Mito de Sísifo”, pude compreender o quão complexo e rico é o universo ficcional por trás da criação de Meursault e de sua narrativa. Assim, “O Estrangeiro” adquire o ar de uma obra-prima, com um conteúdo muito superior à sua trama visível.
O Desafio Literário prossegue, nesta semana, com a análise de outro livro famoso de Albert Camus, “A Peste” (Record). Nesse romance, sai a conceitualização do Absurdo e entra uma narrativa ficcional sobre a Revolta, outro tema central da filosofia camusiana. O post sobre “A Peste” estará disponível no Bonas Histórias na sexta-feira, dia 14.
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