Lançada nos cinemas brasileiros perto do Natal, a comédia franco-belga foi dirigida por Julien Rappeneau e estrelada pelo jovem Ilan Debrabant.
No último final de semana, dias derradeiros das minhas férias de virada de ano, fui ao Espaço Itaú de Cinema do Bourbon Shopping Pompeia para conferir “O Tesouro do Pequeno Nicolau” (Le Trésor du Petit Nicolas: 2021). A comédia dirigida por Julien Rappeneau é a terceira adaptação para as telonas da obra-prima do escritor René Goscinny e do desenhista Jean-Jacques Sempé, falecido recentemente. Criadas nas décadas de 1950 e 1960, as histórias de “O Pequeno Nicolau” se tornaram clássicos da literatura francesa e da literatura infantojuvenil. E, desde 2009, elas vêm sendo levadas de maneira bem-sucedida para o formato audiovisual. Não é preciso dizer que a chegada das tramas de Goscinny e Sempé às salas de cinemas internacionais ajudou a popularizá-las ainda mais, principalmente em relação às novas gerações e ao público de fora da França.
Vale a pena comentar que as duas primeiras produções cinematográficas da série foram o incrível “O Pequeno Nicolau” (Le Petit Nicolas: 2009), um dos mais divertidos filmes que vi na minha vida (juro que cheguei a chorar de tanto rir na sessão!!!), e o ótimo “As Férias do Pequeno Nicolau” (Les Vacances du Petit Nicolas: 2014). Se você gosta de enredos divertidos, humor inteligente, personagens sensíveis e conflitos hilários sobre o universo infantil, na certa irá curtir tanto os livros quanto os longas-metragens da coleção de “O Pequeno Nicolau”. Sou suspeito para falar, mas adoro essas histórias há um tempão.
Exatamente por ser fãnzaço do universo ficcional criado pela dupla René Goscinny e Jean-Jacques Sempé, não consegui ignorar o lançamento nas telonas da terceira parte (ou seria terceiro capítulo?!) da saga dos mais carismáticos e endiabrados meninos franceses da literatura (e agora do cinema). E mesmo tendo ficado bastante decepcionado com o que conferi em “O Tesouro do Pequeno Nicolau” (saiba que não costumamos fazer críticas prioritariamente negativas no Bonas Histórias – se não gostamos de algo, simplesmente não falamos a respeito e ponto final), resolvi comentar hoje com vocês o novo filme de Rappeneau na coluna Cinema.
Afinal, gosto tanto, mas gosto tanto das tramas de “O Pequeno Nicolau” que me sinto à vontade para dizer o que gostei e o que não gostei em suas adaptações para a sétima arte. Talvez o maior problema da nova produção cinematográfica desta coleção não tenha sido a baixa qualidade em si (o longa-metragem está longe de proporcionar uma experiência ruim ao espectador), mas a expectativa muito elevada com a qual entrei na sessão de cinema entornou o caldo (aí a decepção me abraçou com tanta força que quase perdi o ar!). Em uma comparação com as comédias anteriores da série, é inegável que “O Tesouro do Pequeno Nicolau” esteja em um nível inferior nos quesitos entretenimento, graça e humor. Porém, não sei se podemos dizer que ele é um título ruim. Acho que ele só não está no patamar do inesquecível “O Pequeno Nicolau” e do excelente “As Férias do Pequeno Nicolau”.
Antes de falar do novo filme propriamente dito, me sinto na obrigação de tecer algumas palavras sobre a literatura de René Goscinny e Jean-Jacques Sempé. A coletânea do menino Nicolau e sua trupe de amiguinhos foi criada entre 1956 e 1965. A dupla francesa publicou uma espécie de contos ilustrados sobre os garotos de um colégio parisiense em uma coluna do jornal Southwest Sunday (apesar do nome em inglês, trata-se de um periódico da região de Bordeaux). O sucesso das histórias e dos desenhos de “O Pequeno Nicolau” se deu por misturar a linguagem infantil, o universo da infância, a inocência dos pequenos, a imaginação das crianças e os traços simples que emulam as ilustrações feitas pela meninada às piadas sagazes, às tramas afiadas e aos conflitos que os adultos compreendem tão bem. Em outras palavras, apesar do retrato da infância e das aventuras de um grupo de meninos, o conteúdo da coluna de Goscinny e Sempé era direcionado aos leitores mais velhos (desde quando crianças leem jornal, hein?).
Nos anos 1960, os contos de “O Pequeno Nicolau” foram publicados em livros ilustrados. A coleção abrange originalmente cinco obras: “O Pequeno Nicolau” (Martins Fontes), “O Pequeno Nicolau e Seus Colegas” (Martins Fontes), “Novas Aventuras do Pequeno Nicolau” (Martins Fontes), “As Surpresas do Pequeno Nicolau” (Martins Fontes) e “O Pequeno Nicolau no Recreio” (Martins Fontes). Quando ganharam as estantes das livrarias francesas e belgas, aí sim os textos de Goscinny e os desenhos de Sempé conquistaram também o público infantojuvenil e se tornaram definitivamente patrimônio cultural da língua francesa. Hoje, as narrativas de René Goscinny e os desenhos de Jean-Jacques Sempé são apreciados por toda a família.
Explicada a trajetória de “O Pequeno Nicolau” das páginas dos jornais para as páginas dos livros, falemos agora do capítulo mais recente da série: o cinema. O filme “O Tesouro do Pequeno Nicolau” foi roteirizado pelo diretor Julien Rappeneau e por Mathias Gavarry. Orçada em aproximadamente 17 milhões de euros, a produção franco-belga foi gravada entre o finalzinho de 2020 e o início de 2021, tão logo a quarentena da pandemia de Covid-19 foi atenuada na Europa. O lançamento do longa-metragem no circuito comercial de cinema ocorreu essencialmente no segundo semestre de 2021 nos países de língua francesa – leia-se França, Bélgica, Suíça e Canadá (Quebec). No exterior, ele chegou para o público a partir da metade de 2022. E nas salas de cinema do Brasil, “O Tesouro do Pequeno Nicolau” foi lançado há quatro semanas, em 22 de dezembro. Ou seja, para os fãs brasileiros da série de Goscinny e Sempé, esse foi o presente de Natal do último ano.
Como é típico dos filmes de “O Pequeno Nicolau”, a terceira produção cinematográfica da coletânea teve a mescla bem azeitada de atores experientes e novatos. No primeiro grupo, os destaques vão para Jean-Paul Rouve, de “Piaf – Um Hino ao Amor” (La Môme: 2007), Audrey Lamy, de “Um Amor de Mãe” (Ma Reum: 2017), Pierre Arditti, de “Belle Époque” (La Belle Époque: 2019), Grégory Gadebois, de “Marvin” (Marvin ou La Belle Éducation: 2017), e Noémie Lvovsky, de “Um Belo Verão” (Le Belle Saison: 2015). No elenco mirim, Ilan Debrabant foi o encarregado de protagonizar o longa-metragem (responsabilidade que outrora foi desempenhada com êxito por Maxime Godart e Mathéo Boisselier).
O enredo de “O Tesouro do Pequeno Nicolau” se passa entre as décadas de 1950 e 1960 em Paris. A rotina de Nicolau (interpretado por Ilan Bebrabant), um menino de aproximadamente 9 anos, é recheada de momentos gratificantes ao lado de seus amiguinhos e colegas de escola. O garoto integra um grupo autointitulado de Os Invencíveis. Formada por Agnaldo (o nerd), Alceu (o gordinho), Clotário (o burro), Rufino (o ligeirinho), Godofredo (o riquinho), Maximiliano (o corajoso) e Eudes (o brigão), além de Nicolau (é claro!), a trupe mirim é inseparável e se diverte bastante seja no colégio, seja pelas ruas do bairro onde vive.
Na escola, os membros de Os Invencíveis adoram aprontar com o bedel (Grégory Gadebois), que se torna uma vítima fácil das traquinagens dos pequenos. Os meninos também se aproveitam do bom coração da professora (Noémie Lvovsky), que acaba acatando todas as vontades e caprichos dos alunos. Depois das aulas, a diversão da molecada é no terreno baldio. Distante dos olhos dos adultos, os integrantes de Os Invencíveis jogam bola (diferente do que o nome do grupo diz, eles perdem muitas vezes as partidas), brigam bastante entre si (é brincadeira de criança, tá?), correm do cachorro de uma vizinha mal-humorada etc. Ou seja, a infância não poderia ser melhor para Nicolau e seus melhores amiguinhos do que aquela que eles vivem tão intensamente.
O conflito do filme surge quando o pai de Nicolau (Jean-Paul Rouve), um grande paspalho que trabalha como funcionário burocrático em uma empresa na capital francesa, é promovido à diretor. O Sr. Mouchebourne (Pierre Arditti), o patrão, comprou uma empresa concorrente em Aubagne, na Provença, e escalou justamente o pai de Nicolau para comandar a operação da companhia recém-adquirida. Assim, a família do protagonista precisará se mudar para o sul do país. O drama de Nicolau é deixar o colégio e os amiguinhos que tanto gosta. Como viver longe de Os Invencíveis, hein? Pela primeira vez na vida, o garoto percebe que seu grupo não é tão inseparável quanto eles pensavam.
Como resolver tal impasse?! A trupe tem uma brilhante (ou não) ideia após a visita escolar a um museu da região. Se eles encontrarem um tesouro que está escondido há anos nas redondezas do bairro, os garotos ficarão milionários. E uma vez ricos, eles poderão dar o dinheiro que o pai de Nicolau tanto precisa (afinal, mal foi promovido, ele já está gastando a rodo). Aí com bastante dinheiro no bolso, o funcionário predileto do Sr. Mouchebourne não precisará mais do cargo de diretor, o que fará com que a mudança da família para longe de Paris seja automaticamente cancelada.
O plano de Os Invencíveis parece infalível (ao menos na cabeça da criançada, né?). Inicia-se, assim, a busca obstinada dos moleques pelo tesouro no subsolo da capital francesa. O destino de Nicolau e a sequência de sua infância até então perfeita dependem do resultado daquela operação perpetrada pelos valentes e corajosos meninos. Conseguirá o grupo de amigos evitar a mudança de um de seus integrantes mais queridos para longe de Paris, hein? Tananananã!
“O Tesouro do Pequeno Nicolau” tem pouco mais de 1 hora e 40 minutos de duração. Assisti à versão dublada, a única disponível nas salas do Espaço Itaú de Cinema. Como estamos em férias escolares, a opção por exibir o filme francês sem legendas visava, obviamente, atrair a criançada para as sessões. Parece que a estratégia foi bem-sucedida. O público na minha sala era formado prioritariamente por famílias com pequenos espectadores a tiracolo. Curiosamente, fiquei surpreso com o excesso de crianças no cinema. Quando vi “O Pequeno Nicolau” e “As Férias do Pequeno Nicolau” há alguns anos, lembro que o público era prioritariamente adulto. E olha que os lançamentos de ambos os títulos coincidiram em nosso país com as férias escolares (o primeiro aconteceu em julho de 2010 e o segundo em janeiro de 2015).
Esta é justamente a primeira questão que gostaria de comentar neste post da coluna Cinema. Achei “O Tesouro do Pequeno Nicolau” o filme mais infantil da série até aqui. E, paradoxalmente, nessa tentativa de angariar a atenção e o interesse do público mirim, o diretor (e roteirista) Julien Rappeneau atrapalhou o longa-metragem em vários quesitos. Sabe quando você tenta agradar a todos e não consegue agradar ninguém? Foi exatamente essa a sensação que tive ao final da sessão. Na certa, os adultos saíram da sala de cinema um tanto decepcionados (algo que não ocorreu, por exemplo, com “O Pequeno Nicolau” e “As Férias do Pequeno Nicolau”). E a meninada não foi totalmente contemplada com uma trama feita exclusivamente para ela (a molecadinha iria curtir muito mais outros títulos que estão em cartaz ou que vão entrar no nosso circuito comercial de cinema).
Entretanto, o que me incomodou mais em “O Tesouro do Pequeno Nicolau” foi o roteiro vacilante. Pela primeira vez nessa série cinematográfica, achei o ritmo narrativo do filme um tanto lento. Demora-se demais contextualizando a trama e apresentando as personagens. Aí o conflito tarda para surgir na tela e, como consequência, as aventuras da garotada para superar as adversidades ficam restritas à parte final da produção. Por isso, não se surpreenda se você lutar contra possíveis cochiladas durante a sessão.
Se por um lado a contextualização excessiva e a apresentação pormenorizada das personagens atrapalham o ritmo da trama em “O Tesouro do Pequeno Nicolau”, por outro lado esses recursos permitem que os espectadores que não viram “O Pequeno Nicolau” e “As Férias do Pequeno Nicolau” possam acompanhar o novo longa numa boa. Se bem que acredito ser um sacrilégio ter perdido os títulos anteriores da saga do mais travesso estudante francês da ficção do século XX.
Outro ponto que precisa ser esclarecido é a mudança completa do elenco do novo filme em relação aos títulos anteriores da série. A novidade aqui não foi tanto a alteração dos intérpretes mirins, algo já esperado. Afinal, não dava para manter as crianças que contracenaram em “As Férias do Pequeno Nicolau”, longa-metragem produzido em 2014. Hoje, eles já são adultos. Quem for bom de memória, irá se recordar que de “O Pequeno Nicolau”, filme de 2009, para “As Férias do Pequeno Nicolau”, os atores que fizeram o jovem protagonista e seus amiguinhos também mudaram.
A grande novidade de “O Tesouro do Pequeno Nicolau” foi a alteração de quem fez as personagens adultas. Por exemplo, o pai e a mãe de Nicolau agora são, respectivamente, Jean-Paul Rouve e Audrey Lamy. Confesso que gostava mais de Kad Merad e Valérie Lemercier para esses papéis (a dupla fez tanto “O Pequeno Nicolau” quanto “As Férias do Pequeno Nicolau”). E o que dizer do ótimo François-Xavier Demaison que fez o bedel nos dois longas anteriores, hein? Ele foi substituído por Grégory Gadebois.
Não sendo possível manter os atores mirins de um filme para outro, acredito que a manutenção dos atores e atrizes adultos nos papéis principais (pais de Nicolau, professora, bedel, diretor da escola etc.) poderia ter dado um ar maior de continuidade às tramas da série. Como todo mundo mudou em “O Tesouro do Pequeno Nicolau”, a sensação que temos é que esta produção está deslocada das anteriores. Em outras palavras, se “O Pequeno Nicolau” e “As Férias do Pequeno Nicolau” dialogam de certa maneira entre si, o novo longa-metragem não conversa com nenhum dos outros. Nesse sentido, não teria sido ruim a permanência de Laurent Tirard na direção e no roteiro. Foi uma pena o troca-troca generalizado no elenco e na equipe técnica do filme.
Outro vacilo imperdoável foi a forte caricatura das personagens adultas. Enquanto as personagens mirins são espontâneas e agem com enorme fidedignidade (ajudadas, é claro, pelas excelentes atuações dos jovens atores e atrizes), os grandões são artificiais e exagerados em cena (aí nem o elenco experiente conseguiu atenuar as falhas do roteiro). É verdade que a visão estereotipada dos adultos é uma marca da série “O Pequeno Nicolau”. O problema é que, em “O Tesouro do Pequeno Nicolau”, o tom caricato foi potencializado ao extremo e aí o que deveria ser engraçado acabou soando esquisito, muito esquisito.
Então quer dizer que não há nada legal neste filme, Ricardo? Pera aí! Não sejamos injustos com esta produção de Julien Rappeneau. “O Tesouro do Pequeno Nicolau” pode até não ser uma comédia memorável, daquelas que vamos nos lembrar por muitos anos, mas ele é engraçado sim, senhoras e senhores. Se não dá para gargalhar com a intensidade e com a mesma frequência de “O Pequeno Nicolau” e “As Férias do Pequeno Nicolau”, dá para dar algumas risadinhas. O humor do filme segue a linha cômica eternizada por René Goscinny e Jean-Jacques Sempé: sacadas inteligentes, piadas sutis e visão bem-humorada do universo infantil. Ou seja, temos aqui um humor mais refinado e menos popularesco.
Há também, em “O Tesouro do Pequeno Nicolau”, boas cenas, trama gostosa, ambientação impecável e ótimas personagens do universo escolar. Não por acaso, as melhores partes do longa-metragem são passadas dentro do colégio parisiense. Quando a criançada de Os Invencíveis está dentro dos muros da escola, seja diante do bedel ou da professora, seja em aula ou no recreio, pode esperar que vem coisa engraçada por aí.
Não posso me esquecer de elogiar a fotografia de “O Tesouro do Pequeno Nicolau”. Achei os aspectos estéticos do novo filme simplesmente fantásticos (até mesmo superiores aos presentes nos títulos anteriores da saga de “O Pequeno Nicolau”). Repare no contraste das cores, na composição dos cenários, na atmosfera das décadas de 1950 e 1960 e na riqueza visual desta produção. O responsável por essa proeza foi Vicente Mathias, diretor de fotografia de sucessos como “Que Mal Eu Fiz a Deus?” (Qu'est-ce qu'on a fait au Bon Dieu?: 2014) e “Adeus Lá Em Cima” (Goodbye Up There: 2017). Mathias é genial e sua genialidade ficam evidentes na sua estreia nos filmes da coletânea de Goscinny e Sempé. Exatamente por isso, não podemos dizer que todas as trocas na equipe técnica se mostraram negativa, né? Na direção de fotografia tivemos uma nítida evolução.
Também é preciso destacar o final poético e bonito de “O Tesouro do Pequeno Nicolau”. Nos minutos derradeiros do filme (calma que não damos os spoilers das obras analisadas no Bonas Histórias!!!), o humor dá lugar à visão saudosista da infância, à beleza e perenidade das melhores amizades, à força da passagem do tempo e à importância dos tempos felizes vividos na escola. Impossível não derramar algumas lágrimas quando Nicolau reflete sobre como e onde estarão os integrantes de Os Invencíveis dali a três décadas.
Veja, a seguir, o trailer legendado de “O Tesouro do Pequeno Nicolau” (Le Trésor du Petit Nicolas: 2021):
No mês que vem, trarei mais novidades para a coluna Cinema. Não por acaso, nas próximas semanas teremos ótimos lançamentos chegando às telonas brasileiras. Juro que estou louquinho para assistir a “Babilônia” (Babylon: 2022), saga histórica dirigida por Damien Chazelle, “Tár” (2022), drama de Todd Field, “M3gan” (2022), terror de Gerard Johnstone, “Um Filho” (The Son: 2022), suspense de Florian Zeller, e “Os Banshees de Inisherin” (The Banshees of Inisherin: 2022). Em um primeiro momento, acho que esses são os títulos que poderão agradar mais os cinéfilos brasileiros. Vamos ver se consigo trazer em fevereiro ao Bonas Histórias o melhor longa-metragem desta lista. Até lá!
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