Para angústia dos corintianos, a Copa Libertadores começou. No segundo mês da temporada, já era possível verificar que conquistá-la pela primeira vez não seria tarefa fácil para a equipe alvinegra.
1° de fevereiro de 2012 - quarta-feira
O Estádio Novelli Junior, em Itu, estava lotado para a partida entre a equipe da casa e os campeões nacionais. Aproximadamente 15 mil pessoas testemunharam, na noite quente do Verão paulista, o duelo entre Ituano e Corinthians. Os alvinegros eram maioria nas arquibancadas e a animação do Bando de Loucos ofuscava os torcedores do time local.
Como vem acontecendo nas partidas fora de casa, o Corinthians começou melhor, atacando o adversário e criando boas jogadas. Infelizmente, os atacantes Gilsinho e Élton não demonstravam muita inspiração na hora de finalizar. Por isso, a primeira grande chance foi do Ituano. Aos 16 minutos, o meio-campista da equipe do interior ficou cara a cara com Júlio César e chutou forte no centro do gol. O goleiro espalmou a bola para cima salvando sua meta.
Com o susto, os corintianos resolveram acordar. Aos 21 minutos, Élton aproveitou cruzamento de Fábio Santos e quase fez. O gol chegou aos 32. Gilsinho cruzou da direita e Paulinho com muita categoria deu um belo voleio. A bola estofou as redes do goleiro do Ituano. Corinthians 1 a 0. Comemoração de 90% do estádio.
Com a vantagem no placar, o Timão diminuiu o ritmo no segundo tempo. Não sei se o sono começou a me dominar ou se foi o jogo que ficou chato. Com um olho aberto e outro fechado, vi Gilsinho e Élton continuarem desperdiçando as poucas oportunidades criadas. O lance de maior perigo foi do adversário. Na metade da etapa complementar, o Ituano cobrou falta e cinco jogadores do interior ficaram cara a cara com Júlio César. O goleirão conseguiu segurar a cabeçada do rival sem dar rebote. Outra vez, nosso camisa 1 salvou a Pátria do Parque São Jorge. Ao lado de Paulinho, Júlio foi o melhor atleta em campo nessa noite. Sua atuação foi segura e decisiva.
Com o apito final, o Corinthians garantiu a quarta vitória consecutiva no Campeonato Paulista. A liderança isolada agora depende do tropeço do São Paulo, amanhã, no jogo contra o Guarani. De qualquer maneira, o bom início é importante. Logo mais o Timão irá direcionar seus esforços para a Libertadores e terá que deixar o Paulistão em segundo plano. E aí, os pontos conquistados agora serão fundamentais para manter o Timão entre os ponteiros do estadual.
Além disso, as primeiras partidas de 2012 têm sido bons treinos preparatórios para a competição sul-americana. Mesmo os adversários sendo bem fracos, ao ponto de os jogadores corintianos diminuírem sensivelmente o ritmo em vários momentos, as vitórias enchem o elenco de moral. Para completar, o preparo físico vai sendo melhorado a cada semana, os atletas conseguem ensaiar novas jogadas e o treinador vai arrumando o posicionamento tático. Se os confrontos do início de ano não estão empolgando os torcedores, pelo menos eles têm cumprido o papel de preparar os jogadores para os desafios maiores da temporada que não tardarão em chegar.
2 de fevereiro de 2012 - quinta-feira
O Corinthians tem um novo jogador! O meio-campista Douglas, de 29 anos, foi contratado do Grêmio por R$ 3 milhões. O meia-armador já teve passagem pelo Timão entre 2008 e 2009, quando foi campeão paulista e da Copa do Brasil. Apesar dos títulos, o jogador nunca conseguiu ser unanimidade no clube. A primeira passagem de Douglas foi marcada por partidas apagadas e jogadas geniais. Ou seja, ele é 8 ou 80.
Os corintianos mais exigentes nunca gostaram dele. As alegações mais comuns dos críticos são que Douglas não corre em campo e que ele joga com muita displicência. Não por acaso, esses foram os motivos de sua saída do Grêmio. Os tricolores dos Pampas também o acusavam de estar fora de forma, gordo e sem pique para atuar em alto rendimento. Alguns torcedores corintianos, por outro lado, o tinham como ídolo. Eles ficavam maravilhados com os passes certeiros que o meia distribuía para os atacantes. Outro aspecto positivo do Maestro, como Douglas ficou conhecido nos tempos de Timão, é que o jogador nunca escondeu o desejo de retornar para o Parque São Jorge. Mesmo quando atuava no Grêmio, Douglas se dizia corintiano, para desespero dos gremistas. Dessa maneira, sua volta dividiu as opiniões.
Eu sinceramente não gostei. Douglas é um meia canhoto e o Timão já possui três jogadores com essas características: Danilo, Alex e Vitor Júnior. Na certa, teria sido melhor trazer um meia destro para qualificar o grupo. E esse jogador seria Montillo... E por falar no argentino, as conversas intermináveis sobre sua contratação continuam. A novidade é o interesse do Banco BMG em emprestar dinheiro para o Corinthians comprar o cruzeirense. Curiosamente, a instituição financeira é a patrocinadora do clube mineiro. Vai entender! Vamos mudar de assunto porque não há nada mais chato do que falar da novela “Contratação de Montillo”.
Se Douglas chega, Paulo André ficará mesmo fora dos gramados por um bom tempo. O zagueiro foi operado, ontem, do joelho e já deixou o hospital. Agora inicia a primeira fase de recuperação. E por falar em recuperação, o time formado pelos reservas corintianos foi à campo, hoje, em um amistoso contra o Flamengo de Guarulhos. A vitória foi magra, 1 a 0 para o Timão. O gol foi marcado por Vitor Júnior. A decepção do jogo ficou novamente à cargo de Adriano. O centroavante não demonstrou muita vontade para correr sob o forte sol paulistano. Restam apenas 11 dias para a comissão técnica corintiana escolher os nomes dos inscritos para o torneio continental. E pelo andar da carruagem, Adriano não estará na lista. Ou ele recupera o futebol de antigamente ou jogará no máximo o Paulista.
Às vezes, acho mais fácil os torcedores entrarem em campo durante a competição sul-americana do que o camisa 10 atuar na Libertadores. Você sabia que isso é possível? Pela terceira vez, o Corinthians promoverá o projeto "Timão é a Sua Cara", no qual os torcedores poderão ter suas fotos estampadas nos números das camisas dos jogadores nas partidas internacionais. Por R$ 1 mil, qualquer corintiano poderá comprar o espaço no uniforme. Além da honra de ter a imagem impressa no manto sagrado, cada cotista ganhará uma camisa oficial personalizada com o seu rosto. Para quem tem essa quantia disponível, aí vai uma ideia diferente. Gostei!
3 de fevereiro de 2012 - sexta-feira
Está chegando a hora! A Copa Libertadores da América de 2012 começará de fato na semana que vem. Na próxima terça-feira, o Fluminense receberá os argentinos do Arsenal de Sarandí e os uruguaios do Defensor Sporting pegarão os portenhos do Vélez Sarsfield. No dia seguinte, teremos Unión Española e Junior de Barranquilla, Vasco da Gama e Nacional do Uruguai, Nacional do Paraguai e Cruz Azul, Chivas e Deportivo Quito. Na quinta-feira, as partidas serão entre Libertad e Alianza Lima e Universidad Católica e Bolivar. Na semana seguinte, mais equipes estrearão no torneio.
Em janeiro, tivemos a fase chamada de Pré-Libertadores. Nela, algumas equipes disputam, em jogos eliminatórios, o direito de entrar na primeira fase da competição mais importante do continente. Não tivemos grandes surpresas nesse ano. Os representantes de Brasil (Internacional e Flamengo), Argentina (Arsenal de Sarandí), Uruguai (Peñarol), Paraguai (Libertad) e Chile (Unión Española) se classificaram. Eles se juntam aos outros 26 times previamente classificados.
A Copa Libertadores desta temporada mantém as mesmas características dos torneios dos últimos anos. Os 32 times de 11 países (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Chile, Equador, Peru, Bolívia, Venezuela e México) estão divididos em 8 grupos, com 4 equipes cada. As agremiações disputam dentro do próprio grupo partidas de ida e volta. Os dois melhores classificados avançam para as oitavas de finais. Aí os jogos passam a ser eliminatórios, em ida e volta, até a decisão. As finais estão marcadas para os dias 27 de junho e 4 de julho.
O Corinthians só estreará no torneio daqui duas semanas. O Timão está no grupo 6, ao lado de Cruz Azul (México), Nacional (Paraguai) e Deportivo Táchira (Venezuela). Os adversários do Timão, na primeira fase, não são os mais difíceis, mas também estão longe de ser os mais fáceis. O Fluminense, por exemplo, enfrentará algumas pedreiras. Logo de cara, o tricolor carioca pegará dois argentinos, o Boca Junior e o Arsenal, e o colombiano Zamora. O Flamengo está em situação parecida, pois terá pela frente Olímpia do Paraguai, Emelec do Equador e Lanús da Argentina, equipes tradicionais no cenário sul-americano. Facilidade terão o Santos e o Internacional. Ambos pegarão os bolivianos do The Strongest e os peruanos do Juan Aurich. O Vasco da Gama caiu em um grupo mediano e jogará contra Libertad do Paraguai, Nacional do Uruguai e Alianza Lima do Peru.
No grupo corintiano, o único time considerado tecnicamente bom é o Cruz Azul. Os mexicanos devem brigar pelo primeiro lugar com o Timão. O Nacional é uma incógnita e a seu favor tem o fato de os paraguaios serem sempre adversários complicados quando atuam em seu território. O único time mais tranquilo parece ser o Táchira. Talvez os mais temidos adversários da primeira fase para o clube do Parque São Jorge sejam as longas viagens. Para enfrentar Cruz Azul e Deportivo Táchira, nossos jogadores terão de ir até o México e a Venezuela, em deslocamentos com milhares de quilômetros. Com um calendário abarrotado de jogos como é o brasileiro, será um desgaste e tanto para os atletas alvinegros.
4 de fevereiro de 2012 - sábado
O início do Campeonato Paulista tem sido o melhor dos últimos 12 anos para o Corinthians. O desempenho de quatro vitórias nas quatro primeiras partidas foi alcançado pela última vez em 2000. Além da boa arrancada, o Timão conseguiu, na conclusão da última rodada, chegar à liderança isolada da competição com 12 pontos. O São Paulo apenas empatou com o Guarani, na quinta-feira, no Morumbi, e caiu para o segundo lugar com 10 pontos. Na sequência vêm Paulista de Jundiaí (também com 10), Ponte Preta (com 9) e Palmeiras (com 8 pontos ganhos). O Timão também tem a melhor defesa com apenas um gol sofrido.
A liderança na tabela de classificação deu uma tranquilidade maior ao técnico Tite para poupar alguns titulares na rodada de final de semana. O treinador já declarou que dará descanso amanhã para Fábio Santos, Danilo e Alex, desgastados pelos primeiros jogos. Assim, o peruano Ramírez e o lateral Ramon deverão estrear na temporada em partidas oficiais. Jorge Henrique também volta após um período machucado. Outra novidade é o retorno de Liedson ao time titular. Por consequência, Élton volta para o banco. Apesar das boas-novas, algumas baixas ainda são sentidas. Os atacantes William e Emerson Sheik continuam em tratamento médico e estão vetados. Adriano, por sua vez, continua sem previsão para voltar ao campo. Novamente, o Imperador não foi relacionado pelo técnico e não ficará nem mesmo no banco de reservas. Com isso, Gilsinho mantém a posição entre os titulares.
A equipe escolhida por Tite para começar a partida contra o Bragantino, no Pacaembu, é a seguinte: Júlio César; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Ramon; Ralf, Paulinho e Ramírez; Gilsinho, Jorge Henrique e Liedson.
O Bragantino ocupa apenas a 13ª colocação do Paulista com 4 pontos (1 vitória, 1 empate e 2 derrotas). Apesar do mau começo, o time comandado por Marcelo Veiga é possivelmente a melhor equipe do interior, ao lado da Ponte Preta. A Massa Bruta é uma forte candidata para passar para a próxima fase e, quem sabe, incomodar os grandes no mata-a-mata. Tecnicamente, esse será o jogo mais difícil do Timão até agora. Mesmo atuando em casa, não será fácil passar pelo bom time de Bragança Paulista.
A boa surpresa do início de campeonato é o Paulista. A equipe de Jundiaí ganhou nesse sábado mais uma e agora pulou, provisoriamente, para o primeiro lugar com 13 pontos. O Paulista venceu em casa o lanterna Catanduvense por 3 a 1 e já coleciona seu quarto triunfo na competição. O Galo de Jundiaí também chegou à marca de 11 gols feitos em 4 jogos, o mais positivo do estadual até agora.
Além do jogo do Timão, a 5ª rodada reserva outras boas partidas. O Santos jogará com o Palmeiras em Presidente Prudente e pela primeira vez no ano mandará suas principais estrelas à campo. O São Paulo também tem um jogo difícil contra a Ponte em Campinas. Não será surpresa se o tricolor perder a primeira no ano.
5 de fevereiro de 2012 - domingo
O Estádio do Pacaembu recebeu pouco mais de 16 mil torcedores. O público de Corinthians e Bragantino aproveitou o sol forte e o céu limpo da cidade de São Paulo para ir às arquibancadas. Depois de alguns dias de muita chuva, enfim, São Pedro dava um descanso para os paulistanos aproveitarem o final de semana.
O jogo começou com um susto para os corintianos. No primeiro lance, o Braga cobrou falta do meio do campo. A bola foi lançada para a pequena área. Júlio César não conseguiu pegar e rebateu para o meio da área. Os defensores do Timão não cortaram bem e o atacante do time do interior recebeu livre para chutar para o gol. Não foi necessária muita força para a bola entrar. Gol do Bragantino em menos de 2 minutos. Os corintianos reclamaram muito alegando impedimento do adversário. O juiz ignorou a controvérsia e validou o lance.
Perdendo, o Timão teve que ir para cima e conseguiu armar boas jogadas. As melhores oportunidades de gol vieram de chutes de longa distância. Primeiro foi Leandro Castán quem abandonou a defesa, avançou pela retaguarda adversária e chutou forte, exigindo uma bela defesa do goleiro do Bragantino. Depois foi Jorge Henrique quem arriscou um tiro violento. O atacante se livrou do marcador e chutou sem sucesso no canto do goleiro. Paulinho e Chicão também tentaram e nada.
No desespero de parar os corintianos, um zagueiro do Bragantino acabou recebendo o segundo cartão amarelo. A expulsão ocorreu no último minuto antes do intervalo. Mesmo com um jogador a mais e com o bom volume de jogo, o Corinthians desceu derrotado para os vestiários. Na volta do segundo tempo, o empate não tardou. Aos 6 minutos, Ramirez fez ótima jogada pela direita, avançou fugindo da marcação e mandou uma bomba. A bola foi no ângulo. Indefensável. Gol do Timão! E partida empatada no Pacaembu.
Pensando na virada, Tite resolveu arriscar. Ele tirou o lateral-esquerdo Ramon e colocou o meia-armador Vitor Júnior. O Corinthians ficou mais ofensivo e a pressão aumentou consideravelmente. Jorge Henrique perdeu gol feito na frente do goleiro. Inacreditável! Paulinho e Liedson também tiveram chances. Até um pênalti a seu favor o Timão teve, mas o juizão não marcou. Se fosse para relatar todas as chances de gol dos mandantes, eu usaria umas três páginas. O fato é que o gol não saiu. E Vitor Júnior conseguiu ser expulso em apenas 7 minutos em campo. Ele recebeu dois cartões amarelos e foi mais cedo para o chuveiro.
Com 10 jogadores para cada lado, o equilíbrio voltou. As defesas foram melhores do que os ataques no restante do segundo tempo e a peleja terminou mesmo empatada: 1 a 1. O Corinthians perdeu os primeiros pontos, mas manteve a invencibilidade na competição. O Bragantino conseguiu somar mais um ponto e subiu um pouco mais na classificação. Já os torcedores deixaram o estádio com a sensação de que a vitória poderia ter acontecido se as finalizações fossem melhores.
6 de fevereiro de 2012 - segunda-feira
O clima esquentou entre os corintianos com o empate em casa no último domingo. Júlio César reclamou muito da violência do Bragantino. Para o goleiro, os jogadores do interior foram desleais e agressivos em vários lances: “Pô, eles bateram muito. O árbitro ficou o jogo inteiro falando: é a última, não aviso mais, em cada falta deles. Mas deveria expulsar, porque eles vieram aqui para bater mesmo”. Em seguida, o camisa 1 completou já pensando na estreia do torneio continental: “É porrada para todo lado. Na Libertadores é pior ainda. É bom para a gente se acostumar”.
O técnico Tite ficou muito bravo com a expulsão de Vitor Júnior. O meia entrou e em menos de dez minutos conseguiu receber dois cartões amarelos. O treinador não quis saber de colocar panos quentes no assunto e cobrou muito o jogador no vestiário, conforme divulgado na entrevista coletiva. “É questão de maturidade. Quando se veste a camisa de um grande clube, a responsabilidade aumenta. Quando vem a oportunidade, às vezes quer fazer coisas prematuras. Mas isso acontece, e a gente não passa a mão na cabeça”, disse o comandante.
Vitor Júnior entendeu o recado e saiu desolado do Pacaembu. Dizendo estar com vergonha e aproveitando para pedir desculpas, o meia desabafou no Twitter mais tarde: “Hoje (domingo) foi o pior dia da minha vida. Boa noite! Tô muito triste mesmo e peço desculpas a todos... torcida, jogadores, comissão técnica, etc... Só eu sei o quanto tá sendo ruim! Serve de aprendizado”.
Com a vitória do tricolor paulistano, em Campinas, por 3 a 1 contra a Ponte Preta, três equipes estão empatadas na primeira posição do estadual com 13 pontos: São Paulo, Paulista de Jundiaí e Corinthians. Pelos critérios de desempate, o time do Morumbi está na frente e o do Parque São Jorge caiu para a 3ª posição. O 4º colocado é o Palmeiras. O Palestra foi para 11 pontos após vencer o Santos.
Provavelmente, o clássico do próximo domingo entre Corinthians e São Paulo valerá a liderança do Paulistão. Eu disse provavelmente porque ainda tem uma rodada antes no meio da semana. O Timão enfrenta o Mogi Mirim no interior, enquanto o tricolor pega o Comercial no Morumbi. Se ninguém tropeçar, o jogo entre os dois valerá, além de toda a rivalidade histórica, a ponta na tabela. A expectativa pelo Majestoso é tanta que os corintianos já compraram antecipadamente 14 mil ingressos. O Estádio do Pacaembu estará lotado para o principal clássico paulista da atualidade.
A única dúvida é se o Corinthians pegará o rival com o time titular ou com o reserva. A decisão caberá ao Tite. Na quarta-feira da semana que vem, o Timão estreará na Libertadores, em jogo na Venezuela. Valerá a pena atuar com os principais jogadores no clássico paulista, correr o risco de desgastar os atletas e de ter alguma baixa importante para a competição continental, hein? Por outro lado, a escalação de nossos suplentes facilitará as coisas para os são-paulinos, levando-os a vitória no Majestoso, o que poderá provocar uma crise no Parque São Jorge. O que fazer? Esses serão os questionamentos na cabeça do Tite nos próximos dias.
7 de fevereiro de 2012 - terça-feira
Admito: estou acompanhando muito futebol em 2012. Esse tema está virando uma obsessão. Todo dia vejo pelo menos uma partida. Repare na palavra "pelo menos" na frase anterior. Já cheguei a ver três jogos em menos de 24 horas. Sempre gostei de futebol, sempre o acompanhei com entusiasmo, mas nunca em tal escala. Para escrever O Ano que Esperávamos Há Anos, eu acesso diariamente as páginas esportivas do UOL e compro o jornal O Lance! pelo menos três vezes por semana. Também leio o caderno de esporte do O Estado de São Paulo todas as manhãs e, sempre que estou em casa, acompanho os programas esportivos da TV e do rádio.
Sabendo que precisava me "desintoxicar", resolvi fazer algo diferente hoje. Depois de trabalhar de manhã no escritório, voltei para casa, almocei, tomei banho e troquei de roupa. Acredite: em nenhum instante do dia, vi, li ou ouvi algo sobre o Timão, o Campeonato Paulista e a Libertadores. Realmente, eu estava me sentindo mais leve. Nada de futebol por 24 horas! Essa era a minha meta da terça-feira e já havia passado metade do dia com grande êxito.
À tarde, me encontrei com o Paulo, meu amigo de longa data, em um barzinho na Avenida Paulista. O Paulo é escritor e escreveu recentemente Histórias de Macambúzios. É sempre bom conversar com ele sobre literatura e novos projetos editoriais. Aproveitei a oportunidade e contei a ideia de O Ano que Esperávamos Há Anos. Aparentemente, ele gostou, mas fez a temida pergunta: "E se o Corinthians não ganhar a Libertadores?". Obviamente, tive que desconversar para o assunto não entrar no futebol. Apenas me limitei a dizer: "Aí paro de escrever e deleto tudo". Ele achou graça. Possivelmente, não acreditou que eu estivesse escrevendo tal relato.
No começo da noite, me despedi do Paulo e fui ao teatro. Fui assistir "Cada um com seus Probrema". A peça é divertidíssima! No palco, só há um ator (Marcelo Médice) interpretando nove personagens politicamente incorretos (obviamente um de cada vez). E no meio da peça, não é que surgiu um tipo com jaquetão da Gaviões da Fiel e um gorro do Corinthians na cabeça. Ele começou assim o monólogo:
"Eu não queria tomar muito o tempo de vocês. Rapidamente, eu queria, primeiramente, me apresentar e dizer que o meu nome é Sanderson. É nóis! E segundamente, eu queria falar que não vou aceitar nenhum tipo de piadinha com esse bagulho, assim de dizer, que nóis tudo assim é... corintiano é ladrão, tá ligado? Porque eu queria dizer que eu podia estar roubando, matando ou dormindo com a sua mina, mas não, eu tô aqui pedindo. Verdade! Minha situação está meio embaçada, da forma que, infelizmente, eu andei meio desandado e acabei privado da minha própria liberdade. Isto quer dizer preso, né? Mas firmeza. Acontece que para sair do bagulho, mano, os caras diz que a gente tem que arranjar um serviço voluntário. Voluntário o escambal porque os cara obriga a gente a fazer o trampo".
O personagem de Marcelo Médice contou várias piadas do meu time e dos corintianos. Nem indo ao teatro eu consegui fugir do assunto Corinthians, Santo Deus!
8 de fevereiro de 2012 - quarta-feira
Hoje, cheguei em casa por volta das 21 horas. Passei o dia inteiro em um cliente em Louveira, no interior de São Paulo. Como viajei cedinho para lá, além de ter ido dormir tarde ontem por causa do teatro, às 22 horas eu estava acabado no sofá da sala e querendo dormir. Entretanto, precisava antes assistir ao jogo do Timão contra o Mogi Mirim. O sono poderia esperar. A partida seria televisionada. Depois de muitas horas sem futebol, eu precisava retomar à rotina de corintiano fanático. Coloquei na Band e vi a escalação do Corinthians: Júlio César; Welder, Wallace, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Alex; Emerson e Liedson. Chicão e Alessandro foram poupados e não viajaram para o interior.
O jogo começou com o Timão sufocando o Mogi. O gol só demorou 15 minutos para sair. Em lance de Paulinho pela direita, Liedson recebeu na grande área e chutou para o gol. A bola passou pelo goleiro. Ela ia entrando quando o lateral-direito adversário cortou a jogada com a mão em cima da linha. O juizão marcou pênalti e ainda expulsou o jogador do Mogi. Na cobrança, Emerson anotou: 1 a 0!
No lance seguinte, Welder cruzou da direita e Liedson cabeceou. Ótima defesa do goleiro. A impressão era que o Timão iria golear. Com um homem a mais e jogando bem contra um adversário fraco, os gols viriam em enxurrada. Infelizmente, a equipe alvinegra diminuiu o ritmo e passou a ficar só na defesa. Como o Mogi não tinha forças para atacar, o jogo ficou chatíssimo. Eu fiquei me segurando no sofá para não dormir. Praticamente vi o final do primeiro tempo com um olho aberto, pois o outro insistia em ficar fechado.
No segundo tempo, a monotonia continuou. Nada acontecia em nenhum dos lados do campo. Na metade da etapa final, Tite resolveu mexer. Colocou Élton e Edenílson no time. A dupla fez boa jogada, com participação também de Fábio Santos, e quase ampliou o placar. O goleiro da casa defendeu o bom chute de Élton.
A retranca corintiana foi punida no final da partida. Quando os meus dois olhos já estavam fechados há algum tempo, eu ouvi o grito de gol do narrador. O Mogi empatava. No replay, vi o atacante do interior chutar de fora da área. Júlio César rebateu a bola para frente. Ela foi exatamente na direção do centroavante adversário. Gol de empate do Mogi Mirim.
Fui dormir revoltado. Como uma equipe da dimensão do Corinthians pôde abdicar do ataque e desperdiçar uma vitória tão fácil?! Foi decepcionante! Além disso, alguns torcedores tiveram a cara de pau de culpar Júlio César pelo gol sofrido. Se o time tivesse feito três ou quatro gols lá na frente, um chute no finalzinho da partida não teria importância. Para amenizar um pouco o gosto amargo do segundo empate seguido (ambos com um homem a mais em boa parte da disputa), o São Paulo e o Paulista de Jundiaí também tropeçaram. O tricolor do Morumbi ficou no 1 a 1 com o Comercial e o Paulista perdeu para o São Caetano. Com a vitória do Palmeiras em cima do XV de Piracicaba, o Trio de Ferro divide a liderança (14 pontos para cada um).
9 de fevereiro de 2012 - quinta-feira
Os próximos sete dias serão agitadíssimos no Parque São Jorge. Hoje, o meia Douglas foi anunciado oficialmente como reforço do Timão. Ele já treinou pela primeira vez com bola com os companheiros. O Maestro, em atitude sensata e educada, abriu mão de atuar com a camisa 10, atualmente com Adriano.
No sábado, acontecerá a eleição para definir o novo presidente corintiano. O vencedor deverá ficar no posto durante o próximo triênio (2012/2013/2014). Os candidatos são Mário Gobbi e Paulo Garcia. O primeiro é o nome da situação, tendo sido diretor de Futebol até dezembro de 2010. O segundo é da oposição. Durante a campanha eleitoral houve muitas acusações, baixarias e promessas dos dois lados da disputa. O clima no Parque São Jorge nos últimos dias está supernervoso e deverá piorar à medida que a eleição se aproxima. Como os associados do clube estão satisfeitos com o mandato de Andrés Sanchez, padrinho político de Mário Gobbi, o candidato da situação deverá ser eleito.
No domingo, um dia após a definição do novo mandatário do clube, o Corinthians irá à campo para enfrentar o São Paulo. Quem vencer ficará com a liderança do Campeonato Paulista. O Majestoso é atualmente o clássico de maior rivalidade no Estado. Não é possível nos esquecermos das partidas eletrizantes do ano passado. No primeiro semestre, o tricolor venceu por 2 a 1 quando Rogério Ceni fez de falta seu centésimo gol. No semestre seguinte, o Corinthians venceu por 5 a 0. Aquela goleada foi histórica e eu posso dizer que estava no estádio naquele dia vendo tudo de perto.
Na segunda-feira, Tite deverá entregar à Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) a lista com os nomes dos 25 atletas corintianos que poderão disputar a Copa Libertadores da América. Como o elenco do Timão está recheado de jogadores (são mais de 30), alguns ficarão de fora da competição mais importante do ano. Cientes da concorrência, os jogadores têm se esforçado para demonstrar ao treinador suas competências. Até Adriano pareceu mais disposto a treinar. O Imperador pediu para ficar concentrado no CT corintiano durante toda a semana. A ideia é intensificar os exercícios e perder peso. Com uma alimentação balanceada, o centroavante espera estar em condições ideais até domingo. Obviamente, os diretores e a comissão técnica atenderam ao pedido do atleta. Particularmente, duvido que essa iniciativa tenha partido do Adriano. Deve ter sido uma ordem vinda de cima.
E na quarta-feira, como diria Galvão Bueno, haja coração! O Timão estreia no torneio continental contra o Deportivo Táchira na cidade venezuelana de San Cristóbal, distante 650 quilômetros da capital Caracas. O adversário não tem muita tradição, mas não existe jogo fácil na Libertadores. Os estádios são acanhados, a torcida é extremamente hostil, o jogo é violento, o juiz é tradicionalmente caseiro e o cenário é mais parecido com uma guerra. Além disso, como sabemos muito bem, o Corinthians tem a sua própria maldição a persegui-lo em todos os lugares do continente.
Boa sorte para todos os corintianos nos próximos sete dias!
10 de fevereiro de 2012 - sexta-feira
Após o treinamento da manhã, o técnico Tite anunciou que irá colocar força máxima no Majestoso. Segundo o treinador, ele não pode pensar no jogo da próxima quarta-feira antes da partida desse domingo. A Fiel Torcida, portanto, pode dormir sossegada nas próximas duas noites. Não vamos passar vexame no Pacaembu contra o São Paulo. Mesmo assim, alguns torcedores mais críticos não conseguirão pregar os olhos tranquilamente. Eles entendem que é mais importante poupar os titulares no Campeonato Paulista e não correr riscos na Libertadores. Eu confio no Tite e deixo a decisão com ele. Tenho certeza de que o gaúcho escolherá a melhor opção.
O Coringão entrará em campo domingo com: Júlio César; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Danilo; Willian, Jorge Henrique e Élton. As únicas ausências são Liedson, Alex e Emerson, todos vetados pelos departamentos físico e médico. No entendimento da comissão técnica, apenas os três merecem um cuidado extra e serão preservados para a Liberta. Dessa forma, William e Jorge Henrique, recuperados de contusão, retornam à formação inicial e constituem o trio ofensivo com Élton. Douglas teve a documentação regularizada na CBF e será opção no banco de reservas. Se entrar em campo, será apenas no segundo tempo.
A única certeza é da ausência de Adriano no clássico. Muito provavelmente ele também não viajará com a delegação para a Venezuela na próxima semana. A decisão é do preparador físico corintiano Fábio Mahseredjian. Em entrevista, Mahseredjian declarou: “Para domingo, (Adriano) não (joga). Para quarta é muito improvável. Para sábado (dia 18), não sei”. Segundo o preparador físico, o atleta não tem condições de atuar nem 45 minutos. Quem também opinou sobre o camisa 10 foi o médico Joaquim Grava: “Ele (Adriano) já perdeu dois quilos, mas ainda falta perder três. O Adriano está trabalhando, mas precisa melhorar. E muito!”, disse o doutor responsável pelo departamento médico corintiano.
Todos parecem estar de olhos vivos no Imperador. A esperança é que após ficar trancado no CT por alguns dias, o centroavante mostre melhoras no corpo e na mente. Tite já conseguiu ver uma evolução em seu comandado e o elogiou publicamente depois de muito tempo. Pode ser um sinal de que Adriano estará na tão aguardada lista de jogadores a ser enviada para a Conmebol.
Outra novidade do Timão está na camisa. Após mais de dois anos tendo como principal patrocinador a Neo Química, o Corinthians estampará no clássico a marca de preservativos Jontex. Ambas são da mesma empresa, a Hypermarcas. A mudança foi uma solicitação do patrocinador. A divulgação da Jontex seguirá até maio, quando termina o contrato da Hypermarcas com o Coringão. A camisa do Timão também recebe a divulgação da Bozzano (estampado nas mangas), da Avanço (nas axilas), da Fisk (na parte inferior da camisa) e da TIM (nos números do uniforme). Nossa camisa parece um macacão de Fórmula 1. Se a estética não é das melhores, pelo menos o clube pode se gabar de receber o maior valor de patrocínio do Brasil.
11 de fevereiro de 2012 - sábado
A fumaça branca foi expelida aos céus no Parque São Jorge. A nação corintiana tem um novo comandante para administrar a República de 30 milhões de pessoas. O novo presidente do Timão se chama Mário Gobbi Filho. Ele é natural de Jaú, interior do Estado, formou-se em direito pelo Mackenzie, é delegado de polícia, tem 51 anos e é conselheiro do Corinthians desde 2002.
Durante a campanha, Gobbi adotou o discurso de continuidade à gestão de Andrés Sanchez. Valorizou os feitos da atual administração, como a construção do estádio próprio e do Centro de Treinamento, a multiplicação das receitas e a formação de equipes competitivas. Já o opositor Paulo Garcia, empresário de 57 anos, dono da rede de papelarias Kallunga, criticou o abandono das categorias de base e da sede social. Também bateu pesado contra a elevação da dívida do clube que saltou de R$ 101 milhões no começo da gestão Sanchez para R$ 178 milhões no fim.
A vitória do grupo político de Gobbi aconteceu por 640 votos. Enquanto o novo presidente recebeu 1.920 votos (60% dos 3.200 sócios), a oposição teve apenas 1.280 favoráveis. A eleição, de um modo geral, transcorreu sem grandes confusões no Parque São Jorge. De atípico, apenas o protesto de uma torcida organizada que criticou os dois candidatos por não a apoiarem. A mobilização da organizada durou apenas trinta minutos e se dissipou espontaneamente.
O resultado da vitória de Gobbi e de sua chapa foi divulgado no começo da noite. Imediatamente após a divulgação dos números, Paulo Garcia reconheceu a vitória do adversário: "Reconheço a derrota. Se eles jogaram sujo ou não, eu não sei dizer, mas agora todos somos Corinthians". Ao mesmo tempo, Mário concedia uma entrevista coletiva. "Agradeço o voto do associado e me comprometo a não decepcioná-lo, honrando os compromissos que firmamos. Eu serei um instrumento para a manutenção e o aprimoramento de tudo isso que tem sido feito nos últimos quatro anos", disse o novo presidente em tom solene. Aproveitando para agradecer ao padrinho político, Gobbi rasgou elogios ao antecessor. "Ele (Andrés Sanchez) está saindo com aprovação de 92% dos sócios do Corinthians. Ele começou o estádio, vai nos ajudar muito a conduzir o processo. Quem pisará primeiro no estádio inaugurado será o presidente Andrés, e todos nós depois. É uma questão de justiça pelo que ele fez”.
A missão de Mário Gobbi à frente do Timão já começa com tudo nos próximos dias. Amanhã o Corinthians enfrentará o São Paulo e na quarta-feira tem a estreia na Libertadores. Sobre o desafio no torneio sul-americano, o presidente preferiu despistar: "A Libertadores é muito pequena perto do Corinthians, que é infinitamente maior. Isso não quer dizer que não queremos (ganhá-la), mas essa não é a razão da vida do clube. O Corinthians é maior (do) que a Libertadores". Para mim, o presidente quis tirar um pouco da responsabilidade sobre os jogadores, pois qualquer corintiano sabe que a Libertadores é o nosso maior sonho de consumo. Nós precisamos desse título como precisamos de ar para respirar e de alimento para nos sustentar.
12 de fevereiro de 2012 - domingo
Nesse domingo, os corintianos tiveram o primeiro grande desafio do ano: o clássico contra o São Paulo. Eu vi o jogo em casa pela televisão, pois não consegui comprar a entrada. Como não houve venda de ingressos no sábado (o Palmeiras jogou ontem no Pacaembu) e não há comercialização em dias de clássico (acho que é uma norma estadual), eu não achei uma bilheteria disponível. Assim como eu, muitos devem ter tido o mesmo problema. Afinal, nas primeiras imagens da TV, o setor central do estádio estava vazio. Talvez eu tenha tido sorte. Na hora da partida, caiu uma senhora chuva e com certeza eu estaria completamente ensopado se tivesse ido ao Pacaembu.
Mesmo com o técnico Tite garantindo ter colocado em campo o melhor Corinthians, todos estavam cientes de que o time sem Alex, Emerson Sheik e Liedson era apenas um misto de titulares e reservas. O ataque foi composto quase que inteiramente por reservas, sendo Danilo o único titular. A defesa pelo menos estava intacta.
O Majestoso começou com o São Paulo nervoso, fazendo várias faltas e dando chutões para frente. Mesmo assim, a primeira chance foi dos visitantes. O lateral-esquerdo do tricolor chutou e Júlio César rebateu para o lado. Pelo visto, ele aprendeu a não rebater para frente, como no último jogo. Aos poucos, o Corinthians foi conseguindo acertar as jogadas. As oportunidades ofensivas começaram a surgir. Fábio Santos cruzou e Danilo chutou forte, exigindo ótima defesa do goleiro são-paulino. Aos 22 minutos, a pressão alvinegra deu resultado. Jorge Henrique cruzou e Danilo cabeceou com força. Gol do Timão! Corinthians 1 a 0.
Com o placar a seu favor, os corintianos continuaram melhor e quase ampliaram com Fábio Santos e Élton. O lateral chutou, o goleiro tricolor não defendeu totalmente. A bola ficou em cima da linha. Élton não chegou a tempo para chutar, sendo interceptado pelo zagueiro adversário. No último minuto antes do intervalo, Ralf salvou uma bola em cima da linha. Enquanto a Fiel comemorava a jogada do volante, Alessandro fez um pênalti tolo na sequência do lance. Na cobrança, o são-paulino chutou para longe, desperdiçando a chance de empatar. Ufa! Alessandro se salvou dessa! E o Corinthians desceu para os vestiários com a vantagem mínima.
O segundo tempo foi inteiramente de Jorge Henrique. O pequeno atacante roubou a cena. Além de comandar as jogadas ofensivas do Timão, o camisa 23 também deixava os adversários nervosos com dribles e jogadas de efeito. Exatamente um minuto depois de o técnico Leão ter feito, de uma só vez, as três substituições permitidas, colocando mais atacantes, um zagueiro são-paulino perdeu a paciência com Jorge e deu-lhe um pontapé. O juiz expulsou o beque na hora. Sem poder repor a defesa e com um jogador a menos, o São Paulo ficou sem ação. O Corinthians não sofreu qualquer perigo e ainda desperdiçou várias chances para ampliar o placar. Infelizmente, a bola não entrou mais.
O Majestoso terminou com a vitória corintiana por 1 a 0. O Timão venceu todos os últimos seis jogos contra o São Paulo no Pacaembu. Que bela marca!
13 de fevereiro de 2012 - segunda-feira
Mesmo tendo como principal assunto do dia a convocação dos jogadores alvinegros para a Copa Libertadores, a segunda-feira começou com as piadinhas de sempre. Os corintianos tinham que tirar sarro dos são-paulinos. As brincadeiras não ficaram limitadas aos torcedores. Como já está virando tradição nas vitórias em Majestosos, o próprio clube do Parque São Jorge colocou a seguinte mensagem em sua página na internet: "Obrigado e volte sempre". Já para os torcedores, a gozação era feita com frases como: "CPF na nota?" e "Deixa os são-paulinos falarem, porque os fregueses têm sempre a razão". As melhores piadas podiam ser vistas nas redes sociais.
Outro destaque da segunda-feira foi a atuação de gala da dupla Danilo e Jorge Henrique no domingo (até parece nome de grupo sertanejo). Ambos os atletas foram exaltados pelos jornalistas esportivos. O primeiro por ser um jogador decisivo, artilheiro de jogos importantes. O segundo por conseguir desestabilizar emocionalmente o adversário com suas jogadas. Para o técnico Tite, o atacante foi muito inteligente e dedicado no clássico: "O Jorge fez um grande jogo. Não provocou ninguém, apenas jogou. Ele fez lances pessoais, como ir para a lateral e segurar a bola. Não chutou o vento, por exemplo, como ele costuma fazer. Ele jogou muito bem no ataque, marcou muito bem, fez um belo jogo”. A verdade é que em todo clássico, os rivais acabam perdendo a cabeça com ele. Se tem alguém que nasceu para disputar jogos importantes, esse alguém é Jorge Henrique.
Brincadeiras e polêmicas à parte, vamos ao que interessa. A lista feita por Tite e enviada à Conmebol acabou incluindo Adriano. O recém-contratado Douglas também foi inserido. No mais, nenhuma grande novidade. Os goleiros inscritos são Júlio César, Danilo Fernandes e Cássio. Os laterais direitos são Alessandro e Welder e os laterais na esquerda são Fábio Santos e Ramon. A zaga é composta por Chicão, Leandro Castán, Paulo André e Wallace. Os volantes selecionados são Ralf, Paulinho, Ramirez e Edenílson. Os meias são Danilo, Alex e Douglas. E os atacantes (acredite!) são sete: Liedson, Emerson Sheik, Jorge Henrique, William, Adriano, Élton e Gilsinho.
Quem ficou de fora da lista foram: o meia-armador Vitor Júnior, os jovens zagueiros Marquinhos e Felipe, o volante Gomes e o atacante Bill. Desses, o único com maiores esperanças de entrar na relação era Vitor Júnior. Após algumas boas atuações do ex-jogador do Atlético Goianiense, a expulsão tola na partida da semana passada contra o Bragantino deve ter decretado sua exclusão do grupo. Pela bronca do Tite no vestiário, o treinador não confiava totalmente no meia.
Com a definição dos jogadores convocados, uma parte do grupo seguiu viagem para a cidade de San Cristobal na Venezuela e a outra parte do elenco ficou treinando em São Paulo. Adriano, mesmo estando na relação de atletas que jogarão a Libertadores, ficou na capital paulista para aprimorar o físico. Os dias de concentração prolongada no CT já terminaram, mas os trabalhos continuam para ele. A expectativa é que, se estiver melhor, o Imperador jogue no sábado de Carnaval pelo Campeonato Paulista. Se isso realmente acontecer, será a sua estreia oficial na temporada de 2012.
14 de fevereiro de 2012 - terça-feira
Viajar de Caracas, a capital venezuelana, para San Cristobal, o local do primeiro jogo do Timão na Libertadores, não é fácil. Imagine então o desgaste para quem sai de São Paulo, como foi o caso do elenco corintiano, em direção à cidade do interior da Venezuela! San Cristobal é a capital da província de Táchira, no extremo oeste do país. A viagem dos corintianos começou na segunda-feira. Após voo de oito horas em um avião fretado, eles chegaram à cidade de Maracaibo, no noroeste do país de Hugo Chaves. Depois seguiram em outro voo, dessa vez de uma hora, para a cidade de Santo Domingo. Na sequência, os jogadores e a comissão técnica entraram em um ônibus e seguiram por terra até San Cristobal. Após quase doze horas viajando, a comitiva, enfim, chegou ao local da partida nessa terça-feira. Ufa!
Após descansarem durante todo o dia, Tite levou, à noite, seus comandados para o Estádio Pueblo Nuevo para o reconhecimento do campo do Deportivo Táchira. Na atividade com bola, o gaúcho esboçou a equipe que começará o jogo de amanhã contra os campeões venezuelanos. A principal novidade foi a escalação de Jorge Henrique no lugar de Alex. O camisa 23 ganhou a posição no time titular após a belíssima exibição no clássico contra o tricolor. Emerson Sheik e Liedson, poupados da última partida, voltam para a equipe principal. Dessa forma, o Timão debutará com a seguinte formação: Júlio César; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Danilo; Emerson Sheik, Liedson e Jorge Henrique.
Apesar dos jogadores corintianos tentarem explicar a grande diferença entre as duas situações, os jornalistas brasileiros encarregados de cobrir o time só perguntavam sobre as semelhanças entre a partida de amanhã e a derrota do ano passado para o fraquíssimo Tolima, na fase da Pré-Libertadores. “Contra o Tolima não teve nada disso de confiança demais, nada de desrespeito. O nosso erro foi no final do Brasileiro (ter empatado o último jogo e ter caído para a 4ª colocação). Não podíamos iniciar o ano (de 2011) tendo um jogo tão importante pela frente com uma preparação pequena”, descreveu o capitão Alessandro. “Perdemos do Tolima, foi ruim vivenciar aquele momento. Agora a situação é diferente. Mesmo não tendo acompanhado nenhum jogo deles (do Táchira), a gente está em um momento importante”, completou o lateral.
A vantagem do atual elenco corintiano é a elevada experiência. Quase todos já disputaram pelo menos uma Libertadores. Dos 25 inscritos, apenas Cássio, Gilsinho, Ramon, Edenílson, Welder e Élton serão estreantes no torneio. Repare que todos são reservas. Os titulares já disputaram pelo menos uma edição. Quem mais jogou foi Danilo com 5 participações, seguido por Fábio Santos com 4 e Alessandro com 3.
Do lado adversário, a expectativa pelo início da competição continental não é elevada. Como o futebol não é o esporte mais popular na Venezuela, a mídia local dá pouca atenção para a partida. Segundo o jornal Diario La Nacion, o Corinthians é um dos favoritos ao título e deve vencer amanhã. Até os jogadores do Deportivo Táchira estão cientes das dificuldades. Eles declararam que ficarão felizes com um empate.
15 de fevereiro de 2012 - quarta-feira
Às 21 horas, eu já estava na frente da televisão. Sentado no sofá de casa, esperava o começo do jogo das 22 horas entre Corinthians e Deportivo Táchira. Minha ansiedade para o pontapé inicial era tanta que não me importei de ver o capítulo da novela Fina Estampa. Após Tereza Cristina, a vilã da trama global, aprontar mais algumas estripulias, Cléber Machado abriu a transmissão: "Para você ligado na Globo, a Libertadores está de volta. O mais importante torneio sul-americano, aquele que provoca um frisson em todas as torcidas". Após o foguetório e a festa do ótimo público presente no Estádio Pueblo Nuevo, o juiz apitou o começo da partida.
Com a bola rolando, aconteceu o que nenhum corintiano imaginava. No primeiro ataque do Táchira, surgiu o gol. Após cobrança de lateral dos venezuelanos para a grande área do Timão, Chicão deu um chute para tirar o perigo. A bola, contudo, acertou o queixo do atacante adversário. Com o desvio involuntário, ela mudou de trajetória e seguiu para as redes de Júlio César. 1 a 0 para os adversários. O demônio corintiano da Libertadores já mostrava logo de cara sua face mais terrível.
O gol do rival pareceu não ter abalado os jogadores do Corinthians. Eles mantiveram a forma tradicional de jogar, com trocas de passes no meio de campo. As oportunidades de gol começaram a surgir. Danilo acertou a trave em uma boa cabeçada aos 25 minutos. Três minutos depois, Emerson recebeu cruzamento de Alessandro e obrigou o goleiro venezuelano a fazer bela defesa. No finalzinho da primeira etapa, Jorge Henrique arriscou de fora da área e mandou pela linha de fundo.
O segundo tempo começou com o Timão pressionando ainda mais o Táchira. Fábio Santos pegou um rebote e mandou um chutaço. A bola passou raspando a trave. Aos 11 minutos, Tite resolveu mexer e tornar a equipe mais equilibrada no meio de campo. O treinador colocou Alex e Élton e tirou Emerson e Liedson. A ordem era atacar!
Aproveitando-se dos contra-ataques, a equipe da casa assustava. Aos 18 minutos, o atacante do Táchira recebeu na grande área e mandou a bola para o fundo das redes. Festa da torcida pelo segundo gol da noite. Felizmente, o juiz marcou impedimento. No replay, o lance se mostrou muito difícil.
O restante do jogo foi de muito equilíbrio. Ora o Corinthians levava perigo, ora era o Táchira. Enquanto Castán, Paulinho e Alex tiveram chances desperdiçadas, Júlio César salvava lá atrás. A derrota corintiana caminhava para a concretização quando, aos 48 minutos, o Timão teve uma falta a seu favor na intermediária. Era a última jogada. Alex cobrou e Ralf cabeceou. Goooooooooool! O empate saiu. Inacreditável! Os jogadores alvinegros correram para o banco de reservas para comemorar.
É difícil imaginar a alegria por um empate contra um adversário venezuelano. Da forma como a igualdade no placar foi conquistada, ela representou uma vitória para os corintianos. O ponto obtido na Venezuela lavou a alma de todos. Realmente, a Libertadores se mostrava uma pedra no nosso sapato. Sai zica!
16 de fevereiro de 2012 - quinta-feira
O sentimento da torcida corintiana após o dramático empate contra o Táchira é de alívio. Alívio pelo ponto conquistado fora de casa em situação completamente adversa. A igualdade no placar veio quando até os mais otimistas já contabilizavam a derrota como certa. Admito também, de certa forma, uma dose de empolgação com o resultado. Minha vibração ontem foi parecida ao dos jogadores em campo, com saltos no ar e gritos a plenos pulmões. Até barulhos de rojões foram ouvidos no começo da madrugada de quinta-feira na cidade de São Paulo. Confesso que devo ter acordado alguns vizinhos com a celebração pelo gol de Ralf.
Se formos analisar o desempenho dos brasileiros na primeira rodada, o Timão não foi tão mal assim jogando fora de casa. O Santos, por exemplo, perdeu para os bolivianos do The Strongest por 2 a 1 em La Paz. Pode-se até alegar que os atuais campeões continentais jogaram na altitude de 3.600 metros, mas não deixa de ser uma derrota, né? O Vasco da Gama fez pior. Perdeu para o Nacional do Uruguai no Rio de Janeiro. O Flamengo ficou no 1 a 1 na Argentina contra o Lanús. Apenas Fluminense e Internacional ganharam suas partidas, pois tiveram a seu favor o mando de campo. Há quem diga que a receita para se vencer a Libertadores é empatar fora e ganhar em casa. Assim, o Corinthians começou fazendo bem a primeira parte da lição.
Outra emoção que me acompanha hoje é a angústia. Angústia por prever, a partir do primeiro jogo, o quanto a Fiel Torcida irá sofrer nesse ano. Se em uma partidinha contra um adversário fraquíssimo do interior remoto da Venezuela, nós penamos para empatar, imagine só quando a competição avançar para os confrontos mais difíceis, para as fases de mata a mata. É desesperador fazer essa projeção!
Para os jogadores corintianos, o empate em San Cristobal foi um resultado positivo. Ralf, o herói da noite, declarou à TV Globo: "Foi o meu primeiro gol de cabeça pelo Corinthians e espero que seja o primeiro de muitos. O time (adversário) era inferior tecnicamente, mas na vontade eles fazem de tudo. A gente sabia que ia ser difícil ganhar aqui e acho que o empate está de bom tamanho". Alessandro, nosso capitão, foi pelo mesmo lado: “Estrear fora de casa e empatar não é ruim. Agora vamos pegar como exemplo esse jogo de como será difícil jogar fora de casa”.
Para a mídia venezuelana, o vilão da partida foi o juiz colombiano. O árbitro invalidou um gol dos donos da casa quando eles venciam por 1 a 0. Depois, segundo a imprensa local, o juizão achou uma falta inexistente, no último minuto, para o Corinthians. Os três minutos de acréscimos também geraram críticas, considerados exagerados pelos venezuelanos. Na minha visão, a única reclamação válida é sobre o impedimento marcado. A falta em Fábio Santos existiu e o tempo acrescido foi justo. O Liderendeportes, site esportivo do país das Misses Universo, tem outra opinião: “Em uma jogada polêmica (falta marcada para o Timão no final da partida), foram roubados (do Táchira) - literalmente - dois pontos dentro de casa”. E completou: “O árbitro estava decidido a parar o jogo (e marcar falta) a cada toque nos jogadores brasileiros”. Um pouco exagerada a reclamação deles, não?
17 de fevereiro de 2012 - sexta-feira
A marcação de impedimento na última partida do Corinthians repercute aqui no Brasil até agora. Para alguns jornalistas esportivos, o árbitro acertou. Quem primeiro defendeu essa tese foi o comentarista de arbitragem da Rede Globo, Arnaldo César Coelho, durante o jogo. Depois ele foi acompanhado por André Rizek, do canal Sportv: "Não foi só o Arnaldo que disse que estava impedido. Tem um monte de gente trabalhando para fazer o tira-teima, determinando as linhas. E todos eles viram que estava impedido. Mesmo assim, os jornais venezuelanos falam que houve um roubo, que o Táchira foi prejudicado". Carlos Cereto, colega de Rizek, disse o seguinte no programa Redação Sportv: "Estava impedido sim e o bandeira foi muito corajoso ao marcar esse impedimento".
Na Band, até o palmeirense Mauro Beting teve que admitir o acerto do juiz. "Interessante marcar um impedimento desses contra o time da casa. Mas estava impedido. Pouca coisa, mas estava", falou no programa Jogo Aberto. Mauro Cezar Pereira e Paulo Vinícius Coelho, ambos da ESPN Brasil, também foram nessa linha. "Achei que estava impedido já no primeiro lance. Na hora do gol, estava impedido também", disse PVC. Mauro Cezar completou: "O impedimento foi bem-marcado, achei que o Choulo (do Táchira) estava um pouco à frente da linha da bola".
Indiferentes às opiniões dos especialistas, os torcedores rivais do Timão não perderam a oportunidade de sacanear. No perfil intitulado "Apito Amigo", no Facebook, uma foto mostrando o "Tira-Teima" da televisão tinha como descrição a seguinte mensagem: "Você que está cansado de ver o Corinthians sendo favorecido pelo Apito Amigo… Curta nossa página. Chega… Queremos punição para esses árbitros safados… corruptos”. No Twitter, os anticorintianos também estavam raivosos. Os tags mais engraçados (para os não corintianos, obviamente) foram: "Esse é o grande Timão? (risos)", "Corinthians, a Libertadores não é para você, não se esqueça", "Nem vou comentar o apito amigo que está rolando desde 1910, né?" e "Corinthians na Libertadores é que nem o (programa do) Chaves, todo mundo sabe o final mas assiste pra dar risada!". Esse é o clima na véspera de Carnaval.
Indiferente ao feriado que se aproxima e aos comentários dos torcedores rivais, o técnico Tite definiu a equipe para a partida de sábado contra o São Caetano, no ABC paulista. Devido à desgastante viagem do meio de semana, o gaúcho optou pela utilização dos reservas. Adriano vai para a partida. Segundo o preparador físico corintiano, Adriano atingiu seu menor peso desde a chegada ao Timão no ano passado. Trata-se de uma boa notícia ou de um milagre. Quem deve jogar também é o meia-armador Douglas, outro com problemas com a balança. Para alguns, essa partida será a dos gordinhos. Do lado dos magrinhos do Timão, os destaques vão para as estreias entre os profissionais dos jovens Marquinhos e Gomes. A dupla foi campeã da Copa São Paulo e é apontada como as grandes revelações corintianas da última safra.
Anote aí o Corinthians que foi escalado: Danilo Fernandes; Welder, Wallace, Marquinhos e Ramon; Gomes, Edenílson, Ramirez e Douglas; William e Adriano.
18 de fevereiro de 2012 - sábado
É Carnaval! Admito o estranhamento por acompanhar futebol nessa época. Afinal, todos estão preocupados com as festas, os blocos de rua, os desfiles das escolas de samba e as viagens do feriado. Ninguém, em sã consciência, deve se interessar realmente pelas partidas do Campeonato Paulista. Se até alguns jogadores demonstram estar com a cabeça em outros lugares, por que os torcedores deveriam estar concentrados nos jogos, hein? Se não fosse pelo O Ano que Esperávamos Há Anos, eu não teria assistido a Corinthians e São Caetano. Porém, trabalho é trabalho! Liguei na Band e as imagens mostraram o que eu já sabia: aquela tarde na Grande São Paulo era quente e ensolarada. O maior atrativo para os corintianos presentes no Estádio Anacleto Campanella era Adriano. Como o Imperador jogaria?
O jogo começou disputado. Nenhuma das duas equipes conseguia chegar com contundência ao ataque. O primeiro lance de perigo foi protagonizado pelos visitantes aos 16 minutos. Ramirez cabeceou para fora uma bola cruzada por Ramon. Dois minutos mais tarde, Adriano recebeu passe de Edenílson e chutou muitíssimo mal, para longe. O Imperador estava mais magro, mas o pé estava descalibrado. O primeiro tempo acabou sem nenhuma nova emoção. A partida estava sonolenta. Feliz daquele torcedor que havia se esquecido de assisti-la.
O segundo tempo começou mais agitado. O São Caetano, com uma camisa muito parecida com a do Boca Juniors, chegava através de chutes de longe. Danilo Fernandes estava seguro no gol alvinegro e fazia as defesas com tranquilidade. Após tentar sem sucesso também de longe, com Ramirez e William, o Corinthians enfim resolveu penetrar na área adversária. Aos 18 minutos da etapa complementar, Douglas, que até então passeava no gramado e aproveitava para tomar um solzinho, recebeu passe de Ramirez na intermediária. Com categoria, o Maestro fez um belo lançamento para William. O dono da camisa 7, dentro da grande área e de frente para o goleiro do São Caetano, chutou de primeira. Gol do Timão. Gol de William!
O placar favorável encheu os jogadores corintianos de confiança. As jogadas começaram a funcionar. Adriano tentou uma arrancada do meio de campo, se cansou quando chegou na intermediária e chutou de lá mesmo. Para fora. Depois, Ramirez, o melhor em campo, tabelou com o Imperador, recebeu de volta e chutou para o gol. Uhhhhhhhhh. A bola passou raspando a trave. Com as entradas de Vitor Júnior no lugar de Douglas e de Élton no lugar de Adriano, o Timão ganhou mais agilidade e novas oportunidades foram criadas. E foram desperdiçadas na mesma proporção.
O apito final do juiz aos 49 minutos decretou a nova vitória do Corinthians no Paulistão de 2012. A equipe do Parque São Jorge manteve-se na liderança da competição ao lado do Palmeiras. Os dois times têm agora 20 pontos (o time verde e branco leva vantagem no saldo de gols). Com os três pontos conquistados em São Caetano, os jogadores do Coringão podem sair para pular a folia sem problemas. Alegre-se, meu povo: é Carnaval!!!
19 de fevereiro de 2012 - domingo
Eu poderia interromper meu Carnaval para discutir a atuação de Adriano e Douglas na partida contra o São Caetano, mas não vou. O que dizer, então, dos torcedores que ficaram satisfeitos com os desempenhos dos gordinhos no sábado? Pior mesmo só os comentaristas esportivos que durante a transmissão rasgaram elogios à dupla. Decidi não me aborrecer com esse assunto hoje. O feriado de Carnaval é o momento em que podemos nos divertir, ficar alegres e extravasar. Se fosse comentar a atuação do Imperador e do Maestro, o meu dia e o seu dia seriam inundados por uma série de lamentações e cobranças aos atletas mais bem-pagos do elenco corintiano.
Por exemplo, Adriano emagreceu? Sim, ele está visivelmente mais magro. Isso é ótimo! Eu também emagreci oito quilos desde o início do ano. Estou me sentindo mais leve, mais ágil e confiante. Entretanto, o peso menor não me faz ser um jogador de futebol melhor. Continuo sendo tão ruim como sempre fui. Estar magro na verdade é apenas uma obrigação de um esportista profissional (com exceção dos lutadores de sumô). Então parem de elogiá-lo por estar mais fino. Vamos nos ater ao mais importante: o Imperador continua se arrastando pelo gramado. Como consequência, não acertou nenhum chute a gol. De produtivo, fez apenas uma tabela com Ramirez no segundo tempo. Nos 75 minutos em que esteve em campo no Estádio Anacleto Campanella, o centroavante mais badalado do país conseguiu fazer apenas uma troca de passes. Para mim, essa estatística é pobre. Muito pobre. Pobríssima! Não é porque o time ganhou que devemos elogiar os jogadores e distribuir sorrisos para todos.
E o Douglas, hein? Andou pelo campo sem muito interesse. Alguns ainda falam: "Estava quente, o sol estava muito forte". A temperatura era alta para todos, não apenas para o meia. Se os demais jogadores (salvo Adriano) correram bastante e se esforçaram, Douglas não poderia ter feito o mesmo? Aí na metade do segundo tempo, ele pega uma bola no meio de campo e dá um belíssimo passe para o companheiro marcar o gol da vitória. Sai, então, do gramado como o herói da partida. Pera aí! Não vamos analisar o restante do jogo e verificar o quanto ele contribuiu (ou atrapalhou) nos demais lances? O fato de ele ter uma habilidade fora do normal para dar passes milimétricos aos atacantes só deveria aumentar nossa cobrança pelo seu bom futebol na maior parte do jogo, ao invés de nos contentarmos com jogadas isoladas.
Ainda bem que prometi para mim mesmo não transpor para as folhas de O Ano que Esperávamos Há Anos essas reclamações. Já basta eu tê-las discutido, ao longo de toda à tarde de hoje, com meus amigos. Tenho noção de como tais análises poderiam abalar o espírito carnavalesco de toda a nação corintiana. Além disso, você poderia questionar a minha acidez imaginando, equivocadamente, que eu não estivesse desfrutando os dias de recesso como deveria. Assim, não vou falar nada a respeito de futebol nem do Todo Poderoso Timão hoje. Desculpe-me quem estiver lendo essa publicação para conhecer ou relembrar os fatos desse período de 2012. No Carnaval, o país para e não acontece nada de importante para ser lembrado publicamente depois. As lembranças têm um caráter mais pessoal e estritamente individual.
20 de fevereiro de 2012 - segunda-feira
Novamente, preciso me desculpar. Pelo segundo dia consecutivo, não trarei novidades sobre o Coringão nem sobre o esporte preferido de Charles Miller. Minha justificativa é aparentemente plausível: estamos no Carnaval. Por isso, não houve partidas de futebol no país das escolas de samba. Para ser sincero, não tenho certeza se alguma coisa esteja funcionando no Brasil (isso é, se já funcionou alguma vez). Duvido até mesmo que haja circulação de jornais por esses dias. Nos portais de notícias da Internet, só temos reportagens tratando da folia dos blocos de rua pelo Nordeste adentro, das músicas cantadas nos trios elétricos em Salvador e dos desfiles dos passistas no Anhembi e na Marquês de Sapucaí. E, claro, não faltam fotos de mulheres em trajes ínfimos. Diante de tantos estímulos visuais, admito ter me esquecido de procurar notícias sobre o meu time.
Ah, se você não ficou chateado(a) com meu lapso, agradeço encarecidamente a compreensão, caro(a) leitor(a) amigo(a) de O Ano que Esperávamos Há Anos. Saiba que os escritores também são gente. Não dá para passar o Carnaval trabalhando e se apegando a temas agora irrelevantes. Garanto que até mesmo o mais fanático corintiano deve ter se esquecido, nos últimos dias, de seu clube do coração e do desejo de ganhar a Libertadores. Os integrantes da Gaviões da Fiel, por exemplo, estão, por ora, muito mais preocupados com o desfile de sua escola de samba do que com o futuro do Timão nos gramados. Aposto que eles não estão chateados com a ausência de treinos no CT corintiano nem estão interessados em monitorar o comportamento dos atletas alvinegros durante o feriadão. Vamos pensar nos campeonatos, nas partidas e nas novas contratações somente a partir da quarta-feira à tarde. Tudo bem se fizermos dessa maneira? Até lá, vamos relaxar e aproveitar.
Contudo, acredito que tenhamos também alguns leitores não tão amigos assim dos escritores. Na certa, esse grupinho deve ter ficado bravo comigo pela ausência de relatos futebolísticos no domingo. Já estou até ouvindo a chiadeira: onde já se viu prometer para a gente que iria falar sobre o Corinthians no ano inteiro e, na hora do vamos ver, não produzir uma linha sequer no Carnaval?! É falta de profissionalismo parar no feriado!!! Escritores não têm folga, precisam trabalhar todos os dias.
Se você integra a lista de reclamantes, então dobre a sua indignação porque hoje eu não escreverei nada de produtivo outra vez. Só voltarei ao normal após o fim do recesso. Repito em alto e bom som: não acontece nada de importante nesse país entre o Sábado de Carnaval e a Quarta-feira de Cinzas. Não há nem mesmo futebol nesses dias. Ou você se lembra de algum título conquistado pelo seu time nesse período do ano? Se recorda de alguma contratação feita em pleno Carnaval? Ou já ouviu falar de algum esquema tático inovador criado no meio do feriado? Acho improvável.
Então, pare de se preocupar e vá viver a vida. Ou aproveite os dias do Carnaval para descansar um pouco. Eu estou tentando fazer isso. Não estou pensando em futebol, Libertadores, traumas de competições internacionais, Adriano, gozações dos adversários... Não à toa, meu Carnaval tem sido ótimo. Então, até quarta-feira!
21 de fevereiro de 2012 - terça-feira
À princípio, eu não tinha nada para escrever sobre o Corinthians nem sobre o futebol na Terça-feira de Carnaval. Não ia sequer abrir o notebook para não correr o risco de trabalhar involuntariamente. Isso até alguns integrantes da Gaviões da Fiel, a principal torcida organizada do Timão e uma das mais tradicionais escolas de samba de São Paulo, virarem notícia no país inteiro. Obrigado, rapaziada, por me municiar com fatos para O Ano que Esperávamos Há Anos. Agora preciso interromper minhas pequenas férias pois tenho matéria-prima quentinha para relatar a vocês.
Tudo aconteceu hoje à tarde. Após ter dormido o dia inteiro, despertei por volta das 17 horas. Ainda sonolento e sem nada para fazer, liguei o rádio e soube da apuração das notas das escolas de samba de São Paulo. Sem nada melhor para fazer, desliguei o rádio e fui até a cozinha pegar um copo de suco. Aí me dirigi à TV para tomar minha bebida vendo a apuração que acontecia no sambódromo. Não há nada mais deprimente do que ver o anúncio das notas sem ter visto os desfiles nem ter participado deles. Esse era o meu caso! Quando começava a refletir no quão patética era a cena que protagonizava, aconteceu algo extremamente inusitado na televisão.
Um rapaz vestindo a camisa da escola Império da Casa Verde pulou no palco onde o anúncio era feito e roubou das mãos do narrador os envelopes com as notas faltantes. Ele saiu correndo e rasgou os papéis. Alguns integrantes da Gaviões da Fiel, revoltados com as notas baixas e com a má colocação de sua escola, aproveitaram o tumulto e invadiram o local da apuração. Eles barbarizaram. Grades de proteção foram derrubadas, cadeiras foram arremessadas e outros documentos foram rasgados e atirados ao chão. Até o troféu foi danificado. Em alguns segundos, a polícia entrou em ação e o espírito carnavalesco deu lugar a uma grande confusão, com cenas de violência e vandalismo. Sem saber exatamente o que estava acontecendo, os repórteres tentavam informar o público.
Com a impossibilidade do prosseguimento da apuração e aproveitando-se que faltavam poucos quesitos para o término, os organizadores deram por encerrada a sessão. A Mocidade Alegre foi declarada vencedora do Carnaval paulistano. Nada mais justo, pois liderava com folga a somatória das notas. Na saída dos torcedores do sambódromo, mais atos de vandalismo. Vários integrantes da Gaviões da Fiel quebraram tudo o que viam pela frente, dentro do Anhembi e nas imediações da Marginal do Tietê. Eles chegaram a colocar fogo em um dos carros alegóricos da escola Pérola Negra que encontraram no meio do caminho. Como a alegoria era feita de palha, o fogo se alastrou rapidamente e foi preciso a atuação dos bombeiros. A polícia entrou em confronto com os torcedores mais exaltados e alguns foram presos.
Esse foi o triste fim do Carnaval de São Paulo de 2012. O pior foi constatar o quanto o final trágico era previsível. Pela primeira vez, três escolas de samba vinculadas às torcidas organizadas de times de futebol (Corinthians, Palmeiras e São Paulo) desfilaram na divisão especial. A organização do evento temia atos de violência e selvageria protagonizados por essas agremiações. Aconteceu o que se esperava!
22 de fevereiro de 2012 - quarta-feira
Os jogadores corintianos voltaram do Carnaval tendo um compromisso importante à noite: enfrentar a Portuguesa pelo Paulistão. Mesmo com o mando de campo a favor, a Lusa preferiu atuar no Pacaembu. A diretoria rubro-verde pensava, obviamente, em obter uma renda mais polpuda. Porém, apenas seis mil pessoas, a maioria esmagadora de corintianos, compareceram ao estádio municipal. Pelo visto, muitos torcedores quiseram emendar o feriado ou ainda estavam no clima de Carnaval. É amigo(a), a Quarta-feira de Cinzas não combina mesmo com futebol.
Tite teve vários desfalques para esse jogo. Alessandro, Jorge Henrique (ambos com dores musculares), Douglas, Adriano (os dois em regime especial de treinamento) e Emerson Sheik (com pubalgia) foram vetados. Assim, Welder ganhou a vaga na lateral direita, Alex retornou ao meio de campo e o ataque foi composto por William e Liedson. Os titulares do Timão contra a Lusa foram: Júlio César; Weldinho, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Alex e Danilo; Willian e Liedson.
Apesar do lance inicial ter sido da Portuguesa, um chute de fora da área que passou muito perto do gol de Júlio César, o primeiro tempo foi dominado pelos jogadores de preto e branco. Aos 18 minutos, Danilo passou para Liedson. O centroavante driblou com o corpo os marcadores e chutou forte. Grande defesa do goleiro adversário. Logo depois, foi a vez de Alex levar perigo. O meia aproveitou o rebote da defesa lusa e bateu de primeira, o que exigiu nova intervenção do arqueiro.
A insistência do Timão deu resultado aos 29 minutos. Fábio Santos cruzou da esquerda, Danilo ajeitou de cabeça, Liedson protegeu e William chutou forte na pequena área. Gol do Corinthians! William marcava o seu segundo gol nos últimos dois jogos. Os alvinegros continuaram no ataque até o final da primeira etapa. Não é errado dizer que, até ali, era jogo de ataque contra defesa.
Após o intervalo, a Portuguesa voltou um pouco melhor. Sua melhor chance foi fruto de uma falha de Júlio César. Em uma bola que se dirigia para a linha de fundo, nosso goleiro mergulhou para evitar o escanteio. Traiçoeira, a bola escapou e foi parar no pé do centroavante rubro-verde. Para sorte dos corintianos (e do goleiro vacilão), Leandro Castán salvou o chute do adversário em cima da linha. Logo depois, o camisa 1 do Timão se redimiu. Júlio pulou bem e espalmou para longe uma cobrança de falta na entrada da área.
O Corinthians respondeu aos 32 minutos. William mandou uma bomba e acertou a trave da Lusa. Aos 34 minutos, Ramirez, que entrara no lugar de Alex, puxou um rápido contragolpe e passou para William. O camisa 7 cruzou para Liedson, que chutou em cima do goleiro. No rebote, Ramirez mandou para as redes. Gol! O Timão selava a vitória: 2 a 0. Os três pontos mantiveram a equipe do Parque São Jorge no topo da classificação do campeonato. Se o Palmeiras tropeçar amanhã contra o Oeste, jogo a ser disputado também no Pacaembu, o Coringão se tornará líder isolado da competição. Torçamos para isso acontecer.
23 de fevereiro de 2012 - quinta-feira
O grande nome do jogo de quarta foi "Cachito" Ramirez. O meio-campista peruano, que atua como armador e volante, vem apresentando boas atuações em 2012. Entrou no segundo tempo e fez outro gol pelo Timão, o segundo nessa temporada.
Ramirez já passou por maus momentos vestindo a camisa do Corinthians e conseguiu dar a volta por cima. Ele foi considerado, em janeiro do ano passado, o grande vilão pela eliminação do Timão na Pré-Libertadores. Na fatídica partida contra o Tolima, entrou no segundo tempo e logo foi expulso. "Se eu fosse filho da p***, o Ramirez não estaria mais aqui, porque foi expulso naquele jogo contra o Tolima", desabafou Tite após o confronto de ontem. A omissão do palavrão partiu do próprio treinador. "Mas futebol não é assim. É tempo de adaptação, confiança, cobrança e treinamento para que (se) possa mostrar dentro de campo”, completou o gaúcho, dando a entender que não é de mandar ninguém embora por causa de um único erro.
Mesmo ficando no banco de reserva no restante daquele ano e entrando poucas vezes nos jogos, o peruano foi alçado à condição de herói alvinegro na reta final do Campeonato Brasileiro. O gol salvador contra o Ceará foi decisivo para o título nacional de 2011. O meio-campista entrou no finalzinho da partida em Fortaleza e anotou o único tento daquela noite. Os três pontos mantiveram o Corinthians na briga pela taça.
Contratado no início de 2011, o camisa 14 já possui cinco gols pelo Timão. Presença constante na seleção de seu país, Ramirez tem 27 anos e parece já ter se familiarizado com a vida em São Paulo e com a responsabilidade de jogar pelo Corinthians. Tímido e com dificuldades para falar português em público, apesar de entender tudo o que é lhe dito, o meio-campista havia dado apenas uma entrevista coletiva no Brasil. Isso ocorreu em janeiro do ano passado, quando marcou um golaço em sua estreia. Convencido pela assessoria de imprensa do Coringão, "Cachito" encarou novamente os microfones e falou com os jornalistas nessa quinta-feira:
“Foi um momento difícil quando cheguei ao Corinthians. Aconteceu aquilo contra o Tolima. Falo com a minha família que acho engraçado como as pessoas lembram muito daquele jogo. Já fiz coisas boas para esquecerem esse tema, mas o que vou fazer? É seguir trabalhando para ter mais confiança do treinador”, comentou o peruano após as atividades da manhã no CT Joaquim Grava.
Com as boas atuações de Ramirez e com o talento de Douglas, quem perdeu espaço no grupo corintiano foi Vitor Júnior. Para nosso treinador, "Cachito" e Maestro são, no momento, os reservas imediatos de Alex e Danilo. Vitor é agora apenas a quinta opção na armação. Ressentido pela não convocação para a Libertadores e se sentindo desprestigiado, o meio-campista recém-contratado já está querendo sair. Houve uma proposta da Portuguesa para o empréstimo do atleta, mas Tite recusou. Ele entende que ainda não deu todas as oportunidades para o novo comandado mostrar seu valor. Se tiver juízo e trabalhar bastante, Vitor Júnior poderá apagar a má primeira impressão. Ramirez é prova-viva que é possível conquistar o coração da Fiel.
24 de fevereiro de 2012 - sexta-feira
Nos bastidores do Corinthians, o presidente recém-empossado já começa a dar as cartas. Mário Gobbi anunciou a composição da nova diretoria para os próximos três anos. Não houve muitas novidades. A preferência foi pela manutenção dos principais profissionais administrativos e do Futebol. Luís Paulo Rosenberg deixou a diretoria de Marketing e foi promovido à vice-presidência, ao lado de Elie Werdo. A diretoria do Futebol Profissional ficou com Roberto de Andrade, que antes do pleito acumulava interinamente o cargo de presidente. Duílio Monteiro Alves é o novo diretor adjunto e Edu Gaspar mantém-se no cargo de gerente técnico. Obviamente, os treinadores foram mantidos, com Tite na equipe profissional e Narciso com os garotos da base.
A melhor notícia da sexta-feira, contudo, foi o empate de ontem do Palmeiras com o Oeste de Itápolis no Pacaembu. Com o placar de 1 a 1, o Timão ficou com a liderança isolada do Paulistão com 23 pontos. O Guarani é agora o vice-líder com 22. A equipe do Palestra Itália caiu para o terceiro lugar com 21 pontos. O tricolor paulistano aparece em quarto com 18. Como os dois próximos compromissos do Corinthians serão em casa, contra Botafogo e Catanduvense (duas equipes que estão na zona de rebaixamento), o otimismo da torcida corintiana é grande. Se o favoritismo for mantido, os jogadores do Parque São Jorge deverão ficar mais algumas rodadas na ponta do Paulistão, dando tranquilidade para a recuperação na Copa Libertadores.
Já pensando no próximo jogo, amanhã à noite contra o Botafogo, o técnico Tite fez um treinamento coletivo nessa sexta-feira no CT Joaquim Grava. A grande surpresa foi a escalação de Adriano entre os titulares, após uma semana de treinamentos específicos para melhorar a condição física. Assim, Liedson ganha folga e nem ficará no banco. Apesar do jejum de gol, o Levezinho tem sido elogiado por atuações solidárias. Nas últimas partidas, vários gols do Corinthians saíram em jogadas e passes seus. William, em ótima fase, completará o setor ofensivo, pois Emerson continua em tratamento médico e Jorge Henrique está vetado.
No meio de campo, Alex segue na equipe principal e Ramirez foi confirmado na vaga de Danilo, poupado pelo treinador. Douglas será a opção no banco de reservas para o segundo tempo. A dupla de volantes não sofre qualquer alteração: Paulinho e Ralf vão para o jogo mais uma vez.
Quem também não estará em campo no sábado é Leandro Castán. O zagueiro da camisa 4 sofreu uma pancada na panturrilha e será submetido a exames. Por isso, nosso treinador escalou Wallace para formar dupla de área com Chicão. Welder segue no time. Alessandro é mais uma vez desfalque na lateral direita.
Por essas e outras, o Timão está escalado. Enfrentaremos o Botafogo, amanhã às 18h30, no Estádio Paulo Machado de Carvalho, com o seguinte plantel: Júlio César; Welder, Chicão, Wallace e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Alex e Ramirez; William e Adriano. Vai Corinthians!!!
25 de fevereiro de 2012 - sábado
O céu da cidade de São Paulo ainda estava claro quando o jogo entre Corinthians e Botafogo começou no final da tarde. Enquanto os mandantes almejavam os três pontos para se manter no topo da classificação, os visitantes queriam colecionar ao menos um pontinho na luta contra o rebaixamento. Antes do pontapé inicial, ficavam nítidas as diferenças de qualidade técnica das equipes. O plantel do interior havia sido montado no começo do ano com jogadores jovens e baratos. Preocupada com a sequência de derrotas, a diretoria do Botinha já tinha trocado o treinador. Do outro lado do campo, o melhor time do país em 2011 mantinha o ritmo que o consagrara. Um forte cheiro de goleada era exalado no Estádio do Pacaembu antes da bola rolar.
Essa impressão ficou mais evidente aos 3 minutos. Em jogada pela esquerda de Ramirez, Alex chutou mal. A bola sobrou livre na pequena área para o Imperador. Aí ficou fácil, ele apenas completou para dentro. Gol do Corinthians! Gol de Adriano. Muita vibração do centroavante e de seus companheiros dentro e fora do campo. Será que eu morderia a língua? Será que o camisa 10 renascia para o futebol e seria nosso principal jogador na temporada?!
A vantagem no placar não fez bem para o Timão. O Botafogo passou a atacar com mais perigo. Por pouco, não empatou. Primeiro foi Fábio Santos quem salvou o Coringão ao desviar um cruzamento. Depois foi Júlio César o responsável por uma ótima defesa quando o atacante adversário entrou sozinho na área. Na metade do primeiro tempo, Alex perdeu uma bola na intermediária defensiva e permitiu um chute de longe do rival. Júlio estava lá para defender. Antes da saída para o intervalo, Júlio saiu mal do gol e quase o Botafogo fez. No último lance, Adriano recebeu um cruzamento de Paulinho. Livre na marca de pênalti, o Imperador cabeceou. Uhhhhh. A bola saiu raspando a trave. O camisa 10 se lamentou dando socos na própria cabeça.
No segundo tempo, o Corinthians criou vergonha na cara e resolveu jogar. Tite colocou Gilsinho, Douglas e Edenílson e tirou William, Ramirez e Paulinho. Em jogada pela direita, Gilsinho passou pela marcação e cruzou para Adriano. O Imperador dominou muito bem e chutou com força. O goleiro adversário fez grande defesa. Minutos depois, o lance foi pela esquerda. Alex passou pelos defensores e cruzou para Chicão. O defensor cabeceou muito bem e o arqueiro do Bota espalmou com as pontas dos dedos. Nos instantes finais, Paulinho penetrou pelo meio e passou para Adriano livre na grande área. O centroavante dominou e chutou. Para fora!
A goleada esperada não aconteceu, mas a vitória de 1 a 0 rendeu os mesmíssimos três pontos na classificação. A surpresa maior foi a boa atuação de Adriano. Dessa vez, o Imperador participou mais do jogo e até conseguiu balançar as redes. Diferentemente do que havia ocorrido no amistoso contra o Flamengo em janeiro, dessa vez o camisa 10 saiu aplaudido. A Fiel soube reconhecer seu empenho e o bom futebol apresentado. A nota negativa da partida foi a péssima atuação da equipe de Tite no primeiro tempo. Evidentemente, os jogadores aproveitaram a fragilidade do adversário para não imprimir um ritmo mais forte, se poupando em pleno gramado.
26 de fevereiro de 2012 - domingo
O principal assunto do domingo na cidade de São Paulo foi a volta do bom futebol de Adriano. Depois de um começo de ano péssimo e atuação extremamente apagada no Sábado de Carnaval, enfim, o camisa 10 provou o seu status de grande jogador. Fez uma bela partida contra o Botafogo, participando o tempo inteiro do jogo. Na saída do gramado, o Imperador reconheceu que precisa melhorar ainda mais. “Ainda tem que fortalecer mais o meu tendão, falta uns 30%, um pouco mais de preparação de força com os fisioterapeutas e médicos. Estou satisfeito, treinando. É só esperar”, disse o centroavante para os repórteres ainda dentro do gramado do Estádio do Pacaembu.
Em quase 11 meses de Corinthians, essa foi a primeira partida na qual o jogador ficou os 90 minutos em campo. E fez agora o segundo gol com a camisa do Timão. Mesmo sabendo da necessidade do centroavante em emagrecer ainda mais, a comissão técnica ficou satisfeita com a evolução das condições físicas e técnicas nas últimas semanas. “Ele é um rapaz excelente. Todo mundo no grupo gosta dele. Mas precisa entender o que é a verdade, e entendeu isso. Está melhorando semana a semana a sua performance. Quando no começo do ano eu disse que podia demorar três meses (para ele estar 100%), não estava maluco. Ele teve um período longo de inatividade e uma lesão séria”, declarou o preparador físico Fábio Mahseredjian, relembrando o prognóstico do início da temporada. Trata-se de uma mudança de 180 graus de opinião, já que o preparador físico estava evidentemente incomodado há algumas semanas com o comportamento pouco exemplar do jogador.
Para Tite, o estilo de jogo da sua equipe com dois homens abertos pelas pontas e um homem enfiado na grande área vem ao encontro das características de Adriano. Mesmo satisfeito com o rendimento do Imperador na partida de sábado, quando foi considerado pela imprensa o melhor em campo, o gaúcho foi categórico em afirmar que ainda é cedo para colocar o camisa 10 como titular. “A titularidade é dentro de campo. O Liedson está jogando muito”, decretou o treinador na entrevista coletiva após a vitória. Muito provavelmente, Tite prefira esperar um pouco mais para ter certeza se o Adriano realmente decidiu voltar a jogar como nos bons tempos ou se essa partida foi apenas um lampejo.
O mais feliz no vestiário do Pacaembu era, obviamente, o próprio Adriano. Ciente da boa atuação, o Imperador pregava um discurso ao mesmo tempo humilde e otimista: “Estou voltando agora. É difícil falar onde errei e onde acertei, mas o importante é jogar o jogo todo. Todo mundo sabe do meu potencial e que falta muita coisa”. Pelas palavras do centroavante, ele está ciente da necessidade de continuar treinando e melhorando. Confesso que fico aliviado de ouvir tais palavras.
Segundo as estatísticas do Datafolha, a evolução de Adriano foi espantosa. No jogo de ontem, ele recebeu 18 bolas, deu seis passes certos e um errado, fez quatro dribles (todos bem-sucedidos) e finalizou três vezes (sendo um gol, uma cabeçada para fora e um chute defendido pelo goleiro). Contra o São Caetano, há uma semana, ele quase não pegou na bola e errou os poucos lances que arriscou.
27 de fevereiro de 2012 - segunda-feira
Há algumas datas marcantes na vida das pessoas. Algumas consideram o dia do aniversário como uma data extremamente especial, chegando a faltar no trabalho e nos estudos para aproveitar ao máximo a efeméride. Há quem comemore com zelo o dia do casamento ou o início do namoro. Existem infinitas possibilidades de festejo. Um amigo, por exemplo, celebra todos os anos, com um churrasco com os amigos e familiares, o dia em que comprou a casa própria.
Para mim, o 27 de fevereiro de 2012 será uma dessas datas especiais. Hoje, pedi demissão. A partir de agora, o intuito é me dedicar exclusivamente aos livros. Assim, virei definitivamente um escritor. Deixei de ser publicitário durante o horário comercial e passarei a escrever minhas obras em período integral. Não precisarei mais pesquisar os assuntos de meu interesse de madrugada nem produzir os textos aos finais de semana. Já até consigo imaginar como irei comemorar os gols nas peladas de domingo. Vou erguer a camisa do uniforme e mostrar a inscrição que estará impressa na camiseta por baixo: "100% Escritor!".
Admito que a intenção era fazer tal mudança somente no final do ano ou quem sabe em meados do próximo. Entretanto, alguns fatos precipitaram minha decisão. Ainda bem! Temia jamais ter a coragem para efetuar a migração de carreira. Não é fácil largar uma profissão depois de 12 anos, trocando-a por outra na qual você não tem experiência nem certeza de êxito. Além disso, é preciso começar tudo do zero novamente. Para completar, eu já estava há quase cinco anos no mesmo emprego. Possuía certa estabilidade e, bem ou mal, recebia uma remuneração fixa pelas atividades desempenhadas, algo que provavelmente demorarei muito tempo para ter como escritor.
Esse talvez seja o aspecto mais sensível da minha nova rotina. Como viver sem ganhar dinheiro por alguns meses, hein? Terei que cortar todas as despesas não essenciais. Já projetando tal mudança, estou economizando há algum tempo. Segundo meus cálculos, conseguirei viver razoavelmente bem até o início do próximo ano. Se for bom nessa brincadeira de economizar, posso chegar até a metade de 2013 com algumas notas no bolso. A única preocupação, nesse sentido, vem dos meus pais. Eles estão desempregados há três meses e talvez eu precise ajudá-los. Aí não sei por quanto tempo minhas economias vão durar...
Por outro lado, sei que, como escritor, farei algo que realmente gosto e me sinto realizado. Ainda não sei se meus livros serão aceitos ou se vão ganhar um público fiel. Também não sei se sou bom nisso. Porém, quero arriscar! E tem outra coisa: se não der certo, volto atrás e retomo minha antiga profissão.
A partir de amanhã, minha rotina será diferente. Durante o dia escreverei meus romances e à noite continuo me dedicando a O Ano que Esperávamos Há Anos. Minha primeira obra ficcional já tem nome e sua história está quase toda na minha cabeça. Só preciso começar a colocá-la no papel. Desejem-me boa sorte! Vou precisar!
28 de fevereiro de 2012 - terça-feira
O técnico Tite resolveu colocar força máxima na partida de amanhã contra o Catanduvense. Dessa maneira, vários jogadores vão retornar ao time corintiano. A primeira volta garantida é de Liedson. O Levezinho estará no comando do ataque do Timão depois do descanso do final de semana. Como consequência, Adriano não será escalado dessa vez. A previsão é pela utilização do Imperador no clássico contra o Santos no próximo domingo, na Vila Belmiro. Danilo também será titular agora. Ele será o encarregado da criação das jogadas ao lado de Alex. William segue no time principal, pois Jorge Henrique ainda não se recuperou totalmente das dores.
A grande preocupação do setor ofensivo passou a ser Emerson Sheik. O camisa 11 sofre de pubalgia crônica e uma cirurgia está sendo cogitada. O departamento médico acredita que dessa forma poderá resolver definitivamente o mal. Porém, se o jogador de 33 anos for para a sala de operações, ele desfalcará o Timão de 40 a 60 dias. Para Sheik não ficar fora dos jogos da Copa Libertadores, outra opção está sendo considerada: o tratamento convencional. Nesse caso, o atleta poderá ir à campo, mas corre o risco de as dores persistirem e o problema se agravar.
Na defesa, Alessandro melhorou dos incômodos musculares e estará em campo na lateral direita. O capitão perdeu as últimas três partidas do Campeonato Paulista por causa da contusão. Assim, Welder, que o substituiu adequadamente, volta para o banco. Wallace segue entre os titulares e forma dupla de área com Chicão. Leandro Castán ainda não se recuperou totalmente da lesão na panturrilha. A previsão de retorno do camisa 4 é para o clássico do próximo domingo.
Se o treinador gaúcho preferiu colocar as melhores peças disponíveis em campo, um jogador essencial será poupado pela primeira vez na temporada. Ralf, depois de ter atuado em todas as partidas do ano, ganhará um descanso. O volante é um dos principais responsáveis pela ótima fase da defesa corintiana. Na atual edição do Paulistão, o Timão é o clube menos vazado dos últimos 22 anos. O Corinthians só tomou três gols até agora em 10 jogos da competição (e não foi vazado nos últimos quatro duelos). A preocupação é ver como a equipe reagirá sem o Pit Bull. A tarefa de substituí-lo amanhã à noite ficará à cargo de Edenílson. Tite explicou o motivo da troca: “(Ralf) É um jogador que vem jogando jogos importantes seguidos. Tenho de ver o Edenílson como primeiro volante, se não tenho o Ralf”. A ideia é testar Edenílson na posição, já que não possuímos um jogador com as mesmas características de Ralf.
O Corinthians está escalado: Júlio César; Alessandro, Chicão, Wallace e Fábio Santos; Edenílson, Paulinho, Danilo e Alex; William e Liedson. Empolgado com a fase do meu time, decidi assistir ao jogo de amanhã no estádio. Combinei com uma amiga são-paulina, a Thalita, para irmos juntos ao Pacaembu. Ela, como nunca foi a um campo de futebol (coisas de são-paulino!), topou a proposta de bate-pronto. Apenas omiti a informação que o jogo seria do Corinthians e não do São Paulo. Será que conseguirei enganá-la durante toda à noite? Será que ela torcerá pelo meu time pensando ser o dela? Só amanhã terei a resposta para essas hilariantes questões.
29 de fevereiro de 2012 - quarta-feira
Não consegui ir ao jogo entre Corinthians e Catanduvense. Acabei me atrasando para buscar a Thalita no trabalho dela. Além do mais, ela descobriu que o São Paulo só jogará amanhã no Morumbi e não hoje no Pacaembu. Fingindo surpresa, falei: "Ainda bem que você descobriu. Já pensou se a gente assiste à partida errada?". Ao invés de irmos ao estádio, fomos a um barzinho na Vila Madalena. Depois de eu suplicar muito, ela concordou em visitarmos um estabelecimento onde o confronto do Paulistão fosse transmitido. Afinal, eu não havia perdido nenhum jogo da equipe profissional do Timão nesse ano e queria manter a escrita. No bar, pude ver a partida. Infelizmente, não pude assistir com a atenção que desejava, mas deu para conferir os principais lances.
O Coringão começou muito bem. Alessandro tabelou com William, recebeu de volta e finalizou para longe. Minutos depois, a jogada foi pelo outro lado. Fábio Santos trocou passes com Liedson, recebeu na grande área e chutou para fora. O gol dos mandantes parecia questão de tempo. E aconteceu com William, após receber passe de Liedson. Infelizmente, o bandeirinha marcou impedimento. Aos 27 minutos, o zagueiro do Catanduvense colocou a mão na bola na grande área. O árbitro marcou pênalti. Alex bateu e converteu. O juizão, querendo aparecer, mandou voltar a cobrança. Na segunda tentativa, Alex acertou a trave. O 0 a 0 persistia. Depois disso, o Corinthians caiu de rendimento e viu os visitantes perderem um gol incrível.
No segundo tempo, o Catanduvense voltou melhor. Em 10 minutos, a equipe do interior fez uma série de boas jogadas. Quase abriu o placar. Após tanto insistir, o gol dos visitantes aconteceu. Alessandro tentou roubar a bola do adversário na sua grande área e sem querer acabou jogando contra as próprias redes. Gol do Catanduvense. Vendo a minha indignação, Thalita tentou me consolar: "Não fique assim. Ainda está 2 a 1 para o Corinthians". Aí percebi que ela não entendia nada de futebol (coisa de são-paulino). Ela pensou que os gols anulados no primeiro tempo tinham sido validados.
Querendo a virada, o Timão partiu para o ataque. A pressão foi intensa no restante do segundo tempo. Primeiro foi Paulinho quem acertou a trave. Depois Chicão cobrou falta no poste. Uhhhhh. A bola não queria entrar. Aos 35 minutos, após cobrança de escanteio, Liedson novamente acertou a trave. No rebote, houve uma grande confusão na área. Paulinho completou para dentro. Gol do Corinthians! O jogo estava empatado. As chances continuaram aparecendo e sendo desperdiçadas pelos alvinegros. No último minuto, Danilo aproveitou cruzamento e fez o segundo. Gol do Corinthians! Virada espetacular no Pacaembu.
O Timão conseguiu arrancar a vitória no final, na partida mais emocionante do ano até aqui. Com os três pontos, a liderança do Paulistão estava garantida. A única pessoa no mundo que não achou nenhuma graça no confronto daquela noite foi minha companheira de mesa. Para Thalita, meu time havia goleado por 4 a 1. Não tive paciência para esclarecer os fatos, apesar de meu ótimo humor após o apito final. Garçom, mais uma cerveja para a gente, por favor.
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Oitava série narrativa da coluna Contos & Crônicas, “O Ano que Esperávamos Há Anos” é o testemunho dos doze meses de 2012. Este relato é uma espécie de diário feito no calor das emoções por um fanático torcedor corintiano. Ele previu as conquistas de seu time do coração naquela temporada que se tornaria mágica. Nessa coletânea de crônicas é possível acompanhar os jogos do Corinthians, relembrar as decisões do técnico, entrar nos bastidores do Parque São Jorge e conhecer a vida dos principais jogadores alvinegros. O leitor também sofrerá com as angústias dos torcedores do Timão, poderá acompanhar o desenrolar dos campeonatos e, principalmente, irá se emocionar com as maiores conquistas futebolísticas desse clube centenário.
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