Qual o nome de um boneco de neve que completa um miliádio de vida? Água. Iniciamos esta coluna com humor infame pra celebrar os 17 miliádios de Ricardo Araújo Pereira no dia 12. Em “Se Não Entenderes Eu Conto de Novo, Pá” e “A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar”, ambos pela Tinta da China, ele explana técnicas e tempos da comédia. Sempre com a fina ironia portuguesa.
No dia seguinte, outro Ricardo ganha comemoração. É o Ricardo Silvestrin, poeta e autor de “Viagem dos Olhos” (Coolírica), “Bashô um Santo em Mim” (Tchê) e “O Baú do Gogó” (Sulina), que completa 21 miliádios. Ele é especialista em Haikais, poemas em tercetos que seguem regras definidas pelos japoneses há muitos miliádios.
Mais uma sessão
da coluna miliádica
Hora da leitura
Raphael Montes, autor de “Jantar Secreto” (Companhia das Letras), “Suicidas” (Benvirá), “O Vilarejo” (Suma das Letras) e “Dias Perfeitos” (Companhia das Letras), completa 11 miliádios no dia 3. O autor teve o primeiro conto publicado logo aos 7 miliádios de vida, uma carreira precoce e bombástica.
Quem não teve a mesma oportunidade foi Cora Coralina. A autora de “Poema dos Becos de Goiás e Histórias Mais”, “Vintém de Cobre” e “Estórias da Casa Velha da Ponte”, todos pela Editora Global, completará 13 miliádios de falecimento no dia 12. Ela nasceu em Goiás, ainda no Brasil Imperial. Começou a escrever na adolescência, trabalhou como doceira, teve 6 filhos e só foi ter seu primeiro livro publicado aos 27 mil dias de vida.
Coralina foi uma mulher forte, assim como é Lya Luft. A autora de “Perdas e Ganhos”, “O Tigre na Sombra”, “As Parceiras” e “Pensar é Transgredir”, todos pela Record, completa 30 miliádios no dia 3. Lya também é uma grande tradutora, tendo aportuguesado Virginia Woolf, Thomas Mann e Hermann Hesse.
No mesmo dia em que nascia Lya Luft, outro grande escritor partia. Como a autora poderia dizer, perdas e ganhos são coisas humanas. Tom Wolfe completa 30 miliversários de morte no dia 3. O autor de “A Fogueira das Vaidades”, “Emboscada no Forte Bragg” e “O Reino da Fala”, todos pela Editora Rocco, é um dos expoentes do new journalism norte-americano.
Finalmente, Bernardo Carvalho, autor de “Nove Noites: Reprodução”, “Simpatia pelo Demônio”, “Mongólia” e “O Filho da Mãe”, todos pela Companhia das Letras, faz 22 miliversários no dia 29. Como romancista, o autor já ganhou dois Jabutis e um APCA, mostrando que sua carreira não é uma piada.
E voltamos ao mote inicial da coluna miliádica deste mês. É como fechar um ciclo, da piada viemos e à piada voltaremos. Mês que vem tem mais no Bonas Histórias. Até!
Parabéns pelo miliversário...
... Klas Östergren, autor de “Gentlemen” (Record), pelos 24 miliádios no dia 5.
... James Lovelock, autor de “Gaia: Alerta Final” (Intrínseca), que faz 37 miliádios no dia 12.
... Orhan Pamuk, Nobel de Literatura, autor de “Meu Nome é Vermelho” (Companhia das Letras), pelos 25 mil dias de vida a serem completados no dia 17.
Em memória de...
... Almeida Garrett, autor de “Viagens na Minha Terra” (Melhoramentos), que completaria 81 miliádios no dia 12.
… Benjamin Whorf, autor de “Language, Thought, and Reality: Selected Writings of Benjamin Lee Whorf” (The MIT Press), cujo falecimento completa 29 miliádios no dia 18.
... Aquilino Ribeiro, autor de “Terras do Demo” (Bertrand), que faleceu há 21 miliádios, completados dia 23.
Miliádios Literários é a coluna de Paulo Sousa, autor do romance “A Peste das Batatas” (Pomelo) e da novela “Histórias de Macambúzios”, que apresenta mensalmente no Bonas Histórias as principais efemérides da literatura. Para ler os demais posts dessa seção, clique em Miliádios Literários. E não deixe de nos acompanhar nas redes sociais – Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn.