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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural (literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura e gastronomia), o Blog Bonas Histórias analisa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 42 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

  • Foto do escritorRicardo Bonacorci

Crônicas: O Ano que Esperávamos Há Anos - Dezembro de 2012

Se a Fiel Torcida já estava nas nuvens com o título da Libertadores, a temporada do Timão se tornou perfeita com a conquista do Mundial de Clubes no Japão.

O Ano que Esperávamos Há Anos - Contos & Crônicas - Bonas Histórias - Ricardo Bonacorci - Dezembro de 2012

1º de dezembro de 2012 - sábado


Chegamos, enfim, ao último mês de 2012. Todos os acontecimentos transcorridos até aqui pareceram mágicos. É um tanto difícil de acreditar que os sonhos esboçados no início do ano se concretizaram. De janeiro para cá, a Fiel Torcida pôde explodir de emoção com a mais esperada conquista da história do Timão. Apesar de os corintianos estarem ainda sob overdose de felicidade, dezembro promete ser ainda mais emocionante para os integrantes do Bando de Loucos. Tudo por causa do Mundial de Clubes da FIFA, a última glória almejada pela nação do Parque São Jorge.


Antes de começar o Mundial, é preciso terminar o Campeonato Brasileiro de uma vez por todas. Amanhã será disputada a última rodada do nacional. De importante, o domingo não reserva nadinha de especial em relação à tabela de classificação do Brasileirão. Tudo já está decidido: Fluminense campeão; Atlético Mineiro, Grêmio e São Paulo na Libertadores; Atlético Goianiense, Figueirense e Palmeiras rebaixados; e Sport Recife deverá ser o quarto time a frequentar a Série B em 2013.


Nesse cenário de grande monotonia esportiva, os únicos atrativos do próximo final de semana são os clássicos estaduais. Como vem acontecendo nas rodadas finais de turno do Brasileirão, os rivais de cada estado se enfrentam diretamente. Por isso, o Corinthians pegará o São Paulo no Pacaembu. O mando de campo será do tricolor. Mesmo com a alta rivalidade do Majestoso, os dois clubes encaram o jogo como um mero preparativo para as decisões que terão mais à frente. O São Paulo está na final da Copa Sul-Americana. O adversário da equipe do Morumbi será o Tigre da Argentina. O Timão, por sua vez, irá embarcar para ao Japão na madrugada de segunda para terça-feira e disputará a glória máxima do futebol mundial.


O técnico Tite já anunciou a escalação de força máxima para o duelo de domingo. "É um preparativo para o Mundial. A ideia de usarmos os titulares é que eles estejam acelerados e com ritmo para o torneio no Japão", disse o gaúcho no CT corintiano. São grandes, portanto, as chances da formação colocada em campo no Majestoso ser repetida na semifinal do Mundial.


Fábio Santos, a grande dúvida corintiana durante a semana, se recuperou da contusão sofrida e está confirmado para ir a campo. O único jogador poupado será o zagueiro Paulo André, com dores na panturrilha. Em seu lugar entrará Wallace. O Corinthians enfrentará o São Paulo com: Cássio; Alessandro, Wallace, Chicão e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Douglas e Danilo; Emerson e Guerrero.


Se vencer o jogo final do Campeonato Brasileiro, o Corinthians poderá terminar com a melhor campanha do segundo turno. Ou seja, além de viajar embalado com uma deliciosa vitória sobre o principal rival, ainda vamos ostentar o título simbólico de campeão do returno. Para completar, somente um bom resultado amanhã no clássico ajudará a torcida corintiana a se esquecer do último Majestoso, quando o tricolor ganhou de virada com dois gols de Luís Fabiano. O pior de tudo é que eu estava presente na arquibancada naquele dia.


2 de dezembro de 2012 - domingo


O domingo na capital paulista foi de sol forte, o que deu um colorido especial ao clássico entre Corinthians e São Paulo. O dia esteve realmente lindo! Mesmo sem maiores ambições no Brasileirão, as duas torcidas se mobilizaram para assistir ao Majestoso simplesmente pelo prazer de derrotar o adversário. O Pacaembu recebeu bom público. Nas arquibancadas, o predomínio era de são-paulinos, os mandantes.


Minutos antes da partida começar, chegou a notícia bombástica: o São Paulo resolveu escalar o time inteiramente reserva. O treinador da equipe do Morumbi, Ney Franco, não achou válido arriscar os principais atletas em um jogo sem importância (?!) e preferiu preservá-los para as finais da Copa Sul-Americana. O favoritismo, que já pendia para o lado corintiano, aumentou ainda mais nas últimas horas.


A vantagem técnica do Timão ficou evidente logo no começo do jogo. Os jogadores comandados por Tite faziam forte pressão sobre a defesa adversária. Assim, conseguiam roubar a bola e chutar com perigo ao gol são-paulino. Não demorou e em uma dessas roubadas, Douglas desarmou o zagueiro tricolor e passou para Guerrero chutar rasteiro. Goooooooooool do Corinthians. 1 a 0 em menos de 10 minutos.


A sensação é que dessa vez nós iríamos golear. Na jogada seguinte, o São Paulo tratou de apagar esse pensamento da mente corintiana. Em um lançamento em profundidade, o meio-campista tricolor ficou livre e empatou a partida. Tudo igual novamente no Majestoso. O gol encheu os atletas do São Paulo de moral e eles passaram a dominar a partida. Era difícil de acreditar, mas os reservas do Morumbi estavam colocando os campeões da Libertadores na roda.


O segundo gol tricolor veio em um chutaço de fora da área. A bola foi parar no ângulo de Cássio. 2 a 1 para os são-paulinos. Perdendo o clássico, o Timão saiu mais para o ataque e as chances voltaram a aparecer. Guerrero, o melhor no lado corintiano, concluiu várias vezes com perigo. Se não fossem as defesas salvadoras do goleiro oponente, o peruano teria empatado. O problema é que o gol não saiu e Guerrero sentiu uma fisgada no joelho. Precisou ser substituído ainda no primeiro tempo. Em seu lugar, entrou Jorge Henrique, que mal pisou no campo e marcou um gol legítimo. Infelizmente, o bandeirinha marcou equivocadamente impedimento.


No começo do segundo tempo, Jorge perdeu a cabeça, chutou o adversário e foi expulso. Com um homem a menos, o Corinthians não conseguiu mais pressionar o rival e ficou suscetível aos contra-ataques. Em uma rápida descida, o São Paulo sacramentou a virada com o terceiro gol. Falha grotesca de Wallace! 3 a 1 e festa tricolor no Pacaembu. Eles nos derrotaram usando a equipe reserva. Inacreditável!


O Timão terminou o Brasileirão no sexto lugar, com 57 pontos (no segundo turno, ficamos na terceira posição). Com os compromissos da competição nacional devidamente encerrados, agora podemos pensar exclusivamente nas obrigações internacionais, a maior meta corintiana no segundo semestre de 2012.


3 de dezembro de 2012 - segunda-feira


Hoje, segunda-feira, 3 de dezembro de 2012, foi mais uma data histórica para a torcida corintiana. Novamente o Bando de Loucos demonstrou todo o fanatismo, a empolgação e a confiança na conquista do título mundial pelo Timão. O que era para ser uma simples viagem para a competição da FIFA se transformou em uma grande mobilização da Fiel, ávida por se despedir de seus heróis.


A programação corintiana era simples para esta segunda-feira. Os jogadores e a comissão técnica iriam passar o dia concentrados no CT Joaquim Grava. À noite, seguiriam direto para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, distante apenas dez quilômetros do QG alvinegro. Lá embarcariam, já na madrugada de terça, em um avião fretado para Dubai, nos Emirados Árabes. A ideia era ficar um dia no país do Oriente Médio antes de seguir viagem para o Japão.


Sabendo disso, a Fiel Torcida quis se despedir dos atletas no aeroporto. A massa queria desejar boa sorte e passar boas vibrações aos atletas. Dessa forma, no final da tarde, São Paulo assistiu a uma multidão de corintianos com bandeiras, instrumentos musicais e faixas se dirigindo à Cumbica. Eles chegavam em carros, motos, ônibus e até a pé. Aos poucos, alguns torcedores se transformaram em algumas dezenas. Algumas dezenas se multiplicaram e alcançaram a casa das centenas. De centenas rapidamente eles passaram a ser milhares. A polícia calculou que 15 mil fãs do Timão tenham ido até Guarulhos para dar adeus aos jogadores. Você consegue imaginar 15 mil pessoas indo se despedir de um time de futebol em um aeroporto fora da cidade em um dia de semana? Somente a torcida do Corinthians consegue uma proeza como essa, né?!


Cumbica se transformou em uma extensão das arquibancadas do Pacaembu. A despedida de time e torcida foi marcada por muita festa, gritaria, fogos de artifício e rojões. Não cabia mais ninguém no saguão nem na parte externa do aeroporto. O ônibus dos jogadores foi escoltado pela torcida durante todo o trajeto, da saída do CT até a pista de embarque. Um mar de pessoas se aglomerou nas ruas por onde a delegação corintiana passava. A euforia era total. Os atletas do Timão, visivelmente emocionados com a homenagem e o carinho recebidos, não quiseram esperar e desceram do ônibus antes da hora. Foram acenar para os fãs. Delírio da massa!


É verdade que a festa corintiana provocou alguns probleminhas para a cidade de São Paulo. O trânsito na Marginal do Tietê e na Rodovia Ayrton Senna ficou bloqueado por algumas horas. Vários voos precisaram ser cancelados, pois os demais passageiros não conseguiram chegar ao aeroporto a tempo de embarcar. Alguns atos de vandalismo foram detectados no meio da aglomeração. Porém, tudo isso é uma nota menor perto da grandeza da paixão dos corintianos e de seu poder de mobilização.


A despedida foi feita na intensidade e na dimensão merecidas. Afinal, estamos falando de um time que deseja ser campeão mundial. Agora a sorte está lançada. Boa viagem para todos do Timão! Só espero que a festa seja maior na volta...


4 de dezembro de 2012 - terça-feira


O embarque dos jogadores e a festa da torcida corintiana ganharam destaque na imprensa do país inteiro. Uma mobilização de tal magnitude jamais fora vista por aqui. Confira algumas manchetes de jornais e de portais da Internet publicadas hoje: "Tsunami corintiano toma saguão, cria caos e transforma aeroporto em estádio"; "Despedida de torcida do Corinthians deixa emoção e confusão"; e "Multidão de fiéis vai a Cumbica se despedir do Timão, rumo ao Japão".


Agora que os jogadores já estão voando para o outro lado do mundo, podemos analisar melhor e com mais tranquilidade os principais fatos dos últimos dias. A derrota no Majestoso domingo não foi algo tão surpreendente assim. Depois de um ótimo começo de jogo, os corintianos tiraram o pé nas jogadas mais fortes. Ninguém queria se machucar na véspera do Mundial, né? Isso ficou mais evidente quando Guerrero teve que sair de campo com problemas no joelho. "Se aconteceu com ele, poderá acontecer comigo também", devem ter pensado os atletas de preto e branco. Eu refletiria dessa forma e tiraria também o pé das divididas. Isso é normal.


Como do outro lado havia apenas jogadores reservas e dispostos a tudo para mostrar valor ao treinador, a vitória são-paulina foi uma consequência natural da diferente disposição dos dois times. Além disso, a expulsão infantil de Jorge Henrique só complicou ainda mais a nossa situação dentro do gramado.


Apesar de natural, sob essa ótica, a derrota no clássico para o time reserva do São Paulo poderia afetar o moral dos jogadores e da torcida do Timão, justamente no dia da viagem para o Mundial. Ralf, em uma entrevista na segunda-feira de manhã, expôs esse pensamento: “Espero que isso não nos abale, mas sem dúvida é algo complicado. É um jogo que fomos bem abaixo do que podemos, e eles marcaram melhor, finalizaram bem e foram merecedores da vitória”.


A mobilização da torcida corintiana à noite no aeroporto foi tão carinhosa, intensa e motivadora que duvido que nesse momento algum jogador alvinegro dentro do avião se lembre da derrota no clássico. Eles devem ter na lembrança apenas o apoio incondicional da Fiel na despedida em São Paulo.


De preocupante mesmo, temos a contusão de Guerrero. O peruano passou a segunda-feira no CT corintiano fazendo tratamento no joelho direito e sua presença no Mundial é uma grande dúvida. Qual a extensão da lesão? Ainda não é possível saber a gravidade do problema do centroavante.


Tite, que trabalhava com a possibilidade de Guerrero ser titular, declarou antes de entrar no voo que já pensa em alternativas. "Tenho maneiras que podemos trabalhar. As possibilidades de reposição são boas, existem. Preciso aguardar o departamento médico, a recuperação dele. Mas temos dois ajustes que já podemos usar”, disse o comandante gaúcho sem entrar em detalhes sobre seus planos. De qualquer forma, perder nosso camisa 9 para o Mundial é uma tragédia!


5 de dezembro de 2012 - quarta-feira


O Corinthians chegou em Dubai, nos Emirados Árabes, e completou a metade do caminho entre o Brasil e o Japão. O voo de 14 horas foi tranquilo, mas extremamente cansativo para a delegação alvinegra. Para passar o tempo, os jogadores aproveitaram as intermináveis horas a bordo para conversar, brincar uns com os outros, ler livros, assistir a filmes e jogar games nos computadores. A comissão técnica pediu para que os atletas não dormissem, o que poderia atrapalhar a aclimatação ao novo fuso horário. A maioria dos atletas conseguiu permanecer acordada.


O clima dentro do avião era o melhor possível. Os únicos momentos de maior agitação foram protagonizados pelos jornalistas, que tentavam incessantemente entrevistar os jogadores e registrar cada instante de descontração dos corintianos. Por várias vezes, os comissários de bordo ficaram bravos e pediram aos profissionais da imprensa para permanecer em seus lugares e para não atrapalhar a privacidade dos demais viajantes.


Após o desembarque, a comitiva corintiana seguiu direto para o hotel. Às 8 horas da manhã (horário local), todos foram convidados para ir ao shopping center de Dubai, considerado o maior do mundo. A atividade, programada pelo preparador físico, tinha como objetivo manter os atletas acordados. Com o passeio pelas lojas e pelo gigantesco centro de compras, o grupo andou (algo fundamental depois de horas e horas no avião), se divertiu e não correu o risco de acabar na cama dormindo.


No começo da noite, os jogadores do Timão foram até o Centro de Treinamento do Al Nassr, um dos times da cidade, para a atividade com bola. Cerca de 50 torcedores corintianos que moram em Dubai visitaram o local e assistiram aos trabalhos. No treino, Tite utilizou quase todos os atletas em um exercício em campo reduzido.


Apenas Paolo Guerrero não treinou com bola. O centroavante peruano correu com parcimônia na beirada do gramado para avaliar como andava o joelho contundido. Ele ainda é dúvida para a estreia no Mundial. Antes de sair do Brasil, o jogador acabou tomando algumas infiltrações para aplacar as dores e aguentar a viagem.


Depois do treinamento, os jogadores do Corinthians voltaram ao hotel e seguiram horas depois para o aeroporto. Era o início da segunda parte da viagem. Dessa vez, a escala final seria no Japão. A equipe de Tite ficará hospedada em Nagoya, cidade pertinho de Toyota, local da semifinal. Será ali que o elenco do Timão treinará, se ambientará às particularidades do país sede e ao novo fuso horário e se preparará para as duas partidas mais importantes da história do clube do Parque São Jorge.


O Timão chegará ao Japão com seis dias de antecedência da estreia no campeonato. É um tempo considerável se pensarmos que o Chelsea, nosso provável adversário na final do Mundial, chegará em cima da hora para a primeira partida. Nossos principais rivais não terão muito tempo para treinar nem para se ambientar ao novo país. Vamos ver qual estratégia é a mais adequada.


6 de dezembro de 2012 - quinta-feira


No Chelsea, a coisa está feia. E põe feia nisso! A crise que a equipe londrina atravessa é seriíssima e parece não ter fim. O mau momento do time campeão europeu ganha a cada dia contornos mais dramáticos. Ontem, os Blues conseguiram vencer uma partida depois de sete jogos de insucesso. O que era para ser motivo de alegria se transformou em grande decepção. A goleada de 6 a 1 aplicada no fraco time dinamarquês do Nordsjælland pela Copa dos Campeões não serviu para nada. O Chelsea foi eliminado na primeira fase da competição e, assim, não avançou para as oitavas de finais. Pela primeira vez na história do torneio, os campeões do ano anterior não vão para a segunda etapa. Uma vergonha!


Segundo as notícias vindas da Inglaterra, o problema do clube de Londres não é técnico. O time é bom e os jogadores são talentosos. A questão parece ser mesmo comportamental. Há brigas e desentendimentos entre as principais peças do elenco. O relacionamento dos atletas entre si é péssimo e parecem existir várias "panelinhas" no grupo. A chegada de Rafa Benítez, o novo treinador, também fez piorar o clima no vestiário já que o antecessor era bem-quisto por todos, inclusive pela torcida.


No último sábado, Rafa Benítez teria tido um ataque de fúria após a derrota de 3 a 1 para o West Ham em jogo pelo Campeonato Inglês. Incomodado por ainda não ter vencido no comando do Chelsea (foram três partidas), o treinador espanhol questionou o caráter dos atletas. Ele indagou se seus comandados tinham personalidade para vestir aquela camisa. Obviamente, o clima no vestiário só piorou depois disso.


O presidente do Chelsea, o milionário russo Roman Abramovich, já cogita nova troca no comando da equipe. Ele já teria iniciado conversações com outros técnicos para substituir Benítez no início de 2013. Se tal notícia viesse de um time brasileiro, na certa diríamos que nossos dirigentes são amadores e imediatistas. Como a informação vem do primeiro mundo, o dirigente lá é considerado muito exigente. Ai, ai, ai.


No meio de tanta confusão, o clube londrino irá disputar o Mundial de Clubes nos próximos dias. Antes, eles terão um último compromisso, no próximo final de semana, pelo Campeonato Inglês. Depois desse jogo, aí sim os Blues viajarão para o Japão. Evidentemente, chegarão muito pressionados. Se não voltarem com o título, a crise irá aumentar de proporção. Na visão dos europeus, é inconcebível um time do continente perder para as equipes das outras regiões do mundo, supostamente mais fracas e limitadas tanto no aspecto técnico quanto no quesito financeiro.


Assim, muitos comentaristas esportivos consideram o Corinthians como o favorito para se sagrar campeão. Trata-se de uma mudança de paradigma. Nos últimos quinze anos, os europeus sempre chegaram ao Japão com o favoritismo ao seu lado. Nos últimos cinco anos, todas as taças do mundial foram para o Velho Continente. O Timão pode acabar com um longo tabu dos sul-americanos. A última vez que o título máximo do futebol não seguiu para a Europa foi em 2006, quando o Internacional surpreendeu o Barcelona e levou para Porto Alegre o tão desejado troféu.


7 de dezembro de 2012 - sexta-feira


O Coringão chegou ao Japão. Se a viagem do Brasil a Dubai foi tranquila, não podemos dizer o mesmo do voo dos Emirados Árabes para Tóquio. Logo após a decolagem, um grande barulho assustou passageiros e tripulação. Uma das portas da aeronave apresentou falha e, com a fresta aberta, uma grande ventania se fez no interior do avião. Os comissários de bordo trabalharam rapidamente e o problema foi reparado de maneira improvisada. Mesmo assim, a apreensão foi geral.


Chicão e Paulo André tiveram que mudar de poltronas enquanto os funcionários da companhia aérea agiam para reparar o dano. Ralf e Duílio Monteiro Alves, o diretor-adjunto, eram os dois passageiros mais próximos ao local do incidente e se assustaram bastante com o barulho e a ventania.


Apesar do intimidante contratempo, o avião pousou na tarde desta sexta-feira em Tóquio. Os jogadores desembarcaram com segurança (ufa!) e no horário estipulado. No aeroporto da capital japonesa não havia torcedores corintianos aguardando o time. Por isso, os atletas do Timão puderam sair do local com uma calma maior do que o habitual. Essa tranquilidade é rara nos últimos dias, pois por onde eles passaram havia sempre muitos torcedores. Até mesmo em Dubai a Fiel marcou presença!


A viagem de Tóquio para Nagoya foi feita de ônibus. A chegada à cidade sede do Corinthians no Mundial ocorreu no meio da noite de sexta e foi marcada por muita festa dos torcedores. Cerca de 200 corintianos enfrentaram o forte frio noturno de Nagoya e esperaram os jogadores na porta do hotel onde a delegação ficará. A recepção aos ídolos teve muito barulho e carinho. Apesar da tentativa dos funcionários japoneses do hotel em tentar organizar a recepção, o clima de descontração e a animação tipicamente brasileira preponderaram. Os torcedores invadiram o saguão do hotel para ver de perto os atletas do Timão, o que gerou um grande desentendimento com os seguranças do local. O empurra-empurra foi geral e a polícia foi chamada.


"Aonde quer que vamos o torcedor sempre está junto, presente. Agora é ir para o campo e dar nosso máximo. O apoio é importantíssimo. Dá ainda mais vontade de jogar", disse o meio-campista Danilo. Visivelmente, ele estava encantado com o carinho e as boas-vindas dos torcedores na chegada ao hotel.


Para completar a aventura do Timão em terras nipônicas, algumas horas após a chegada da delegação do Parque São Jorge, um pequeno terremoto de 7,3 graus na escala Richter atingiu o nordeste do Japão. O epicentro do abalo sísmico aconteceu no mar, a cerca de 200 km de Nagoya. Mesmo assim, o terremoto foi sentido no hotel. O prédio balançou e assustou os brasileiros recém-chegados. Os japoneses, acostumados com a geologia local, não mudaram a rotina nem ligaram para a trepidação.


O dia de hoje foi marcado por sustos e mais sustos para os jogadores corintianos. Eles não devem ter acreditado quando voltaram para os quartos e puderam se deitar e dormir tranquilamente. Eles mereciam algumas horas sem sobressaltos.


8 de dezembro de 2012 - sábado


Neste sábado, o Timão realizou os primeiros treinamentos em terra japonesa. Os jogadores foram ao campo de manhã e à tarde. O local escolhido pela comissão técnica para as atividades em Nagoya foi o Wave Stadium, uma simpática arena de um time chamado Kariya. Para agradar à Fiel, os dirigentes quebraram o protocolo e liberaram o acesso das arquibancadas para os torcedores.


Com isso, aproximadamente 700 corintianos puderam ver de perto os atletas trabalhando. Além dos brasileiros que moram na região e dos integrantes da unidade japonesa da Gaviões da Fiel, muitos peruanos visitaram o treino do Corinthians. O Peru possui uma grande colônia de imigração por lá e várias pessoas foram conferir de perto o principal ídolo do país: Guerrero.


A festa no pequeno estádio foi completa. Apesar do frio intenso, os torcedores não pararam de cantar, pular e fazer barulho. O incentivo aos jogadores do Timão era gigantesco. O clima ali era mais de uma partida do que de um simples treinamento.


E por falar em Peru, a grande novidade do dia foi a presença de Guerrero no coletivo. O centroavante parece totalmente recuperado do problema no joelho e treinou normalmente com os companheiros. Assim, deverá ser escalado para a semifinal. Trata-se de uma melhora considerável no estado clínico do atleta. Em entrevista, o camisa 9 confessou ter dado como descartada sua presença no Mundial de Clubes. Antes da viagem, a própria comissão técnica corintiana também considerava pouco provável a utilização do jogador no Japão. Porém, tudo mudou com as infiltrações realizadas no joelho do atleta.


“Eu sou católico. E vocês sabem que nesses momentos a reza é importante. Eu rezei bastante”, destacou o peruano. Sobre a infiltração, Guerrero garantiu não ser a primeira vez que se sujeita a forte medicação no local. “Doeu pra c...”, gargalhou o atacante ao se lembrar da dor na hora da aplicação da agulha. “É uma motivação a mais para querer o título. Eu estou fazendo tudo para atingir esse sonho, dar esse presente aos corintianos. E todo o Peru será Corinthians no Mundial”, disse Paolo.


O time alvinegro escalado por Tite nos dois coletivos desse sábado foi: Cássio; Alessandro, Paulo André, Chicão e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Douglas e Danilo; Emerson Sheik e Paolo Guerrero. Dificilmente veremos outro time na estreia.


No Brasil, a Fiel Torcida recebeu outra ótima notícia. Foi divulgado hoje que Corinthians e Nike fecharam um novo contrato de patrocínio. Nos próximos dez anos (de 2013 a 2022), a empresa norte-americana irá pagar R$ 300 milhões ao clube do Parque São Jorge para fornecer o material esportivo do Timão e para vincular sua marca ao Sport Club Corinthians Paulista. Para realizar a assinatura do acordo, a Nike ainda dará uma entrada milionária, cujo valor exato não foi revelado. As cifras do novo patrocínio são duas vezes maiores do o que o atual contrato, em vigência até o final de 2012. É o Timão mais forte e rico fora das quatro linhas, senhoras e senhores!


9 de dezembro de 2012 - domingo


Meu domingo de manhã foi totalmente dedicado ao Mundial de Clubes da FIFA. Acordei antes das 5 horas para ver a partida entre Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul, e Monterrey, do México. O confronto era pelas quartas de finais. O vencedor desse jogo enfrentaria o Chelsea na próxima quinta-feira. O palco do confronto entre sul-coreanos e mexicanos era o Estádio de Toyota.


Se eu estava com sono por ter saído tão cedo da cama, o pior foi vivenciado pelo narrador, Ulisses Costa, e pelo comentarista, o ex-jogador Edmundo. Pela voz da dupla que foi escalada para a primeira partida do dia, eles também estavam muito incomodados pelo despertar em plena madrugada. Foi engraçadíssimo acompanhar a luta da equipe da Band para ficar ligada e entretendo os telespectadores.


O jogo não apresentou bom nível técnico. O time sul-coreano era fraquíssimo e não exigiu muito trabalho aos mexicanos. Ciente de sua força, o Monterrey atuou em ritmo lento e se poupou para a próxima partida, essa sim uma pedreira. Quando quiseram, os campeões da CONCACAF foram para o ataque e, após boas trocas de passes, chegaram aos gols. O primeiro aconteceu logo no começo. Os outros dois vieram apenas no finalzinho. No último minuto do segundo tempo, o Ulsan ainda conseguiu descontar de fora da área, em uma falha bizarra do goleiro mexicano. Pelo visto, não eram só os brasileiros que estavam com sono, né?


Com o 3 a 1 sobre o Ulsan Hyundai, o Monterrey se habilitou para enfrentar o Chelsea na próxima quinta-feira. Se os ingleses não jogarem um bom futebol, é capaz de não passarem para a final. A equipe da América do Norte joga direitinho e deve dar trabalho aos campeões europeus.


Após o café da manhã, me preparei para ver quem seria o adversário do Corinthians na próxima quarta-feira. Sanfrecce Hiroshima do Japão, que vencera o Auckland City da Nova Zelândia por 1 a 0 na oitava de final, e Al Ahly do Egito jogaram a segunda partida do dia em Toyota. As câmeras de TV mostraram que os jogadores e a comissão técnica do Timão estavam nas arquibancadas do estádio.


Dessa vez, o jogo foi melhor tecnicamente. Pelo menos não havia tanto desequilíbrio entre as equipes como na partida anterior. Os egípcios começaram melhor e fizeram 1 a 0. Depois, só deu o time japonês, que empatou e quase virou. No segundo tempo, mesmo com o melhor futebol do Sanfrecce, o Al Ahly conseguiu fazer o segundo gol. Aí os egípcios se seguraram na defesa. O confronto terminou 2 a 1 para os africanos, que comemoraram muito a passagem para as semifinais do Mundial.


Portanto, o Timão já tem definido qual será seu adversário em 12 de dezembro. É o Al Ahly. Os egípcios mostraram um futebol apenas razoável na estreia. Na parte física, eles aparentaram ser muito limitados pois cansaram no segundo tempo. Talvez o jogo de quarta não seja tão fácil para os comandados de Tite. Por outro lado, também não deve ser muito difícil derrotar os africanos. Vamos esperar para ver.


10 de dezembro de 2012 - segunda-feira


A maior migração humana em tempos de paz da história. É assim que a imprensa está chamando o deslocamento dos corintianos do Brasil para o Japão. No último final de semana, cerca de 20 mil pessoas embarcaram para o outro lado do mundo para ver o Timão no Mundial. Cumbica virou praticamente a extensão do Parque São Jorge. Desde sexta-feira é impossível não achar alguém vestindo a camisa do Corinthians ou usando algo do clube em alguma parte do Aeroporto Internacional de Guarulhos.


O mais incrível é que essa multidão deverá se encontrar no Japão com outra massa de torcedores do Timão. Há milhares de corintianos morando no país asiático e eles também se programaram para ver in loco a competição da FIFA. Além da Fiel Torcida que mora no Brasil e no Japão, a romaria em direção à Toyota vem de outras partes do planeta. Conforme divulgado pelo jornal O Lance!, muitos corintianos que vivem na Austrália e na Nova Zelândia se programaram para chegar nos próximos dias à sede do mundial. Assim, teremos uma nova invasão corintiana, dessa vez ao Japão.


Não será surpresa se na próxima quarta-feira as arquibancadas do estádio em Toyota estiverem abarrotadas de torcedores alvinegros. Do ponto de vista de proeza histórica e de complexidade logística, a aglomeração corintiana no Mundial Interclubes de 2012 deverá superar a Invasão Corintiana no Maracanã. Na semifinal do Campeonato Brasileiro de 1976, 70 mil mosqueteiros dividiram meio a meio o estádio carioca com a torcida do Fluminense. Apesar de ter tido um número bem maior de pessoas, o deslocamento da década de 1970 foi de apenas 450 quilômetros, enquanto o de hoje é de mais de 18 mil quilômetros (eu disse 18 mil quilômetros!!!).


Você consegue imaginar 20 mil pessoas largando a rotina, alterando a dinâmica social, faltando ao trabalho, deixando a família, se sacrificando financeiramente e encarando uma viagem de mais de 20 horas de duração. E para quê? Só para ver de perto o clube preferido em duas partidas de futebol. É incrível constatar a dimensão e o fanatismo dessa torcida. O amor da Fiel pelo Timão parece ilimitado. Nessa hora, me certifico que não deva existir torcida mais apaixonada (e apaixonante) no mundo. E, desculpem-me os flamenguistas, não deve ter também torcida mais numerosa.


Para se ter uma ideia do que representa a migração corintiana ao Japão, vale lembrar que o Brasil enviou para a Segunda Guerra Mundial 25 mil soldados. Sim, senhores e senhoras, 25 mil brasileiros lutaram na Europa na década de 1940. E, em 2012, 20 mil vão assistir ao principal campeonato de clubes do futebol no outro lado do mundo. Pode-se até discutir qual dos dois eventos é mais importante para a humanidade (não queiram saber minha opinião sobre esse tema, tá?!!!), mas desde já podemos comparar em magnitude e em logística essas mobilizações humanas.


Boa sorte para todos os que embarcaram nessa grande aventura futebolística. Infelizmente, eu não pude viajar e terei que ficar em São Paulo torcendo por cada um de vocês. Essa viagem será, tenho certeza, a mais emocionante, produtiva e feliz da vida de todos vocês. Banzai, corintianos!


11 de dezembro de 2012 - terça-feira


Está chegando a hora do Mundial Interclubes começar para o Corinthians. Amanhã de manhã, às 8h30 no fuso horário de Brasília, a bola rolará para Timão e Al Ahly. A expectativa da Fiel Torcida e dos anticorintianos é imensa. Como não poderia ser diferente, esse é o principal assunto de hoje na cidade de São Paulo. A impressão que tenho é que não há outro tema sendo discutido na metrópole. Nas emissoras de rádio, nos programas de televisão, nos principais cadernos dos jornais e nas páginas de Internet, a pauta recorrente é o Corinthians no Japão. Os paulistanos estão se planejando para ver o jogo do Timão como se fosse o Brasil na Copa do Mundo: em casa, no trabalho, no bar, na padaria, junto com os amigos. Há muitas opções. Eu vou assistir em casa mesmo.


No outro lado do mundo, os jogadores corintianos puderam, nessa terça-feira, conhecer de dentro do gramado o estádio da partida. Se no último domingo eles ficaram nas arquibancadas vendo o jogo da quarta de final entre Al Ahly e Sanfrecce, dessa vez eles desceram para o campo para treinar. Na atividade de 40 minutos, o treinador alvinegro fez um coletivo. A cidade de Toyota fica a apenas uma hora de distância de Nagoya, onde os atletas do Parque São Jorge estão hospedados e concentrados. O estádio, cujo nome é o mesmo da cidade, é um dos mais modernos do país e tem capacidade para 45 mil pessoas. Seu formato é bem original e lembra um acordeon. Os atletas do Timão ficaram encantados com a estrutura e com a qualidade da arena. Todos rasgaram elogios para a organização da competição.


O Corinthians entrará em campo na semifinal do Mundial sem nenhuma surpresa. Tite confirmou a equipe alvinegra com a seguinte formação: Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Douglas; Emerson e Guerrero. Aparentemente, a maior preocupação de última hora da comissão técnica corintiana tem sido o forte frio que tem feito no Japão. No último final de semana, nevou muito em Toyota e os jogos das semifinais foram disputados com flocos de neve no gramado. A previsão do tempo para amanhã na hora da partida é de 0°C. Pelo menos não deverá nevar, segundo os meteorologistas japoneses.


Para se precaver do frio excessivo, o Corinthians usará camisas térmicas sob o uniforme. A própria camisa do time foi desenvolvida com um material mais resistente do que o normalmente utilizado no Brasil. A vestimenta também é mais alongada para proteger o pescoço dos atletas. Além disso, os jogadores do Timão serão incentivados a usar pomadas térmicas antes da partida. Dessa maneira, os pés se aquecem mais rapidamente e evita-se o formigamento nos dedos. Se o frio é um inimigo dos brasileiros, também podemos dizer que ele será dos egípcios. Os atletas do Al Ahly não estão acostumados com temperaturas tão baixas. Por isso, não haverá vantagens ou desvantagens climáticas para nenhum lado na semifinal.


Chegou a hora, galerinha! Agora a emoção vai tomar conta do Bando de Loucos estando seus integrantes no Brasil, no Japão ou em qualquer parte do mundo. Vai, Curintia!


12 de dezembro de 2012 - quarta-feira


A tão aguardada estreia do Timão no Mundial Interclubes finalmente chegou. O Estádio de Toyota não estava totalmente lotado para a semifinal entre Corinthians e Al Ahly. Porém, a Fiel Torcida não decepcionou e a prometida invasão ao Japão se concretizou. Dos 31 mil torcedores presentes na arquibancada, a quase totalidade era de corintianos. O estádio japonês estava parecendo o Pacaembu com bandeiras e faixas do Timão. Até os gritos e as músicas entoados eram os mesmos dos produzidos em São Paulo. Talvez a grande diferença fosse o frio de 4°C, o que não desanimou os brasileiros.


O primeiro tempo começou estranho. O Corinthians estava bem e controlava a posse de bola, mas não conseguia imprimir velocidade e contundência ao jogo. O Al Ahly se mantinha totalmente recuado e evitava os ataques adversários. O primeiro lance de gol aconteceu aos 9 minutos. Douglas chutou na entrada da área. A bola foi para fora. Depois disso, um novo lance de perigo só aconteceu aos 30 minutos. Aproveitando-se de um rebote originado por uma cobrança de escanteio, Douglas cruzou de primeira. A bola encontrou a cabeça de Guerrero. O camisa 9 a mandou para as redes. Gol do centroavante peruano! 1 a 0 para o Timão. O primeiro tempo terminou com a vantagem mínima e sem que Cássio tivesse trabalhado.


O segundo tempo foi totalmente diferente. Inexplicavelmente, o time corintiano voltou mais recuado e muito nervoso. A equipe de Tite não acertava mais do que três passes. Douglas e Emerson estavam irreconhecíveis e não conseguiram fazer nenhuma boa jogada. Danilo estava sumido. Guerrero e Paulinho eram os únicos com o mínimo de lucidez em campo, mesmo assim estavam bem abaixo do desempenho normal.


O Corinthians não chutou ao gol adversário nos 45 minutos finais. E, acredite se quiser, foi muito pressionado pelos egípcios. As chances de gol na segunda etapa foram todas do nosso oponente. Para sorte da Fiel, os atletas do Al Ahly não tinham boa pontaria. Os melhores chutes dos campeões africanos foram de fora da área. Por quatro vezes, a bola passou raspando a trave de Cássio. Meu Deus! Quando eles tentavam cruzar bolas altas na área corintiana, nosso goleirão saía do gol com a competência de sempre e as defendia com certa tranquilidade.


Depois de intermináveis minutos de drama, o juiz apitou o final do jogo. Devem ter sido os três quartos de hora mais longos do ano para os corintianos. O 1 a 0 e a classificação para a final trouxeram alívio para a Fiel. Conseguimos o resultado, mas a apresentação da equipe de Tite foi lamentável. Se jogarmos novamente assim no domingo seja qual for o rival, os mexicanos do Monterrey ou os ingleses do Chelsea, dificilmente voltaremos para casa com o caneco. Disso tenho certeza.


Não vamos ser pessimistas. Vamos pensar diferente, tá? Vencemos hoje e estamos classificados para a final do Mundial. Até domingo, Tite irá identificar os erros apresentados nessa quarta-feira e vai solucioná-los. Não creio que o Corinthians vá jogar duas partidas seguidas tão mal. Que venha Monterrey ou Chelsea.


13 de dezembro de 2012 - quinta-feira


A quinta-feira começou com fogos de artifício e rojões no céu da capital paulista. Desta vez não se tratava da comemoração de corintianos com a conquista da vaga à final do Mundial. A festa era tricolor. O São Paulo se sagrou campeão da Copa Sul-Americana ao bater os argentinos do Tigre por 2 a 0 na quarta-feira à noite no Morumbi. Assim, o futebol paulista fecha a temporada de 2012 com todos os troféus do continente – o Timão e o Santos já tinham conquistado, respectivamente, a Libertadores e a Recopa. Com o título são-paulino de ontem, teremos Corinthians e São Paulo na Recopa de 2013. Serão mais dois belos Majestosos no calendário.


Mesmo com o foguetório que se estendeu até de madrugada, acordei mais uma vez bem cedo para acompanhar a segunda semifinal do Mundial. A partida da quinta-feira era Chelsea versus Monterrey. O jogo foi em Yokohama, o mesmo palco da final de domingo. O estádio estava vazio para o duelo. Evidentemente, o Chelsea não possuía uma torcida tão numerosa e fanática como a do Timão, né? Na arquibancada, os jogadores e a comissão técnica do Corinthians estavam presentes para ver de perto os lances da partida que apontaria o seu adversário para a decisão.


O jogo começou como previsto. O Chelsea partiu para cima e as chances de gols para os ingleses iam se multiplicando. Depois de 17 minutos de ótimo futebol dos europeus, o gol saiu. Em boa troca de passes pela esquerda do ataque dos Blues, o meia espanhol Mata recebeu a bola na área e chutou com precisão para as redes mexicanas. Chelsea 1 a 0. Festa dos poucos ingleses presentes no estádio.


Após a metade do primeiro tempo, a partida mudou de panorama. O Monterrey abandonou a defesa e foi para frente. Com a postura mais ofensiva, os campeões da CONCACAF passaram a levar perigo ao goleiro inglês. Os mexicanos tiveram várias oportunidades para marcar, mas falharam nas finalizações. Eles mereciam ter ido para o intervalo com o empate. Entretanto, o placar ficou mesmo no 1 a 0.


O segundo tempo começou arrasador para o Chelsea. Em dois minutos, o time londrino marcou mais duas vezes. 3 a 0! As duas jogadas foram iniciadas pelo belga Hazard e as conclusões foram feitas por espanhóis: Mata e o centroavante Fernando Torres. Os gols levaram os mexicanos ao nocaute. Com o adversário paralisado, os ingleses passaram a tocar a bola e esperar o tempo passar. A estratégia se mostrou inteligente, pois dessa forma era possível poupar a equipe para a final de domingo. Os 45 minutos finais passaram sem grandes sustos para os europeus. No último minuto da partida, o Monterrey ainda conseguiu aplicar um bom ataque e marcou o gol de honra.


Placar final em Yokohama: Chelsea 3, Monterrey 1. Os Blues estão na decisão do Mundial como era previsível. Então, anote aí: domingo, 8 horas da manhã (horário de Brasília), Corinthians e Chelsea jogarão pelo título máximo do futebol. Serão os 90 minutos mais emocionantes do ano. E será um dia para entrar para a história da Fiel Torcida e do Sport Club Corinthians Paulista.


14 de dezembro de 2012 - sexta-feira


Depois das semifinais do Campeonato Mundial, o favoritismo mudou de lado. Se antes do início da competição muitos torcedores e vários jornalistas esportivos davam como grande a chance de o Corinthians conquistar o troféu no Japão, agora as apostas são depositadas em sua maioria para o lado do Chelsea.


O ótimo futebol apresentado pelos ingleses na partida contra o Monterrey encheu os olhos do mundo. Em contradição, o péssimo desempenho da equipe brasileira contra o Al Alhy assustou a torcida e a imprensa. O clima de confiança e o sentimento de alegria da Fiel antes do início do torneio se transformaram agora em apreensão. Conseguiremos vencer os europeus no domingo? Muita gente começa duvidar disso.


Para os jornalistas da BBC que estão cobrindo o Mundial, o Chelsea não deverá ter dificuldades para erguer a taça no final de semana. Na quinta-feira, Pat Nevin, o principal comentarista esportivo da estatal inglesa, declarou: “Assistindo à partida entre Corinthians e Al Alhy, fica claro que o Chelsea está muito à frente destas duas equipes. O time (londrino) arrasará qualquer um deles se jogar com a atitude correta”. Apesar da arrogância das palavras, a percepção de Nevin não é totalmente equivocada e está condizente com o desempenho dos finalistas nos campos japoneses.


O presidente corintiano, Mário Gobbi, tentou minimizar as consequências de uma possível derrota: “Se perdermos não será o fim do mundo. Ser segundo do mundo não é uma derrota. Tivemos um ano maravilhoso na história do Corinthians. Vencemos a Copa Libertadores”. Ele está pessimista ou só está tentando tirar a pressão das costas de seus jogadores, hein? Acredito que seja as duas coisas ao mesmo tempo.


Tite é quem precisa mudar a situação! No treinamento realizado hoje no estádio do Yokohama FC, na região onde acontecerá a final, ele já começou a fazer alterações importantes no time corintiano. O comandante alvinegro sacou Douglas da equipe. O camisa 10 teve desempenho horrível na quarta-feira e não deverá entrar em campo no domingo. Em seu lugar, o treinador colocou Jorge Henrique. A ideia é dar mais velocidade ao jogo, já que o meio de campo com Danilo e Douglas ficou muito lento.


“Há uma possibilidade de jogar com mais um de velocidade. Eu posso mudar na linha de três. Um jogador de mais velocidade e na transição. Mas pode ser na armação. Podem ser dois. O Chelsea tem seis jogadores altos, de imposição física diferente. Vamos pensar depois”, disse Tite logo após a vitória inglesa na quinta-feira.


Jorge ajuda mais na marcação, algo importantíssimo para a final. Romarinho também está brigando por essa vaga e não será surpresa se for ele o escolhido para começar o jogo. Com Romarinho, o Corinthians fica mais ofensivo. No treinamento dessa sexta, Alessandro e Paulo André foram poupados das atividades com bola porque sentiram cansaço muscular. Eles devem treinar amanhã, na véspera do jogão. No sábado acontecerá o reconhecimento do gramado do estádio da decisão. Agora é esperar até amanhã para ver o time que será escalado por Tite.


15 de dezembro de 2012 - sábado


Estamos a algumas horas do jogo mais importante da história do Sport Club Corinthians Paulista. Amanhã de manhã (horário de Brasília), o Timão enfrentará o Chelsea na final do Mundial, em Yokohama. Vencer os europeus não é algo trivial. Nos últimos cinco anos, nenhum time sul-americano conseguiu levantar o tão cobiçado troféu da FIFA. O poderio econômico, a maior organização dentro e fora de campo e a excelência das equipes do Velho Continente ficam a cada temporada mais evidentes. Se o Timão vencer a partida, será uma conquista heroica de David contra Golias.


Para o confronto de domingo, Tite já definiu a mudança que promoverá na equipe corintiana. Jorge Henrique será mesmo o titular. “Está confirmado o time, sim. Entra o Jorge Henrique para dar mais velocidade na transição. Sai o Douglas”, comunicou o treinador alvinegro na entrevista coletiva após o treinamento de reconhecimento do gramado em Yokohama.


A ideia do gaúcho é dar mais velocidade ao ataque alvinegro. O posicionamento ofensivo do Timão será o seguinte: Emerson atuará pela esquerda, Jorge Henrique pela direita, Danilo armará as jogadas pelo meio e Guerrero ficará na frente como centroavante. Na estrutura defensiva, nada muda.


A entrada de Jorge aumenta o poder de marcação do lado direito da defesa corintiana já que ele ajuda bastante naquele setor. Vale lembrar que nos confrontos contra o Santos nas semifinais da Libertadores, o camisa 23 foi determinante para a anulação de Neymar. Como o time do Chelsea tem o rápido e talentoso Hazard naquele lado do campo, o atacante corintiano deverá auxiliar Alessandro na marcação do avante belga dos Blues.


Tite disse que Douglas ficou triste com sua decisão, mas soube entendê-la. “Ele foi o primeiro a saber. Falei para ele: ‘Entendo que é a melhor opção, mas quero te dizer que te prepare porque eu posso reconsiderar durante o jogo e você pode ser decisivo’”, falou o técnico aos jornalistas. O time do Parque São Jorge que entrará em campo no domingo é o seguinte: Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Danilo; Jorge Henrique, Emerson Sheik e Paolo Guerrero.


Curiosamente, essa é a primeira vez em que o Timão terá tal formação. O ineditismo da escalação dos 11 titulares não preocupa Tite. Ele considera sua equipe bem treinada e preparada para o desafio. Além da mudança dos jogadores, o esquema tático também foi alterado para o próximo jogo. O time corintiano deixará o 4-4-2, utilizado na maior parte do ano (tanto no Campeonato Brasileiro quanto na Libertadores de 2012), e voltará a usar o esquema 4-3-3, mais utilizado em 2011.


Confesso que gostei das mudanças. Não podíamos jogar como na semifinal, né? A estratégia de Tite parece realmente a melhor no momento. Vamos ver como ela será executada dentro de campo amanhã. Desejo boa sorte para nossos jogadores e espero a dedicação integral deles durante toda a partida. Sucesso para nossos campeões!


16 de dezembro de 2012 - domingo


Ao cair da noite no Japão, a Fiel invadiu o Estádio de Yokohama. Aproximadamente 70 mil pessoas lotaram as arquibancadas e deixaram o palco da decisão como se fosse um grande Pacaembu oriental. Entre os torcedores, a coloração predominante era o preto e branco. O azul do Chelsea só apareceu quando os jogadores da equipe londrina entraram em campo. Aos gritos de "Vamos Corinthians, esta noite teremos que ganhar!", os atletas corintianos também entraram no gramado.


O jogo começou equilibrado. O Corinthians tentava atacar e o Chelsea também avançava. O primeiro lance de perigo aconteceu aos 10 minutos. Após escanteio para os ingleses e bate-rebate na área corintiana, a bola sobrou livre para um jogador de azul. Ele chutou forte e Cássio defendeu com a bunda. Espetacular!


Depois do susto inicial, o time do Parque São Jorge melhorou e passou a dominar as ações ofensivas. A equipe de Tite teve três chances de gol. A primeira foi com Jorge Henrique, em um chute de fora da área. O goleiro defendeu. Depois foi com Paulinho, também de longe. A bola foi para fora. E a terceira boa oportunidade começou com Guerrero. O centroavante tentou chutar para o gol. A bola caminhava para fora quando Emerson tentou sem ângulo pegar o rebote. A bola bateu na trave e saiu. Quase! Antes do término da primeira etapa, o Chelsea reagiu. Aí Cássio voltou a aparecer. O goleirão fez três excelentes defesas à queima-roupa. Sensacional! O camisa 12 do Timão seria eleito merecidamente o melhor em campo mais tarde. Se não fosse ele...


A partida manteve-se muito equilibrada no segundo tempo. Os dois times tentavam atacar e deixavam o jogo aberto. Logo de cara quem quase marcou em um contra-ataque foi o Chelsea. Graças ao Cássio, a bola não entrou. No lance seguinte, Paulinho recebeu de Guerrero e chutou rente a trave. Saiu por pouco! Quase o marcador era inaugurado. Após os 15 minutos complementares, o Corinthians passou a dominar as ações. A defesa alvinegra conseguia bloquear as ações adversárias e o time chegava rapidamente ao ataque. A supremacia preta e branca se materializou de fato aos 23 minutos. Paulinho passou para Danilo, que chutou para o gol. A bola desviou na defesa e foi parar na cabeça de Guerrero. O peruano cabeceou de maneira precisa. Gooooooooooool! Timão 1 a 0. Explosão da Fiel no Japão e no mundo inteiro.


Os minutos finais foram de grande pressão do time inglês. Novamente Cássio apareceu de forma precisa. Ele defendeu uma finalização que o centroavante do Chelsea teve cara a cara. Na única bola que o camisa 12 não conseguiu defender e o adversário mandou para as redes, o bandeirinha marcou corretamente impedimento. Meu coração quase parou nessa hora. No último segundo, o Chelsea ainda chutou na trave. Quanto sofrimento, Santo Deus!!!


Com o apito final do juiz, a festa começou. Primeiro no campo, depois nas arquibancadas do estádio e, por fim, na cidade de São Paulo, no Brasil e nos quatro cantos do planeta. O Corinthians se sagrou bicampeão do mundo! O sonho dourado se realizava. E 2012 se materializava como o ano mais corintiano da história!


17 de dezembro de 2012 - segunda-feira


A Fiel Torcida está de ressaca hoje. A festa corintiana começou no domingo de manhãzinha, tão logo terminou a decisão do Mundial, e só acabou (isso é, se acabou?!) quando a segunda-feira já havia apontado no horizonte. O que posso dizer é que a comemoração alvinegra foi linda e grandiosa. Os festejos explodiram no Japão, rapidamente se espalharam por São Paulo, tomaram muitas cidades nacionais e fizeram eco em pontos no exterior onde a presença de brasileiros (e de corintianos) é grande. Não é exagero afirmar que o mundo parou para celebrar a conquista do Timão. O Corinthians é campeão do Mundial Interclubes! Somos novamente o melhor time do planeta!! O mundo do futebol está aos nossos pés, senhoras e senhores!!!


Em Yokohama, os milhares de mosqueteiros levaram, após a partida, o espírito carnavalesco e alegre da comemoração para as até então calmas e silenciosas ruas japonesas. A fria noite do outono nipônico nunca foi tão quente e animada como em 16 de dezembro de 2012. A festa foi para japonês ver e aprender como se celebra um título no futebol.


Em São Paulo, as ruas e avenidas foram invadidas por uma multidão disposta a festejar intensamente a maior conquista da história do clube do Parque São Jorge. Andei pela cidade nesse domingo só para ver as cenas da Fiel comemorando. Testemunhei buzinaço dos carros; a Avenida Paulista foi invadida e tomada pelos torcedores; a quadra da Gaviões da Fiel esteve lotada o dia inteiro; havia pessoas nas calçadas soltando fogos e rojões; famílias hastearam bandeiras do Timão nas portas, janelas e terraços das residências; e milhares e milhares de pessoas com o uniforme do Corinthians vibraram nas calçadas. Foi emocionante!!!


Depois vi pela televisão os festejos nas outras cidades paulistas. Em menor dimensão, as cenas dos corintianos comemorando pelas ruas também foram vistas em outras capitais brasileiras. Até no exterior, os corintianos se reuniram para celebrar a vitória sobre o Chelsea. Londres, Buenos Aires, Nova York, Tóquio e Sidney foram algumas das localidades onde a farra alvinegra teve boa dimensão e intensidade.


Se pensarmos bem, o título mundial do Timão foi merecido por tudo aquilo que o clube do Parque São Jorge fez nos últimos cinco anos. Após o rebaixamento em 2007, o Corinthians se organizou, se fortaleceu e se tornou quase imbatível. Estamos invictos há 16 partidas internacionais (14 da Libertadores e 2 do Mundial). A defesa alvinegra só sofreu quatro gols nesses confrontos (média de 0,25 tento por jogo). É uma marca incrível, né?


A torcida corintiana também merece citação. O comportamento da Fiel em 2012 foi exemplar. Não é errado dizer que em dezembro, o mundo conheceu a paixão e a dimensão do Bando de Loucos. A festa parou hoje, mas ela será retomada amanhã. O voo que traz jogadores, comissão técnica e dirigentes corintianos saiu do Japão nessa segunda de manhãzinha e deve pousar em São Paulo na terça às 7 horas. Uma grande recepção aos campeões está sendo preparada na cidade. Vamos conferir!


18 de dezembro de 2012 - terça-feira


Nessa terça-feira, a cidade de São Paulo parou para recepcionar a delegação campeã do mundo. Os corintianos tomaram as ruas da capital paulista para celebrar a grande conquista. Dessa vez, a festa era junto dos heróis. Por cinco horas e meia, os torcedores tiveram a oportunidade de comemorar o título com jogadores, comissão técnica e dirigentes do Parque São Jorge.


A festa da Fiel começou às 7 horas da manhã quando o avião vindo do Japão pousou na pista de Cumbica. O governador de São Paulo, o santista Geraldo Alckmin, já estava à postos para cumprimentar o melhor time do mundo assim que a porta da aeronave se abriu. Várias emissoras de televisão e de rádio acompanhavam tudo atentamente e cobriam o evento ao vivo com grande destaque em suas programações.


De Guarulhos, os atletas corintianos entraram em dois ônibus do clube e foram em direção ao centro da cidade. A carreata foi devidamente escoltada por batedores da polícia e teve o trânsito aberto pelo pessoal da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Muitos torcedores estavam na região do aeroporto logo cedinho e puderam acenar de longe para os jogadores.


A comitiva seguiu até a Avenida Tiradentes. No batalhão da Rota, a unidade especial da Polícia Militar, o prefeito de São Paulo, o são-paulino Gilberto Kassab, congratulou os campeões e entregou uma placa comemorativa pelo título ao presidente corintiano, Mário Gobbi. Ali jogadores e o técnico do Timão subiram em um trio elétrico e desfilaram em carro aberto em direção à Zona Norte da cidade.


Acompanhado o tempo inteiro por uma pequena multidão, o trio elétrico seguiu até a Praça Campos de Bagatelle, onde a maior parte da torcida se concentrava à espera dos campeões. No trajeto, cenas bonitas de carinho, de fanatismo e de alegria dos integrantes do Bando de Loucos foram testemunhadas. Na praça aconteceu o apogeu da festa. Os jogadores falaram com os torcedores, cantaram e ergueram mais uma vez o troféu. A torcida retribuiu cantando músicas, soltando rojões e desfilando bandeiras.


De lá, os jogadores corintianos regressaram em ônibus do clube para o CT Joaquim Grava. A ideia inicial era prolongar a comemoração por todo o dia, mas os atletas sentiram o cansaço da longa viagem. Assim, o festejo acabou pouco depois do meio-dia. No Centro de Treinamento do Timão, os jogadores e a comissão técnica foram liberados para encontrar os familiares e para ir embora para casa. Antes de deixarem o local, alguns atletas, como Emerson Sheik e Paulinho, ainda foram até o muro da unidade para saldar mais uma vez os torcedores, que não queriam arredar o pé dali.


Após 350 dias de intenso trabalho, o ano de 2012 dos profissionais do Corinthians foi devidamente encerrado. Com a liberação do clube, os funcionários do Parque São Jorge entraram de férias. Eles ficarão 30 dias de folga e só deverão voltar na metade de janeiro, quando iniciarão as atividades para a próxima temporada. Boas férias a todos! Vocês merecem descansar e aproveitar o recesso de fim de ano. Até 2013!


19 de dezembro de 2012 - quarta-feira


Estou viciado em assistir à final do Mundial de Clubes. Já revi quatro vezes a partida entre Corinthians e Chelsea. Se ligo a TV e o jogo está passando, paro o que estou fazendo e o acompanho novamente. Dessa maneira, me considero em totais condições para emitir algumas palavras sobre cada um dos heróis corintianos.


Cássio: o melhor em campo no domingo. O camisa 12 recebeu nota 10 do jornal O Lance! pela atuação na final. Ele foi realmente sensacional! Um monstro! Para o jornalista Juca Kfouri, Cássio se transformou em São Cássio de Yokohama.


Alessandro: o capitão da virada. Chegou para jogar a segunda divisão pelo Timão em 2008 e cinco anos depois ergueu o troféu mais importante do mundo. Incrível!


Chicão: discreto e preciso. Não é homem de falar e sim de agir. Sempre eficiente na defesa e comandando os demais atletas em campo. É o segundo capitão do time.


Paulo André: o jogador diferenciado. Leva inteligência e lucidez para o gramado. Joga bonito quando pode e feio quando precisa. Um dos salvadores da pátria lá trás.


Fábio Santos: talvez o jogador mais regular do elenco corintiano. Ele tomou conta da lateral esquerda e ninguém sente falta dos antigos ídolos que vestiram a camisa 6.


Ralf: o cão de guarda da nossa defesa. Se o Timão não sofre quase nenhum gol em jogos decisivos, grande parte do mérito é desse rapaz. E ele ainda joga limpo.


Paulinho: é o motor do Corinthians. Defende, pressiona, arma e ataca com grande talento. Talvez seja nosso melhor jogador tecnicamente. É o craque do time do povo!


Danilo: o jogador perfeito. Ele não errou nenhum lance no domingo. É frio, calculista. Sabe exatamente o que fazer em campo. Ainda por cima, é decisivo!


Jorge Henrique: o cara das decisões. Entra para resolver e corre por todos os cantos do gramado. Ele não é atacante, meia, lateral ou defensor. Ele é o São Jorge!


Emerson: o nosso amuleto. Mesmo quando não joga bem, ainda sim dá trabalho para os adversários. Se não foi sensacional no Mundial, o camisa 11 fez o que está acostumado – foi campeão. Sheik não disputa finais, ele as conquista.


Guerrero: o Rei do Mundo. Essa foi a manchete do jornal peruano Depor na segunda-feira. Demonstrou muita garra por jogar com dores. Atuou bem e fez os gols decisivos do Timão. Volta do Japão com o nome gravado na história do Corinthians.


Tite: o melhor técnico da história do Timão. O gaúcho é nosso grande comandante. Mudou a tática e motivou o time para vencer o poderoso Chelsea. Não consigo ver o Corinthians hoje sem o trabalho de Adenor Leonardo Bacchi. Obrigado, professor!


20 de dezembro de 2012 - quinta-feira


Os jogadores, o técnico e os dirigentes do Timão que me desculpem, mas a grande protagonista do Mundial de Clubes não pisou nos gramados dos estádios japoneses. A principal personagem da saga corintiana em 2012 se despediu dos atletas no aeroporto em uma cerimônia grandiosa, viajou em massa para o outro lado do mundo e ficou nas arquibancadas. Ela grudou na frente da televisão para acompanhar os jogos dando recorde de audiência às emissoras e lotou agora as ruas e avenidas de São Paulo para saldar os campeões. Esse ano é definitivamente da Fiel Torcida!!!


O Bando de Loucos foi notícia nos principais jornais do mundo. A invasão corintiana ao Japão foi relatada pela rede CNN, um dos principais canais de TV do mundo. Os norte-americanos se perguntavam: "Corinthians: Craziest fans in the world?" (Corinthians: Os mais loucos fãs do mundo?). Pela mobilização absurda dos corintianos para acompanhar as duas partidas do Mundial, eles chegaram à conclusão que sim.


Os próprios japoneses ficaram assustados com o movimento fora do normal em seu país. Quem eram esses malucos cantando, gritando e dispostos a tudo para ver o time do coração no estádio, hein? No dia da final, alguns japoneses fãs do Chelsea foram ao campo com a camisa azul do clube inglês para torcer pelo campeão europeu. Diante do cenário preto e branco e da animação da torcida corintiana, acabaram mudando de lado antes do apito inicial e torceram pela equipe brasileira. Incrível!


A Rede Globo e a TV Bandeirantes, as emissoras que transmitiram a competição da FIFA, obtiveram recordes de audiência com o jogo do Timão. Segundo o IBOPE, a emissora carioca registrou 32 pontos no domingo de manhã e a emissora paulista 12. O normal para o horário é, respectivamente, oito e dois pontos. O Corinthians é ao mesmo tempo sucesso de público nos estádios e de audiência na televisão.


Há até quem diga que os corintianos foram responsáveis por melhorar a economia mundial nesse final de ano. Os gastos com milhares de passagens aéreas, hospedagem, turismo na Ásia, despesas no Japão e nos outros países visitados e a venda de itens para conseguir o dinheiro para a viagem ajudaram a economia nacional e internacional. Para completar, as compras de produtos do clube aqui no Brasil explodiram no último mês, para alegria do Natal dos comerciantes.


Não dá para ficar indiferente a essa mobilização absurda da Fiel Torcida! Você certamente é corintiano ou anticorintiano – os dois tipos de pessoa existentes no universo. Por isso, ninguém consegue ficar imune às emoções proporcionadas pelo Timão, seja torcendo a favor, seja torcendo desesperadamente contra.


O sucesso do Bando de Loucos só deve aumentar nos próximos anos. Saiu uma pesquisa do Datafolha indicando que o número de corintianos no Brasil já é igual ao de flamenguistas. Ambos os clubes possuem 16% da preferência da população. Com os títulos atuais do Timão e o período de seca dos cariocas, não será surpresa uma futura virada na preferência dos brasileiros. São os corintianos dominando o país e o mundo!


21 de dezembro de 2012 - sexta-feira


Hoje era para ser o Dia do Fim do Mundo. Segundo rumores alardeados há algum tempo, o Apocalipse fora previsto há mais de 1 mil anos pelos maias. Essa ideia surgiu porque o calendário do antigo povo indígena que habitou a América Central terminava justamente em, segure-se na cadeira, 21 de dezembro de 2012. Como não havia nada depois para contar o tempo, estava claro (pelo menos para quem gosta de flertar com as teorias mais trágicas) que o fim da humanidade seria concretizado nessa data.


Está achando graça?! Pois saiba que a ideia do fim do planeta fez muito sucesso. O encerramento abrupto do calendário maia virou tema de livros, filmes, reportagens de TV, matérias de jornais e revistas e ganhou a boca do povo. Muita gente acreditava nessa possibilidade e temia a ocorrência de catástrofes em escala global. A brincadeira ganhou tom cult e todo mundo só falava nisso ultimamente. Eu adoro tais profecias, principalmente porque todas deram errado no fim das contas.


Como um cético inveterado, eu não acreditei nessa história desde o princípio. Mesmo assim, admito que não fiz nada de produtivo hoje. Não ia escrever nem trabalhar se havia a possibilidade, ainda que remotíssima, de não termos o amanhã, né? Por isso, aproveitei a sexta para passear e me divertir como há muito tempo não fazia (beijo, Thalitinha!). Se o fim chegasse, não me arrependeria das últimas horas. Ainda mais agora que estou totalmente recuperado da minha doença. Eu tinha Síndrome Nefrótica, um tipo de problema renal. Com uma semana de medicamento, voltei ao 100%. Nada como conseguir um médico, descobrir o problema e resolvê-lo.


Voltando ao tema do fim do mundo, havia mesmo grandes chances de o planeta acabar. Vejamos os sinais mais evidentes: o Corinthians foi campeão da Liberta e do Mundo no Japão. Os títulos do Timão mostraram a forte mudança no plano espiritual – Deus teria virado, enfim, corintiano?! A impressionante migração de 20 mil, 30 mil pessoas do Brasil ao Japão e depois do Japão ao Brasil podia, pela quantidade e o peso, deslocar o eixo da Terra e afetar de alguma forma a natureza. Quem não garante que o fim do mundo seria causado pela ida da Fiel Torcida ao Mundial, hein?


Além do mais, eu começo a suspeitar que as coisas andam perfeitas demais para ser verdade. O Timão foi campeão de tudo. O Palmeiras voltou para a Série B. A Fiel está para igualar o número de torcedores do Mengão. No ano que vem, o Timão enfrentará o São Paulo na Recopa Sul-americana. O estádio próprio em Itaquera será inaugurado em uma Copa do Mundo no Brasil. Os cofres do Parque São Jorge estão abarrotados de dinheiro. Os dirigentes corintianos estão dispostos a contratar uma infinidade de craques para 2013. Até a Thalita aceitou me dar uma nova chance (eu sumi porque estava doente, tá?!). Esse cenário idílico não poderia durar muito...


Viu como havia motivos para preocupação. Porém, as horas foram passando e nada do fim chegar. Estou escrevendo essas palavras já na madrugada de sábado. O mundo continua como sempre esteve. Ainda bem! Conseguirei acabar O Ano que Esperávamos Há Anos. Vou tomar meus remédios agora e dormir. Boa noite!


22 de dezembro de 2012 - sábado


Nesse sábado de manhã, fui às casas das minhas avós. Fazia um tempinho que não as via e achei interessante visitá-las. É o espírito de Natal tomando conta de mim. Antes passei na banca de jornal perto de casa para comprar o jornal O Lance! Precisava de algo para ler durante meus deslocamentos de ônibus. Aproveitei também para felicitar o Wagner, o proprietário da banca, pelo título do último domingo. Ele é corintiano e não foi trabalhar no dia do jogo do Timão com o Chelsea. Sei disso porque passei lá depois da partida e ele não estava. Isso sim é um cara fanático. Largou o trabalho para ver o Coringão. Gosto de pessoas com princípios claros!


No jornal esportivo, o grande destaque era para o sorteio da próxima Copa Libertadores da América. A cerimônia de definição dos grupos da competição de 2013 havia sido realizada ontem no Paraguai e contou com a presença de todos os 38 presidentes dos clubes participantes.


Como cabeça de chave, o Corinthians está no grupo 5. Enfrentaremos as equipes do São José (Bolívia), Millonarios (Colômbia) e Tijuana (México). Se pensarmos bem, não são adversários muito difíceis. Os problemas são a altitude e as longas viagens. O São José é da cidade de Oruro, a 3.700 metros de altitude e a uma distância de 2.250 km de São Paulo. O Millonarios é de Bogotá, a 2.620 metros de altitude e a 4.300 km de distância da capital paulista. E a cidade de Tijuana no México, apesar de ficar no nível do mar, está a quase 10.000 km da sede corintiana. Assim, as longas viagens e o ar rarefeito das montanhas andinas serão oponentes mais perigosos para o Timão do que os jogadores rivais. A estreia, ainda sem data definida, acontecerá fora de casa, na Bolívia, contra o São José.


O São Paulo e o Grêmio enfrentarão na fase da Pré-Libertadores (fase eliminatória realizada em janeiro) o Bolivar (Bolívia) e a LDU de Quito (Equador), respectivamente. Se o tricolor paulista passar para a fase de grupos, estará junto com Atlético Mineiro, Arsenal (Argentina) e The Strongest (Bolívia). Já o tricolor gaúcho, se classificar, estará ao lado de Fluminense, Huachipato (Chile) e Caracas (Venezuela). O Palmeiras, assim como o Corinthians, não enfrentará nenhum brasileiro na primeira fase. Isso porque a equipe do Parque Antártica caiu no grupo com Sporting Cristal (Peru), Libertad (Paraguai) e o vencedor do confronto entre Tigre (Argentina) e Deportivo Anzoategui (Venezuela).


Nenhuma equipe brasileira caiu em um grupo muito difícil tecnicamente. Se bem que o problema da Libertadores não é tanto a qualidade dos adversários e sim a pressão fora de campo, as altitudes às vezes indecorosas, o jogo violento e o futebol aguerrido dos hermanos. Quando analisamos apenas a excelência do jogo apresentado e o nível dos atletas, os clubes nacionais entram com grande favoritismo mais uma vez. Aposto que o caneco da principal competição do continente em 2013 permanecerá no solo pentacampeão mundial. Porém, para isso acontecer será preciso jogar muita bola e ir para a guerra! Boa Libertadores no próximo ano, times brasileiros. A esperança é pelo bicampeonato do clube do Parque São Jorge.


23 de dezembro de 2012 - domingo


Os jogadores e a comissão técnica do Timão estão de férias há alguns dias, mas os dirigentes corintianos continuam trabalhando. Os cartolas estão preparando o Coringão para a próxima temporada. Como é comum nessa época do ano, começaram as especulações sobre novos reforços. Até uma boa contratação já foi acertada nessa semana. A expectativa para o ano que vem é das melhores para a Fiel Torcida.


O primeiro contratado é o meio-campista Renato Augusto. O Corinthians pagará quase R$ 10 milhões (cerca de 3,5 milhões de euros) ao Bayer Leverkusen por 50% dos direitos do atleta. Renato Augusto tem 24 anos, atua na meia-direita, foi revelado no Flamengo e estava na Alemanha há quatro temporadas e meia. Lá, se tornou ídolo da torcida do Leverkusen pelo excelente futebol demonstrado. Ele é um ótimo jogador e chega provavelmente para ocupar a vaga de Douglas no meio de campo. Seu único problema é a sequência de lesões sérias sofridas ao longo da carreira. Alé


m de Renato Augusto, o Timão demonstrou interesse no zagueiro Dedé do Vasco da Gama. Aproveitando-se de uma gravíssima crise financeira no clube carioca (eles não pagam os salários dos jogadores, os fornecedores e as contas há alguns meses), o Corinthians irá intensificar as negociações com os cartolas da Cruz de Malta para trazer o defensor da Seleção Brasileira. Dedé é, depois de Neymar e Paulinho, o melhor jogador do futebol brasileiro. É também o melhor zagueiro revelado no país nos últimos cinco anos. Se ele vier para o Parque São Jorge, a defesa montada por Tite ficará ainda mais forte. Tomara que dê certo. Estou torcendo. O defensor Gil, do Valencienne da França, é a opção mais barata para o setor.


Outra especulação que vai ganhando força nos últimos dias é a vinda do atacante Alexandre Pato do Milan. O Timão teria oferecido ao clube do norte da Itália cerca de R$ 42 milhões (15 milhões de euros) pelos direitos do jogador. Os italianos gostaram do valor e estariam propensos a aceitar a oferta. Pato é um jogador jovem (23 anos), de grande talento (era titular até recentemente na Seleção de Mano Menezes) e tem total capacidade para assumir uma das vagas do ataque do Coringão. Eu gosto dessa contratação, apesar de achá-la muito cara. Não sei se Pato vale tudo isso, principalmente por causa do histórico de contusões. Nos últimos dois anos, ele sofreu 15 lesões musculares. Eu disse 15 em dois anos. 15!!! O cara é meio bichado.


Se alguns chegam, outros saem. O atacante reserva Adilson acertou com o Ceará para o próximo ano e não ficará no Timão em 2013. O jogador, vindo do XV de Piracicaba, fez 11 jogos e não anotou nenhum gol pela equipe do Parque São Jorge. Vai embora sem deixar saudades. Quem também demonstrou vontade de mudar de ares é o argentino Martínez. O Boca Juniors quer contratá-lo e o pai do atacante (que também é seu empresário) declarou que ouvirá a proposta do vice-campeão da Libertadores. Esse aí não pode ir embora. Ele é bom de bola e pode virar titular no próximo ano. Porém, a pior notícia vem da Europa. A espetacular atuação de Guerrero no Japão chamou a atenção e grandes clubes europeus estão dispostos a abrir o bolso para tê-lo em 2013. Perderemos nosso centroavante? Vamos torcer para ele ficar aqui.


24 de dezembro de 2012 - segunda-feira


Caiu o vice-presidente do Corinthians, o polêmico Luis Paulo Rosenberg. O dirigente era responsável pelas áreas técnicas do clube. Ele cuidava do Financeiro, do Marketing e do estádio de Itaquera. Em sua demissão, Luis Paulo declarou estar cansado e desgastado com a pressão sofrida nos últimos meses. Mário Gobbi até tentou convencê-lo a permanecer. "É a quarta vez que ele pede para sair. Eu não deixo. Ele é importante, vai ficar, é do meu time", disse o presidente para o jornal O Estado de São Paulo. Porém, a decisão do vice-presidente não foi revista.


Rosenberg caiu em desgraça com os torcedores, conselheiros e jogadores em junho quando declarou em palestra que o time do Corinthians era medíocre. Aí o mundo dele caiu! Os conselheiros pediram sua demissão imediata. Os torcedores protestaram e passaram a hostilizá-lo. Até os jogadores ficaram possessos. Segundo informações que chegam agora, a partir dessa declaração, o vice-presidente, a pedido dos atletas, ficou proibido de visitar o CT, de ir ao hotel onde o elenco se concentrava e de viajar junto com o grupo. No Japão, Rosenberg teve que ficar em um hotel à parte (foi o único a ficar isolado), precisou pegar outro voo e não pôde entrar nos estádios onde o time corintiano treinava. Já imaginou um vice-presidente proibido de se encontrar com os jogadores, hein?


Na festa do título aqui em São Paulo, os atletas ficaram constrangidos com a presença do vice no trio elétrico. Alguns não se furtaram em demonstrar publicamente a antipatia pela figura do dirigente. Há até quem diga que as celebrações teriam acabado mais cedo exatamente pela indisposição dos jogadores em ficar perto dele.


A verdade é que Rosenberg errou em falar aquilo. Se na época eu não achei errado o conteúdo de suas palavras (o time era mesmo mediano), o mesmo não pode ser dito de sua compostura. Um representante da alta diretoria de um clube não pode em nenhum momento menosprezar ou desprestigiar o time no qual trabalha. Luis Paulo fez isso e jogou contra o próprio trabalho. Acabou não sendo perdoado por ninguém. As conquistas da Copa Libertadores da América e do Mundial Interclubes provaram o quanto sua análise estava equivocada. Os títulos tornaram sua situação insustentável. Com o encerramento da temporada, ele achou melhor sair.


Luis Paulo Rosenberg foi um dos responsáveis por tornar o Corinthians uma máquina de arrecadação. Com ele no comando do departamento de Marketing no mandato de Andrés Sanchez e na vice-presidência no mandato de Mário Gobbi, o Timão se tornou a equipe brasileira de maior receita. O valor milionário de patrocínio colocou a camisa do Corinthians entre as mais valiosas do mundo. A estratégia de trazer Ronaldo Fenômeno em 2008 foi perfeita. É triste ver um trabalho impecável ser interrompido precocemente por palavras mal colocadas e atitudes intempestivas.


O que posso desejar para Luis Paulo Rosenberg é boa sorte em seus novos projetos e agradecer ao bom trabalho prestado nesses quatro anos de Corinthians. É vida que segue para ambos os lados.


25 de dezembro de 2012 - terça-feira


Feliz Natal!!! Meu desejo é que Papai Noel, ou seria Papai Fiel, como o pessoal do blog Corneta FC está chamando o bom velhinho, traga todos os presentes sonhados por você. Isso é, se os presentes almejados já não forem entregues ao longo do ano, né? No meu caso, confesso que o Papai Noel se antecipou em 2012.

Já pensando em 2013, começo a rascunhar meus pedidos para o próximo Natal. Os presentes que mais espero do Sr. Noel para o próximo ano são o bicampeonato da Libertadores (dessa vez, a final pode ser contra o Palmeiras, tá?), o inédito título da Recopa Sul-americana (em cima, óbvio, do São Paulo) e a conquista do tricampeonato mundial (seria legal pegar agora o Barcelona na decisão, né?). Não seria nada mal também se eu encontrasse uma boa editora disposta a publicar meus livros...


Feliz natal a todos!


26 de dezembro de 2012 - quarta-feira


O Peru foi campeão do mundo em 16 de dezembro de 2012. Ele derrotou na final o Chelsea em Yokohama. Esse é o sentimento dos peruanos com a conquista do maior ídolo esportivo do país na atualidade. Os gols decisivos de Paolo Guerrero fizeram aumentar a admiração e o carinho de seus conterrâneos. Foi possível ver o quanto o centroavante corintiano é querido por lá em sua chegada ao aeroporto de Lima na semana passada.


Guerrero foi recepcionado por mais de mil fãs que superlotaram o saguão do aeroporto da capital peruana. O atleta foi ovacionado e não conseguiu andar no meio da multidão. A confusão foi tamanha que o presidente da República, Ollanta Humala, teve que pedir o envio de um grupo de policiais especiais para escoltar o atleta. Com isso, ninguém conseguiu tirar fotos ou pegar autógrafos do ídolo. O corintiano foi levado para a casa de seus pais, onde passará as férias, em um carro oficial do Palácio do Governo. Quanta moral, hein?


O camisa 9 do Timão é hoje o principal atleta da Seleção do Peru. Ele tem mais destaque na imprensa e entre os torcedores do que Pizarro e Farfán, os antigos ídolos nacionais. Os dois gols no Mundial elevaram ainda mais o prestígio do jogador de 28 anos. Guerrero é considerado o grande favorito para ganhar o prêmio Laureles Deportivos desse ano, maior honraria esportiva que um atleta peruano pode receber.


Paolo passará as férias de Verão com a família no Peru. Sua volta ao Brasil está marcada para 14 de janeiro de 2013, data da reapresentação do elenco principal do Corinthians no CT Joaquim Grava.


Curiosamente, Guerrero nunca jogou futebol profissional em uma equipe peruana. O atleta foi revelado nas categorias de base do Alianza Lima, onde se destacou fazendo mais de 200 gols. Em 2002, o jovem atacante de 18 anos assinou o primeiro contrato profissional com o poderoso Bayer de Munique. Assim, foi para a Alemanha muito novinho. No clube bávaro, Paolo atuou por quatro temporadas, sendo as duas primeiras na equipe B. Uma vez alçado à equipe principal, o camisa 9 foi bicampeão da Liga Alemã (2004-05 e 2005-06) e conquistou uma Copa da Alemanha (2005-06), suas principais conquistas na carreira até então.


Em junho de 2006, o centroavante foi negociado com o Hamburgo, onde jogou até esse ano. No novo clube, Guerrero teve bons e maus momentos. No primeiro ano, uma grave contusão o atrapalhou. Na segunda temporada, já recuperado, deu quatro assistências, fez nove gols (sendo o terceiro artilheiro do campeonato nacional) e foi considerado o atleta mais importante do Hamburgo.


Em julho de 2012, o Corinthians pagou R$ 7,5 milhões para ter o atacante da Seleção Peruana e o artilheiro da última Copa América. Guerrero chegou com a missão de substituir Liedson e recebeu a camisa 9. Possivelmente, esses foram os reais mais bem investidos pelos dirigentes corintianos ao longo de 2012, né?


27 de dezembro de 2012 - quinta-feira


Alexandre Pato é o mais novo jogador do Sport Club Corinthians Paulista. Essa foi a notícia divulgada hoje pelo jornal Gazzetta dello Sport, o principal diário esportivo da Itália. Segundo os jornalistas de lá, o Milan aceitou a oferta de 15 milhões de euros, cerca de R$ 42 milhões, do clube paulista pelo atacante de 23 anos. Trata-se de um grande reforço para 2013!


A negociação foi sacramentada em uma reunião realizada ontem no Rio de Janeiro. Duílio Monteiro Alves, diretor-adjunto do Corinthians, se encontrou com Adriano Galliani, vice-presidente do Milan. E as duas partes chegaram ao consenso. A oficialização da compra será feita apenas em 3 de janeiro, pois até lá Pato precisará passar por exames médicos. Os dirigentes corintianos querem atestar a condição clínica do atleta. Ou seja, está tudo certo, apesar da falta das formalidades.


"Foi um encontro muito bom. Mas não está fechado. Vamos fazer uma nova reunião em São Paulo após a virada do ano", disse o dirigente italiano na saída do encontro. Ouviram-se palavras parecidas da boca do cartola corintiano quando ele chegou a São Paulo. "Não fechamos, mas a conversa realmente foi muito boa. Voltaremos a nos reunir no dia 3 de janeiro. A intenção é comprá-lo, mas temos que finalizar a questão de valores, do percentual, da forma de pagamento. A intenção no começo do ano é dar uma boa notícia para o nosso torcedor", declarou Monteiro Alves.


Alexandre Pato está empolgadíssimo em atuar com a camisa corintiana na próxima temporada. O atacante deu vários sinais nesse sentido. Ele assistiu à final da Libertadores no Pacaembu no meio do ano. Já publicou nas redes sociais fotos de Gaviões (símbolo da torcida corintiana). Há alguns dias, até seu empresário, Gilmar Veloz, se manifestou favoravelmente ao negócio: "Pato tem um carinho e um respeito muito grande pelo Corinthians. É um admirador do Tite, tem todo um ingrediente. Quem hoje não quer jogar no Corinthians? O clube está como Barcelona e Real Madrid. Acho que se houver essa possibilidade, vamos estudar com carinho e respeito".


Se o Corinthians quer comprar e tem dinheiro, se o Milan quer vender e aceitou os valores e se o atleta quer jogar aqui, não há como o negócio não dar certo. As três partes já concordaram! Agora é só esperar a oficialização do contrato no dia 3.


A contratação de Alexandre Pato será a mais cara dos últimos anos do Timão. Se pensarmos bem, 15 milhões de euros (ou R$ 42 milhões) é muita grana. Com um valor inferior, cerca de 10 milhões de euros, o clube do Parque São Jorge trouxe outros três belíssimos atacantes: Paolo Guerrero (3,5 milhões de euros), Juan Martínez (US$ 3 milhões) e Renato Augusto (3,5 milhões de euros).


Ao contratar Pato, a intenção da diretoria mosqueteira é, além de qualificar o grupo de jogadores, trazer um nome conhecido do futebol internacional. A ideia é tornar a marca Corinthians ainda mais conhecida no exterior e alavancar ações de Marketing do clube. Nesse sentido, Pato seria o novo Ronaldo Fenômeno do Timão.


28 de dezembro de 2012 - sexta-feira


Não precisaremos nos preocupar com o setor ofensivo do Corinthians em 2013. As opções à disposição de Tite serão variadas e de excelente qualidade. O treinador terá nove atletas de ótimo nível para apenas quatro vagas do meio para frente. No meio-campo, o gaúcho poderá usar Danilo, Douglas e Renato Augusto. De atacantes rápidos teremos Emerson, Martínez, Romarinho e Jorge Henrique. Os centroavantes serão Guerrero e Pato. Qual técnico não gostaria de ter um elenco como este, hein?! Com tantas alternativas, existem infinitas possibilidades para se montar a equipe corintiana.


Outra posição em que o Timão estará bem servido é a de volantes. Além de Paulinho e Ralf, unanimidades nacionais, agora também temos ótimos reservas. Guilherme e Edenílson fizeram um belo Campeonato Brasileiro e podem muito bem entrar nas partidas mais importantes. Os dois têm a confiança de Tite. Guilherme jogou bem tanto de primeiro quanto de segundo volante. E Edenílson se destacou como homem de contenção, lateral-direito e como meia (olha mais um meia aí!). Com certeza, do meio de campo para frente o Corinthians estará fortíssimo em 2013.


A grande questão para a próxima temporada é a defesa. Paradoxalmente, o sistema defensivo corintiano foi o grande responsável pelas glórias do Timão nos dois últimos anos. Nas competições nacionais e internacionais de 2012, a equipe de Tite sofreu pouquíssimos gols. Entretanto, os defensores possuem idade avançada e é necessário rejuvenescer o setor. Chicão e Paulo André se machucam muito e é preciso mais alguém para fazer companhia a eles. Wallace não foi bem nessa temporada e Anderson Polga não deverá permanecer no próximo ano no Parque São Jorge. Marquinhos, que é jovem e poderia virar titular, deverá seguir na Roma em 2013.


A diretoria corintiana já demonstrou interesse por Dedé do Vasco, mas as negociações não avançaram. Também se especula sobre a chegada de Gil do Valenciennes. O problema nesse caso é que o clube francês não quer se desfazer do jogador brasileiro. Anderson Martins, nome ventilado meses atrás, não deve vir, pois seu clube, o Al-Jaish do Qatar, está pedindo alto. Problemas à vista na defesa!


Outro setor que precisa urgentemente de novidades é a lateral. Hoje só temos Fábio Santos pelo lado esquerdo. É necessário um bom reserva ou até mesmo um bom nome para a vaga de titular. Ramon, emprestado ao Flamengo, poderá voltar em janeiro para ser o suplente do camisa 6, mas não é o nome mais interessante segundo a comissão técnica. Se eu fosse dirigente, também contratava um bom lateral-direito. Alessandro irá se aposentar no final do próximo ano e se machuca muito, além de ser pouco confiável dentro de campo. É só lembrarmos da quantidade de besteira feita pelo nosso capitão ao longo do ano, principalmente na Libertadores.


Para o Timão ficar prontinho para 2013, só faltam um ótimo zagueiro, um bom lateral-direito e um lateral-esquerdo talentoso. Com mais essas três peças, tenho certeza de que o próximo ano será repleto de novos títulos para a Fiel Torcida. Não vejo a hora de a temporada do futebol brasileiro recomeçar!


29 de dezembro de 2012 - sábado


Ontem, analisei todas as posições do meu time, mas me esqueci de uma. Não sei se você prestou a atenção devida ou se sentiu falta de um setor importantíssimo que ignorei por completo. Estou me referindo aos goleiros do Corinthians! Que lapso da minha parte!!! Desculpem-me.


E o que eu poderia falar dos nossos arqueiros, hein?! Nós temos Cássio! O camisa 12 foi o herói do Timão na final do Mundial, ao lado de Guerrero, e saiu de campo com o prêmio de melhor jogador da competição. Ao assistir novamente a decisão no Japão, a palavra mais usada pelos narradores esportivos durante os 90 minutos foi: "Cáaaaaaaaaaaaaaaaaasio". O nome do goleiro de 25 anos sempre vinha precedido de algum adjetivo como "espetacular", "incrível" e "perfeito".


Na semana passada, Cássio teve recepção de gala em sua cidade natal, Veranópolis. O corintiano desfilou em carro do Corpo de Bombeiro e foi saldado como ídolo pela população do município do Rio Grande do Sul com 25 mil habitantes. Depois, recebeu do prefeito uma placa comemorativa pelo feito realizado em terras japonesas.


O camisa 12 passará as férias com a família na pequena cidade gaúcha. Lá poderá ficar algumas semanas com a mãe Dona Ciana e com o tio João Carlos. Kojak, apelido de João Carlos, foi praticamente o pai do arqueiro e quem mais o incentivou a seguir na carreira esportiva. O pai biológico, Cássio nunca conheceu. Na infância e na adolescência, ele até tentou descobrir onde estava o progenitor, mas com o tempo desistiu. Agora não faz muita questão de saber quem é o pai.


Por falar na infância do goleiro corintiano, você sabia que Cássio conhece o técnico Tite desde os seis anos de idade? O tio do goleiro, Kojak, foi massagista do time da cidade, o Veranópolis Esporte Clube (VEC) por alguns anos. O maior feito do clube interiorano foi conquistado em 1993, quando se sagrou campeão da 2ª divisão do Campeonato Gaúcho. Nessa época, um jovem treinador em início de carreira chamado Adenor Leonardo Bacchi era o comandante do VEC. Sim, o maior título do futebol do Veranópolis Esporte Clube foi conquistado pelo técnico Tite.


E Kojak, funcionário do VEC nesse período, levava sempre o sobrinho de seis anos para assistir aos treinamentos e aos jogos. O garotinho logo virou mascote dos jogadores e da comissão técnica. O pequeno Cássio tinha acesso ao vestiário e às dependências do clube. Quase 20 anos depois, o garoto cresceu (e como!) e virou o goleiro campeão do mundo com o técnico que ele conheceu na infância.


Cássio começou jogando ainda menino no próprio VEC. Logo foi descoberto por olheiros do Grêmio de Porto Alegre. O goleiro foi para a capital gaúcha onde se destacou até chegar à Seleção Brasileira de base. Ao se profissionalizar em 2006, o arqueiro era apontado como uma das principais promessas do futebol brasileiro. Em 2012, ele conseguiu comprovar o potencial que tem.


30 de dezembro de 2012 - domingo


O final de ano é uma época cheia de simbolismos e tradições. Quando o calendário indica a chegada dos primeiros dias de dezembro, nós ficamos com a certeza de que logo mais teremos panettone na mesa, luzes de Natal nas casas e nas ruas, show do Roberto Carlos na televisão, o trânsito monstruoso nas estradas, Corrida de São Silvestre, calor intenso do início do Verão, promessas e simpatias do Réveillon, jogos de futebol beneficentes com ex-atletas, Papai Noel, fortes chuvas, presentes de amigo secreto, encontros familiares e comilanças. Se você mora no Brasil e seu dezembro não tiver nada disso, algo de muito errado está acontecendo com sua vida.


Muitos gostam de fazer previsões para o próximo ano. Outros gostam de rever os acontecimentos dos últimos doze meses. Como não acredito em vidência, poderes paranormais e na capacidade futurológica do ser humano, acabo não ligando muito para as previsões. Ignoro-as completamente. O que eu gosto mesmo são das retrospectivas. Adoro reler, rever e ouvir novamente os fatos mais marcantes do país e do mundo. Se estou em uma banca de jornal, por exemplo, compro todas as revistas que se propõem a relembrar as passagens mais importantes do ano.


Por isso, hoje e amanhã farei algo diferente no O Ano que Esperávamos Há Anos. Ao invés de acompanhar uma retrospectiva tradicional, farei a minha própria. Na verdade, não será exatamente a minha recapitulação e sim a desse livro. Vamos rever, em duas páginas/dois dias, tudo o que aconteceu aos corintianos no incrível 2012.


E aí, preparado(a) para a Retrospectiva do O Ano que Esperávamos Há Anos? Sem mais delongas, vamos já para os melhores momentos do melhor ano da história!


Janeiro – Os jogadores corintianos retornam de férias e começam a pré-temporada. A garotada sub-18 do Timão dá show na Copa São Paulo de Futebol Júnior e é campeã com 8 vitórias consecutivas. O ano mal começou e já temos um troféu.


Fevereiro – Os profissionais também começam arrasando. No Campeonato Paulista, o Corinthians tem ótimo início. São sete vitórias, dois empates e nenhuma derrota. Na Libertadores, o empate heroico na estreia foi conseguido no último minuto. Fora do campo, Mário Gobbi é eleito presidente do clube e Douglas é contratado.


Março – Ricardo Teixeira deixa a CBF e Adriano é demitido do Timão. Tite prioriza as partidas da Libertadores e o Corinthians vence duas e empata uma, o suficiente para ficar na liderança do grupo. No Paulistão, a ponta é mantida com a vitória sobre o Palmeiras, mas a invencibilidade cai com a derrota para o Santos.


Abril – O mês começou perfeito: cinco vitórias em cinco jogos; primeira colocação no Paulistão; e liderança no grupo da Libertadores (com a segunda melhor campanha no geral). Aí o Timão pegou a Ponte Preta pelas quartas do estadual. A derrota em casa por 3 a 2 veio com falhas do goleiro Júlio César. A eliminação precoce gerou tensão no clube justamente no momento que o mata a mata da Liberta ia começar.


31 de dezembro de 2012 - segunda-feira


Segue a segunda parte da Retrospectiva do O Ano que Esperávamos Há Anos:


Maio – O goleiro Cássio assume a vaga de Júlio César e espanta a desconfiança da torcida com ótimas atuações. O Corinthians elimina o Emelec nas oitavas e o Vasco da Gama nas quartas de finais da Libertadores. No Brasileirão, Tite coloca os reservas em campo e perde as duas primeiras. O Timão é lanterna na competição nacional. Chelsea é campeão da Copa dos Campeões da Europa e se classifica para o Mundial.


Junho – A Liberta chega às fases decisivas. O Corinthians elimina o Santos, até então o campeão sul-americano, na semifinal e avança pela primeira vez à final. O confronto derradeiro é contra o temido Boca Juniors. Na primeira partida na Argentina, Romarinho, recém-contratado, entra no finalzinho, faz o gol de empate e vira herói.


Julho – Na volta, Corinthians faz 2 a 0 no Boca no Pacaembu e conquista o título da Libertadores de forma invicta. Loucura em São Paulo. Os corintianos comemoram o fim da maldição. Com os dois gols da final, Emerson Sheik vira herói da Fiel. Em seguida, o elenco do Timão passa por reformulação. Alex, Leandro Castán, Liedson e alguns reservas deixam o clube. Chegam os atacantes Guerrero e Martínez.


Agosto – Começa a reação alvinegra no Campeonato Brasileiro. Jogando agora com os titulares, o Corinthians fica nove partidas invicto e deixa a zona de rebaixamento. O Timão termina o 1º turno na 12ª posição. O desempenho só não foi melhor porque a equipe de Tite perdeu os clássicos para Santos e São Paulo nas últimas rodadas do turno. Em Londres, o Brasil fica com a medalha de prata nas Olimpíadas.


Setembro – A empolgação da Fiel com o Timão transforma o Pacaembu em palco de muitas festas. O estádio vive lotado. Pelo Brasileirão, Timão vence quatro jogos nesse mês (destaque para a nova vitória sobre o Palmeiras, que afundou na zona do rebaixamento), empatou dois e perdeu só um. Estamos na 8ª posição do Brasileiro.


Outubro – Os principais jogadores corintianos ganham folga. Os reservas vão a campo e até o chinês Zizao joga alguns minutos, para alegria da Fiel. Com a equipe alternativa, o Timão sofre derrotas. Paulinho se firma na Seleção Brasileira e Cássio, Ralf e Fábio Santos também são convocados para algumas partidas.


Novembro – O Corinthians usa os últimos jogos do Brasileirão para se preparar para o Mundial. Jogando muita bola, o Timão consegue três vitórias e um empate. Termina entre os melhores do segundo turno e em 6º na classificação geral. A equipe de Tite chega embalada ao Mundial, enquanto o Chelsea passa por séria crise interna.


Dezembro – "O Planeta Bola agora é Planeta Hospício. O Bando de Loucos domina a Terra. Banzai, Corinthians, campeão mundial de 2012". Essas foram as palavras de Milton Leite, narrador do Sportv, quando o juiz apitou o final da partida Corinthians 1, Chelsea 0. Festa em São Paulo com a torcida invadindo as ruas para comemorar o bi.


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Oitava série narrativa da coluna Contos & Crônicas, “O Ano que Esperávamos Há Anos” é o testemunho dos doze meses de 2012. Este relato é uma espécie de diário feito no calor das emoções por um fanático torcedor corintiano. Ele previu as conquistas de seu time do coração naquela temporada que se tornaria mágica. Nessa coletânea de crônicas é possível acompanhar os jogos do Corinthians, relembrar as decisões do técnico, entrar nos bastidores do Parque São Jorge e conhecer a vida dos principais jogadores alvinegros. O leitor também sofrerá com as angústias dos torcedores do Timão, poderá acompanhar o desenrolar dos campeonatos e, principalmente, irá se emocionar com as maiores conquistas futebolísticas desse clube centenário.


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