top of page

Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural – literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura, gastronomia, turismo etc. –, o Blog Bonas Histórias analisa de maneira profunda e completa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

bonashistorias.com.br

Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 44 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

Gastronomia: Pizzería Güerrín – A melhor pizza de Buenos Aires (e da minha vida)

  • Foto do escritor: Ricardo Bonacorci
    Ricardo Bonacorci
  • 16 de jun.
  • 23 min de leitura

Com quase um século de existência, a tradicional pizzaria da Avenida Corrientes impressiona os visitantes pela dimensão de seus salões e pelas redondas de sabores únicos e com fartos recheios.

Coluna Gastronomia – A Pizzería Güerrín tem a mais famosa pizza de Buenos Aires e é a considerada a maior pizzaria da capital da Argentina

Voltemos a falar de pizza na coluna Gastronomia, senhoras e senhores. Por quê? Porque os brasileiros, quando vem passear ou morar em Buenos Aires, demoram um bocado para descobrir os encantos das pizzarias portenhas. Falo por experiência própria. Levei mais de um ano para entender a dinâmica deste tipo de estabelecimento, para compreender as variações de redondas (é um tal de media masa, al molde, la piedra e napolitana) e para apreciar suas particularidades. Separar o joio do trigo não é tarefa tão fácil para os novatos en tierras hermanas. Cheguei a discorrer sobre essa temática em detalhes no post sobre As Pizzarias da Capital da Argentina e superficialmente na publicação de Sentando-se à Mesa com os Argentinos, o episódio culinário de Tempos Portenhos, a atual série da coluna Contos & Crônicas.


Além disso, muitos compatriotas ignoram as delícias da gastronomia italiana quando estão em CABA (Ciudad Autónoma de Buenos Aires). Aí dedicam-se exclusivamente aos prazeres da carne (bovina, no caso). Vamos combinar que é um pecado culinário (alguém aí gritou heresia?!) esse descuido dos comensais que falam português e que não estão bem-informados com as nuances desse pedacinho do nosso continente. Por mais incríveis que sejam as parrillas hermanas (sim, elas são espetaculares mesmo e merecem nossa devoção), o cenário gastronômico da metrópole argentina é muito mais plural do que a vã filosofia do turista brasileiro médio pode supor.


Por isso, retomo hoje esse assunto no Bonas Histórias. Contudo, o faço por uma nova perspectiva. Quero apresentar para vocês os pormenores da minha pizza favorita em Buenos Aires. Meus amigos e familiares que vem me visitar frequentemente por La Ciudad de la Furia (Me verás volar/ Por la ciudad de la furia/ Donde nadie sabe de mí/ Y yo soy parte de todos – ainda vou comentar essa canção emblemática do Soda Stereo na coluna Músicas) já estão carecas (alguns literalmente, a maioria de forma figurada) de saber de que lugar estou me referindo. Afinal, sempre os levo lá e a experiência é inesquecível para todos.


Portanto, sejam bem-vindos à riqueza histórica, à fartura de ingredientes, à criatividade de combinações, ao charme da localização e à dimensão impressionante da Pizzería Güerrín, o templo da pizza argentina.


Gosto tanto da Güerrín que, já adianto para vocês, ela ganhou um pedacinho especial no meu combalido coração paulistano-portenho-maracaibero. E, provavelmente, foi o responsável por alguns centímetros de gordura abdominal que adquiri nos últimos meses. É bom que se diga que esse lugar tradicional de Buenos Aires (e da Argentina como um todo) não apenas se tornou a minha pizza favorita na cidade que escolhi para viver como se transformou na minha pizzaria favorita independentemente do raio de abrangência que considere para avaliação.

Fundada em 1932 e localizada na Avenida Corrientes, no bairro de San Nicolás, a Pizzería Güerrín é uma das mais tradicionais casas de pizza de Buenos Aires

É, meus queridos leitores desse blog cada vez mais escondido nos recôncavos da Internet, o lance é sério, muito sério, seríssimo. Confesso que precisava fazer um post especial na coluna Gastronomia sobre essa questão que atiça minhas papilas gustativas. Por mais que tenha outros assuntos relevantes para tratar no Bonas Histórias, paremos um pouco, nos sentemos à mesa e provemos uma redonda que vale a pena. Uhu!


Minhas preferidas são a Muzzarella, Jamón y Morrones (a combinação de muçarela com pimentão é um espetáculo) e a Fugazzeta (quem inventou isso deve estar agora no Céu ao ladinho de Deus). Se você quiser ir de Muzzarella, Jamón y Huevos Fritos (pode ovo frito em cima da pizza, Arnaldo? Pode siiiiiiim!), Napolitana (vai alho, tá?) e Pepperoni, saiba que também são excelentes pedidas. Para acompanhar, sugiro uma Imperial de litrão beeeeeeem gelada, mas os vinhos Malbec sempre caem bem. O que vamos pedir hoje, hein?


Fundada em 1932 (se ainda sei alguma coisa de matemática, são 93 anos de existência), a Pizzería Güerrín está localizada na mais badalada rua da capital argentina: a Avenida Corrientes. Essa via é uma espécie de Broadway portenha. Estão ali dezenas e dezenas de salas de teatro (não é exagero do meu texto, tá? – os números de espaços teatrais chegam aos três dígitos apenas nesta rua). O mais legal é que o cenário cultural é complementado por algumas salas de cinema e incontáveis livrarias e sebos. Para colorir ainda mais o cenário idílico (não por acaso, sou apaixonado por esse lugar), há inúmeros cafés, restaurantes, pizzarias e sorveterias para entreter a multidão que trafega por ali de dia, de tarde, de noite e até de madrugada. Diferentemente do que acontece nas maiores cidades brasileiras, Buenos Aires é sim uma metrópole que não dorme.


Por sinal, o melhor período para passear pela Corrientes é justamente nas noites de quarta à domingo, quando o agito gastronômico-cultural atinge o ápice. De segunda e terça, admito que ela fica meio morta e perde boa parte de seu charme. Para dar vazão ao público que superlota as calçadas no fim de tarde e à noite (principalmente às sextas-feiras e aos finais de semana), metade das faixas da avenida fica fechada para os carros e aberta para os pedestres. Isso, na minha humilde visão, aumenta ainda mais a graça do rolê. Não é errado dizer que caminhar pela Avenida Corrientes é, por si só, uma das atrações noturnas mais legais de Mi Buenos Aires Querido (Mi Buenos Aires querido/ Cuando yo te vuelva a ver/ No habrás más pena ni olvido). Ali se respira os ares artísticos da metrópole portenha, em uma mescla bem azeitada de programas divertidos para turistas e atrações legítimas para os moradores locais.


Comecei falando da localização para mostrar que a Pizzería Güerrín está numa posição privilegiada, no Centrão de BsAs – o bairro se chama San Nicolás. Para você se situar, a pizzaria está a menos de 500 metros de distância do Obelisco, talvez o ponto turístico mais importante da capital argentina (a pizzaria está na Corrientes no lado do Congresso e não da Casa Rosada), 650 metros do Teatro Colón, talvez o prédio mais imponente da Avenida 9 de Julio, e 800 metros da Plaza del Congreso. No meu caso, adoro ver filmes no Cine Gaumont (que fica na Plaza del Congreso) e não perco os grandes protestos (os melhores são feitos em frente ao Congresso argentino). Aí uma pizza antes ou depois das sessões cinematográficas e das manifestações cívicas é uma combinação tão obrigatória quanto pizza com guaraná – ops, não tem este sabor de refrigerante por essas bandas; foi mal!

Considerada a melhor pizza de Buenos Aires e uma das melhores do mundo, a Pizzería Güerrín também encanta os clientes pela dimensão de seus salões

Portanto, é fácil de chegar e de sair, independentemente de onde você more ou esteja instalado(a). Por exemplo, eu vivo em Saavedra (Dale Marrón, River botón/ Dale Marrón, ladrón botón/ Desde chiquitito soy del Marrón/ Señores soy de Saavedra y tengo aguante/ Los sigo a los Calamares a todas partes/ Platense es un sentimiento se lleva en el corazón/ Daría toda mi vida por ser campeón/ Dale Marrón, Dale Marrón, Dale Marrón, Dale Marrón), no extremo norte da cidade (ao ladinho de Núñez) e vou geralmente de metrô ou de ônibus à pizzaria. Em algumas ocasiões, quando estou sozinho e quero caminhar bastante, vou a pé mesmo (rolê de duas horas e meia). Porém, como sei que esse tipo de passeio não atrai a maioria dos meus conhecidos, melhor nem o citar por essas páginas, né?


O fato é que a Güerrín combina perfeitamente com os vários passeios pela Avenida Corrientes e com as incontáveis atrações da redondeza. Dá para amarrar uma pizza antes ou depois de uma peça de teatro e de um cineminha. Confesso que já fiz isso várias vezes. Ou mesmo aparecer por lá só para degustar as redondas. Também já fiz isso em dezenas de oportunidades. Aí acompanhar a movimentação dos teatros, cinemas e livrarias e a luminosidade dos letreiros da avenida se torna um complemento à experiência gastronômica. Em suma, a pizzaria é um programão por si só, que dá para ser feito com amigos, familiares, em dates e até sozinho.


Além da ambientação inigualável da Corrientes (pelo menos na América do Sul), o que torna a Pizzería Güerrín tão especial, Ricardo? Boa pergunta, astuto(a) e curioso(a) leitor(a) do Bonas Histórias. A resposta para essa interrogação é mais complexa do que parece. Talvez eu precise listar algumas características que fazem dessa pizzaria a melhor de Buenos Aires e, quiçá, uma das melhores do mundo. Até porque, era assim mesmo que ela se apresentava ao público até pouquíssimo tempo. Em sua fachada, havia uma frase nem um pouco modesta: qui si impasta la migliore pizza del mondo. Sim, estava em italiano. Será verdade ou exagero de publicitários argentinos, que têm a mania de intitular vários aspectos de sua capital como o melhor ou o maior do planeta?! É isso o que vamos descobrir agora na coluna Gastronomia, senhoras e senhores.


O primeiro aspecto da Güerrín (ou o segundo, se considerarmos a localização privilegiada como o elemento inaugural) que chama a atenção dos visitantes de primeira viagem é a quantidade de clientes. Não importa o horário e o dia da semana, sempre haverá uma aglomeração na entrada da pizzaria. O comensal desavisado certamente olhará para o pequeno salão interno e pensará desanimado: não tem mesa vaga hoje e/ou vai demorar uma eternidade para arranjarem um lugarzinho para mim. Nessa hora, surge Compadre Washington de baixo de uma mesa gritando: sabe de nada, inocente! Se você não tiver a sorte de pegar o turno do vocalista do É o Tchan, quem faz as honras da casa é Serginho Chatinho, que aparece por detrás de uma pilastra bradando a plenos pulmões: pegadinha do Malandro, pegadinha do Malandro!   


Se você se sentir intimidado logo na chegada, respire fundo e não perca o espírito esportivo, por favor. O que você precisa saber para começo de conversa é que a Pizzería Güerrín é gigantesca. E quando uso o termo gigantesca não estou exagerando (algo que, confesso, costumo fazer bastante em meus textos). Segundo li certa vez, essa tradicional casa de pizzas de Buenos Aires comporta até mil pessoas. Repito: um mil clientes!!! Se você não entendeu a dimensão absurda, vou colocar em numeral: 1.000 consumidores. Se essa não for a maior pizzaria do mundo, certamente estará entre as maiores. Como paulistano apaixonado por redondas, confesso que não conheço na minha cidade um local com tal porte.

Com pizzas de sabores únicos e com fartos recheios, a Pizzería Güerrín é um local obrigatório para os amantes da gastronomia italiana que vivem ou passeiam pela capital argentina

Aí está um dos grandes charmes da Güerrín. Ela é composta por vários salões, algo que o visitante novato não nota assim que chega. Logo na rua, há algumas mesas na calçada, uma tradição portenha. Confesso que nunca fiquei ali em minhas visitas à pizzaria da Corrientes. Portanto, não sei definir se é legal ou não. Contudo, tenho a impressão de que há tanta coisa divertida e diferente em seu interior que ficar no lado externo é uma tremenda bola fora (literal e figurativamente). É como ir ao motel com uma mulher maravilhosa e ficar no corredor, no lado de fora do quarto. Aí não dá, né? Tá bom, tá bom, já fui melhor (e menos indelicado) nas minhas comparações. Desculpe-me. Prometo melhorar na próxima vez. Ainda assim, é mais ou menos esse o sentimento de ficar na rua num lugar com tanta história e tantos atrativos.


Logo ao entrar, o cliente se depara com o que os argentinos chamam de La Barra. La Barra é o lugar da pizzaria para se comer de pé, num balcão grande e coletivo. Daí o seu nome – barra é uma referência às barras de ferro ou barras de madeira que eram usadas para a confecção dos balcões. Ficar nesse local pode ser bastante interessante dependendo da sua necessidade. La Barra é ideal para quem está com pressa e quer fazer uma refeição super-rápida. É só ir ao caixa, pagar, levar a comanda para a estufa, pegar o prato de pizza solicitado com o atendente, apanhar os talheres à disposição e ir para o balcão comer. Tudo simples e rápido. Quem está em horário de almoço (sim, as pizzarias argentinas abrem no horário do almoço ao melhor estilo das coirmãs italianas) e quem vai pegar em breve uma sessão de cinema ou teatro (e não pode perder tempo) recorrem habitualmente a essa modalidade. Ou quem está sozinho e quer praticidade (coloca o dedo aqui que já vai fechar!).


A desvantagem da La Barra é que as opções de pizza são mais limitadas. Eles só oferecem os sabores tradicionais. Esse é um padrão tanto da Güerrín quanto das demais pizzarias da Argentina. Ou seja, se você quer comer em porção, tem que pedir as mais comuns. Outro problema que ocorre ali é que às vezes a pizza pode vir fria. Estamos falando de algo guardado em uma estufa, né? Por mais que os atendentes perguntem se você quer que eles deem uma esquentada, na hora do movimento, da correria, dá para imaginar que esse cuidado não ocorra com tanta frequência. Ainda assim, preciso reconhecer que nunca comi pizza fria em La Barra da Güerrín – algo que já ocorreu algumas vezes, por exemplo, no Império da Pizza em Chacarita e na Pizzaria Burgio em Belgrano, outros dois locais que frequento com assiduidade.                 


Entrando efetivamente no salão da Pizzería Güerrín, há um espaço no térreo com cerca de dez ou quinze mesas. Essa ala está encostada a La Barra e próxima a um paredão. Ali já dá para pedir as pizzas inteiras. E ainda é possível solicitar as porções individuais de pizza, tal qual se você estivesse no balcão. A diferença é que você pode comer sentado (algo impossível no setor anterior). Esse é o diferencial dessa primeira seção dos salões da pizzaria. Quase todas as mesas são para dois lugares e o aperto dá o tom desse cantinho muito concorrido. O lado negativo é que é o local mais barulhento e movimentado da casa. O entra e sai de pessoas pelo corredor é intenso – não é indicado para uma cita ou para um encontro romântico. Ainda assim, se você quer comer pizza em fatia com o mínimo de conforto, é melhor do que em La Barra.


Passando por essas mesas iniciais, temos o segundo salão efetivo da Güerrín, ainda no térreo, a chamada Planta Baja. Para ser sincero, não há uma delimitação clara entre esse novo espaço e o anterior. Você precisa contar o número de mesas para saber se está na primeira ou na segunda ala. Aqui as mesas são maiores e, portanto, comportam grupos com três, quatro, cinco ou seis pessoas. E há mesas para só dois lugares também – no caso de você estar acompanhado(a) apenas do mozão. Evidentemente, há mais conforto na Planta Baja e uma distância um pouco maior entre as mesas (só não espere muita coisa nesse sentido). Por outro lado, ali já não é possível pedir as porções de pizza, só as redondas inteiras (pequenas de quatro pedaços ou as grandes de oito fatias). 

A Pizzería Güerrín é famosa por produzir a melhor pizza de Buenos Aires e, quiçá, uma das melhores redondas do mundo

O cliente iniciante pensa que a pizzaria se resume a isso, mas não. Há vários outros salões ocultos na Güerrín ou não tão evidentes ao primeiro olhar. Ao fundo do térreo, surge uma escadaria. Vale a pena subi-la. Ela dá acesso a dois salões: o Primer Piso e a Planta Alta. O Primer Piso (primeiro andar) possui um conjunto de mesas para grupos maiores de frequentadores. Seus públicos são as famílias. Trata-se de um espaço muito parecido ao anterior (Planta Baja), mas um pouco mais intimista e sossegado.


Já a Planta Alta (segundo andar) é o local mais requintado e confortável da Pizzería Güerrín. Por ser mais novo, esse salão também tem decoração e mobiliário mais caprichados (faz referência ao universo cênico da Avenida Corrientes). Curiosamente, esta não é a ala mais concorrida do estabelecimento. Sempre há mesas livres ali. Tenho a impressão de que a maioria dos clientes não tem paciência para subir tantos andares atrás de uma mesa. Além disso, esse setor é enorme (o segundo maior da pizzaria). Sua capacidade é de 240 pessoas (maior que a maioria dos estabelecimentos por aí). Ou seja, comporta 24% dos clientes da Güerrín.


Em horário de muito movimento, não penso duas vezes: entro, subo as escadas e vou até a Planta Alta em busca de uma mesa. Há espaços para grupos grandes e para casais. Para uma cita ou jantar romântico, esse é o local ideal! O aspecto negativo é que quando o movimento da casa não é tão alto, esse setor fica fechado. Aí não há o que fazer. É preciso procurar mesa nos outros salões.


Se você acha que acabamos o passeio pelos diferentes espaços da Güerrín tire o cavalinho da chuva. O melhor ficou para o final. Na parte de baixo da escadaria, ao ladinho da Planta Baja, há uma porta despretensiosa. Ela normalmente fica fechada e uma funcionária permanece de pé para controlar o fluxo de pessoas. Quem não conhece pensa se tratar de um acesso exclusivo de funcionários à parte interna da pizzaria. Mas não. Essa porta leva os clientes ao Patio Napolitano, o setor que na minha opinião é o mais legal, principalmente quando você estiver com um grupo animado de parentes e amigos.


Para chegar a essa outra ala, temos que percorrer um corredor enorme, que mais parece a ala de uma antiga fábrica. Só esse passeio já vale a visita. O corredor é escuro, estreito e cumprido. Ao percorrê-lo, a pessoa vai cruzando várias salas, que vão de estoque de produtos, cômodo de descanso de funcionários e outros salões com mesas. Há inclusive uma parte em que vemos os uniformes da equipe estendidos, como se estivessem secando – o que aumenta o ar de informalidade e de intimidade entre funcionários e clientes. Ao final do longo corredor, chegamos, enfim, ao almejado Patio Napolitano.

Pizzaria querida por argentinos e turistas, a Güerrín impressiona pela dimensão de seus salões e pelas pizzas de sabores únicos e com fartos recheios

O que faz dessa a ala a mais agradável da Pizzería Güerrín é que ela é a mais “aberta” da casa. Seu amplo salão não tem divisórias, colunas ou escadarias. Você tem uma visão abrangente do local, o que potencializa a experiência gastronômica e a sensação de bem-estar. Por isso mesmo, usei o termo “aberta” entre aspas – há cobertura, tá. Outra questão relevante é que o Patio Napolitano é o setor com maior capacidade da pizzaria. Inaugurado em 2020, ele comporta em torno de 280 pessoas (28% dos clientes do estabelecimento). Sempre que vou com tempo e quero aproveitar ao máximo a Güerrín, fico nessa ala. O problema é que ela é a mais concorrida. Raramente conseguimos uma mesa sem precisar esperar. E a espera é de pé naquele corredor escuro, estreito e cumprido que usamos para acessá-lo. Se você não estiver com muita fome e se propõe a encarar uma pequena bagunça, vá de Patio Napolitano.


Há ainda um salão bem simpático que fica escondido entre as várias salas do corredor que liga a Planta Baja ao Patio Napolitano. Sinceramente, não sei o seu nome – nem sei se tem uma nomeação específica. Só sei que ele é exclusivo para grupos com mais de oito pessoas. Como nunca visitei a Güerrín na companhia de tanta gente, admito que nunca consegui frequentá-lo. Porém, só de espiá-lo, nota-se o quão divertido é ficar ali.  


Por ter vários espaços, a Pizzería Güerrín conta com cinco fornos a lenha. Cada cozinha atende a uma parte do estabelecimento: o Horno 1 serve a La Barra, as mesas externas e as primeiras mesas da Planta Baja; o Horno 2 a Planta Baja; o Horno 3 o Primer Piso; o Horno 4 a Planta Alta; e o Horno 5 municia o Salão Napolitano e a ala que não sei o nome que é voltada para grandes grupos. Em termos de organização, podemos entender essa casa como cinco pizzarias diferentes em um lugar só – com o mesmo nome e com a mesma qualidade de produto, claro.


O tamanho exagerado dos salões é uma das atrações da Güerrín. Se você não a conhece, recomendo fazer um passeio por todas as suas alas antes de escolher uma mesa. É isso o que faço sempre que levo algum amigo, familiar ou paquera lá pela primeira vez. Só depois de batermos perna por todas as alas (é bem divertido mesmo nos dias e horários de maior movimento, mas o rolê interno pode demorar um pouquinho), pergunto para minha companhia: em qual salão você quer ficar? Invariavelmente a resposta é: Patio Napolitano. Quando a fila ali é absurda, meus companheiros de aventura gastronômica respondem sem pestanejar: lá em cima (Planta Alta). Por isso, quando não estou em La Barra (onde fico quando vou sozinho), tenha certeza de que estou no salão do fundo ou no salão superior (é onde fico quando estou bem acompanhado).   


Repito: independentemente de onde você fique na Pizzería Güerrín, a pizza é a mesma. E aí entramos no cerne da questão. Jojo Todynho cantaria: que redonda é essa, viado/ que redonda é essa, que tal o arraso/ que redonda é essa, viado/ que redonda é essa, arraso/ Tango, na cara da inimiga vai/ Tango, desfila com as amigas vai. Se a localização agrada aos noctívagos e aos fãs da cena artístico-cultural argentina e se a dimensão do estabelecimento impressiona os turistas de primeira viagem, é na hora de provar as pizzas da casa que o cliente entende a reputação do lugar. Aí pare o mundo que eu quero descer. Que ricas elas são, senhoras e senhores!

Considerada a mais tradicional pizzaria da Argentina, a Pizzería Güerrín tem quase 100 anos de existência e está localizada na Avenida Corrientes, no bairro de San Nicolás, no Centro de Buenos Aires

É bom alertar que as redondas da Güerrín (e das pizzarias argentinas de maneira geral) são diferentes daquelas servidas em São Paulo. Daí a dificuldade do brasileiro para se habituar. A distinção está no tipo de massa e na quantidade de recheio. A massa é mais grossa e se parece bastante com as dos pães. Não sei explicar tecnicamente (não sou pizzaiolo), mas são mais aeradas. Ou seja, apesar de maiores e mais grossas, elas não são pesadonas. Aí está justamente o segredo da excelência. Ao oferecer uma massa mais consistente, é possível colocar mais recheio, algo inviável quando o suporte é fininho (como as pizzas paulistanas).


A combinação de massa mais grossa, mas sem ser parruda, com overdose de recheio é de fazer salivar até as almas menos gulosas. No caso da Pizzería Güerrín, você nota que eles exageram tanto na quantidade de ingredientes quanto na qualidade da matéria prima. Não falo isso por finalidades publicitárias (o conteúdo do Bonas Histórias é 100% autoral e 0% comercial) e sim como cliente assíduo que se maravilhou com as redondas provadas ali. Os ingredientes da Güerrín são excelentes. Para você perceber o que estou dizendo, prove a muçarela. Mama mia! Ela é de primeiríssima prateleira. E não há economia. Uma fatia de pizza dessa casa tem mais recheio do que a pizza inteira de muitas pizzarias consideradas de primeiro nível na minha São Paulo.


No caso das redondas, não é apenas a qualidade do produto e a excelência dos ingredientes que cativam o público brasileiro. Ao mergulharmos no cardápio da Güerrín, encontramos várias opções interessantes que não são vistas normalmente em nosso país. Por exemplo, as minhas duas pizzas argentinas favoritas são a Muzzarella, Jamón y Morrones e a Fugazzeta, criações totalmente locais. Depois de prová-las, você pensa: por que os pizzaiolos paulistanos nunca pensaram em algo desse tipo, Meu Deus?! Nesse momento, você começa a se questionar se São Paulo tem realmente a melhor pizza do mundo, como muitos habitantes da capital paulista acreditam.


Curiosamente, eu não sou fã de presunto (só curto no misto quente ou no bauru – nem na lasanha acho que fica legal) e não ia com a cara do pimentão (não me lembro de quando comi esse legume pela última vez no Brasil). Porém, uni-los à muçarela é uma sacada genial. A impressão é que eles foram feitos para serem combinados com queijo. Daí minha paixão pela muçarela com presunto e pimentão (que no espanhol argentino vira Muzzarella, Jamón y Morrones). Não consigo ficar mais do que uma semana sem pedir uma porção desse sabor. Até posso passar um mês sem comer arroz, feijão e carne, mas não fico sete dias sem provar a incrível Muzzarella, Jamón y Morrones.  


Outra obra-prima da gastronomia portenha é a Fugazzeta. Essa é uma redonda clássica para o argentino, mas de sabor e constituição totalmente distintas para os brasileiros. Para começo de conversa, ela não tem molho de tomate (what?!). Ela é feita com a colocação da muçarela diretamente na massa (muita muça!). Em seguida, acrescenta-se uma cobertura de massa (a mesma da base da pizza), só que bem fininha e com pequenos furos (normalmente feitos com espetadas do garfo). Nesse momento, a pizza fica com aparência de calzone. Por cima do telhado, vai muita cebola temperada. E em alguns lugares (como na Güerrín), coloca-se em cima da cebola mais queijo (muçarela e/ou parmesão). Quando a pizza sai do forno, curiosamente, a massa superior derreteu e o aspecto de calzone desapareceu, dando a impressão de ter mais queijo ainda. Para completar a passagem para o Paraíso, ainda colocam o que os argentinos chamam de vitamina (um tempero espetacular que faz a função do orégano – o da Pizzaria Burgio é o melhor).

Com mais de 90 anos de existência, a Pizzería Güerrín é considerada a melhor pizza da Argentina e um dos pontos turísticos da gastronomia de Buenos Aires

Juro que se tivesse as Sete Maravilhas da Gastronomia Mundial, certamente a Fugazzeta estaria na lista. Os argentinos gostam tanto dela (por motivos óbvios) que ela só perde em popularidade para a tradicional muçarela (básica). Depois da muça convencional, o que as pizzarias portenhas mais vendem é a belíssima e apetitosa Fugazzeta (não confundir com a Fugazza, que é outro sabor). Quer me deixar feliz? Então me sirva um pedaço de Muzzarella, Jamón y Morrones e um pedaço de Fugazzeta. Depois de devorá-las, não há mal humor ou depressão que resista.


Outra criação mágica da culinária italiana de Buenos Aires é (prepare-se porque essa é uma bomba sinestésica) a pizza de ovo frito. O quê?! Calma, calma, intrépido(a) e desconfiado(a) leitor(a) da coluna Gastronomia. Antes que você pare a leitura deste post ou questione a minha sanidade mental, deixe-me explicar que o resultado é mais agradável do que podemos crer. Basicamente, eles fazem uma pizza normal (muçarela e presunto) e por cima colocam ovo frito. No caso, o correto seria conjugar o complemento verbal no plural: ovos. São em torno de 12 ovos fritos – um banquete para qualquer maromba de plantão. Essa é a famosa pizza de Muzzarella, Jamón y Huevos Fritos, provavelmente o prato mais exótico que você encontrará nas pizzarias portenhas e na Güerrín. Não é uma pedida para se fazer sempre (no caso, toda semana), mas sim para provar ou comer de vez em quando. Aí ela é perfeita.


Se você é paulistano(a) e adora pizza de calabresa (a segunda mais saída em São Paulo, só perdendo para a Muça clássica), preciso contar que em Buenos Aires eles não tem o costume de comer esse sabor nas redondas. Por isso mesmo, aviso que essa não é a melhor pedida por aqui. Das poucas vezes que solicitei uma pizza de calabresa (ela até consta no cardápio, mas não é boa), admito que me arrependi. Para não se frustrar, talvez o mais adequado seja ir de Pepperoni. Ainda assim, adianto que não é a melhor alternativa ir por esse caminho. Deixe a carne de porco para o choripan, esse sim um prato argentino de lamber os dedos, principalmente se vier com chimichurri e papas fritas.


Já que estamos falando do que não comer, não perca seu tempo, dinheiro e apetite com a fainá. Você não sabe o que é isso, caro(a) conterrâneo(a)? Então não gaste sua energia querendo entendê-la (muito menos provando-a). Simplesmente ignore as fainás. Falo isso para o seu próprio bem. Para mim, elas são horríveis. São tão ruins que não são consumidas individualmente pelos argentinos e sim acopladas às fatias de pizza (geralmente na de muçarela). Juro que não entendo o hábito de comprar um belo pedaço de redonda e acrescentar nele uma massa seca e sem gosto. Ai, ai, ai. Até aprendi a tomar mate, mas não me apareça com uma fainá na minha frente, por favor.  


Na Pizzería Güerrín, repare na grossura do cardápio. Ele está mais para um livro ao melhor estilo tijolão do que para um simples menu. São incontáveis pizzas ofertadas. É legal notar que a variedade de combinações beira o absurdo. Isso mostra a preocupação do estabelecimento em oferecer as redondas que os clientes desejam. Por isso, dificilmente você precisará fazer invenções (coloque isso, tire aquilo...). Para não se arrepender depois, invista um bom tempo folheando atentamente a carta inteira. Toda vez que vou lá com calma, descubro um sabor novo e ótimo nas páginas mais ao fundo.  

A Pizzería Güerrín possui encantos e delícias que a fazem ser a maior e mais famosa pizzaria de Buenos Aires

Como as melhores pizzarias argentinas, a Güerrín também oferece empanadas. O duro é, diante de tantas opções incríveis de redondas, provar as empanadas, né? Meu sangue italiano não permite essa ofensa culinária. Confesso que só comi uma única vez esse item clássico da gastronomia argentina no estabelecimento da Corrientes. E, curiosamente, foi num dia de semana e no horário do almoço. Ao passar em frente da Güerrín, me veio a ideia: por que não pegar umas empanadas para forrar o estômago já que não estou com vontade de pizza (tinha comido uma redonda na noite anterior)? Pronto! Foi assim que descobri que elas são excelentes. Mesmo assim, não trocaria um pedaço de pizza por uma empanada em condições normais de temperatura e pressão.


Nessa lista de aspectos positivos da Pizzería Güerrín, preciso comentar ainda a sua ambientação com ar positivo e alegre. Sinto uma vibe muito boa nesse lugar, por mais barulhento que sejam seus salões, por mais entulhado de gente que a pizzaria esteja e por mais apertadas que sejam suas mesas. Não sei explicar. Há estabelecimentos que vamos e nos sentimos bem, com uma atmosfera agradável e divertida. E há outros que paira um clima mais pesado. Na Güerrín, independentemente do salão escolhido, a aura é sempre pra cima. Impossível você se sentir mal ali. Essa condição não ocorre, em uma comparação direta, nas minhas outras duas pizzarias favoritas: a Império da Pizza de Chacarita e a Pizzaria Burgio de Belgrano.


Por tudo isso, a Güerrín é minha pizzaria favorita em Buenos Aires (e no mundo). Ainda assim, é bom dizer que ela não é perfeita. Há aspectos que podem incomodar alguns clientes mais exigentes e que preciso citar neste post do Bonas Histórias. O primeiro dessabor é o conforto – no caso, a falta dele. Não estamos falando de um estabelecimento gastronômico em que o público consumidor vai se sentir muito à vontade. Infelizmente, as mesas são muito próximas umas das outras, o movimento é constante e o barulho pode incomodar as almas mais sensíveis. Além disso, como o espaço dos salões é reduzido, as pizzas são colocadas em cima da mesa (não há aparadores ou suportes de apoio). Aí o aperto impera. Contudo, nada que diminua o clima de diversão e informalidade.


Outro ponto delicado é a imprevisibilidade do serviço. Por ser muito grande e ter equipes divididas por salões, a Pizzería Güerrín está longe de oferecer um atendimento padronizado e de alto nível. É verdade que nunca fui maltratado ou passei nervoso lá, mas já peguei garçons lentos, desatentos e secos, principalmente nos horários de maior movimento. Fora do rush, eles são mais simpáticos e divertidos, o que potencializa a experiência de consumo. De qualquer maneira, deixo destacado que o diferencial desta pizzaria não é o seu serviço.


Em junho de 2025, data em que escrevo essas linhas, o preço deixou de ser um atrativo da Güerrín. Aí o problema não é desta pizzaria em particular e sim da Argentina como um todo. O país de Milei ficou caro para os brasileiros. Diria até que está muuuuuuito caro. Para você ter uma ideia, quando me mudei para Buenos Aires em meados de 2023, uma pizza grande na Güerrín e bebida para duas pessoas saía por aproximadamente R$ 50 (algo como 9 mil pesos argentinos). Vamos combinar que era baratíssimo, né? Hoje, dois anos mais tarde, a mesmíssima pizza grande com bebida para duas pessoas sai por cerca de R$ 250 (mais ou menos 52 mil pesos). É um valor superior ao das melhores pizzarias de São Paulo! Um belo jantar desse tipo na capital paulista fica entre R$ 150 e R$ 180 (se a bebida for cerveja e não vinho, claro).

Fundada em 1932 e localizada na Avenida Corrientes, no bairro de San Nicolás, a Pizzería Güerrín é uma das mais tradicionais casas de pizza de Buenos Aires

Eu que me acostumei com as vantagens do outro ciclo econômico (era feliz e sabia!), acho bem carinha a nova precificação da Güerrín. Ainda assim, é bom dizer que este não é um valor muito mais alto do que você paga em outras boas pizzarias portenhas. Afinal, estamos falando de um lugar qui si impasta la migliore pizza del mondo. De qualquer maneira, deixei de frequentá-la com a mesma assiduidade de outrora – assim como reduzi drasticamente todas as saídas gastronômico-culturais em Buenos Aires nos últimos meses. Simplesmente, meu bolso ficou pequeno demais. Agora, com minha carteira cada vez mais vazia, só vou para a tradicional casa de redondas da Av. Corrientes em datas especiais. Ou para pegar uma porção em La Barra depois de uma sessão de cinema do Cine Gaumont (o cinema mais barato da Capital Federal).


A última vez que entrei nos salões da Güerrín faz menos de um mês. Foi na visita a Buenos Aires de um dos meus melhores amigos. Abraço, Paulinho! Pablito passou três semanas de maio, o mês do meu aniversário, aqui em casa. Veio para celebrar os meus 44 cumpleaños. Esse rapaz é ou não é uma fofura, hein? E um dos presentes que ele me deu foi justamente um jantar na Güerrín, que ele ainda não conhecia. Fomos lá na sua última semana de viagem. Até mesmo Paulo que não é chegadinho em pizza (o negócio dele é carne e vinho, carne e vinho, carne e vinho – como deixou explícito no post de CABA que não ACABA, narrativa de sua primeira viagem à capital Argentina), curtiu o passeio.


A próxima visita à Güerrín, se eu conseguir juntar uns trocados, será no fim de junho, no aniversário da mais linda canceriana de Caballito. Beso, Aninha. Só vamos ver se vai pingar alguma graninha na minha conta até o fim do mês para presenteá-la com uma bela pizza. Essa vida de pobre não é fácil, viu?


Por mais que tenha diminuído bastante as idas a San Nicolás, ainda sim bato ponto mensalmente por lá. Qualquer motivo justifica uma fugidinha para aqueles lados da cidade: hóspedes brasileiros em casa, date com mocinhas interessantes, fome antes ou depois do cineminha, aniversário de alguém importante etc. Por mais que seja a minha pizza favorita, admito que a Güerrín não é a pizzaria que mais frequento em Buenos Aires. O motivo é apenas a distância. Num final de semana comum, dou uma corrida rápida à Pizzaria Burgio, que fica no ladinho de casa e é também muito boa. Quando quero caminhar um pouco mais, vou até a Império da Pizza, a cerca de uma hora a pé de Saavedra. Atravessar a cidade para comer pizza não é algo que eu tenho disposição para fazer rotineiramente. Querendo ou não, Saavedra e San Nicolás estão em pontas opostas de Baires.   


Se você estiver programando uma visita à Pizzería Güerrín, é bom se ligar nos horários de funcionamento da casa. Ela abre às 11 horas da manhã (acredite se quiser, mas há pizzarias da capital argentina que abrem as 7 horas da matina!) e fecha à 1 hora da madrugada. Às sextas-feiras e sábados, a operação se estende até às 2 horas da manhã. Para os brasileiros que ainda estranham a abertura deste tipo de negócio ao meio-dia, vale dizer que estamos numa cidade com forte migração italiana. Almoçar redondas faz parte da cultura local. Nesse sentido, Buenos Aires é muito mais italiana do que São Paulo.


Por essas e outras, acho um enorme desperdício meus conterrâneos virem para a metrópole argentina e não provarem a gastronomia italiana daqui. Por mais que as carnes de Buenos Aires sejam maravilhosas, minha maior surpresa culinária ficou com as pizzas portenhas. E nessa seara, tenho um latifúndio em meu coração para as redondas da Güerrín. Essa pizzaria é espetacular, vale a pena conhecê-la, senhoras e senhores. Ou, no pior dos casos, ler um post inteiro sobre ela na coluna Gastronomia.


Que tal este post e o conteúdo do Bonas Histórias? Compartilhe sua opinião conosco. Para conhecer as demais críticas gastronômicas do blog, clique na coluna Gastronomia. E não se esqueça de nos acompanhar nas redes sociais – Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn.

A Epifania Comunicação Integrada é parceira do Bonas Histórias, blog de literatura, cultura e entretenimento
A Dança & Expressão é parceira do Bonas Histórias, blog de literatura, cultura e entretenimento
Eduardo Villela é Eduardo Villela é book advisor e parceiro do Bonas Histórias, blog de literatura, cultura e entretenimento
Bonas Histórias | blog de literatura, cultura e entretenimento | bonashistorias.com.br

Blog de literatura, cultura e entretenimento

bottom of page