Conheça as dicas preciosas de Marcela Bonacorci para os recém-casados terem sua Dança dos Noivos sem susto e com alegria na festa de casamento.
Alguns momentos de nossas vidas merecem uma atenção mais do que especial. De tão marcantes, esses instantes nos tiram muitas vezes da zona de conforto e nos obrigam a inovar. Esse é justamente o caso da emocionante e memorável Dança dos Noivos. É sobre a coreografia que os recém-casados executam na festa de casamento que vamos tratar hoje na coluna Dança. A ideia é trazer, nesse post do Bonas Histórias, algumas dicas práticas de como os casais podem arrasar na hora do baile nupcial. E engana-se quem pensa que vamos falar apenas de Valsa e de Dança de Salão. A Dança dos Noivos está cada vez mais versátil, criativa e com o estilo de seus dançarinos.
Para começo de conversa, preciso ressaltar que a Dança dos Noivos é uma das cenas mais importantes da Cerimônia de Casamento. O bailado na festa representa o momento em que os recém-casados são apresentados unidos, aos amigos e familiares, pela primeira vez após a formalização do matrimônio. Por isso, essa parte do evento é tão aguardada por todos. Segundo a tradição, os noivos dançam primeiramente juntos. Depois, eles dançam com os pais e, em seguida, os padrinhos entram na pista. Porém, a tradição do ritual dançante pode parar por aí! O casal não precisa se limitar à Valsa na escolha da música. Os recém-casados podem (e devem!) escolher uma música que os represente e que tenha a ver com sua história, gosto, crenças e estilo de vida. Por que não trazer mais personalidade à cerimônia e surpreender os convidados da festa? Pense nisso.
Se a ideia é dançar juntinho, abraçado, de forma mais romântica, a melhor escolha é a Dança de Salão. Inclusive, há um post aqui na coluna Dança em que trato exclusivamente das características dessa modalidade e de seus vários gêneros. Como já falei hoje, ao optar pela Dança de Salão, o casal não precisa ir necessariamente para a Valsa. Atualmente, as danças mais pedidas pelos noivos com quem ensaio são Bolero, Tango, Samba, Forró, Sertanejo e Rock. Repito: o importante é que a música e a dança tenham grande afinidade com o jeitão do casal de dançarinos.
Se os ritmos da Dança de Salão não fazem parte do repertório dos noivos, então vamos inovar ainda mais! Os casais podem também dançar Hip Hop, Funk, Axé... Nesses casos, não temos o romantismo da dança abraçada, mas com certeza temos muita diversão, ousadia e originalidade. E vou além: por que não misturar um pouco de uma dança com outra?! Uma tendência que aprecio é a mixagem de duas ou mais músicas. É muito legal assistir à mudança de ritmo durante a Dança dos Noivos. Além de surpreender os convidados, essa opção torna a experiência dançante mais dinâmica e chamativa.
Um equívoco muito comum é pensar que, para realizar a Dança dos Noivos, o casal precisa ser formado por dançarinos experientes ou possuir alguma bagagem nessa área. Se você acredita nisso, saiba que está redondamente enganado(a). A maioria dos noivos que coreografo nunca dançou antes. Quando iniciam as aulas preparatórias, eles chegam, muitas vezes, sem saber nem o dois para lá, dois para cá. É interessante notar que vários casais, após essa primeira experiência na dança, se apaixonam tanto pela atividade que não querem mais parar de dançar. É muito comum eles ingressarem em turmas de Dança de Salão e outros ritmos nos primeiros meses de casados.
Por isso, digo e repito: para realizar a Dança dos Noivos não é necessário ter conhecimentos prévios em dança, mas, aí sim, é preciso ter dedicação e boa vontade para aprender. Seguindo algumas recomendações básicas, a Dança dos Noivos será um sucesso para todos e um dos momentos mais lembrados da Cerimônia Matrimonial. Uma dica que dou para meus alunos é que eles não devem se preocupar com os convidados na hora da Dança dos Noivos. É verdade que todos os olhares da festa estarão voltados para os passos realizados na pista. Porém, esse é um momento íntimo do casal. Eles devem dançar um para o outro e para mais ninguém. E devem aproveitar o clima, normalmente carregado de fortes emoções, para se divertir ao máximo.
É fundamental que os noivos consigam ensaiar bastante, seja nas aulas com o(a) professor(a), seja fora da escola/academia de dança. Para se executar bem uma coreografia, a repetição é essencial. Quanto mais praticamos os passos e as sequências programadas, mais a dança se torna natural e fica gravada em nossa memória. Chega um momento em que os noivos conseguem dançar espontaneamente, como se já fizessem aquelas coreografias há anos. Essa é a importância da prática e da repetição. Se você vai se casar e quer ter uma dança bem coreografada, recomendo começar as aulas com pelo menos dois meses de antecedência.
Agora falemos da música. A canção é parte vital da experiência dançante. De certa forma, pensar no som é algo que antecede à prática dos passos. A música da Dança dos Noivos deve, além de refletir a personalidade do casal, agradar ao gosto de ambos os parceiros. Lembre-se que, ao treinar incansavelmente os passos coreografados, os dançarinos terão que ouvir muitas vezes a mesma canção. Para não se enjoar do som antes da apresentação final, é importante nutrir uma relação positiva com a música escolhida. Em hipótese nenhuma, opte por algo que um dos noivos não goste. A palavra que mais repito nessa hora é CONSENSO.
O tempo de duração da trilha musical também deve ser considerado. Preste atenção nisso. O ideal é que ela tenha até três minutos e meio de extensão. Uma dança com um período maior do que esse pode se tornar cansativa para quem assiste à cerimônia e de difícil execução para os noivos. Afinal, quanto mais tempo tiver a música, mais passos da coreografia precisarão ser aprendidos, memorizados e praticados. Portanto, nem pense em querer dançar “Eduardo e Mônica”, mesmo em um casamento de um Eduardo e de uma Mônica.
Como em toda apresentação dançante, o figurino dos dançarinos precisa ser considerado e planejado. Pode até parecer óbvio falar nisso, mas saiba que esse aspecto pode muitas vezes arruinar a dança. E, no caso das festas de casamento, essa particularidade se torna ainda mais válida. O vestido da noiva é um elemento a mais na dança, que não pode ser esquecido. É fundamental que a mulher execute os movimentos da coreografia quando for fazer as provas do vestido. Lembrar-se dessa minha dica ajuda a garantir que os passos da dança possam ser realizados integralmente e, além do mais, auxilia na integridade da vestimenta. Ninguém quer ter um rasgo quando todos os olhos da festa estão atentos aos mínimos movimentos dos dançarinos. Se for necessário, peça ao(à) professor(a) que faça alguma alteração na coreografia para evitar acidentes com o vestido.
O que falei do vestido de noiva até aqui se aplica ipsis litteris à roupa do noivo. O terno, a camisa e a calça dele precisam ser testados e considerados para o instante da dança. Não é surpresa constatar que é o homem, com uma vestimenta aparentemente mais fácil para a realização da dança, quem, na maioria das vezes, se esquece das medidas preventivas. E, não por acaso, são eles que acabam tendo muitos problemas na hora de dançar no dia do casamento.
Por falar em figurino, é aconselhável que o casal treine com os sapatos que vão usar na festa. Se isso não é possível no início das aulas, pelo menos deve ser algo a ser considerado nas aulas finais (quando já sabem quais os calçados serão utilizados). Assim, os noivos já vão se acostumando com os sapatos, além de “amaciá-los” (sapatos novinhos e/ou sem uso prévio podem ser bastante desconfortáveis). É preciso ver se eles deslizam muito ou se prendem demais no chão, o que afeta o equilíbrio e o deslocamento dos dançarinos no palco. Se possível, analise também o piso do salão de festas. Se der, pratique lá antes do dia do casamento (de preferência, com os sapatos selecionados para a ocasião). Muitas vezes, essas pequenas ações ajudam a acalmar o casal para o momento derradeiro da Dança dos Noivos.
Por falar em nervos, na hora da apresentação para valer, tente manter a calma, relaxar e aproveitar ao máximo essa dança tão especial. Sei que essas minhas palavras não são, em muitas ocasiões, tão simples assim de serem colocadas em prática. O que normalmente ajuda os noivos é a cumplicidade. Lembre-se que vocês estão juntos nessa! E perto dos desafios que o matrimônio terá dali para frente, não me parece tão assustador realizar, na frente de amigos e familiares, uma dança há tanto tempo praticada. Na minha visão, a Dança dos Noivos é a única parte do matrimônio (e da Cerimônia de Casamento) em que o casal pôde se preparar previamente. Por que, então, ficar nervoso justamente nesse momento?
Durante a dança em si, ajuda bastante quando os dois dançarinos mantêm o olhar exclusivamente um no outro. Isso é legal porque, antes de qualquer coisa, temos aqui uma atividade só deles. Nada mais natural do que o contato visual se estender do primeiro ao último passo. Além disso, a troca de olhares potencializa o romantismo, aspecto inerente de uma boa Dança dos Noivos. Por fim, essa atitude ajuda na manutenção da concentração do casal. Quando os olhares dos dançarinos estão voltados para o salão e para os convidados, a chance de a coreografia desandar, por mais que tenha sido exaustivamente ensaiada, é enorme. Há quem diga que essa mesma dica vale para o casamento como um todo...
Se você vai se casar e já tem a data da festa programada, que tal agendar suas aulas de Dança dos Noivos? Marque sempre uma conversa antes com o(a) professor(a) de dança. Assim, vocês podem se conhecer melhor e já definir os primeiros aspectos da coreografia. A partir do que os noivos dirão nesse primeiro encontro/reunião, o(a) professor(a) montará uma dança personalizada para o casal. E se a dúvida é qual música escolher, trouxe algumas opções para os noivos. Essa lista tem as 25 canções que meus alunos mais pedem para eu coreografar em seus casamentos. Confira a lista de canções ideais para a Dança dos Noivos:
“Eu Sei que Vou Te Amar”, de Antônio Carlos Jobim.
“The Time of My Life”, de Bill Medley e Jennifer Warnes.
“Só Você e Eu”, de Vanessa da Mata.
“Perfect”, de Ed Sheeran.
“Loucuras de uma Paixão”, de Jorge Aragão.
“A Thousand Years”, de Christina Perri.
“Ainda Bem” de Marisa Monte.
“Lover”, de Taylor Swift e Shawn Mendes.
“Que Sorte a Nossa”, de Matheus & Kauan.
“Can’t Help Falling In Love”, de Elvis Presley.
“Desejo Me Chama”, de Diogo Nogueira.
“Everything”, de Michael Bublé.
“Coisa Linda”, de Thiago Iorc.
“You’ll Never Find Another Love Like Mine”, de Michael Bublé e Laura Pausini.
“Pra Sonhar”, de Marcelo Jeneci e Laura Lavieri.
“Wave”, de Antônio Carlos Jobim e Toquinho.
“De Janeiro a Janeiro”, de Roberta Campos e Nando Reis.
“Thinking Out Loud”, de Ed Sheeran.
“Preciso do Seu Sorriso”, de Trio Virgulino.
“Killing Me Softly With His Song”, de Roberta Flack.
“Xote da Alegria”, de Falamansa.
“Photograph”, de Ed Sheeran.
“Pra Você Guardei o Amor”, de Nando Reis e Ana Cañas.
“You’ll Be In My Heart”, de Phil Collins.
“Só Tinha de Ser com Você”, de Antônio Carlos Jobim e Elis Regina.
E aí, qual a música que você quer dançar em seu casamento? Espero ter dado um empurrãozinho para aqueles que ainda estão com medo de se apresentar ou não sabem o que dançar. Se algum desses for o seu caso, agora você não tem mais desculpas. E para incentivar ainda mais os pombinhos, deixo aqui uma frase do poeta Augusto Branco: “Não é o ritmo nem os passos que fazem a dança. Mas a paixão que vai na alma de quem dançar”.
Ótima Dança dos Noivos para você!
Dança é a coluna de Marcela Bonacorci, dançarina, coreógrafa, professora e diretora artística da Dança & Expressão. Esta seção do Bonas Histórias apresenta mensalmente as novidades do universo dançante. Gostou deste conteúdo? Não se esqueça de deixar seu comentário aqui. Para acessar os demais posts sobre este tema, clique na coluna Dança. E aproveite também para nos acompanhar nas redes sociais – Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn.