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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural (literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura e gastronomia), o Blog Bonas Histórias analisa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 42 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

  • Foto do escritorRicardo Bonacorci

Gastronomia: Tiro Liro Bar - Um pedacinho de Portugal no bairro da Pompeia

Com duas décadas de existência, o bar dos irmãos Toninho e Sérgio Bastos oferece petiscos originais em ambientação típica das tascas lisboetas.

Tiro Liro Bar é o bar de culinária portuguesa e com ambientação que lembra as tascas lisboetas que está localizado na Rua Cotoxó, 1185 na Pompeia, bairro da Zona Oeste da cidade de São Paulo

Em um sábado de janeiro, conheci o Tiro Liro Bar, um boteco refinado com atmosfera portuguesa encravado nas charmosas ladeiras do bairro da Pompeia, Zona Oeste da cidade de São Paulo. Quem me apresentou o local foi Eduardo Villela, amigo dos tempos de colégio e atualmente um dos principais book advisors do país. Depois de fazermos uma reunião literária nas dependências da Dança & Expressão (com direito a celebração pela chegada do segundo filho do Eduardo, a pequena Larissa), saímos à procura de um restaurante para almoçar.


Como sou da região, sugeri algumas opções: poderíamos apreciar a comida árabe no Shawarma Anwar, embarcar nas delícias da culinária turca do Kebab Paris ou encarar o extenso e sempre agradável cardápio da Lanchonete Souza. Meu velho amigo me olhou com cara desconfiada e disse em tom de indignação: você acha que eu estou na Pompeia e não vou no Tiro Liro, hein?! Foi aí que descobri esse bar encantador e com petiscos de dar água na boca, tema do post de hoje do Bonas Histórias. Graças à indicação feita pelo Eduardo no início do ano, passei a frequentar com regularidade esse estabelecimento que possui qualidades que vão deixar os leitores mais exigentes da coluna Gastronomia empolgados.


Localizado na esquina da Rua Cotoxó com a Rua Cajaíba, o Tiro Liro Bar é um empreendimento dos irmãos Antônio Carlos Bastos (mais conhecido como Toninho) e Sérgio Bastos. De família portuguesa, eles são filhos de Manuel Bastos (o Seu Mané), imigrante que chegou ao Brasil com catorze anos e sempre trabalhou com bares na capital paulista, e Felicidade Bastos (a famosa Dona Felicidade), proprietária do restaurante que tem seu apelido no nome, o mais tradicional e badalado da Vila Romana. Acostumada ao comércio familiar desde a infância e ao lado da mãe na administração do Dona Felicidade (ainda vou fazer um post desse belíssimo restaurante na coluna Gastronomia e comentar a emoção de ter encontrado personalidades famosas como Walter Casagrande e Rita Lee em suas mesas), a dupla de empresários montou um bar com atmosfera portuguesa que dialoga com suas origens.


O nome do bar é um tanto óbvio para quem possui descendência portuguesa (não se engane com o meu sobrenome italianíssimo; há um Teixeira entre meu primeiro nome e o meu último sobrenome). Quem é fã de Amália Rodrigues como eu, já ouviu muito a música Tiro Liro Liro, clássico da canção folclórica lusitana. Na letra de um dos fados mais emblemáticos de todos os tempos, conhecemos dois amigos: o Tiro Liro Liro que estava lá em cima e o Tiro Liro Ló que estava cá embaixo. Eles se juntaram na esquina para tocar a concertina e dançar o solidó. Sérgio e Toninho Bastos pegaram emprestado a parte incomum dos nomes das personagens da música para nomear seu estabelecimento.

Entrada do bar Tiro Liro, boteco de culinária portuguesa encravado nas ladeiras da Vila Pompeia, bairro da Zona Oeste da cidade de São Paulo

Fundado em outubro de 2002, o Tiro Liro Bar participa com regularidade do Comida di Buteco, um dos principais concursos gastronômicos do país (que tive a honra de atuar rapidamente na organização em 2015/2016 – beijo, Crica!). E saiba que a casa na Vila Pompeia não entra na competição só por entrar. Vire e mexe, ela aparece no pódio dos petiscos campeões da cidade de São Paulo. Sua melhor colocação até agora foi o segundo lugar em 2012 com o incrível Bacaninho, uma pequena cesta de parmesão com batata recheada com lombo de bacalhau e temperada com azeite e alho. Naquele ano, o prato inventado pelo Tiro Liro só foi superado pelo bacalhau refogado do Bar do Magrão, estabelecimento do Ipiranga que voltaria ser campeão em 2019. Até hoje, o Bacaninho segue como um dos carros-chefes do bar da Pompeia. Não por acaso, esse foi o pedido que eu e o Eduardo fizemos em nossa visita por lá. Meu amigo foi de Bacaninho Tradicional, que é recheado com bacalhau em lascas, e eu fui de Bacanão Seara, cujo recheio é linguiça portuguesa.


A história do Tiro Liro Bar é curiosíssima. Antes de ser administrado pelos Irmãos Bastos, o estabelecimento que ficava na Rua Cotoxó 1185 era uma mercearia decadente e desanimada. Há muito tempo cuidando daquele negócio, o antigo proprietário não tinha mais ânimo para tocar o dia a dia. Quem percebeu isso foi Toninho, que gostava de passar na Mercearia Cotoxó quando deixava o Dona Felicidade a caminho de casa. Ele parava ali uma ou duas vezes por semana para descansar, conversar, tomar algo, comer um tira-gosto e esfriar a cabeça dos problemas do restaurante da Vila Romana. Mais relaxado, sentia-se pronto para retornar ao lar.


Toninho sempre pedia um Jack Daniels e uma cerveja na Mercearia Cotoxó. Porém, muitas vezes ouvia o proprietário dizer sem a menor gota de lamento que não tinha. Os produtos acabaram e não tinham sido recomprados ainda. Conhecedor daquele ofício desde que nascera, o filho de Seu Mané e Dona Felicidade não se cansava de dar dicas para incrementar o cardápio e de sugerir melhorias para a gestão do negócio. Ele enxergava aquele ponto comercial nas ladeiras da Vila Pompeia como excelente. Mas o dono precisava se esforçar um pouco para tornar seu estabelecimento mais agradável para a clientela. Ao constatar que não era ouvido e que a Mercearia Cotoxó jamais seria revitalizada pelo até então proprietário, Toninho se reuniu com o irmão Sérgio no início de 2002 e decidiram comprar o local.


Aí surgiu o Tiro Liro Bar. Após alguns meses de reforma, a casa foi aberta do jeito que Toninho imaginou e que tanto havia pedido ao dono anterior. Ele concebeu o negócio do ponto de vista de um cliente que ansiava por boa oferta de bebidas, ambientação agradável, clima amistoso, instalações confortáveis e tira-gostos de alta qualidade. Para completar, decorou o bar emulando as boas e tradicionais tascas lisboetas. Hoje, aquela é uma casa portuguesa com certeza, é com certeza uma casa portuguesa. Estava criada a receita do sucesso! Por capricho do destino, Toninho segue indo quase todos os dias para a Rua Cotoxó após deixar o Dona Felicidade. Só que agora é para tocar o seu negócio e não mais como cliente.

Bacaninho e Bacanão são os principais pratos do Tiro Liro Bar, bar de gastronomia portuguesa no bairro da Pompeia e que ficou em segundo lugar no concurso Comida di Buteco em 2012

Gostei tanto do bar de Toninho e Sérgio que passei a frequentá-lo com frequência. Basicamente estou dividindo minhas saídas gastronômicas pela Pompeia pela dinâmica do rolê, pelo tipo de companhia e pelo horário da visitação. Por exemplo, depois das onze da noite, meu lugar preferido continua sendo a Lanchonete Souza, a melhor opção 24 horas da Zona Oeste de São Paulo. No fim de um programa noturno ou em uma madrugada perdida pela cidade, não há nada melhor do que provar o infinito e delicioso cardápio do Souza (abraço, Paulinho e Vitão!). Se a pegada for de happy hour entre amigos, a melhor escolha é o Shawarma Anwar (abraço, Marcelinha, Menina Mara, Sandrinha e Enzo!). Se estou sozinho e quero provar um bom sanduíche, aí vou até o Kebab Paris. Mas se estou na companhia de amigos de bom gosto (abraço, Dudu) e de belas damas com paladar mais requintado (beijão, Carlinha!), aí sigo sem pestanejar para o Tiro Liro Bar.


Acho que está aí o primeiro aspecto que preciso comentar desse estabelecimento. Todas as vezes em que fui ao Tiro Liro, notei que seu público é formado por pessoas mais experientes (pegaram o eufemismo?!). Portanto, não estamos falando de um point da moçadinha que está em busca de descontração, azaração e diversão. Não! As mesas do bar da Rua Cotoxó têm normalmente casais ou grupos de amigos com mais de 40 anos (em alguns casos, bem mais do que 40 anos...). Leve uma rapariga de 30 anos para lá e ela certamente se sentirá uma miúda. O objetivo da visita da maioria dos clientes é provar as delícias do local e respirar a atmosfera aconchegante de Portugal. Convenhamos que não é isso o que os jovens procuram quando vão em um bar, né?


Assim, o que chama a atenção logo de cara do visitante é ambientação do Tiro Liro Bar. Os clientes podem ficar na meia dúzia de mesas da calçada (melhor local nas noites quentes), nas quase duas dezenas de mesas do salão interno (ideal para as noites frias) ou nos cinco assentos do balcão (para quem só deseja tomar uns tragos sozinho). As mesas de madeira são cobertas por toalhas de tecido com estampas floridas, com desenhos quadriculares, com figuras do Galo de Barcelos e com imagens que remetem aos tradicionais azulejos lusos. Juro que me senti voltando à casa de Dona Júlia, minha avozinha natural da Ilha da Madeira.


No salão do bar, a decoração à la tasca lisboeta (cheira bem, cheira a Lisboa!) salta aos olhos. No teto, as bandeiras, flâmulas e faixas de Brasil e Portugal dão as boas-vindas à clientela. Nas paredes, o caos visual é produzido pela junção de incontáveis quadros (com direito a uma curiosa e inexplicável réplica de Monalisa), pratos decorativos (bem ao estilo de uma casa portuguesa), reportagens jornalísticas enaltecendo o estabelecimento, prateleiras com garrafas de vinhos, poster da seleção lusa campeã da Eurocopa em 2016, faixa do time do Benfica, ferraduras, logomarca de empresas de cervejas etc.

Fachada do Tiro Liro Bar, boteco requintado aberto em 2002 nas ladeiras da Pompeia em São Paulo e que serve culinária portuguesa em ambientação que simula as tascas lisboetas

Ao redor da coluna central do imóvel, há uma pequena adega recheada de vinhos. E no fundo do bar, uma gigantesca prateleira em que a peculiar poluição visual persiste: garrafas, copos, taças, abridores de lata, saca-rolhas, televisão, espelho, bonecos de decoração, réplicas de carrinhos antigos, chaveiros, inscrições com frases de poetas enaltecendo as bebidas, desenhos infantis, ilustrações e mais uma infinidade de elementos que exigem atenção do visitante para achá-los. No meio dessa overdose decorativa, você ainda encontrará, acredite se quiser, geladeiras, fornos, pias e chopeiras atrás do balcão do bar.


No cantinho mais ao fundo, é montado aos finais de semana uma espécie de buffet de aperitivos, doces e frios. Confesso que até hoje não sei como funciona essa parte do negócio. Paga-se à parte, é só para ver o que a casa oferece ou dá para pegar porções? Não faço ideia! O que gostei dessa pequena ala do bar é que ela parece com o balcão de uma mercearia antiga. Ou seja, propositadamente ou não, se faz referência à antiga Mercearia Cotoxó, que deu origem ao estabelecimento dos Irmãos Bastos. Muito legal isso, né?!


Admito que a decoração do Tiro Liro Bar é um tanto polêmica. Como peguei quase todas as referências visuais e curto o seu jeitão de tasca, adorei a ambientação e o clima de casa portuguesa. Contudo, não espere unanimidade na apreciação desse proposital caos estético (ainda mais se a pessoa não tiver descendência lusa). Carla, minha companhia no último sábado, odiou. Suas palavras foram categóricas: jamais uma poluição visual pode ser positiva! Não concordo. A Times Square é caracterizada pela overdose de luminosos e ainda assim é um lugar charmoso. Os pubs irlandeses e as cantinas italianas, por exemplo, também têm salões apertados e com muitos elementos visuais e são encantadores.


Resumidamente: uma coisa é visitar de vez em quando um local com decoração excessiva e ficar nele por algumas horas. Aí tudo bem. Outra coisa completamente diferente é frequentá-lo diariamente ou passar muitas horas seguidas em seu interior. Aí não dá. Por isso, gosto de ir ao Tiro Liro, mas juro que não conseguiria trabalhar nesse bar.


Depois da ambientação tão marcante, outro aspecto elogiável desse boteco requintado é o seu cardápio. Na parte de comes dos comes-e-bebes, há várias opções que vão empolgar os clientes com paladar mais apurado. A seção que mais gosto é chamada de “Comida de Buteco”. Nela, a casa oferece todos os pratos que participaram do concurso gastronômico homônimo. Além dos já citados Bacanão de linguiça (versão maior para duas pessoas por R$ 42) e do Bacaninho de bacalhau (versão menor para uma pessoa por R$ 36,00), o Tiro Liro Bar apresenta o Bacalhau com Natas (bacalhau desfiado com batatas e creme de natas por R$ 36 para uma pessoa), Murrinho de Bacalhau (bacalhau com batatas ao murro por R$ 34 para uma pessoa), Vesuvio (beringela e rosbife com mostarda por R$ 42 para uma pessoa) e Bob Almondegas (porção por R$ 38 para uma pessoa com fome ou duas sem fome).

Toninho e Sérgio Bastos são proprietários do Tiro Liro Bar e filhos de Felicidade Bastos, proprietária do restaurante Dona Felicidade

Se você for pela primeira vez ao bar e não quiser correr riscos, peça qualquer um dos pratos da seção “Comida de Buteco”. Eles são excelentes! Desenvolvidas pelo próprio Toninho (que também monta drinks originais), essas opções do cardápio são de encher a boca. Meu favorito é o Bacanão de linguiça (sempre peço um para começar os trabalhos), mas os outros não são de se jogar fora. Quem gosta de bacalhau (confesso que não sou muito fã – algo que fazia Dona Júlia se revoltar com o neto ingrato), não faltam pedidas de qualidade. O Bob Almondegas vem logo atrás do Bacanão na minha preferência. Ele é simples e saboroso.


Outra parte interessante do cardápio do Tiro Liro Bar é a das porções. Há petiscos tradicionais: bolinhos de bacalhau (6 unidades por R$ 46), punheta de bacalhau (R$ 68), alheia (R$ 38), sardinha portuguesa (4 unidades por R$ 54), frango a passarinho (R$ 39), pastéis de carne (6 unidades por R$ 38), linguiça acebolada (R$ 38), filé mignon (com farofa e vinagrete por R$ 82), rosbife (R$ 44) e bolinhos de arroz (R$ 34). E há petiscos menos tradicionais: ostras (12 unidades por R$ 68) e rã a dôre (R$ 34 a unidade). Na minha última passada por lá, fomos de porção de filé mignon.


O Tiro Liro Bar ainda disponibiliza sanduíches (calabresa a vinagrete por R$ 28, calabresa com queijo por R$ 32, rosbife com provolone por R$ 34, cheese filé mignon por R$ 35 e cheese filé mignon salada por R$ 36) e feijoada aos sábados (R$ 85 para uma pessoa e R$ 145 para duas pessoas). Para quem deseja comida mesmo e não petiscos e lanches, aí as pedidas são o bacalhau grelhado com cebolas e batatas (R$ 125 para uma pessoa e R$ 220 para duas pessoas), carnes grelhadas (Bife Ancho por R$ 135, T-Bone Steak Red Angus por R$ 145 e Prime Rib Red Angus Steak por R$ 165) e peixes grelhados (Filé de Linguado com alcaparras, arroz e batata soute por R$ 64, Filé de Salmão com alcaparras, arroz e legumes por R$ 68 e Sardinha Portuguesa com arroz de brócolis por R$ 68). As guarnições são: arroz (R$ 16), feijão (R$ 17), batatas fritas (R$ 26), polenta frita (R$ 26), mandioca frita (R$ 26) e farofa (R$ 11).


Admito que nunca provei os sanduíches, a feijoada nem as carnes grelhadas de lá. Na minha visão, o Tiro Liro combina apenas com as porções de petiscos para serem degustadas à dois. Se você pede um prato de comida, você não está mais em um bar e sim em um restaurante, né? Por fim, a casa oferece três opções de doces: desmaiado (R$ 16), pudim de leite (R$ 16) e pastel de Santa Clara (R$ 16). Aqui talvez seja o maior ponto fraco do cardápio. Não achei nenhum doce da casa gostoso.


Na parte etílica do comes-e-bebes, a carta de bebidas é enorme. Se eu fosse citar as opções uma a uma, acho que ficaria um bom tempinho descrevendo-as. Para resumir, posso dizer que Paulo e Enzo, a dupla de cachaceiros-mor da minha turmita, não passariam aperto aqui. E Eduardo, o maior sommelier que conheço, também não ficaria desapontado se pedisse uma garrafa de vinho. Talvez o trauma vivenciado por Toninho na época em que queria tomar uns tragos na Mercearia Cotoxó tenha influenciado no portfólio etílico do seu negócio. Nesse sentido, o único pesar que posso apontar é o restrito leque de cervejas, que merecia um olhar mais cuidadoso do proprietário. E olha que não sou nem um pouco beberrão (diferentemente dos meus acompanhantes habituais).

Salão do bar Tiro Liro, localizado na Pompeia, em São Paulo, e especializado em gastronomia portuguesa

O atendimento é simpático e eficiente. A equipe de garçons parece que está há anos trabalhando ali e é composta por profissionais experientes. Acredito que Toninho é quem abra e feche a casa normalmente. Nas quatro vezes em que visitei o Tiro Liro, era ele quem tocava o barco, dividindo-se entre o caixa e uma prosa rápida com os clientes nas mesas. Nunca vi o Sérgio por lá. Para ser sincero, nem o conheço pessoalmente. Desconfio que ele não vá muito ao bar da Pompeia. Será que fica mais na Dona Felicidade?! Pode ser. Pelo menos aos finais de semana (todas as vezes em que fui lá foi aos sábados na hora do almoço), Toninho cuida sozinho da operação.


Por tudo isso, reconheço que o Tiro Liro Bar é uma excelente opção para quem deseja visitar um boteco charmoso, diferentão e delicioso na Pompeia. Se você for de família portuguesa e curtir bacalhau, uma passada lá é programa obrigatório. Se você simplesmente gostar de um papo à dois (seja com um velho amigo que não via há um tempão ou com a gatinha com enorme conhecimento literário) em um ambiente requintado e com petiscos saborosos também vale a pena enveredar pelas ladeiras da Rua Cotoxó. Certamente, você não irá se arrepender do atendimento e dos pratos servidos pela equipe de Toninho.


Só recomendo a galera que gostou dessa sugestão de passeio gastronômico do Bonas Histórias que, antes de rumar empolgada para a Vila Pompeia, faça a consulta prévia dos horários da casa. O Tiro Liro Bar possui uma janela de funcionamento bem peculiar. Por exemplo, ele não abre aos domingos e às segundas-feiras. Até entendo não operar às segundas. Mas por que não funcionar aos domingos, hein?! Somente aos sábados é possível almoçar por lá. Em contrapartida, o bar não funciona depois das 18 horas nos sábados (quando normalmente esse tipo de estabelecimento começa a encher). De terça a sexta-feira, abre-se às 16 horas e vai até as 23 horas. Desconfio que o funcionamento para lá de alternativo do Tiro Liro seja para Toninho conciliar o trabalho com o Dona Felicidade, onde continua atuando. De qualquer maneira, é chato um bar que abre e fecha a partir da disponibilidade do proprietário e não dos desejos dos clientes, né? Aposto que até o antigo dono da Mercearia Cotoxó iria reclamar se soubesse disso.


Para terminar esse post da coluna Gastronomia em grande estilo, me sinto na obrigação de colocar um pé na coluna Músicas e apresentar a versão de Amália Rodrigues de Tiro Liro Liro. Quem ficou curioso(a) para conhecer ou mesmo recordar a canção portuguesa que inspirou o nome do bar da Pompeia, segue a interpretação que mais gosto (e que embalou as festas da minha família durante toda a minha infância e adolescência):

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