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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural (literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura e gastronomia), o Blog Bonas Histórias analisa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 42 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

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Mercado Editorial: Os livros mais vendidos no Brasil em 2021

Confira o ranking dos dezesseis títulos mais comercializados nas livrarias brasileiras no ano passado segundo os dados do PublishNews.

Mercado Editorial: Os livros mais vendidos no Brasil em 2021

Ao olhar a lista de livros mais vendidos no Brasil em 2021, vislumbrei um retrato interessante (quase que me escapou o termo tragicômico) de meu país e de meus conterrâneos. Logo de cara, o que se destaca é a quantidade absurda de obras de autoajuda. Alguns desses títulos estão camuflados como publicações de negócios. Porém, não se engane, caro(a) internauta assíduo das páginas do Bonas Histórias. No fundo, o que todos querem é transformar os leitores em pessoas melhores e mais ricas. Mais ricas não, milionárias! Em outras palavras, o mercado editorial brasileiro é constituído por escritores afortunados, autores filantropos (não guardam para si a receita fácil do enriquecimento) e literatos verdadeiramente plenos (sabem como tornar nosso dia a dia mais sereno e equilibrado). Sorte dos consumidores que possuem acesso direto aos segredos da felicidade e da abundância, né?


Veja alguns exemplares dessa linha editorial que estão no topo da lista dos livros mais comercializados no ano passado: “Mais Esperto que o Diabo” (Citadel), de Napoleon Hill (primeira colocação no ranking de vendas das livrarias brasileiras); “O Poder da Autorresponsabilidade” (Gente), de Paulo Vieira (segundo lugar); “Mindset Milionário” (Buzz), de José Roberto Marques (terceira posição); “Do Mil ao Milhão” (HarperCollins), de Thiago Nigro (sexta colocação); “Pai Rico, Pai Pobre – Edição Especial de 20 anos” (Alta Books), de Roberto T. Kiyosak (nono lugar); “Os Segredos da Mente Milionária” (Sextante), de T. Harv Eker (décima segunda posição); “A Coragem de Ser Imperfeito” (Sextante), de Brené Brown (décimo terceiro lugar); “A Sutil Arte de Ligar o Foda-se” (Intrínseca), de Mark Manson (décima quarta posição); “O Poder do Hábito” (Objetiva), de Charles Duhigg (décimo quinto lugar); e “O Homem Mais Rico da Babilônia” (HarperCollins), de George S. Clason (décima sexta colocação).


Se minhas contas não estiverem equivocadas (o que invariavelmente acontece uma vez ou outra quase sempre às vezes...), 10 dos 16 livros mais vendidos em nosso país em 2021 integram a prateleira dos títulos de autoajuda – autoajuda pessoal, profissional, religiosa/espiritual, afetiva e financeira. É amigo(a), a coisa não está fácil para ninguém!


Em seguida, temos um bom número de livros de ficção infantojuvenil entre os mais vendidos. Sim, a juventude brasileira está lendo. Está mesmo? Será verdade?! Ao menos, as publicações para esse público apresentaram ótimas vendagens no ano passado. Os destaques vão para: “Vermelho, Branco e Sangue Azul” (Seguinte), de Casey McQuiston (sétimo lugar no ranking nacional dos mais vendidos), “A Garota do Lago” (Faro Editorial), de Charlie Donlea (oitava posição), e “Mentirosos” (Seguinte), de E. Lockhart (décima posição).

Ranking dos livros mais vendidos em 2021 nas livrarias brasileiras

Curiosamente, todas as obras do parágrafo acima são de autores norte-americanos. Estaria nossa juventude apaixonada pela literatura norte-americana, hein? Não querendo entrar nesse mérito, abordo imediatamente outra questão ainda mais polêmica: estariam os adultos brasileiros lendo muita literatura infantojuvenil?! Isso é, quando não estivessem com um título de autoajuda em mãos, né? Se essa minha teoria for válida, meus compatriotas estão, além de desesperados por publicações motivacionais e orientadoras, com um repertório juvenil e um gosto literário limitado (para sua idade). Ai, ai, ai. Como diria Renato Russo, que país é esse?!


E, por um acaso, não haveria nenhum livro de ficção adulta na lista dos mais vendidos? Caso você esteja se fazendo essa pergunta, saiba que eu também me questionei a respeito. A exceção que só confirma a regra da supremacia estrangeira em nossas livrarias está na quarta colocação do ranking de vendas de 2021. Estou falando de “Torto Arado” (Todavia), o romance espetacular de Itamar Vieira Junior. Essa obra é justamente uma das gratas surpresas da literatura brasileira dos últimos anos. Temos aqui um raro exemplar que agradou simultaneamente aos críticos e aos leitores comuns. Vale a pena conhecê-lo!


Outro integrante da ficção, só que dessa vez internacional, na lista dos mais comercializados em 2021 é “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo” (Paralela), romance da norte-americana Taylor Jenkins Reid. Essa obra ficou na décima primeira posição no ranking das livrarias brasileiras. Lançado originalmente em 2017, “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo” ganhou uma publicação em português em outubro de 2019. Se em 2020 suas vendas não foram tão empolgantes, no ano passado os leitores nacionais se conectaram com esse título de Taylor Jenkins Reid. Como ainda não o li, não posso dizer se é bom.


Quando o assunto é ensaio/crônicas, o destaque vai para a republicação de “Mulheres que Correm com os Lobos” (Rocco), coletânea não ficcional de Clarissa Pinkola Estes (quinta posição). Nessa obra da década de 1990, a norte-americana apresenta conceitos feministas a partir das análises de contos folclóricos aparentemente machistas. Trata-se, inegavelmente, de um título extremamente original, instigante e, infelizmente, atual.

Lista dos livros mais vendidos em 2021 nas livrarias do Brasil

Para montar essa lista das obras mais vendidas de 2021, usei, como sempre, os dados do PublishNews, a fonte mais confiável do mercado editorial brasileiro. O PublishNews faz a medição do setor usando fundamentalmente as informações coletadas nas principais redes livreiras do país. É um método que se provou mais fidedigno (e honesto).


E aí, está curioso(a) para saber em detalhes quais foram os best-sellers das livrarias brasileiras no ano passado, hein? Então, chega de papo furado e vamos sem mais delongas para ao novo ranking da coluna Mercado Editorial. Veja, a seguir, os dezesseis livros mais vendidos em 2021 no Brasil:


1º “Mais Esperto que o Diabo” (1938) – Napoleon Hill (Estados Unidos) – Autoajuda – Citadel – 109 mil unidades.


2º “O Poder da Autorresponsabilidade” (2018) – Paulo Vieira (Brasil) – Autoajuda – Gente – 87 mil unidades.


3º “Mindset Milionário” (2021) – José Roberto Marques (Brasil) – Negócios – Buzz – 85 mil unidades.


4º “Torto Arado” (2019) – Itamar Vieira Junior (Brasil) – Literatura Brasileira – Todavia – 74 mil unidades.


5º “Mulheres que Correm com os Lobos” (1992) – Clarissa Pinkola Estes (Estados Unidos) – Coletânea de Ensaios e Contos – Rocco – 73 mil unidades.


6º “Do Mil ao Milhão” (2018) – Thiago Nigro (Brasil) – Negócios – HarperCollins – 59 mil unidades.


7º “Vermelho, Branco e Sangue Azul” (2019) – Casey McQuiston (Estados Unidos) – Literatura Infantojuvenil Estrangeira – Seguinte – 56 mil unidades.


8º “A Garota do Lago” (2016) – Charlie Donlea (Estados Unidos) – Literatura Infantojuvenil Estrangeira – Faro Editorial – 56 mil unidades.


9º “Pai Rico, Pai Pobre – Edição Especial de 20 anos” (1997) – Roberto T. Kiyosak (Estados Unidos) – Negócios – Alta Books – 52 mil unidades.


10º “Mentirosos” (2014) – E. Lockhart (Estados Unidos) – Literatura Infantojuvenil Estrangeira – Seguinte – 50 mil unidades.


11º “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo” (2017) – Taylor Jenkins Reid (Estados Unidos) – Literatura Estrangeira – Paralela – 45 mil unidades.


12º “Os Segredos da Mente Milionária” (2005) – T. Harv Eker (Canadá) – Autoajuda – Sextante – 43 mil unidades.


13º “A Coragem de Ser Imperfeito” (2012) – Brené Brown (Estados Unidos) – Autoajuda – Sextante – 43 mil unidades.


14º “A Sutil Arte de Ligar o Foda-se” (2016) – Mark Manson (Estados Unidos) – Autoajuda – Intrínseca – 42 mil unidades.


15º “O Poder do Hábito” (2012) – Charles Duhigg (Estados Unidos) – Negócios – Objetiva – 41 mil unidades.


16º “O Homem Mais Rico da Babilônia” (1926) – George S. Clason (Estados Unidos) – Negócios – HarperCollins – 40 mil unidades.


Quem acompanha os posts do Bonas Histórias com alguma regularidade já sabe que os títulos que mais me atraem são os ficcionais. Não à toa, eles inundam as páginas da coluna Livros – Crítica Literária – temos por aqui uma infinidade de romances, novelas, coletâneas de contos e crônicas, infantojuvenis e infantis. Não é errado relacionarmos a existência desse humilde blog à investigação da literatura ficcional.


Para conseguir definir com precisão quais foram as obras de ficção mais vendidas no Brasil no ano passado (minha grande curiosidade!), precisarei excluir da lista dos best-sellers todas as publicações de negócios, autoajuda, religião, biografia etc. Confesso que já fiz isso. Contudo, esse será um assunto para um próximo post da coluna Mercado Editorial. Em março, prometo retornar ao Bonas Histórias para apresentar quais foram os maiores sucessos da ficção no ano passado em nosso país. Até mais!


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