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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural (literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura e gastronomia), o Blog Bonas Histórias analisa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 42 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

  • Foto do escritorPaulo Sousa

Miliádios Literários: maio/2021

Inspirado no inconfundível estilo de José Saramago, Paulo Sousa brinda os leitores do Bonas Histórias com as efemérides literárias deste mês.

Miliádios Literários: maio de 2021 - Paulo Sousa

São dias contados em mil, milhar de dias, um a um como desde o começo do universo, uma hora faz sol, outra faz lua, independente dos dias nublados que, apesar da impossibilidade de ver os astros, seguem na lógica rotacional, São dias em mil, enfim, miliádios, que na infinitude cósmica escolhemos o mês de maio de 2021 para analisar, mas poderiam ser outros, outras estórias, outras épocas, outros autores.


José Saramago, a quem a coluna Miliádios Literários tenta galhofamente e em vão copiar, falecera há apenas 4 miliádios, a serem completados em 31 de maio, O autor é o único ganhador lusófono do Nobel de Literatura, ao menos até a feição desta coluna do Bonas Histórias, e escreveu “Ensaio sobre a Cegueira”, “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, “Memorial do Convento” e inúmeras outras estórias, tão belas, profundas e misteriosas quanto os astros, todos pela Companhia das Letras, os livros, claro, não os astros, pois estes estiveram, estão e, ao que tudo indica, estarão, sob a companhia de fótons, quarks e antimatérias, essas coisas que só se encontram no Universo.


O dramaturgo norueguês Henrik Ibsen foi também diretor teatral, algo até esperado, dado sua proximidade com o tema, entre diretor e autor a distância é pouca, as cadeiras sempre perto das frisas, os bolsos longe das moedas, mas a voz, ah! a voz, mais alta e retumbante naquele do que neste (que prefere ecoar pelas cordas vocais dos atores). Mas para entrar nesta intrépida Coluna, a alcunha de escritor, mais a consagração histórica, mesmo que nichada, é suficiente, o que legitima a menção de seus 42 miliádios de morte no dia 19 e de seus livros “Um Inimigo do Povo” e “Casa de Bonecas”, ambos pela Companhia das Letras, mantendo as ressalvas supracitadas, exceto a parte do Universo.


Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde, eternizado como Oscar Wilde, é um escritor que desde sua época de Irlanda com batatas empestiadas influencia com frases inspiradas e motivacionais, no começo sensatamente, contemporaneamente avacalhadamente, mas miliadicamente justo, tão justo que apenas “O Retrato de Dorian Gray” (Via Leitura) é condição suficiente e necessária para citar seu falecimento há 44 mil dias, a serem completados em 19 do presente mês.


Italo Calvino, por ironia, ao contrário do sugerido, não nasceu na Itália, mas em Cuba, uma ilha ao invés de istmo, mas que em nada o impediu de cumprir sua sina sacramentada em cartório na morte, afinal, morreu na Itália, especificamente, em Siena, medieval feudo toscano tão antiquado quanto a ilha caribenha que fora seu berço. Italo é ítalo-cubano, ou cubano-italiano, para respeitar a ordem cronológica, e viveu sonoros 22.650 dias, até morrer em vida há 13 mil dias a serem completados dia 23, e morrer em vida não é pleonasmo para tamanho autor, um dos maiores do século XX, afinal, em livros como “Cidades Invisíveis” (Companhia das Letras), “O Visconde Partido ao Meio” (Companhia de Bolso) e “Se Um Viajante Numa Noite de Inverno” (Planeta DeAgostini), ele se eterniza.


Vão-se miliádios, ficam lembranças, e a Coluna deste mês se despede, ao fim e ao cabo, sem ironias gentílicas, que permeariam esta Coluna se Lima Barreto tivesse nascido na capital do Peru ou na capital dos Rodeios, piadas tão prontas, azedas e rasteiras quanto o “Triste Fim de Policarpo Quaresma” (Penguin), não no esmero literário, mas na metonímia da falência brasileira, vigente até hoje, após tantos miliádios passados. Lima foi carioca e faleceu há 36 mil dias completados no dia 25.


Em memória de...


... Agustina Bessa-Luís, escritora portuguesa de “A Sibila”, “Um Concerto em Tom de Conversa” e “Breviário do Brasil” (Relógio D’Água), que faria 36 miliádios no dia 8.


... José Cândido de Carvalho, cujo nascimento faz 39 miliádios no dia 15, autor de “O Coronel e o Lobisomem”, “Porque Lulu Bergantim Não Atravessou o Rubicon” e “Um Ninho de Mafagafes Cheio de Mafagafinhos”, todos pela Companhia das Letras.


... Miguel de Cervantes, autor de “Dom Quixote” (Nova Fronteira), cujo falecimento completa 173 mil dias no dia 26.


... Júlia Lopes de Almeida, carioca e autora de “A Falência”, “A Intrusa” e “A Viúva Simões” (Principis), cujo nascimento faz 47 miliádios no dia 31.


Miliádios Literários é a coluna de Paulo Sousa, autor do romance “A Peste das Batatas” (Pomelo) e da novela “Histórias de Macambúzios”, que apresenta mensalmente no Bonas Histórias as principais efemérides da literatura. Para ler os demais posts dessa seção, clique em Miliádios Literários. E não deixe de nos acompanhar nas redes sociais – Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn.

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