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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural – literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura, gastronomia, turismo etc. –, o Blog Bonas Histórias analisa de maneira profunda e completa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 44 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

Recomendações: Livros – Melhores Leituras do 1º Semestre de 2025

  • Foto do escritor: Ricardo Bonacorci
    Ricardo Bonacorci
  • 30 de jun.
  • 10 min de leitura

Conheça as cinco publicações ficcionais e não ficcionais que propiciaram as experiências literárias mais impactantes nesta primeira metade do ano.

Coluna Recomendações: Cinco melhores livros lidos no primeiro semestre de 2025 por Ricardo Bonacorci, crítico literário do Bonas Histórias

O primeiro semestre de 2025 termina hoje. É isso mesmo o que você leu, querido(a) leitor(a) do Bonas Histórias. À meia-noite, entramos na segunda metade do ano. Você já tinha parado para pensar nisso? Tirando o primeiro clichê do meu bolso textual, aproveito a oportunidade para lançar a pergunta retórica: passou rápido, né? E ainda no desfile de lugares comuns que certamente irritará as almas mais exigentes, conto sem corar: sempre que há qualquer mudança de ciclo, gosto de fazer um balanço do que realizei; e adoro montar um plano do que pretendo desenvolver. Por mais vergonhoso que seja esse blábláblá, o pior é entender que no meu caso ele não é falso. Digo a verdade verdadeira! Ou você pensou que não lançaria mão de uma boa redundância para terminar o parágrafo menos original dos últimos seis meses deste blog, hein?


Brincadeiras à parte, venho à coluna Recomendações para apresentar os cinco livros que mais gostei de ter apreciado neste semestre. Nessa perna inicial de 2025, li ao todo 35 obras. A média foi de aproximadamente seis publicações por mês. Caso alguém se assuste com tal número, alerto que trabalho como crítico literário, editor e escritor. Assim, minha rotina profissional é, além de escrever muito, ler bastante. E se você achou que a média de mais ou menos um livro e meio por semana é muita coisa, aviso que estou numa fase preguiçosa. Ou melhor, estou produzindo mais textos do que analisando-os – algo que sempre me deixa preocupado. A culpa é (única e exclusivamente) de Eduardo Villela e sua EV Publicações, que demandaram mais serviços do que o habitual (Saravá!). Num semestre normal, minha marca de leitura costuma superar facilmente os 50 títulos.


Dou a dimensão da coletânea de livros consumida para valorizar a lista dos mais interessantes. Vale a pena alertar que entre os melhores que vou detalhar a seguir não estão apenas obras recentes. Há de tudo: publicações antigas (que só li agora) e títulos atuais (ou mais ou menos novos, pois nunca consigo conhecer as novidades do mercado editorial rapidamente). Também não faço distinção de gênero. Na minha estante e mesa de trabalho há ficção, não ficção, memórias, livros de negócio, autoajuda, religiosos, ensaios, literatura infantojuvenil, literatura infantil e poesia. Dentro da literatura ficcional, minha especialidade, devoro romances, novelas, coletâneas de contos e coleções de crônicas. Para completar, vale literatura brasileira e literatura internacional. Quando o assunto é leitura, admito que minhas preferências pessoais e, principalmente, minhas obrigações trabalhistas moldaram um gosto bem eclético para a biblioteca que tenho em casa (e no meu Kindle).

Melhores leituras do primeiro semestre por Ricardo Bonacorci, autor do Bonas Histórias, blog de literatura, cultura, arte e entretenimento

Portanto, o que vou apresentar agora é a lista dos melhores livros que caíram em minhas mãos (e que passaram pelos meus olhinhos) no primeiro semestre de 2025. Aí não importa se a leitura foi por lazer (quando não estou lendo profissionalmente, saiba que estou lendo por diversão), estudo (o que exige invariavelmente a apreciação de páginas e mais páginas) ou trabalho (conforme detalhei no parágrafo anterior). Nesse momento, não faço distinção se a obra degustada gerou conteúdo para o Bonas Histórias (em suas várias colunas: Livros – Crítica Literária, Desafio Literário, Teoria Literária, Talk Show Literário, Contos & Crônicas e Mercado Editorial) ou se foi para os autores da EV Publicações (fazendo pareceres técnicos ou produzindo avaliações literárias). Os dois únicos elementos que excluem um título desta minha listagem é: (1) se ele ainda não foi publicado (o que frustraria os leitores do blog); e (2) se participei de alguma maneira de sua confecção (o que poderia ferir os princípios éticos da minha avaliação imparcial).


Feita essa introdução, que acabou saindo maior do que imaginei, vamos sem mais lenga-lenga ao que interessa: as melhores leituras dos últimos seis meses. Para dar um ar de suspense, recorria à ordem crescente de importância do ranking das principais publicações semestrais. Dessa maneira, sejam bem-vindos à coluna Recomendações, senhoras e senhores. Vocês estão no espaço do blog em que rememoramos e/ou destacamos a seleção do que há de mais incrível na literatura, no cinema, na música, no teatro e na gastronomia. E lá vamos nós, pessoal!


5º Lugar: O Construtor de Pontes – Markus Zusak – Romance – Intrínseca – Literatura Australiana – Saga Histórica – 2018 – 528 páginas.

Livro O Construtor de Pontes de Markus Zusak

Na quinta posição dos melhores livros deste semestre, aparece “O Construtor de Pontes” (Intrínseca), o último romance publicado por Markus Zusak. Para quem esperava um título tão marcante quanto “A Menina que Roubava Livros” (Intrínseca), obra-prima do escritor australiano que se tornou um dos principais best-sellers do século XXI, certamente a sensação é de decepção. Contudo, se o leitor não tiver uma expectativa tão elevada para o novo trabalho de Zusak, essa leitura pode revelar alguns aspectos positivos.


Em “O Construtor de Pontes”, a narrativa ficcional longa que encerrou um jejum de 13 anos deste autor sem novidades literárias relevantes, traz a saga dramática da família Dunbar. As personagens deste livro vivem em uma cidade quente e seca do Oeste da Austrália. O narrador principal do romance é Matthew Dunbar, rapaz de 31 anos que decide revelar os seus segredos e dos seus familiares (pais e irmãos). Assim, somos levados ao típico universo da literatura de Markus Zusak: tramas enfocando garotos solitários e marginalizados, lares disfuncionais, irmãos ao mesmo tempo carinhosos e violentos, amores (e desamores) juvenis, traumas da infância e mistérios do passado. É aquela velha história: a brutalidade da rotina comum pode se tornar uma bela narrativa literária nas mãos de um romancista habilidoso. Zusak está longe de sua melhor forma. Ainda assim, é um autor que merece nossa atenção.  


Confesso que “O Construtor de Pontes” só entrou na minha lista de leituras favoritas por causa do seu final sublime. Seu desenlace compensa a centenas e centenas de páginas que, em alguns momentos, me pareceram arrastadas e repetitivas. Gosto do trabalho de Zusak e achei esse seu novo livro interessante. Repito: não é algo sublime como “A Menina que Roubava Livros”. De qualquer jeito, vale a leitura.   


4º Lugar: Ainda Estou Aqui – Marcelo Rubens Paiva – Memórias – Alfaguara – Literatura Brasileira – Autobiografia; Biografia Familiar – 2015 – 264 páginas.

Livro Ainda Estou Aqui de Marcelo Rubens Paiva

Li “Ainda Estou Aqui” (Alfaguara), livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva publicado originalmente em 2015, por causa do filme homônimo que se tornou um enorme sucesso tanto no Brasil quanto no exterior. Pouco antes do Oscar de 2025, assisti a “Ainda Estou Aqui” (2025), longa-metragem espetacular de Walter Salles. A ideia era verificar as chances brasileiras de faturar sua primeira estatueta dourada. E saí da sala de exibição encantado com o drama histórico do casal Rubens e Eunice Paiva e de seus filhos, vítimas da infame Ditadura Militar na década de 1970. Para desenvolver o post sobre esta produção nacional na coluna Cinema, aproveitei para conhecer a obra literária que a originou.


Aí vem a primeira surpresa. Por melhor que seja o filme (O Oscar é nosso!), saiba que o livro é mais interessante em vários sentidos. Por exemplo, a versão literária de “Ainda Estou Aqui” traz uma Eunice Paiva muito mais completa e contraditória. Em outras palavras, a protagonista desta história é uma figura redonda e não uma personagem plana (como o longa-metragem a retratou). Além disso, na leitura, entendemos a origem do título da obra e a perda da memória da personagem central (um lindíssimo contraponto ao grande desafio de sua vida que era preservar o legado e a reputação do marido assassinado). Ao mesmo tempo, é indiscutível que a produção cinematográfica mais premiada de Salles possua uma carga dramática muito maior (algo inexistente ou bastante fraca na publicação de Marcelo Rubens Paiva). Dessa forma, a briga para saber o que é melhor, se o filme ou se o livro, é uma disputa acirrada.


O que me parece indiscutível é a posição de melhor título do portfólio literário do filho de Rubens Paiva e Eunice Paiva. E esse posto não é ocupado por “Ainda Estou Aqui”. Nananinanão! Na minha humilde visão, “Feliz Ano Velho” (Alfaguara) é ainda a publicação mais brilhante de Marcelo Rubens Paiva (ou de Marcelinho, como retratado no Episódio 4 da Temporada VIII de Talk Show Literário). Falo isso porque “Ainda Estou Aqui” é um bom livro, mas não é espetacular como sua versão cinematográfica nem é tão excelente quanto o drama verídico do jovem Marcelo vítima de um acidente bobo em um lago em Campinas (enredo de “Feliz Ano Velho”). Apesar desses contrapontos, “Ainda Estou Aqui” alcançou o quarto lugar no ranking das minhas melhores leituras do primeiro semestre de 2025.  


3º Lugar: Un Día – Gustavo Cabezón – Novela – Paripé Books – Literatura Argentina – Thriller Psicológico – 2023 – 112 páginas.

Livro Un Día de Gustavo Cabezón

Essa é uma pequena pérola achada nas livrarias de Buenos Aires, a cidade em que vivo há quase dois anos. “Día” (Paripé Books) é o título de estreia do publicitário argentino Gustavo Cabezón na literatura ficcional adulta. Falo isso porque ele já foi premiado pela produção de livros infantojuvenis e possui algumas boas obras como roteirista de televisão e cinema e como dramaturgo. Cabezón (obviamente um apelido do universo publicitário que foi incorporado ao nome artístico do autor) é ainda pouquíssimo conhecido em seu país natal (o que dirá internacionalmente!?), mas merece a atenção do público que curte o melhor da ficção.  


“Día” é o retrato fiel do talento de Gustavo Cabezón na confecção de excelentes histórias. E que trama é essa, senhoras e senhores?! Essa novela é simplesmente brilhante, uma das melhores leituras que fiz recentemente. Ganhei essa publicação de presente da minha priminha Daniella, em sua última passagem (junto com o maridão alemão) por Buenos Aires. Beijo, Dani. Abraço, Markinhos. Por ter sempre uma fila de leitura em minha biblioteca particular, levei quase um semestre para mergulhar nesse drama psicológico de tirar o fôlego. Contudo, assim que abri suas páginas, devorei seu conteúdo em apenas duas horas. Essa é uma das vantagens das novelas, narrativas enxutas e de tiro curto


Em “Día”, conhecemos um homem comum que (assim como eu) vive em um pequeno apartamento no bairro de Saavedra. O curioso é que ele acredita ter chegado às últimas 24 horas de sua existência. E como a personagem sabe disso? Porque uma antiga namorada sensitiva e cartomante o avisou do seu dia derradeiro, entre outras previsões um tanto amalucadas. Como tudo o que ela disse há vários anos aconteceu, é óbvio que aquela data é o desfecho da vida do narrador-protagonista. Pelo menos é o que ele crê sem titubear. E o que o pobre rapaz fará sabendo do fim iminente, hein? Descobrir isso é a graça dessa novela tragicômica e muito inteligente. Só não a analisei na coluna Livros – Crítica Literária porque ainda não temos sua tradução para o português (uma das condições de uma obra ganhar sua avaliação técnica no Bonas Histórias). Ei, editoras brasileiras, o que vocês estão esperando, hein? Olha a dica de uma ótima narrativa ficcional!


2º Lugar: Nós Que Vivemos – Ayn Rand – Romance – Minotauro – Literatura Russa; Literatura Norte-americana – Saga Histórica – 1936 – 570 páginas.

Livro Nós Que Vivemos de Ayn Rand

“Nós Que Vivemos” (Minotauro) é a primeira publicação de Ayn Rand, escritora, dramaturga, roteirista e filósofa russa naturalizada norte-americana. Publicado originalmente em 1936, esse romance não teve o merecido destaque na época do seu lançamento. Prova disso é que não obteve êxito e rapidamente deixou as estantes das livrarias dos Estados Unidos. Assim, o livro ficou vários anos fora de catálogo. Ele só voltaria a ganhar a atenção do público norte-americano quando Rand se tornou famosa como fundadora do Objetivismo, uma corrente filosófica. Aí o público leitor se interessou por todas as suas obras. Diante da procura descomunal pelo trabalho da autora, “Nós Que Vivemos” voltou a ser publicado em uma nova versão no final da década de 1950. Foi esse o material utilizado para a tradução da edição brasileira que temos à disposição.


Nesse drama histórico impecável, acompanhamos uma narrativa baseada em fatos reais. Ayn Rand, que precisou fugir da União Soviética na juventude por causa da perseguição política, utilizou sua própria biografia como base para a construção desta incrível trama ficcional. Assim, conhecemos em “Nós Que Vivemos” o dia a dia do país euroasiático recém transformado em comunista. Por ser de família burguesa rica durante o Império Russo, algo abominável para os bolchevistas, os parentes de Rand e ela sofreram horrores no início do novo regime.


O enredo dessa saga se passa nos anos 1920. Kira Alexandrovna Argounova, a jovem de 18 anos que é uma espécie de alter ego da autora, precisa encarar incontáveis desafios em Petrogrado (atual São Petersburgo), cidade dominada pelo Partido Comunista. O que é certo e o que é errado numa época em que a ditadura do proletariado coloca parentes como inimigos e ninguém mais sabe em quem confiar? É essa aventura que temos em “Nós Que Vivemos”, um dos melhores romances históricos que já li. Essa narrativa é simplesmente sensacional. Vale a pena conhecê-la. Sei que Ayn Rand tem outros títulos ficcionais mais famosos, mas para mim este aqui é o seu melhor trabalho literário.


1º Lugar: 1+1=2 2-1=0 – Fernanda Caleffi Barbetta – Romance – CEPE Editora – Literatura Brasileira – Drama Histórico – 2023 – 292 páginas.

Livro 1+1=2 2-1=0 de Fernanda Caleffi Barbetta

A melhor leitura que fiz no primeiro semestre de 2025 foi “1+1=2 2-1=0” (CEPE Editora), a sexta publicação literária de Fernanda Caleffi Barbetta, autora paulistana que vive há anos nos Estados Unidos. Sim, é esse mesmo o título deste livro, senhoras e senhores. E antes que vocês questionem o possível erro matemático da capa, afirmo que os acertos narrativos dessa obra alçaram Barbetta à posição de um dos ótimos nomes da literatura brasileira contemporânea. “1+1=2 2-1=0” conquistou merecidamente o Prêmio CEPE Nacional de Literatura de 2022 na categoria Melhor Romance. Publicada em outubro de 2023, essa trama ficcional se destaca pela originalidade, pela prosa poética e pela estética singular.


Aqui temos a história de Luiza Martins Couto, uma adolescente por vezes revoltada e inconsequente. Incentivada pela psicóloga, a jovem narradora-protagonista relata sua vida nas folhas de um caderno. Assim, voltamos aos tempos em que ela ficou órfã. Com a morte da mãe (o pai já tinha abandonado a família há muito tempo), a menina de apenas sete anos foi viver na casa de uma tia, a parente mais próxima. Ao não aguentar mais aquela criança chata, a tia abandonou Luiza na porta de um orfanato. A partir daí, a garota precisou aprender a sobreviver no novo ambiente, onde a competição da criançada era para ganhar uma família adotiva. O que Luiza Martins faria pelo sonho de adquirir um lar confortável e pela oportunidade de ter novos pais? É isso o que vamos descobrir nessa leitura que reserva incontáveis surpresas.


O que mais me encantou nesse romance (que possui uma leitura tão ágil que adquire por vezes característica de novela) é a qualidade ABSURDA da literatura de Fernanda Caleffi Barbetta. Juro que não encontrei nada em “1+1=2 2-1=0” que mexeria (mania de editor, tá?) ou que faria diferente (pensamento de escritor). Temos aqui uma obra exemplar, algo digno de ser apreciado pelos leitores mais exigentes e que gostam de um texto ao mesmo tempo bonito e inteligente. Como é bom encontrar trabalhos ficcionais de alta qualidade, feitos com tanto esmero e excelência. É através de publicações do quilate de “1+1=2 2-1=0” que visualizamos o potencial da literatura de transformar realidades duras em narrativas belíssimas e em tecer várias camadas textuais. Incrível!


Acho que por isso é só, pessoal. Bom finalzinho de semestre para você e uma ótima segunda parte de 2025. Nos vemos por aí, de preferência discutindo o melhor da literatura, da cultura, das artes e do entretenimento no Brasil e no mundo. Até!


Gostou deste post do Bonas Histórias? Para acessar a lista de melhores livros, filmes, músicas, peças teatrais e exposições, clique na coluna Recomendações. Para ver as nossas análises literárias, clique na coluna Livros – Crítica Literária. E não deixe de nos acompanhar nas redes sociais – Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn.

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