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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural (literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura e gastronomia), o Blog Bonas Histórias analisa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 42 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

  • Foto do escritorRicardo Bonacorci

Crônicas: Tempos Portenhos - Apresentação

A nona temporada da coluna Contos & Crônicas será sobre a vida na cidade de Buenos Aires. Ao longo de 2024 e 2025, acompanharemos os relatos pessoais de um brasileiro que está morando na capital da Argentina. Confira os detalhes e a programação da nova série narrativa do Bonas Histórias.


Apresentação da coletânea de crônicas Tempos Portenhos, série de relatos pessoais de Ricardo Bonacorci sobre como é viver em Buenos Aires

Novidade! Olha a boa nova aí, gente! Exclusivo: temos notícia quentinha saindo do forno! Bomba, bomba que acabou de ser revelada! Vocês viram a última? Ninguém fala de outra coisa no Brasil nas últimas horas. Conheça as revelações INACREDITÁVEIS que poucos tiveram a coragem de mostrar ao grande público. O país está parado na expectativa do que será dito sobre esse assunto.


Emulando as manchetes sensacionalistas dos antigos jornais popularescos (que os sites pseudojornalísticos tão bem incorporaram nos últimos anos para angariar milhares de cliques) informo que teremos uma nova série narrativa na coluna Contos & Crônicas. Sim, senhoras e senhores, esta era a grande novidade que eu tinha para revelar com tanta avidez. Antes que comecem a voar tomates e ovos na minha direção (não façam isso por favor; os alimentos estão caros e a fome no mundo é grande!), deixem-me explicar o inexplicável.


Em 2023, foi a primeira vez (na história deste país) que não tivemos uma coletânea de textos exclusivos no Bonas Histórias. Por que interrompi a tradição de nove anos de apresentação regulares de narrativas ficcionais (romances, novelas e contos) e não ficcionais (crônicas e memórias) no blog, hein? Simplesmente porque não tive inspiração para produzi-las. Sei que é feio falar sobre isso, mas é a verdade (verdadeira). Fazer o quê?! Esconder o bloqueio criativo e a aridez literária embaixo do tapete? Nananinanão. Aqui revelo a realidade nua e crua sem moderação. Sou adepto do doa a quem doer e do custe o que custar. Contra o mundo idílico propagandeado pelas redes sociais e em oposição à rotina maravilhosa estampada pelos colegas blogueiros (à la comercial de margarina), trago o que Nelson Rodrigues convencionou chamar de a vida como ela é.


Já que apertei duas vezes a tecla S (da Sinceridade Suicida), vou mais longe nos detalhes sórdidos. Em 2022, já não tinha nenhuma novidade para apresentar aos leitores do blog. Por isso, reciclei uma coletânea de crônicas antiga (desenvolvida originalmente em 2012), "O Ano que Esperávamos Há Anos". Acho que o resultado até que foi muito satisfatório para um material tão antigo (diria até que pré-histórico – uma época em que estava engatinhando na escrita criativa e no fazer literário). Pelo menos o feedback que recebi dos leitores mais assíduos sobre a última série narrativa foi positivo. Ou no pior dos casos, a coleção não ficcional do torcedor corintiano que viveu os melhores anos de sua vida em 2012 deu para o gasto. Se bem que sou suspeito para falar, né? Os tempos em que o Timão era imbatível dentro e fora das quatro linhas e o técnico Tite tinha personalidade invejável até hoje trazem ótimas recordações para a Fiel Torcida.


Em outras palavras, meu bloqueio criativo não era algo momentâneo – já durava dois anos! Se preferir, eram 24 meses, 104 semanas, 730 dias de página em branco. Com medo que ficasse mais uma temporada no vazio criativo (ou que esse virasse o meu novo normal), resolvi promover grandes transformações na minha nada edificante vida. O meio de 2023 representou o momento que chamei de “revolução pessoal do Ricardinho”. Foi aí que apertei outro botão, o F no teclado da minha vida. Em busca de inspiração para novas histórias, matéria prima essencial da coluna Contos & Crônicas e do meu trabalho como escritor ficcional, troquei de empregos (sim, no plural), me mudei de cidade, rompi antigos relacionamentos e alterei sensivelmente minha rotina. Achou muita coisa? Sabe de nada, inocente!


Nona série narrativa da coluna Contos & Crônicas, Tempos Portenhos é a coletânea de narrativas não ficcionais em que Ricardo Bonacorci revela como é para um brasileiro morar em Buenos Aires, a capital da Argentina

Passados quase seis meses do estopim da “revolução pessoal do Ricardinho” (que minha família prefere ver até hoje como “surto de maluquice do Ricardo”), me pergunto: valeu a pena?! Algo mudou efetivamente no meu trabalho literário? Deu certo virar a rotina do avesso? A resposta, ufa, é a melhor possível. Os resultados têm se mostrado extremamente compensadores até aqui. Não apenas a criatividade e as ideias retornaram com abundância como tive tempo para produzir esta que será a nona temporada de Contos & Crônicas, uma das mais tradicionais colunas do Bonas Histórias. Em longevidade, talvez ela só perca para Livros – Crítica Literária, Cinema, Mercado Editorial e Músicas.


Se você acabou de chegar por aqui e não conhece essa seção do blog, posso dizer que ela é o espaço para a divulgação de minhas próprias narrativas literárias (e, esporadicamente, de tramas de colegas escritores). Neste bololô textual, já apresentei ora materiais ficcionais (as coletâneas de contos “Paranoias Modernas” e “Diálogos Urbanos”, a novela “O Ghost Writer” e os possíveis romances de “Primeira Página”), ora materiais não ficcionais (as coletâneas de crônicas “Eu e o Mundo”, “Março Negro” e “Doze Indícios que Envelheci Antes da Hora” e as memórias de “O Ano que Esperávamos Há Anos”). Para completar, ainda tivemos, em 2016, a novela “Histórias de Macambúzios” do talentoso Paulo Sousa. Enquanto nas demais partes do Bonas Histórias eu analiso as mais diferentes manifestações artístico-culturais produzidas por outros artistas (com destaque especial para a literatura), nos posts de Contos & Crônicas crio coragem e exibo meus textos autorais (e de autores que admiro).


Agora que a lufada criativa voltou a soprar perto da minha embarcação literária, voltarei à tradição que remonta às origens do blog. Ao longo de 2024 e 2025, quero trazer para vocês uma nova série de crônicas. Meus novos textos serão relatos pessoais sobre como é para um brasileiro viver na cidade de Buenos Aires, a localidade que escolhi para morar nos próximos dois anos. Nesta próxima coletânea textual intitulada “Tempos Portenhos”, vou revelar um olhar diferenciado sobre o dia a dia em Mi Buenos Aires Querido. Nos meus textos, pretendo abordar a cultura da Argentina, os hábitos locais, a história da capital dos hermanos e a rotina nessa que é para mim a metrópole da qualidade de vida na América do Sul.


A proposta é trazer no mínimo um texto por bimestre e no máximo um texto por mês. Neste primeiro ano de “Tempos Portenhos”, a frequência de posts será provavelmente mais baixa porque a nova temporada de Contos & Crônicas será publicada juntamente com a nova coletânea de entrevistas do Talk Show Literário. No próximo ano, com o encerramento (definitivo ou provisório, juro que não sei ao certo) dos bate-papos de Darico Nobar com as personagens clássicas da literatura brasileira, certamente teremos um número maior de relatos pessoais sobre a incrível Buenos Aires.


Caso alguém tenha ficado curioso do porquê deixei São Paulo (minha cidade natal e onde estava vivendo havia oito anos) e escolhi Buenos Aires (nessa segunda passagem por aqui), posso gastar algumas linhas explicando.


Em Tempos Portenhos, a nova coleção de crônicas do Bonas Histórias que apresenta os detalhes da vida em Buenos Aires, acompanhamos a experiência de um brasileiro que está morando na capital da Argentina

Comecemos pela saída. Confesso que poderia dizer que me cansei da violência paulistana, da sensação de constante insegurança, do barulho, da sujeira e do caos urbano. Também poderia alegar decepção com um país que se polarizou nos últimos anos em dois extremos políticos igualmente repugnantes e que me fazem enojar a mentalidade de meus conterrâneos. Também poderia dizer que me decepcionei tanto com algumas pessoas que a distância seria o mais prudente para mim (e para elas!).


Ao mesmo tempo que tudo isso é verdade, essas justificativas não explicariam exatamente o tchau tchau São Paulo, o bye bye Brasil. O motivo real do embarque foi a minha necessidade pessoal de voltar para a estrada. Depois do término do período pandêmico, que me fez ficar mais tempo do que imaginei em Sampa, era hora de voltar a viver novos (e bons) ares. Eu adoro conhecer culturas distintas e morar em diferentes regiões. Já até perdi a conta em quantas cidades já residi: Campinas (SP), Porto Alegre (RS), São Leopoldo (RS), Varginha (MG), Buenos Aires (ARG) e Jundiaí (SP).


Admito que não compartilho o sentimento (bastante arrogante por sinal) de muitos paulistanos (e de neopaulistanos) que acham que o Brasil se resume a São Paulo. Não concordo. Os períodos mais interessantes de minha trajetória pessoal e profissional e as fases com maior qualidade de vida foram justamente aqueles em que vivi (bem) longe da capital paulista. Exatamente por isso, a vontade de voar para terras distantes. Como trabalho em home office (muito antes desse formato se popularizar na pandemia de 2020), tenho a vantagem de levar o escritório na mala.


Se é para revelar o plano inteiro, vamos a ele. Minha ideia é não voltar tão cedo para São Paulo (abraço, Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas). Quero viver dois ou três anos em um lugar diferente e depois me mudar para outra localidade, onde também ficarei por mais dois ou três anos. Pretendo levar essa fase seminômade entre uma década e uma década e meia.


Na minha rota (de desejo de consumo) para morar estão, em ordem decrescente de vontade, Montreal (para aprender francês), Melbourne (para deixar o inglês à la Crocodilo Dundee), Montevideo (no caso de eu ficar rico, casar e ter filhos – essas coisas que eu não desejo para ninguém!), Florianópolis (nos meus melhores sonhos, estou entre Beira-Mar Norte e Lagoa da Conceição), Coimbra (para fazer o Mestrado em Escrita Criativa na Universidade de Coimbra), Ponta Delgada nos Açores (no caso de eu precisar fugir do mundo e ficar em um lugar bem remoto), Patagonia Argentina – San Martín de Los Andes, Villa de Angostura ou Ushuaia (mas para tal terei que convencer a policial de Belgrano a vir comigo – não dá para passar tanto frio estando sozinho!) e Copenhage (com o único objetivo de me casar com uma dinamarquesa padrão FIFA).


Produzido por Ricardo Bonacorci, escritor e editor-chefe do Bonas Histórias, Tempos Portenhos é a coletânea de crônicas que detalha como é para um brasileiro viver em Buenos Aires, a capital argentina

E onde entra Buenos Aires nesse lindo plano, Ricardinho?! Bom questionamento, atento(a) e astuto(a) leitor(a) desse meu querido blog. A Argentina, admito, não estava no plano original de imigração. Porém, eu precisava começar por algum lugar, não é? E a América do Sul me pareceu mais viável. Além disso, é mais fácil conseguir fixar residência nos países do Mercosul, onde ser brasileiro já facilita em muito os trâmites legais.


As quatro cidades sul-americanas que cogitei para essa primeira etapa do meu plano foram: Montevideo (achei uma cidade muitíssimo cara, totalmente inviável para meu orçamento atual, e pouco vibrante), Santiago do Chile (está fora do Mercosul, o que dificultaria um pouco a obtenção do visto de residência), Assunção (o local com o maior elemento de aventura pois não conheço NADA do Paraguai!) e Buenos Aires (lugar que conheço relativamente bem por já ter morado aqui quando trabalhava na Coca-Cola entre 2004 e 2005).


Com essas cartas colocadas na mesa, a escolha da capital argentina foi quase que natural. Além de ela estar muito barata (para quem ganha em real e gasta em peso argentino), é uma cidade encantadora. Sou apaixonado por Buenos Aires. Gosto tanto daqui que não me importaria de viver para sempre nessas terras (o difícil vai ser deixá-la em 2026!). Se por um lado estar novamente em CABA perde um pouco do ar de novidade, por outro lado acho que posso aproveitar mais o local agora do que na minha primeira passagem (há quase vinte anos!). Como trabalhava muito naquela época (isso quer dizer que não trabalho muito hoje?!), acredito que não tenha mergulhado como deveria na cultura portenha. Para completar, eu tinha só 22 aninhos, era quase uma criança (se você tem essa idade hoje até pode se sentir um adulto, mas eu era um garotão bastante imaturo, tá?!). Não creio que eu tivesse a capacidade intelectual e emocional para analisar a cultura, os hábitos e as particularidade da Argentina e dos argentinos naquela fase da minha vida.


Em suma, falei tudo isso para explicar como vim parar aqui. Estou vivendo desde meados de 2023 na Zona Norte de Buenos Aires. Meu primeiro apartamento ficava em Núñez e o segundo, onde ficarei pelo menos mais um ano, está em Saavedra. Escolhi propositadamente bairros pouco turísticos para poder vivenciar a experiência de estar entre os locais. Faço curso de espanhol três vezes por semana no Laboratório de Idiomas da Universidade de Buenos Aires (UBA), que está localizado no Microcentro (ao ladinho da Casa Rosada). Dessa forma, acabo percorrendo a cidade inteira (de ônibus, trem, metrô e, claro, em longas caminhadas) com bastante frequência.


Em “Tempos Portenhos”, quero dividir com vocês as observações, as surpresas e as reflexões que estou fazendo nesses meses iniciais na capital argentina. Mesmo próximo do Brasil, a Argentina é um lugar extremamente diferente do meu país natal. E a rotina e a atmosfera social de Buenos Aires não poderia ser mais distinta de São Paulo. Chega ser absurda a comparação entre as duas cidades. É sobre isso que vou revelar na nova coletânea de crônicas que começa oficialmente hoje.


Ao longo de 2024 e 2025, o Bonas Histórias apresenta a série de crônicas Tempos Portenhos, em que um brasileiro compartilha a experiência de viver na cidade de Buenos Aires

Como deu para perceber, possivelmente haverá no futuro novas séries narrativas não ficcionais sobre a experiência de viver em outros locais do mundo. Por ora, preciso segurar a ansiedade e me restringir aos relatos atuais: sobre a rotina em Buenos Aires e as observações do cotidiano portenho. Pensando nisso, fiz a programação do que a série “Tempos Portenhos” apresentará nos próximos meses. Segue, abaixo, o calendário estimado de publicações da nova coletânea de crônicas do Bonas Histórias sobre a capital da Argentina:   


- 29 de janeiro de 2024 – Apresentação (também conhecido como o texto que você está lendo agora!).



- 17 de junho de 2024 – Episódio 2: Vida ao ar livre.


- 29 de julho de 2024 – Episódio 3: Fazendo-se entender.


- 16 de setembro de 2024 – Episódio 4: A Policial de Belgrano.


- 21 de outubro de 2024 – Episódio 5: Sentando-se à Mesa.


- 13 de janeiro de 2025 – Episódio 6: La verdadera cancha del fútbol.


- 10 de fevereiro de 2025 – Episódio 7: Meu lugar no Mundo.


Esse é o cronograma de 2024/2025 da coluna Contos & Crônicas, senhoras e senhores. Prometo adicionar o calendário de 2025 tão logo ele fique pronto (não sou tão organizado assim para planejar os posts do blog com dois anos de antecedência, tá!?). Por enquanto acho que é isso, pessoal. Boas crônicas de “Tempos Portenhos” para todos nós!


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Nona série narrativa da coluna Contos & Crônicas, “Tempos Portenhos” é a coletânea de textos pessoais de um brasileiro que escolheu viver em Buenos Aires. Neste conjunto de memórias, Ricardo Bonacorci revela os detalhes da capital argentina, o dia a dia dos moradores locais e estrangeiros, a cultura da cidade, a história do país e os hábitos portenhos. Cada narrativa abordará um tema específico: o passeio habitual pelos parques; o amor incondicional aos cachorros; a paixão pela carne; a devoção pelo futebol; as particularidades da língua espanhola dos habitantes das margens do Rio da Prata; a segurança e a qualidade de vida na capital argentina se comparadas às das cidades brasileiras; a contradição da crise econômica e da metrópole fervilhante; o custo de vida mais baixo etc. O objetivo aqui é fazer, ao longo de 2024 e 2025, um raio-X da alma portenha.


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