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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural (literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura e gastronomia), o Blog Bonas Histórias analisa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 42 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

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Mercado Editorial: Livros - Lançamentos em março e abril de 2021

Confira os 76 títulos de ficção e poesia que chegaram às livrarias brasileiras no segundo bimestre desse ano.

Livros lançados em março e abril de 2021 no Brasil

Alô, turminha das Letras! A livraria fecha se está chovendo, mas ela abre se o sol está aparecendo. A livraria fecha quando está chovendo. A livraria abre quando o sol está aparecendo. Fechou, abriu. Fechou, abriu, fechou. Abriu, fechou. Abriu, fechou, abriu. É no ritmo de pode funcionar e não pode funcionar o comércio que o mercado editorial brasileiro vai se equilibrando neste segundo bimestre de 2021. Não à toa, a música “A Janelinha Abre e Fecha” vem a calhar. Com pequenas adaptações em sua letra, a canção do Elefantinho Bonitinho poderia muito bem ser o mote musical do mercado livreiro neste momento.


A boa notícia é que, mesmo com tantas indefinições no cenário político-econômico-sanitário do país, os lançamentos de livros não param no Brasil. Em março e abril, novidades bem interessantes foram disponibilizadas para os consumidores nacionais. A ideia é apresentá-las neste post da coluna Mercado Editorial.


Antes disso, deixo aqui uma pergunta retórica aos leitores do Bonas Histórias: para vocês, as livrarias prestam serviços essenciais ou não? Curiosamente, já vi um monte de gente discutindo se escola, igreja, loja de material de construção, prostíbulo, ótica, restaurante e bar são atividades fundamentais para a sociedade. Porém, não vi em nenhum lugar o debate se as livrarias seriam essenciais ou não. Tal fato só demonstra o nível de intelectualidade da nossa nação. Durmamos com mais essa em nossas consciências!


Feito esse questionamento (com alguma dose de desabafo), voltemos ao assunto principal do post de hoje. É verdade que os lançamentos de livros não pararam nas últimas semanas. Contudo, as indefinições sobre as regras de funcionamento do comércio afetaram sensivelmente os tipos de títulos publicados pelas principais editoras. Na dúvida, os grandes selos deram preferência para as obras de escritores estrangeiros (leia-se, ficção de língua inglesa) e para as novas edições dos clássicos literários (tanto brasileiros quanto internacionais).

Mercado Editorial - Publicações em março e abril de 2021 no Brasil

Em outras palavras, a ficção nacional e, principalmente, o trabalho dos escritores brasileiros novatos foram mais uma vez renegados (na melhor das hipóteses, escanteados) pelas grandes companhias, algo que já tinha acontecido em 2020. Não por acaso, as pequenas editoras (talvez o único caminho atualmente viável para os jovens romancistas, contistas, cronistas e ensaístas nacionais) amedalharam os principais prêmios literários do país – elas souberam identificar os novos livros e os autores de mais talento. É muito satisfatório ver o sucesso de quem soube apostar em boas novidades.


Os destaques da literatura internacional deste bimestre são os novos romances de Joël Dicker, Irvine Welsh, Nico Walker e Hilary Mantel. O novo trabalho do suíço Dicker, um dos principais escritores policiais europeus da atualidade, é “O Enigma do Quarto 622” (Intrínseca). Ainda na linha dos thrillers com pegada underground, temos “A Calça dos Mortos” (Rocco), de Welsh, e “Cherry: Inocência Perdida” (Darkside), de Walker. Em “A Calça dos Mortos”, o autor escocês volta a construir uma trama com sua personagem mais conhecida, Mark Renton, o protagonista do best-seller “Trainspotting” (Rocco). Já “Cherry: Inocência Perdida” é a narrativa longa que usou episódios da própria biografia do autor norte-americano. Nesse suspense dramático, assistimos a uma história de violência, intransigência e perigo causada pela obsessão bélica dos Estados Unidos. E “O Espelho e a Luz” (Todavia) é o mais recente romance histórico da talentosa Hilary Mantel. Com esse lançamento, o público brasileiro tem acesso a terceira parte da trilogia “Wolf Hall”, o principal trabalho literário da autora inglesa até aqui.


Outro destaque que merece citação é a coletânea de contos “O Projeto Decamerão” (Rocco). Esse livro reúne pequenas narrativas de vários autores internacionais, como Margaret Atwood, Mia Couto, Leïla Slimani, Alejandro Zambra, Julián Fuks e Colm Tóibín, que retratam os dramas contemporâneos causados pela pandemia do novo coronavírus. A proposta dessa obra é emular a linha do clássico “Decamerão” (Nova Fronteira), a criação medieval de Giovanni Boccaccio.

Mercado editorial brasileiro - lançamentos de 2021

Olhando mais especificamente para a literatura brasileira, as principais novidades são “Mapas para Desaparecer” (Faria e Silva), livro de Nara Vidal, e “O Som do Rugido da Onça” (Companhia das Letras), obra de Micheliny Verunschk. A nova criação textual de Vidal, uma das mais talentosas escritoras nacionais da atualidade, é uma coletânea de contos sobre neuroses individuais e problemas sociais (relacionamentos corroídos e falsos, abusos psicológicos e sexuais, famílias tragicamente separadas e abusos de vários tipos). Por sua vez, o mais recente trabalho de Verunschk é um romance histórico sobre duas crianças indígenas raptadas por exploradores europeus no século XIX.


Por falar na literatura de Micheliny Verunschk, a escritora pernambucana também lançou uma coletânea poética. Em “O Movimento dos Pássaros” (Martelo), Verunschk demonstra mais uma vez que trafega muito bem por gêneros distintos: pela ficção em prosa, pela poesia e pela não ficção. Por falar em poesia, a Editora Iluminuras lançou “O Acumulador”, uma coleção poética de Sérgio Medeiros, poeta sul-mato-grossense que angariou importantes prêmios nos últimos anos.


Para não falarem que esqueci dos clássicos, temos novas edições para os romances “Memorial de Maria Moura” (José Olympio), de Rachel de Queiroz, e “Triste Fim de Policarpo Quaresma” (Antofágica), de Lima Barreto, e para o ensaio “Um Quarto Só Seu” (Bazar do Tempo), de Virginia Woolf (que em outras traduções é chamado também de “Um Quarto Todo Seu”).


Os principais lançamentos do mercado editorial brasileiro nos últimos dois meses (março e abril de 2021) estão listados abaixo. Seguindo a convenção do Bonas Histórias, nossa lista concentra-se nos títulos ficcionais (romances, novelas, coletâneas de contos e de crônicas, ensaios e literatura infantojuvenil) e nas coletâneas poéticas. Ao todo foram publicadas 76 obras de autores nacionais e estrangeiros neste segundo bimestre do ano. Confira:

Principais livros Lançados em março e abril de 2021 no Brasil

FICÇÃO BRASILEIRA:


“O Som do Rugido da Onça” (Companhia das Letras) – Micheliny Verunschk – Romance – 168 páginas.


“Memorial de Maria Moura” (José Olympio) – Rachel de Queiroz – Romance – 504 páginas.


“Triste Fim de Policarpo Quaresma” (Antofágica) – Lima Barreto – Romance – 432 páginas.


“Quarup” (José Olympio) – Antonio Callado – Romance – 574 páginas.


“Crônica da Casa Assassinada” (Companhia das Letras) – Lúcio Cardoso – Romance – 560 páginas.


“Fogo Morto” (Global) – José Lins do Rego – Romance – 392 páginas.


“Escato” (7 Letras) – Rui Rocha – Romance – 328 páginas.


“Garimpo de Almas” (Tordesilhas) – Stepan Nercessian – Romance – 224 páginas.


“Apague a Luz Se For Chorar” (Alfaguara) – Fabiane Guimarães – Romance – 176 páginas.


“As Noites Mais Escuras do Inverno” (Páginas Editora) – Bruno Marques – Romance – 160 páginas.


“Mapas para Desaparecer” (Faria e Silva) – Nara Vidal – Coletânea de Contos – 136 páginas.


“Parados e Peripatéticos” (7 Letras) – Pedro Dutra Pedra – Coletânea de Contos – 192 páginas.


“Sete Veredas de Solidão” (Patuá) – Ivan Freitas – Coletânea de Contos – 192 páginas.


“O Canto do Sabiá-laranjeira” (M3) – Bruno Emanuel – Coletânea de Contos – 164 páginas.


“Carolinas: A Nova Geração de Escritoras Negras Brasileiras” (Bazar do Tempo) – Julio Ludemir (org.) – Coletânea de Contos e Crônicas – 548 páginas.


“Quarto do Despejo” (Ática) – Carolina Maria de Jesus – Coletânea de Crônicas – 272 páginas.


“Conversas Sobre Política Para Todos os Tempos” (Companhia Editora Nacional) – Rubem Alves – Coletânea de Crônicas – 152 páginas.


“Tudo que Já Nadei: Ressaca, Quebra-mar e Marolinhas” (Planeta) – Letrux – Coletânea de Crônicas e Poesias – 160 páginas.


“Procura-se o Curupira” (Brinque-Book) – Alexandre de Castro Gomes – Literatura Infantojuvenil – 104 páginas.


“Menino Baleia” (Mil Caramiolas) – Lulu Lima & Natália Gregorini – Literatura Infantojuvenil – 72 páginas.


“Ô Abre Alas” (Saíra) – Duda Oliva – Literatura Infantojuvenil – 48 páginas.


“O Inimigo Invisível (Volta e Meia) – Mara Luquet & Eliana Cardoso – Literatura Infantojuvenil – 48 páginas.


“Olha Aqui o Haiti” (Estrela Cultural) – Carla Caruso & Marcia Camargos – Literatura Infantojuvenil – 48 páginas.


“Corvo-correio” (Mazza Edições) – Isabel Cintra – Literatura Infantojuvenil – 36 páginas.


“Troca-tintas” (Boitatá) – Gonçalo Viana – Literatura Infantojuvenil – 36 páginas.


“Lengalenga” (Amelì) – Luci Sacoleira – Literatura Infantojuvenil – 32 páginas.


“O Elefante” (Companhia das Letrinhas) – Carlos Drummond de Andrade – Literatura Infantojuvenil – 32 páginas.


“Só Rindo Mesmo” (Tordesilhas) – Lauro Henriques Júnior, Natalie Catlett e Ionit Zilberman – Literatura Infantojuvenil – 24 páginas.


FICÇÃO INTERNACIONAL:


“O Enigma do Quarto 622” (Intrínseca) – Joël Dicker (Suíça) – Romance – 528 páginas.


“Cherry: Inocência Perdida” (Darkside) – Nico Walker (Estados Unidos) – Romance – 352 páginas.


“O Espelho e a Luz” (Todavia) – Hilary Mantel (Inglaterra) – Romance – 768 páginas.


“A Calça dos Mortos” (Rocco) – Irvine Welsh (Escócia) – Romance – 432 páginas.


“Os Cristais do Sal” (Moinhos) – Cristina Bendek (Colômbia) – Romance – 196 páginas.


“A Idiota” (Companhia das Letras) – Elif Batuman (Estados Unidos) – Romance – 488 páginas.


“Upstate” (Sesi-SP Editora) – James Wood (Inglaterra) – Romance – 248 páginas.


“Mérito” (Todavia) – Rachel Cusk (Canadá) – Romance – 192 páginas.


“Niketche: Uma História de Poligamia” (Companhia de Bolso) – Paulina Chiziane (Moçambique) – Romance – 296 páginas.


“Sidarta” (Record) – Hermann Hesse (Alemanha) – Romance – 168 páginas.


“Morte na Água” (Companhia das Letras) – Kenzaburo Oe (Japão) – Romance – 456 páginas.


“Ponte Sobre O Drina” (Grua) – Ivo Andric (Bósnia e Herzegovina) – Romance – 448 páginas.


“Eugénie Grandet” (Editora Unesp) – Honoré de Balzac (França) – Romance – 208 páginas.


“A Saga de Gösta Berling” (Carambaia) – Selma Lagerlöf (Suécia) – Romance – 416 páginas.


“Sobre a Terra Somos Belos Por Um Instante” (Rocco) – Ocean Vuong (Vietnã) – Romance – 224 páginas.


“Tungstênio” (Iluminuras) – César Vallejo (Peru) – Romance – 168 páginas.


“O Jardim dos Finzi-Contini” (Todavia) – Giorgio Bassani (Itália) – Romance – 280 páginas.


“Recordações da Minha Inexistência: Memórias” (Companhia das Letras) – Rebecca Solnit (Estados Unidos) – Romance – 264 páginas.


“O Dinheiro” (Boitempo) – Emile Zola (França) – Romance – 412 páginas.


“O Rei Lear da Estepe” (Editora 34) – Ivan Turguêniev (Rússia) – Romance – 136 páginas.


“As Ondas” (Autêntica) – Virginia Woolf (Inglaterra) – Romance – 200 páginas.


“O Livro do Chá” (Estação Liberdade) – Kakuzo Okakura (Japão) – Romance – 144 páginas.


“A Ilha Misteriosa” (Martin Claret) – Julio Verne (França) – Romance – 888 páginas.


“A Visão das Plantas” (Todavia) – Djaimilia Pereira de Almeida (Angola) – Novela – 88 páginas.


“Beirute Noir” (Tabla) – Iman Humaydan (org.) (Líbia) – Coletânea de Contos – 352 páginas.


“O Projeto Decamerão” (Rocco) – Margaret Atwood (Canadá), Mia Couto (Moçambique), Leïla Slimani (França/Marrocos), Alejandro Zambra (Chile), Julián Fuks (Brasil), Colm Tóibín (Irlanda) e outros – Coletânea de Contos – 336 páginas.


“O Sussurro das Estrelas” (Carambaia) – Naguib Mahfuz (Egito) – Coletânea de Contos – 112 páginas.


“Um Quarto Só Seu” (Bazar do Tempo) – Virginia Woolf (Inglaterra) – Ensaio – 240 páginas.


“Sejamos Todos Feministas” (Companhia das Letrinhas) – Chimamanda Ngozi Adichie (Nigéria) – Literatura Infantojuvenil – 88 páginas.


“A Lua Rodou” (FTD) – W. B. Yeats (Irlanda) – Literatura Infantojuvenil – 64 páginas.


“Fábulas” (FTD) – Natalie Portman (Estados Unidos) – Literatura Infantojuvenil – 64 páginas.


“Noite Vira Dia” (Companhia das Letrinhas) – Richard McGuire (Estados Unidos) – Literatura Infantojuvenil – 48 páginas.


“Bichos Malvados” (Editora 34) – Roald Dahl (País de Gales) – Literatura Infantojuvenil – 40 páginas.


“Juca Mil-perguntas” (Carochinha) – Antonis Papatheodoulou (Grécia) – Literatura Infantojuvenil – 32 páginas.


POESIA BRASILEIRA:


“O Acumulador” (Iluminuras) – Sérgio Medeiros – 308 páginas.


“26 Poetas Hoje [1976]” (Companhia das Letras) – Heloisa Buarque de Hollanda (Org.) –264 páginas.


“Feitio” (Imprimatur) – Fernanda Oliveira – 256 páginas.


“Eu Mesmo Sofro, Eu Mesmo Me Dou Colo” (Outro Planeta) – Pedro Salomão – 176 páginas.


“A Mulher Submersa” (Urutau) – Mar Becker – 128 páginas.


“Desaboios” (Penalux) – Pedro Américo de Farias – 128 páginas.


“Alguns Dias Violentos” (Macondo) – Ismar Tirelli Neto – 104 páginas.


“O Movimento dos Pássaros” (Martelo) – Micheliny Verunschk – 96 páginas.


“Essa Casa Feita de Palavras” (Voamundo) – Sara de Melo – 92 páginas.


“Vende-se um Elefante Triste” (Produções do Ó) – João Gabriel – 84 páginas.


“Dentes Brancos, Mandíbula Presa” (Urutau) – João Victtor Gomes Varjão – 64 páginas.


“Coisas que Você Mesmo Poderia Ter Dito” (Edição do Autor) – Diego Gregório – 56 páginas.


“Poemas Cheios de Vazios” (Edição do Autor) – Christian Koenig – 40 páginas.


POESIA INTERNACIONAL:

“Poemas e Contos” (Oficina Raquel) – Florbela Espanca (Portugal) – 120 páginas.


Retornarei à coluna Mercado Editorial em junho para divulgar os lançamentos do terceiro bimestre de 2021. Enquanto isso, continue acompanhando as novidades dos setores livreiro e editorial no Bonas Histórias. Até lá!


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