Criada no Recife em 1929 e lançada nacionalmente no Rio em 1931, essa canção foi excluída do repertório de muitos bloquinhos nos últimos anos. Afinal, ela é racista?
No mês passado, eu trouxe para a coluna Músicas a análise de “É Hoje”, o samba-enredo memorável de Didi e Mestrinho. Naquela oportunidade, lembrei de outras canções carnavalescas que entraram para a história pela excelência ou pela polêmica. Uma faixa clássica que não citei propositadamente (porque queria discuti-la com mais profundidade nesse novo post do Bonas Histórias) é “O Teu Cabelo Não Nega”, criação de João Valença, Raul Valença (mais conhecidos como Irmãos Valença) e Lamartine Babo. Essa música se tornou alvo do cancelamento de vários bloquinhos de Carnaval nos últimos anos. Acusado de possuir letra racista, “O Teu Cabelo Não Nega” foi riscado do repertório dos artistas mais engajados de Norte a Sul do Brasil. Sabendo disso, resolvi comentar hoje essa composição com o devido cuidado. Afinal, ela tem ou não tem conteúdo preconceituoso, hein? É correto ou é equivocado cancelar essa música nos festejos populares do país?!
Sei que tratar de temas complexos, ainda mais na Internet, é estar suscetível à enxurrada de comentários de todos os tipos. Infelizmente, as redes sociais e as seções de comentários dos portais de notícias e dos blogs são utilizadas mais como válvula de escape para a proliferação do discurso de ódio e menos como local de diálogo sadio e enriquecedor. Apesar de estar escaldado com tal realidade e de ter ciência que muitas vezes o mais fácil é não mexer em vespeiros, não costumo recusar um bom debate. Por isso, a ideia desse post da coluna Músicas. A proposta aqui é discutir em alto nível um tema tão delicado e cheio de nuances. Se você não tem estrutura para algo do tipo, sugiro parar a leitura agora mesmo (e sem a necessidade de fazer qualquer comentário raivoso contra mim, contra o mundo e contra espécie humana, por favor!).
Antes de detalhar o conteúdo de “O Teu Cabelo Não Nega”, preciso dizer que essa canção é envolta em polêmicas desde o comecinho da década de 1930. E naquela época, o que rendia discussões acaloradas não era o teor da letra e sim a autoria de sua criação. Desenvolvida em 1929 pelos Irmãos Valença (Raul e João), dupla de compositores de Recife, essa marchinha nasceu com o título de “Mulata”. Empolgados com a repercussão extremamente positiva da música em Pernambuco no ano seguinte, João e Raul Valença enviaram a faixa para a famosa gravadora Victor avaliar. Eles imaginavam que a companhia sediada no Rio de Janeiro fosse lançá-los nacionalmente (o Rio era a então Capital Federal do Brasil).
Os produtores da Victor adoraram a canção. Porém... Aí vem a primeira discussão! Ao invés de chamar Raul e João Valença para gravar “Mulata”, os executivos da gravadora optaram por mandar a composição para Lamartine Babo mexer. Eles pediram para o intérprete e compositor carioca, já famoso em todo o país, adaptar a canção nordestina para o estilo das marchinhas cariocas. Encantado com a canção, Lamartine não pensou duas vezes e mergulhou no trabalho. É verdade que ele mexeu muito pouco na criação dos Irmãos Valença. A maior contribuição de Lamartine Babo foi tirar da letra algumas gírias pernambucanas (desconhecidas do público nacional) e trocar elementos da realidade recifense por aspectos comuns dos ouvintes do Sul e do Sudeste (tornando a faixa mais comercial). Para completar, o músico carioca trocou o nome da canção. Saiu “Mulata” e entrou “O Teu Cabelo Não Nega”, justamente a parte principal do primeiro verso.
Além de ter feito as alterações sem consultar João e Raul Valença, a Victor lançou “O Teu Cabelo Não Nega” no Carnaval de 1931 ocultando os nomes dos compositores recifenses. Para o grande público, a nova canção era de autoria apenas de Lamartine Babo, o cantor encarregado de divulgá-la nacionalmente. Inconformados com a traição e a picaretagem da gravadora, os irmãos pernambucanos entraram na Justiça. Não é preciso dizer que eles ganharam a causa e tiveram seus nomes incluídos como coautores da marchinha, já um grande sucesso no país inteiro. Curiosamente, há quem se esqueça até hoje de apontar os Irmãos Valença como os compositores da música. E há até quem diga que ela foi criada em 1931 ou até em 1932 no Rio (e não em 1929 em Pernambuco).
Passado esse bafafá, “O Teu Cabelo Não Nega” reinou impassível como uma das grandes criações do Carnaval brasileiro. Não é errado dizer que a década de 1930 foi um período prolífico em marchinhas clássicas. Não acredita em mim? Veja, então, alguns dos grandes sucessos do Carnaval dos anos 1930 que se mantêm vivos em nossas memórias: “Para Você Gostar de Mim”, “Linda Morena”, “Linda Lourinha”, “Cidade Maravilhosa”, “Pierrô Apaixonado”, “Mamãe Eu Quero”, “Batucada”, “As Pastorinhas”, “Há Uma Forte Corrente Contra Você” e “A Jardineira”. Aposto que a maioria dessas canções você conhece. Elas são patrimônios culturais do Brasil há quase um século. Obviamente, “O Teu Cabelo Não Nega” está nessa lista.
O problema da canção que estamos analisando hoje é que ela envelheceu mal, muito mal! Ou, no melhor dos casos, ela ganhou uma interpretação diferente aos ouvidos do público contemporâneo. E note que essa criação dos Irmãos Valença e de Lamartine Babo não faz parte da fase das marchinhas carnavalescas criadas exatamente para polemizar – uma categoria musical que se popularizou após a década de 1950 e que tem faixas politicamente incorretas (desde sempre) como “Maria Sapatão”, “Cabeleira do Zezé”, “Coração de Jacaré”, “Andorinha” e “Dá Nela”.
Antes de nos aprofundarmos nos detalhes de “O Teu Cabelo Não Nega”, veja a letra dessa canção e ouça uma das interpretações mais célebres de Lamartine Babo.
O Teu Cabelo Não Nega (1929/1931): João Valença, Raul Valença e Lamartine Babo
O teu cabelo não nega, mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata, eu quero o teu amor
Tens o sabor, tens o prazer
Tens a alma cor de anil
Mulata, mulatinha, meu amor
Fui nomeado teu tenente interventor
O teu cabelo não nega, mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata, eu quero o teu amor
Quem te inventou, meu pancadão
Teve uma consagração
A lua te invejando fez careta
Porque, mulata, tu não és deste planeta
O teu cabelo não nega, mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata, eu quero o teu amor
Quando, meu bem, vieste à Terra
Portugal declarou guerra
A concorrência, então, foi colossal
Vasco da Gama contra o batalhão naval
O teu cabelo não nega, mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata, eu quero o teu amor
Concentremos a análise de “O Teu Cabelo Não Nega” em sua letra. Impossível ficarmos indiferentes aos versos iniciais da canção, que depois se transformam em refrão. Pelo ponto de vista da maioria do público atual, o quarteto “O teu cabelo não nega, mulata/ Porque és mulata na cor/ Mas como a cor não pega, mulata/ Mulata, eu quero o teu amor” é um dos mais infelizes da música popular brasileira. Repare que fui até bonzinho em usar apenas o termo “infeliz” para descrever esse trecho. Poderia não ter recorrido ao eufemismo, né? É difícil não enxergar logo de cara uma forte conotação racista nesse trecho.
O principal problema dessa música está na impressão inicial que se tem de que a cor da pele mais escura é uma doença. Afinal, o verso “Mas como a cor não pega, mulata” dá a sensação de que o eu lírico tem certo pé atrás em se contaminar com a cor da amada. Se a cor não pega, ele então pode querer o amor da mulata. As perguntas que fazemos intuitivamente são: e se a cor pegasse? Ele continuaria amando uma mulher mestiça ou negra?! Conhecendo a mentalidade racista de nossa sociedade, a resposta pode ganhar contornos soturnos. Infelizmente é essa a interpretação que temos, principalmente quando ouvimos a canção pela primeira vez.
Para piorar, esse trecho da letra vem logo depois do verso: “O teu cabelo não nega, mulata”. Por muito tempo, o cabelo dos negros foi alvo de preconceitos. Se nos dias de hoje ele serve de instrumento de afirmação da negritude, há algumas décadas não era assim. Desde sempre muito eurocêntrica, a sociedade brasileira nutria (ou seria nutre?) certa reticência para a estética e para o padrão de beleza que fugisse (fuja!) do ideal do Velho Continente. Basta vermos os modelos que o cinema, a literatura e a música nacionais insistem em louvar. Aí quando o eu lírico (um homem branco) já começa a música apontando o dedo para o cabelo da moça negra, sentimos naturalmente um arrepio na alma.
Outra questão delicada do refrão/versos iniciais da marchinha é o uso do termo mulata, visto nos últimos anos como extremamente preconceituoso. Segundo alguns estudiosos da etimologia da língua portuguesa (eu disse alguns porque isso não é consenso, tá?), a expressão mulata/mulato deriva da palavra mulo/mula. Ou seja, a união de pessoas brancas com pessoas negras seria um processo parecido ao do cruzamento dos cavalos/éguas com os jumentos/jumentas. Enquanto os frutos das relações humanas seriam os mulatos, o cruzamento das duas espécies equinas daria a mula. Forte isso, né? Chega a ser assustador (e hediondo) esse tipo de comparação.
É verdade que os compositores de “O Teu Cabelo Não Nega”, muito provavelmente, não soubessem dessa conotação do termo “mulata” (ainda hoje muita gente não sabe!). Acredito que eles usaram “mulata” para fugir da expressão “morena”, sempre dúbia (morena seria a mulher branca de cabelo negro ou seria a mulher negra?). O embaraço é que a palavra “mulata” (com a conotação aterrorizante que vimos no parágrafo anterior) aparece repetidas vezes na canção (praticamente uma vez em cada verso do refrão). Ou seja, os problemas da marchinha vão se acumulando, se acumulando, se acumulando... E ainda não saímos sequer do quarteto inicial.
O último verso desse trecho inaugural ainda traz uma nova complicação (sim, os problemas da letra não cessam!). Isoladamente, “Mulata, eu quero o teu amor” não ganharia contornos negativos. O fato do eu lírico (um homem branco) desejar o amor da mulher negra não é errado. O que incomoda é que, logo mais à frente na canção, surgem os versos: “Mulata, mulatinha, meu amor/ Fui nomeado teu tenente interventor”. Ou seja, o amor do eu lírico é do tipo impositivo, mandatório, autoritário. Impossível não nos recordarmos da exploração sexual das mulheres negras pelos senhores de engenho no Período Colonial Brasileiro. Vistas como mercadorias pelos patrões, as escravas eram obrigadas a se deitar com os homens brancos. Nesse sentido, não ajuda em nada o fato de os primeiros elogios à mulata serem “Tens o sabor, tens o prazer”.
Unindo o verso “Mulata, eu quero o teu amor” (destaque para a palavra QUERO – sinônimo de exijo) com o verso “Fui nomeado teu tenente interventor” (ênfase para a expressão TENENTE INTERVENTOR – sinônimo de alguém que manda e que não quer ser contrariado), temos em “O Teu Cabelo Não Nega” um novo tipo de violência: o machismo. Por essa perspectiva, o eu lírico não quer conquistar o coração da amada. Ele quer simplesmente se apossar dele. Do ponto de vista da sociedade patriarcal brasileira, quem manda é o homem; e a mulher (até para as coisas do coração) deve ser submissa. Assustador, né?!
Se você analisar meticulosamente os dois primeiros quartetos da marchinha dos Irmãos Valença e de Lamartine Babo, na certa nunca mais irá querer ouvir essa canção nem irá querer tocá-la – se você for músico(a) e/ou carnavalesco(a). Por essa linha, os bloquinhos contemporâneos estão certíssimos em cancelar “O Teu Cabelo Não Nega”. O Carnaval brasileiro (e nossa sociedade como um todo) não precisa de composições racistas, machistas e que enalteçam a violência sexual.
Entretanto, a discussão não termina aqui. Seria muito fácil atirar a letra dessa música para o submundo da cultura nacional e ignorá-la para sempre a partir da análise de seu trecho inicial. À medida que nos debruçamos no restante da canção, surge, acredite se quiser, uma outra interpretação. Aí o conteúdo da marchinha passa longe da acusação de racismo e/ou de machismo e se torna quase que uma homenagem à mestiçagem brasileira. Exatamente por isso, muita gente não vê qualquer tipo de preconceito e de violência sexual nos versos, o que torna o debate envolvendo “O Teu Cabelo Não Nega” ainda mais rico e plural.
Para entendermos o contraponto dessa história tão paradoxal, precisamos mergulhar nos versos finais da canção. Aí enxergamos em “O Teu Cabelo Não Nega” uma exaltação à morenice, algo muito comum nas composições desenvolvidas entre as décadas de 1930 e 1950, quando o Brasil dava os primeiros passos em busca de sua identidade nacional e na valorização de suas raízes culturais. Lembremos que o início dos anos 1930 é o começo da Era Vargas. E de acordo com a Política Cultural do Governo de Getúlio Vargas, as manifestações artísticas deviam enaltecer tudo aquilo que era genuinamente nosso. Daí a importância crescente do samba, das marchinhas e do Carnaval. E da mestiçagem, uma das características mais marcantes da nossa população.
Repare nos versos: “Quem te inventou, meu pancadão/ Teve uma consagração/ A lua te invejando fez careta/ Porque, mulata, tu não és deste planeta”. Agora eu pergunto: onde está o racismo, o machismo e a violência sexual dessa música, hein?! É complicado apontar algo de errado quando conhecemos o restante da letra. A impressão negativa inicial desaparece quando o eu lírico começa a valorizar a mulata que tanto ama. Esse trecho dialoga intimamente com o verso “Tens a alma cor de anil”. O homem branco aparentemente machista e racista vai dando lugar ao sujeito perdidamente apaixonado, que só vê aspectos positivos na amada (como qualquer pessoa enfeitiçada pelas imposições do coração).
Se os compositores eram preconceituosos, por que eles passaram a enaltecer a mulher de pele escura? A partir daqui, tive a sensação de que a primeira metade da canção possa ter sido uma sucessão de expressões mal colocadas (e que aos olhos e ouvidos contemporâneos pareça tão incômoda). Mais do que maldosa, a letra dessa música me soa simplesmente infeliz quando investigada fora de contexto (entenderam agora o porquê usei o termo infeliz no início desse post?!).
O quarteto final da canção reforça ainda mais essa interpretação positiva. Note que “Quando, meu bem, vieste à Terra/ Portugal declarou guerra/ A concorrência, então, foi colossal/ Vasco da Gama contra o batalhão naval” confere uma nova e alternativa tese para a colonização portuguesa no Brasil. Nos séculos passados, segundo a música, os lusitanos não estavam atrás dos recursos naturais e econômicos quando se lançaram ao Além-mar. Eles estavam, na verdade, encantados é com a beleza do povo brasileiro (no caso das mulheres) e queriam fazer parte dessa união internacional/interracial.
Pode parecer absurda essa análise de culto à miscigenação já que o Brasil é um dos países mais racistas do mundo, mas ela não é tão incongruente assim. Uma das propostas culturais da Era Vargas era justamente valorizar tudo aquilo que fosse tipicamente brasileiro e que enaltecesse a nossa cultura. Não à toa, o Carnaval viveu um período dourado entre as décadas de 1930 e 1950, com o governo promovendo as festas populares e os bloquinhos de rua, ao invés de tentar proibi-los e de persegui-los, como fora comum até então.
Seguindo essa linha ideológica, surge, então, a teoria que a força do brasileiro estaria na miscigenação dos povos que por aqui se encontraram (em oposição à eugenia, que condenava os indígenas e os negros a uma categoria social inferior). O principal nome da teoria chamada de Democracia Racial foi Gilberto Freyre – sua obra-prima “Casa Grande & Senzala” (Global Editora) é, por exemplo, de 1933. Duas décadas e meia depois, Nelson Rodrigues não se cansava de afirmar nas páginas da crônica esportiva que o domínio do futebol brasileiro era fruto das características peculiares dos nossos jogadores, os únicos nascidos da união bem-azeitada de brancos, negros, índios e asiáticos. Leia “Pátria de Chuteiras” (Nova Fronteira), coletânea de artigos futebolístico de Nelsão, e veja isso na prática.
Como pode, então, uma marchinha ser tão contraditória, né? Vai entender! Quanto mais ouço “O Teu Cabelo Não Nega” mais dúvidas tenho em qual lado do debate eu devo ficar. Seria essa uma canção preconceituosa ou uma música de louvor à miscigenação brasileira? Sinceramente não sei. Minha primeira intepretação pende para a primeira hipótese. Aí na segunda e na terceira audição, fico com a sensação de que a segunda opção é a correta.
O que posso garantir é que não encontrei outros termos racistas, trechos machistas e/ou conteúdo que enaltecesse a violência sexual no portfólio musical dos Irmãos Valença e na coleção artística de Lamartine Babo. Ouvi várias criações deles nos últimos dias e fiquei com uma impressão bastante positiva. Eles parecem enaltecer a morenice e a negritude brasileira em canções românticas. Vale lembrar que João e Raul Valença são autores de preciosidades como “Dama de Ouro”, “A Lua Veio Ver”, “Boneca Sem Coração” e “Mandinga”. No caso de Lamartine Babo, ele é autor de “Linda Morena”, uma das marchinhas mais famosas de todos os tempos (“Linda morena, morena/ Morena que me faz penar/ A lua cheia que tanto brilha/ Não brilha quanto o teu olhar”).
Feita essa longa explanação, a conclusão que chego é dúbia. Acredito que quem veja/ouça racismo em “O Teu Cabelo Não Nega” deva sim evitar a execução da canção. Afinal, uma sociedade minimamente civilizada deve abolir qualquer tipo de preconceito em suas manifestações artístico-culturais. Ao mesmo tempo, não podemos execrar quem goste e coloque para tocar a composição dos Irmãos Valença e de Lamartine Babo. Na certa, tal grupo de ouvintes não veja problema na letra e não encare esse conteúdo musical de forma pejorativa. Até porque, como acabamos de atestar aqui, não é totalmente infundável a interpretação positiva da marchinha (ela enaltece a mestiçagem).
Independentemente da opinião que cada um tenha sobre essa questão, uma coisa parece ficar clara: essa faixa é uma das mais polêmicas da música popular brasileira. Você pode gostar ou não dela. Você pode vê-la com bons ou maus olhos. Contudo, não dá para ficar indiferente ao seu conteúdo tão polissêmico e tão contraditório. Durmamos com um barulho desses, meus amigos.
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